< Return to Video

A orígem científica do Minotauro | Matt Kaplan

  • 0:08 - 0:12
    Muito abaixo do palácio
    do traiçoeiro rei Minos,
  • 0:12 - 0:15
    na escuridão úmida
    de um labirinto inescapável,
  • 0:15 - 0:19
    uma besta horrível percorre os corredores
    infinitos de sua prisão,
  • 0:19 - 0:25
    enfurecida e com tamanha sede de sangue
    que seu rugido chega a sacudir a Terra.
  • 0:25 - 0:28
    É fácil ver por que o mito do Minotauro
    tem uma longa história
  • 0:28 - 0:32
    de ser desconsiderado como pura ficção.
  • 0:32 - 0:34
    No entanto, há uma boa chance
    de que o Minotauro
  • 0:34 - 0:38
    e outros monstros e deuses tenham sido
    criados por nossos ancestrais
  • 0:38 - 0:42
    para racionalizar as coisas terríveis
    que viam no mundo real,
  • 0:42 - 0:44
    mas que não entendiam.
  • 0:44 - 0:47
    E embora não possamos explicar
    cada aspecto de suas histórias,
  • 0:47 - 0:49
    pode haver algum fato científico
  • 0:49 - 0:53
    que se revela
    quando procuramos pistas.
  • 0:53 - 0:59
    É de nosso conhecimento,
    que nunca houve híbridos humano-touros.
  • 0:59 - 1:01
    Porém os escritos mais antigos
    sobre o Minotauro
  • 1:01 - 1:04
    nem sequer mencionam sua forma física.
  • 1:04 - 1:08
    Provavelmente isto não é
    o mais importante da história.
  • 1:08 - 1:13
    Mas os vários contos concordam
    que tal besta vive no subsolo
  • 1:13 - 1:17
    e, quando urra, causa problemas tremendos.
  • 1:18 - 1:22
    Os diferentes mitos também são específicos
    em afirmar que o gênio inventor, Dédalo,
  • 1:22 - 1:26
    escavou o labirinto
    abaixo da ilha de Creta.
  • 1:26 - 1:29
    Tentativas arqueológicas
    de encontrar o labirinto da fábula
  • 1:29 - 1:31
    voltaram de mãos vazias.
  • 1:31 - 1:34
    Mas a própria Creta concedeu
    a pista mais valiosa de todas
  • 1:34 - 1:37
    na forma de atividade sísmica.
  • 1:37 - 1:42
    Creta situa-se em um pedaço da crosta
    continental do chamado Bloco Egeu,
  • 1:42 - 1:45
    e tem uma crosta oceânica
    conhecida como o Bloco da Núbia,
  • 1:45 - 1:47
    seguindo para a direita abaixo dela.
  • 1:47 - 1:51
    Esta característica geológica
    é chamada de zona de subducção
  • 1:51 - 1:56
    e é comum em todo o mundo,
    gerando muitos terremotos.
  • 1:56 - 2:00
    Porém, a situação em Creta
    é particularmente volátil,
  • 2:00 - 2:02
    pois o Bloco de Núbia está ligado
  • 2:02 - 2:06
    a uma massa flutuante da crosta
    continental, que é a África.
  • 2:06 - 2:08
    Quando o Bloco se move,
  • 2:08 - 2:12
    ele não vai para baixo tão facilmente
    ou de forma tão íngreme,
  • 2:12 - 2:16
    como a crosta oceânica faz na maioria
    das outras zonas de subducção.
  • 2:16 - 2:22
    Ele força violenta e abruptamente
    zonas do Mediterrâneo para cima,
  • 2:22 - 2:25
    em um evento chamado de elevação,
  • 2:25 - 2:29
    e Creta está na elevação central.
  • 2:29 - 2:33
    Em 2014, Creta teve mais
    de 1.300 terremotos
  • 2:33 - 2:36
    de magnitude 2,0 ou superior.
  • 2:36 - 2:39
    Em comparação, considerando o mesmo
    período de tempo,
  • 2:39 - 2:45
    o sul da Califórnia, uma área
    muito maior, teve apenas 255 terremotos.
  • 2:45 - 2:50
    Claro, não temos registros sísmicos
    detalhados dos dias do rei Minos,
  • 2:50 - 2:54
    mas nós sabemos a partir de registros
    fósseis e evidências geológicas,
  • 2:54 - 2:56
    que Creta sofreu graves eventos
    de elevação
  • 2:56 - 3:01
    que, às vezes, excederam a 9 metros
    em um único momento.
  • 3:01 - 3:04
    Compare isso com a ilha do Havaí,
  • 3:04 - 3:06
    onde terremotos e atividade vulcânicas
  • 3:06 - 3:09
    foram correlacionados com lendas
    a respeito de Pele,
  • 3:09 - 3:12
    uma deusa impetuosa e justa.
  • 3:12 - 3:15
    Tal como o Minotauro, seus mitos incluem
    contos de destruição,
  • 3:15 - 3:19
    mas eles também continham elementos
    da dança e da criação.
  • 3:19 - 3:25
    Então, por que o Havaí criou Pele
    e Creta o Minotauro?
  • 3:25 - 3:27
    É provável que a diferença
    seja devida à lava,
  • 3:27 - 3:31
    que era vertida
    nos piores terremotos havaianos.
  • 3:31 - 3:37
    A lava do Havaí é feita de basalto,
    que uma vez resfriado, é altamente fértil.
  • 3:37 - 3:39
    Depois de algumas décadas
    de erupções terríveis,
  • 3:39 - 3:42
    os habitantes teriam visto prosperar
    uma vida verde e vibrante
  • 3:42 - 3:45
    nas novas penínsulas feitas de lava.
  • 3:45 - 3:47
    Faz sentido que a mitologia
    tenha capturado isso
  • 3:47 - 3:52
    retratando Pele como criadora
    e destruidora.
  • 3:52 - 3:53
    Quanto aos cretenses,
  • 3:53 - 3:57
    seus terremotos trouxeram só destruição
    e terras inférteis,
  • 3:57 - 4:02
    e por isso, talvez, para eles o anormal
    e mortal Minotauro tenha existido.
  • 4:02 - 4:05
    As conexões entre histórias míticas
  • 4:05 - 4:08
    e a geologia das regiões
    onde elas se originaram
  • 4:08 - 4:13
    nos ensinam que a mitologia e a ciência
    são na verdade dois lados da mesma moeda.
  • 4:13 - 4:16
    Ambas estão enraizadas na explicação
    e compreensão do mundo.
  • 4:16 - 4:18
    A principal diferença é:
  • 4:18 - 4:21
    enquanto a mitologia usa deuses,
    monstros e magia,
  • 4:21 - 4:25
    a ciência usa medições,
    registros e experimentos.
Title:
A orígem científica do Minotauro | Matt Kaplan
Description:

Veja a aula completa: http://ed.ted.com/lessons/the-scientific-origins-of-the-minotaur-matt-kaplan

O mito do Minotauro conta a história de um animal enfurecido sempre vagando pelos corredores de um labirinto úmido, cheio de uma raiva tão intensa que seu rugido ensurdecedor sacode a Terra. Mas esta história é apenas ficção, ou uma tentativa de nossos ancestrais para dar sentido ao mundo natural? Matt Kaplan analisa o mito através de suas raízes científicas.

Aula de Matt Kaplan, animação de Artrake Studio.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:41

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions