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Em quem o resto do mundo votaria nas eleições do nosso país?

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    Como muitos de vocês sabem,
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    os resultados das últimas eleições
    foram os seguintes:
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    Hillary Clinton, a candidata Democrata
  • 0:09 - 0:10
    conquistou a vitória a nível do país,
  • 0:10 - 0:12
    com 52% do total de votos.
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    Jill Stein, o candidato dos Verdes,
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    ficou num segundo lugar distante,
    com 19%.
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    Donald J. Trump, o candidato Republicano,
  • 0:21 - 0:24
    ficou logo atrás dele, com 14%.
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    Os votos restantes foram distribuídos
    pelas abstenções
  • 0:27 - 0:31
    e por Gary Johnson,
    o candidato dos Libertários.
  • 0:33 - 0:35
    (Risos)
  • 0:36 - 0:40
    Ora bem, em que universo paralelo
    julgam que eu vivo?
  • 0:41 - 0:43
    Não vivo em nenhum universo paralelo.
  • 0:43 - 0:46
    Vivo neste mundo
    e foi assim que o mundo votou.
  • 0:47 - 0:50
    Vamos recuar no tempo
    e vou explicar o que quero dizer com isto.
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    Este ano, em junho,
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    lancei uma coisa chamada Global Vote.
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    A Global Vote faz exatamente
    o que diz no seu título.
  • 0:59 - 1:01
    Pela primeira vez na História,
  • 1:01 - 1:03
    permite que toda a gente,
    onde quer que esteja,
  • 1:03 - 1:07
    vote nas eleições dos países
    de outros povos.
  • 1:07 - 1:09
    Para quê fazer uma coisa destas?
  • 1:09 - 1:11
    Qual o objetivo?
  • 1:12 - 1:13
    Vou mostrar como é que é.
  • 1:13 - 1:15
    Vamos a um "site" da Internet,
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    um "site" muito bonito
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    e escolhemos umas eleições.
  • 1:21 - 1:23
    Estas são algumas das que já realizámos.
  • 1:24 - 1:27
    Fazemos uma por mês, mais ou menos.
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    Vemos aqui a Bulgária, os EUA,
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    o Secretário-Geral das Nações Unidas,
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    o referendo Brexit aqui no fim.
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    Escolhemos as eleições
    em que estamos interessados
  • 1:38 - 1:41
    e escolhemos os candidatos.
  • 1:42 - 1:45
    Estes são os candidatos
    das últimas eleições presidenciais
  • 1:45 - 1:48
    no pequenino país
    de São Tomé e Príncipe,
  • 1:48 - 1:50
    com 199 000 habitantes,
  • 1:50 - 1:53
    ao largo da África Ocidental.
  • 1:53 - 1:57
    Podemos ver um breve resumo
    de cada um dos candidatos
  • 1:57 - 2:00
    que, espero, seja bastante neutro,
  • 2:00 - 2:02
    muito informativo e muito sucinto.
  • 2:03 - 2:05
    Depois de encontrarmos
    aquele de que gostamos, votamos.
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    Estes eram os candidatos
  • 2:08 - 2:10
    nas últimas eleições
    presidenciais islandesas
  • 2:10 - 2:12
    e é assim que as coisas se processam.
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    Por que razão haveriam de querer votar
    nas eleições de outro país?
  • 2:19 - 2:22
    Não deveriam querer fazê-lo,
  • 2:22 - 2:23
    podem ficar descansados,
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    para interferir nos processos
    democráticos de outro país.
  • 2:27 - 2:29
    Não é esse o objetivo.
  • 2:29 - 2:30
    Claro que não podem,
  • 2:30 - 2:33
    porque, normalmente,
    só divulgo os resultados
  • 2:33 - 2:36
    depois de o eleitorado de cada
    país individual ter votado,
  • 2:36 - 2:39
    por isso, não há hipótese
    de interferirem nesse processo.
  • 2:40 - 2:41
    Mas, ainda mais importante,
  • 2:41 - 2:42
    não estou especialmente interessado
  • 2:42 - 2:45
    nos problemas internos
    de países individuais.
  • 2:45 - 2:47
    Não é nisso que estamos a votar.
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    Aquilo que Donald J. Trump
    ou Hillary Clinton
  • 2:49 - 2:51
    estão a propor para os norte-americanos
  • 2:51 - 2:53
    francamente, não nos diz respeito.
  • 2:53 - 2:56
    É uma coisa em que só
    os norte-americanos podem votar.
  • 2:56 - 2:59
    Não, na votação global,
    só consideramos um aspeto,
  • 2:59 - 3:03
    ou seja, o que é que esses líderes
    vão fazer com todos nós, os restantes.
  • 3:03 - 3:06
    Isso é muito importante,
    porque vivemos,
  • 3:06 - 3:10
    — como sem dúvida estão fartos
    de ouvir as pessoas a dizer —
  • 3:09 - 3:13
    num mundo globalizado, interligado
    e profundamente interdependente,
  • 3:14 - 3:17
    em que as decisões políticas
    das pessoas noutros países
  • 3:17 - 3:19
    podem ter e terão impacto na nossa vida
  • 3:19 - 3:22
    sejamos quem formos,
    vivamos onde quer que seja.
  • 3:22 - 3:24
    Como as asas da borboleta
  • 3:24 - 3:27
    que batem de um lado do Pacífico
  • 3:27 - 3:30
    e, segundo parece, podem criar
    um furacão do outro lado,
  • 3:30 - 3:33
    assim acontece com o mundo
    em que hoje vivemos
  • 3:33 - 3:35
    e com o mundo da política.
  • 3:35 - 3:39
    Já não existe uma linha divisória
    entre assuntos internos e internacionais.
  • 3:40 - 3:42
    Qualquer país, por mais pequeno que seja,
  • 3:43 - 3:45
    mesmo se for São Tomé e Príncipe,
  • 3:45 - 3:47
    pode produzir o próximo Nelson Mandela
  • 3:47 - 3:49
    ou o próximo Estaline.
  • 3:50 - 3:54
    Pode poluir a atmosfera e os oceanos,
    que nos pertencem a todos nós
  • 3:54 - 3:57
    ou podem ser responsáveis
    e podem ajudar-nos.
  • 3:58 - 4:00
    Contudo, o sistema é muito estranho,
  • 4:01 - 4:04
    porque o sistema não tem acompanhado
    esta realidade globalizada.
  • 4:04 - 4:08
    Só um pequeno número de pessoas
    pode votar nesses líderes,
  • 4:08 - 4:10
    apesar de o seu impacto ser gigantesco
  • 4:10 - 4:12
    e quase universal.
  • 4:12 - 4:14
    Qual é o seu número?
  • 4:14 - 4:16
    Votaram 140 milhões de norte-americanos
  • 4:16 - 4:19
    para o próximo presidente dos EUA.
  • 4:19 - 4:21
    Contudo, como todos sabemos,
    dentro de semanas,
  • 4:21 - 4:24
    alguém vai entregar os códigos
    das armas nucleares
  • 4:24 - 4:26
    a Donald J. Trump.
  • 4:26 - 4:29
    Se isto não é uma coisa que tem
    possível impacto em todos nós,
  • 4:29 - 4:30
    não sei o que é que terá.
  • 4:31 - 4:36
    Do mesmo modo, na votação
    para o referendo do Brexit,
  • 4:37 - 4:41
    um pequeno número dos milhões
    de britânicos votaram nele,
  • 4:41 - 4:43
    mas o resultado da votação,
    qualquer que ela fosse,
  • 4:43 - 4:45
    teria tido um impacto significativo
  • 4:45 - 4:49
    na vida de dezenas, de centenas
    de milhões de pessoas em todo o mundo.
  • 4:50 - 4:52
    Contudo, só um pequeno número pôde votar.
  • 4:52 - 4:54
    Que democracia é esta?
  • 4:55 - 4:57
    Decisões enormes que nos afetam a todos
  • 4:57 - 5:00
    e que são decididas por números
    relativamente pequenos de pessoas.
  • 5:00 - 5:02
    Não sei o que é que vocês pensam,
  • 5:02 - 5:04
    mas eu penso que não é muito democrático.
  • 5:04 - 5:06
    Por isso, estou a tentar clarificar isto.
  • 5:06 - 5:09
    Mas, como já disse, não nos metemos
    nos problemas internos.
  • 5:10 - 5:13
    Na verdade, só faço duas perguntas
    a todos os candidatos,
  • 5:13 - 5:15
    Envio-lhes sempre
    as mesmas duas perguntas.
  • 5:15 - 5:17
    A primeira:
  • 5:17 - 5:20
    "Se for eleito, o que vai fazer
    com todas as outras pessoas
  • 5:20 - 5:23
    "os restantes sete mil milhões
    que vivem neste planeta?"
