Assistentes sociais como super-heróis | Anna Scheyett | TEDxColumbiaSC

Esta palestra foi dada em um evento TEDx local, produzido independentemente das conferências TED.
A Dra. Scheyett descreve as formas usadas pelos assistentes sociais para servir suas comunidades.

Anna é reitora da Faculdade de Serviço Social da Universidade da Carolina do Sul. Sua pesquisa analisa a integração comunitária das populações vulneráveis, especialmente aquelas com doenças mentais graves, HIV, e as envolvidas no sistema de justiça criminal.

Tenho um tema musical!

Eu adoro esta música.

Adoro, pois todos precisam de um herói.

De fato, em algum momento,
quando a vida nos lança um grande desafio,

precisamos de um super-herói!

Alguém sem medo de saltar no caos

e combater o bom combate conosco,
ombro a ombro, certo?

Tenho uma boa notícia para vocês hoje:

Ao redor do mundo todo,

habilmente disfarçados
de indivíduos gentis,

há milhares de super-heróis,

mais de 600 mil deles somente nos EUA.

Nós os chamamos apenas
de assistentes sociais.

(Aplausos e vivas)

Para alguns,
quando eu disse "super-herói",

é possível que a primeira coisa
que veio à mente de vocês

não tenha sido um assistente social.

Talvez o que tenha vindo à mente
fosse algo mais parecido com isto:

(Risos)

Olhando de maneira suspeita
para as competências de seus pais. (Risos)

Caso não, talvez isto:
paz e amor e cantando Kum Ba Yah.

Estou aqui para dizer

que assistentes sociais
não são nenhuma dessas coisas.

Meu objetivo quando saírem hoje,
é que a imagem evocada

quando ouvirem "assistente social"
pareça-se um pouco mais com esta:

Assistente social como super-herói.

Quero passar os próximos minutos
falando com vocês sobre isso.

Assistentes sociais não são apenas
pessoas legais com bom coração.

São profissionais qualificados que cursam
programas universitários credenciados

fundamentados em uma base
de pesquisa rigorosa.

O que eles aprendem lá é parte
do que os torna super-heróis.

As duas coisas mais importantes?

Eles aprendem sua missão
e como fazer a mudança acontecer.

A missão do serviço social
é promover e apoiar

o bem-estar individual e comunitário
e lutar contra a injustiça social.

Os assistentes sociais fazem isso
porque aprendem como ver

e entender as conexões internas invisíveis

entre as pessoas,
suas famílias, seus bairros,

suas comunidades, sociedades,
leis e políticas.

Quando essas conexões se embaraçam
ou quebram em qualquer um desses níveis,

sabemos que problemas acontecem.

Aprendemos intervenções
baseadas em evidências

que podem ajudar a resolver os problemas
ao redor desses embaraços e quebras.

Com isso, podemos causar
mudanças poderosas.

A segunda razão pela qual gosto de pensar
nos assistentes sociais como super-heróis

é porque, assim como um super-herói,

todos precisarão de um assistente social
em algum momento,

pois todos enfrentarão um grande desafio
em sua vida em algum momento.

Talvez o desafio comece cedo
e vocês nasçam prematuramente.

Quem ajuda seus novos pais
a encontrar um especialista?

Ou a descobrir como pagar
as contas de hospital caríssimas?

Ou encontrar um bebê conforto
para um bebê pequenininho?

Assistentes sociais de hospitais.

Um pouco mais tarde,
vocês estarão na escola

e talvez sofrendo bullying,
ou pensando em abandonar a escola.

Quem cria e implementa
os programas anti-bullying

e de prevenção
à desistência nas escolas?

Assistentes sociais de escolas.

Mais tarde, quando ficarem mais velhos,
talvez enfrentem um problema de adultos:

um divórcio ou a perda de seus empregos,
e tenham entrado em depressão,

talvez até mesmo começado a beber muito.

Quem vocês procuram
para aconselhamento e terapia?

Assistentes sociais clínicos licenciados.