  • 5:23 - 5:25
    Segunda pergunta:
  • 5:25 - 5:28
    "Qual é a sua visão
    para o futuro do seu país no mundo?
  • 5:29 - 5:30
    "Que papel acha que ele vai ter?"
  • 5:31 - 5:33
    Envio estas perguntas
    a todos os candidatos.
  • 5:33 - 5:36
    Nem todos respondem.
    Não me interpretem mal.
  • 5:36 - 5:38
    Reconheço que, se pretendemos
  • 5:38 - 5:40
    vir a ser o próximo presidente dos EUA,
  • 5:40 - 5:43
    provavelmente, estaremos ocupados
    a maior parte do tempo
  • 5:43 - 5:46
    e não me admira que nem todos respondam,
    mas muitos deles respondem.
  • 5:46 - 5:48
    Cada vez mais.
  • 5:48 - 5:50
    Alguns deles até fazem
    mais do que responder.
  • 5:50 - 5:53
    Alguns deles respondem do modo
    mais entusiasta e excitante
  • 5:53 - 5:54
    que podem imaginar.
  • 5:54 - 5:57
    Quero referir em especial
    Saviour Chishimba
  • 5:57 - 5:58
    que foi um dos candidatos,
  • 5:58 - 6:01
    nas últimas eleições
    presidenciais da Zâmbia.
  • 6:01 - 6:05
    As respostas a estas duas perguntas
    foram uma dissertação de 18 páginas,
  • 6:05 - 6:09
    sobre a opinião dele quanto
    ao possível papel da Zâmbia no mundo
  • 6:09 - 6:11
    e na comunidade internacional.
  • 6:11 - 6:14
    Publiquei-as no "site",
    toda a gente pode ler.
  • 6:14 - 6:17
    Saviour ganhou na votação global
  • 6:17 - 6:20
    mas não ganhou as eleições na Zâmbia.
  • 6:19 - 6:21
    Por isso, fiquei a pensar
  • 6:21 - 6:24
    no que é que vou fazer
    com este grupo extraordinário de pessoas.
  • 6:24 - 6:26
    Pessoas fantásticas
    que ganharam a votação global.
  • 6:26 - 6:28
    A propósito, nunca acertamos.
  • 6:28 - 6:30
    Aquele que nós elegemos
  • 6:30 - 6:33
    nunca é a pessoa que é eleita
    pelo eleitorado interno.
  • 6:34 - 6:37
    Em parte, isso pode acontecer,
    porque escolhemos sobretudo uma mulher.
  • 6:37 - 6:40
    Mas penso que também pode ser um sinal
  • 6:40 - 6:43
    de que o eleitorado interno
    continua a pensar a nível nacional.
  • 6:43 - 6:46
    Continua a estar muito virado para dentro.
  • 6:46 - 6:49
    Continua a interrogar-se:
    "O que é que eu ganho?"
  • 6:49 - 6:51
    em vez de perguntarem o que deviam:
  • 6:52 - 6:54
    "O que é que nós ganhamos?"
  • 6:54 - 6:55
    É aí que vocês entram.
  • 6:55 - 6:58
    Com sugestões
    — por favor, agora não —
  • 6:58 - 7:00
    enviem-me um email
    se tiverem alguma ideia
  • 7:00 - 7:01
    do que podemos fazer
  • 7:01 - 7:04
    com esta espantosa equipa
    de vencidos gloriosos.
  • 7:05 - 7:06
    Temos Saviour Chishimba,
    a que já me referi.
  • 7:06 - 7:08
    Temos Halla Tómasdóttir,
  • 7:08 - 7:10
    que foi candidata
    nas eleições presidenciais da Islândia.
  • 7:10 - 7:13
    Talvez tenham visto
    a sua fantástica palestra
  • 7:13 - 7:15
    em TEDWomen, há umas semanas
  • 7:15 - 7:19
    em que ela falou da necessidade
    de haver mais mulheres na política.
  • 7:18 - 7:21
    Temos Maria das Neves
    de São Tomé e Príncipe.
  • 7:22 - 7:23
    Temos Hillary Clinton,
  • 7:23 - 7:25
    não sei se ela está disponível.
  • 7:25 - 7:27
    Temos Jill Stein.
  • 7:27 - 7:31
    Também fizemos a cobertura das eleições
  • 7:31 - 7:33
    para o próximo Secretário-Geral
    das Nações Unidas.
  • 7:33 - 7:36
    Ficámos com o antigo primeiro-ministro
    da Nova Zelândia
  • 7:36 - 7:38
    que seria um ótimo membro da equipa.
  • 7:38 - 7:40
    Estas pessoas,
    o glorioso clube dos vencidos,
  • 7:40 - 7:43
    talvez pudessem viajar pelo mundo inteiro
    onde haja eleições
  • 7:43 - 7:47
    para lembrarem às pessoas
    a necessidade, na nossa época,
  • 7:47 - 7:49
    de pensarem um pouco
    em termos do exterior
  • 7:49 - 7:51
    e pensarem
    nas consequências internacionais.
  • 7:52 - 7:55
    Então, o que vem a seguir
    à votação global?
  • 7:55 - 7:57
    Obviamente,
  • 7:57 - 8:01
    o espetáculo Donald e Hillary
    é um bocado difícil de seguir,
  • 8:01 - 8:04
    mas há outras eleições
    importantes a aproximar-se.
  • 8:04 - 8:05
    Com efeito, parece que se multiplicam.
  • 8:05 - 8:08
    Passa-se qualquer coisa no mundo,
    decerto já repararam.
  • 8:09 - 8:13
    O próximo conjunto de eleições
    é extremamente importante.
  • 8:13 - 8:15
    Dentro de dias
  • 8:15 - 8:18
    temos a segunda fase das eleições
    presidenciais da Áustria,
  • 8:18 - 8:20
    com a perspetiva
    de Norbert Hofer vir a ser
  • 8:20 - 8:22
    o que habitualmente se descreve
  • 8:22 - 8:25
    como o primeiro chefe de estado
    da extrema direita, na Europa,
  • 8:25 - 8:27
    depois da II Guerra Mundial.
  • 8:27 - 8:29
    A seguir, temos a Alemanha,
    temos a França,
  • 8:29 - 8:31
    temos as eleições presidenciais no Irão
  • 8:31 - 8:33
    e mais uma dúzia delas.
  • 8:33 - 8:35
    Não está a tornar-se menos importante,
  • 8:35 - 8:37
    está a tornar-se cada vez mais importante.
  • 8:38 - 8:42
    A votação global não é
    um projeto autossuficiente
  • 8:42 - 8:44
    Não apareceu espontaneamente.
  • 8:45 - 8:46
    Tem alguns antecedentes.
  • 8:46 - 8:50
    Faz parte dum projeto
    que lancei em 2014,
  • 8:50 - 8:52
    a que chamei o Good Country.
  • 8:52 - 8:55
    A ideia do Good Country
    é muito simples.
  • 8:56 - 8:59
    É o meu diagnóstico
    do que está mal no mundo
  • 8:59 - 9:01
    e como podemos repará-lo.
  • 9:02 - 9:04
    Já dei algumas pistas
    sobre o que está mal no mundo.
  • 9:04 - 9:07
    Enfrentamos um número enorme e crescente
  • 9:07 - 9:10
    de gigantescos problemas
    existenciais e globais:
  • 9:10 - 9:14
    a alteração climática,
    a violação dos direitos humanos,
  • 9:14 - 9:17
    a migração maciça, o terrorismo,
    o caos económico, a proliferação de armas.
  • 9:18 - 9:21
    Todos estes problemas
    que ameaçam destruir-nos,
  • 9:21 - 9:24
    dada a sua natureza,
    são problemas globalizados.
  • 9:24 - 9:28
    Nenhum país individual tem capacidade
    de os resolver sozinho.
  • 9:29 - 9:31
    Portanto, obviamente,
  • 9:31 - 9:34
    temos que cooperar
    e temos que colaborar, enquanto nações,
  • 9:34 - 9:36
    se queremos resolver estes problemas.
  • 9:37 - 9:39
    É muito óbvio, porém não o fazemos.
  • 9:40 - 9:42
    Não o fazemos tanto quanto devíamos.
  • 9:43 - 9:46
    Quase sempre, os países
    continuam a comportar-se

  • 9:46 - 9:51
    como se fossem egoístas tribos guerreiras
    em guerras umas com as outras,
  • 9:51 - 9:54
    como sempre têm feito
    desde que foi inventado o estado-nação,
  • 9:54 - 9:56
    há centenas de anos.
  • 9:56 - 9:57
    Isto tem que mudar.
  • 9:57 - 10:01
    Não é uma mudança nos sistemas políticos
    nem uma mudança na ideologia.
  • 10:01 - 10:03
    É uma mudança na cultura.
  • 10:03 - 10:05
    Todos nós temos que perceber
  • 10:06 - 10:10
    que pensar para dentro não é a solução
    para os problemas mundiais.
  • 10:10 - 10:14
    Temos que aprender a cooperar
    e a colaborar muito mais
  • 10:14 - 10:16
    e a competir um pouco menos.
  • 10:17 - 10:20
    Caso contrário, as coisas
    vão ficar realmente más
  • 10:20 - 10:23
    e vão piorar muitíssimo,
    muito mais cedo do que prevemos.
  • 10:24 - 10:26
    Esta mudança só pode acontecer
  • 10:26 - 10:28
    se nós, pessoas ordinárias,
  • 10:28 - 10:30
    dissermos aos políticos
    que as coisas mudaram.
  • 10:30 - 10:33
    Temos que lhes dizer
    que a cultura mudou.
  • 10:33 - 10:35
    Temos que lhes dizer
    que receberam um novo mandato.
  • 10:36 - 10:38
    O mandato antigo era
    muito simples e único:
  • 10:38 - 10:41
    quem está numa posição
    de poder ou autoridade
  • 10:41 - 10:44
    é responsável pela sua gente
    e pela sua pequena fatia de território,
  • 10:44 - 10:45
    e era tudo.
  • 10:45 - 10:48
    E se, para fazer o melhor
    para a sua gente,
  • 10:48 - 10:51
    fosse necessário lixar os outros todos
    no planeta, tanto melhor.
  • 10:51 - 10:54
    Isso era considerado ser
    bastante "à homem".
  • 10:53 - 10:56
    Hoje, penso que toda a gente
    numa posição de poder e responsabilidade
  • 10:56 - 10:59
    recebe um mandato duplo,
  • 10:58 - 11:01
    que diz que, quem está numa posição
    de poder e responsabilidade
  • 11:01 - 11:03
    é responsável pela sua gente
  • 11:04 - 11:07
    e por cada homem, mulher,
    criança ou animal no planeta.
  • 11:07 - 11:10
    É responsável pela sua
    pequena fatia de território
  • 11:10 - 11:13
    e por cada quilómetro quadrado
    da superfície da terra
  • 11:13 - 11:15
    e da atmosfera acima dela.
  • 11:15 - 11:18
    E quem não quiser essa responsabilidade
    não deve estar no poder.
  • 11:18 - 11:20
    Para mim, esta é a regra da idade moderna
  • 11:20 - 11:24
    e é a mensagem que temos
    que endereçar aos nossos políticos,
  • 11:24 - 11:27
    mostrar-lhes que é essa a forma
    de fazer as coisas, nos dias de hoje.
  • 11:27 - 11:29
    Caso contrário, estamos todos lixados.
  • 11:30 - 11:32
    Eu não tenho qualquer problema
  • 11:32 - 11:35
    com o credo de Donald Trump
    de "A América primeiro".
  • 11:35 - 11:37
    Parece-me ser uma afirmação
    muito banal
  • 11:37 - 11:41
    do que os políticos sempre fizeram
    e provavelmente sempre farão.
  • 11:41 - 11:44
    Claro, eles são eleitos para representarem
    os interesses do seu povo.
  • 11:44 - 11:47
    O que eu acho muito chato
    e muito fora de moda
  • 11:48 - 11:50
    e muito pouco imaginativo
    nesta abordagem
  • 11:50 - 11:54
    é que "América primeiro"
    significa que todos os outros são últimos
  • 11:54 - 11:56
    que voltar a criar uma América grande
  • 11:56 - 11:59
    significa voltar a pôr
    os outros todos pequenos
  • 11:59 - 12:00
    e isso não é verdade.
  • 12:01 - 12:04
    Na minha profissão de consultor político
    durante os últimos 20 anos,
  • 12:04 - 12:08
    tenho visto centenas
    de exemplos de políticas
  • 12:08 - 12:11
    que harmonizam as necessidades
    internacionais com as internas
  • 12:11 - 12:13
    e fazem uma política melhor.
  • 12:13 - 12:16
    Não estou a pedir às nações
    que sejam altruístas ou se sacrifiquem.
  • 12:16 - 12:18
    Isso seria ridículo.
  • 12:18 - 12:20
    Nenhuma nação deve fazer isso.
  • 12:20 - 12:25
    Estou a pedir-lhes que acordem e percebam
    que é preciso uma nova forma de governação,
  • 12:24 - 12:25
    o que é possível
  • 12:26 - 12:28
    e que harmonizem essas duas necessidades,
  • 12:28 - 12:31
    esse bem para o nosso povo
    e esse bem para toda a gente.
  • 12:32 - 12:34
    Desde as eleições nos EUA
    e desde o Brexit
  • 12:34 - 12:36
    para mim, cada vez se tornou mais óbvio,
  • 12:36 - 12:39
    que as velhas distinções
    entre esquerda e direita
  • 12:39 - 12:40
    deixaram de fazer sentido.
  • 12:40 - 12:43
    Não se encaixam no padrão.
  • 12:43 - 12:46
    O que parece ser importante hoje
    é muito simples.
  • 12:47 - 12:49
    Qualquer que seja a nossa visão do mundo,
  • 12:49 - 12:53
    quer gostem de olhar
    para dentro e para o passado
  • 12:53 - 12:58
    ou, como eu, sintam esperança
    em olhar para o futuro e para o exterior.
  • 12:58 - 13:00
    É esta a nova política.
  • 13:01 - 13:04
    É a nova divisão que está a dividir
    o mundo ao meio.
  • 13:05 - 13:08
    Isto pode parecer um juízo de valor,
    mas não é essa a intenção.
  • 13:08 - 13:10
    Não minimizo
  • 13:10 - 13:14
    a razão por que tanta gente gosta
    de olhar para dentro e para o passado.
  • 13:14 - 13:17
    Quando os tempos são difíceis,
    temos falta de dinheiro,
  • 13:17 - 13:19
    quando nos sentimos
    inseguros e vulneráveis,
  • 13:19 - 13:22
    é uma tendência humana natural
    virarmo-nos para dentro,
  • 13:22 - 13:24
    pensar só nas nossas necessidades
  • 13:24 - 13:26
    e ignorar as necessidades dos outros
  • 13:26 - 13:30
    e começar a imaginar talvez
    que o passado era um pouco melhor
  • 13:30 - 13:33
    do que o presente
    ou do que o futuro poderá ser.
  • 13:33 - 13:35
    Mas eu acredito
    que isso é um beco sem saída.
  • 13:35 - 13:37
    A História ensina-nos
    que é um beco sem saída.
  • 13:38 - 13:40
    Se as pessoas se viram para dentro,
    se viram para o passado,
  • 13:40 - 13:42
    o progresso humano anda para trás,
  • 13:42 - 13:45
    as coisas ficam piores para todos
    muito rapidamente.
  • 13:47 - 13:48
    Se forem como eu,
  • 13:48 - 13:51
    e acreditam no futuro e no exterior,
  • 13:51 - 13:55
    acreditam que a melhor coisa
    da humanidade é a sua diversidade
  • 13:56 - 13:58
    e a melhor coisa da globalização
  • 13:58 - 14:03
    é a forma como ela agita
    essa diversidade, essa mistura cultural
  • 14:03 - 14:06
    para fazer uma coisa mais criativa,
    mais excitante, mais produtiva
  • 14:06 - 14:09
    do que jamais houve
    na História humana.
  • 14:09 - 14:12
    Portanto, meus amigos,
    temos uma tarefa em mãos,
  • 14:12 - 14:15
    porque a brigada dos que olham
    para dentro e para o passado
  • 14:15 - 14:18
    está a unir-se como nunca
  • 14:18 - 14:21
    e esse credo de olhar para dentro
    e para o passado,
  • 14:20 - 14:23
    esse medo, essa ansiedade,
  • 14:23 - 14:26
    jogando com os instintos mais primitivos,
  • 14:25 - 14:27
    está a varrer o mundo.
  • 14:27 - 14:30
    Aqueles que acreditam,
  • 14:30 - 14:33
    como eu acredito,
    em olhar para o futuro e para o exterior,
  • 14:33 - 14:35
    temos que nos organizar,
  • 14:35 - 14:40
    porque o tempo voa,
    passa muito rapidamente.
  • 14:40 - 14:41
    Obrigado.
  • 14:41 - 14:43
    (Aplausos)
Title:
Em quem o resto do mundo votaria nas eleições do nosso país?
Speaker:
Simon Anholt
Description:

Gostariam de poder votar nas eleições de outro país? Simon Anholt revela a Votação Global, uma plataforma online que permite que toda a gente, em qualquer parte do mundo, "vote" nas eleições de qualquer país do planeta (com resultados surpreendentes).

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:55

Portuguese subtitles

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