Vocês sabiam que a maioria
dos serviços de saúde mental nesse país

é fornecida por assistentes sociais?
São quase 70%.

Em seguida, temos as questões
realmente difíceis de final de vida:

seu pai de 86 anos tem Parkinson,
mas ele insiste que pode viver sozinho.

Quem ajuda você a descobrir
se ele está realmente seguro?

Ou quem o ajuda a encontrar
assistência domiciliar?

Ou a lidar com essas conversas
realmente difíceis

sobre testamentos, procuração
e Ordem de Não Reanimar?

Profissionais de assistência social
com idosos.

Depois, há um quadro mais amplo:

Quem é responsável pelas agências
sem fins lucrativos?

Quem está organizando a comunidade?

Quem luta para garantir que leis
e políticas sejam justas e razoáveis?

São os assistentes sociais
que gerenciam, organizam e defendem.

Então, em algum momento,
todo mundo precisará de um.

A última coisa na qual gosto de pensar

quando os vejo como super-heróis
me ocorreu quando minha amiga Carla

me deu uma caneca de aniversário
com esses dizeres.

Achei fofo: "Sou assistente social,
qual é seu superpoder?"

Mas depois percebi que é exatamente isso
o que os assistentes sociais fazem.

Nós dizemos: "Oi, sou assistente social.
Qual é seu superpoder?"

Acreditamos em pontos fortes e ajudamos
as pessoas a encontrar os seus próprios

para que possam encarar os desafios
que estão enfrentando.

Minha história favorita de apoio
foi contada por minha amiga Martha,

uma assistente social que vivia no litoral

e todos os anos contratava
um estagiário de serviço social.

Um ano, eles tiveram uma estagiária jovem

e atribuiu a ela um cliente,
vou chamá-lo de Bob.

Bob lutava contra uma doença mental grave,
isolou-se em seu apartamento

e tudo o que ele fazia o dia todo,
obsessivamente, era ouvir rádio.

Então Martha enviou a aluna
para fazer uma avaliação

e quando ela retornou, Martha disse:
"Então, o que descobriu?"

E a aluna disse: "Descobri que ele é
realmente bom em ouvir o rádio."

Mas ela tinha um plano.

Foi ao escritório da guarda costeira
local, onde, aparentemente,

existe alguém que deve ouvir o rádio
de ondas curtas o dia todo

e anotar os anúncios
e as notícias em um registro.

Ela os convenceu
a deixar Bob ser voluntário.

Em seguida, convenceu Bob a tentar:

"De verdade, Bob, eles querem que você
ouça o rádio!" e ele aceitou!

E ele ouvia o rádio melhor
do que qualquer um que tenha ouvido.

Eles o adoraram!
Contrataram-no para meio período.

E Bob disse: "Tenho um pouco de dinheiro,
estou saindo de casa um pouco.

Gostaria de tentar comer fora.

Não faço isso há anos,
mas tenho medo de ir sozinho.

Você poderia me encontrar
na lanchonete local? "

Assim, a aluna concordou
e no dia seguinte ela foi até lá,

mas chegou cedo e sentou-se
no fundo da lanchonete.

Quando Bob chegou, ela gritou:
"Bob, o que você ouviu no rádio?"

Bob gritou de volta todas as notícias.
(Risos)

Fizeram isso algumas vezes por semana,
durante várias semanas,

assim todos na lanchonete sabem: "Se quer
saber as notícias, pergunte ao Bob."

E Martha jura que, no final,
foi como a cena em Cheers

quando Norm entra e foi tipo "Bob!".

Então, Bob tem um trabalho,
dinheiro e amigos, e tudo isso aconteceu

porque a assistente social usou
o superpoder dele de ouvir rádio.

[Sou assistente social.
Qual é seu superpoder?]

Meu conselho final para vocês hoje é:

como eu disse antes, todo mundo
precisará de um assistente social.

Quando isso acontecer com vocês,
não se preocupem,

não se envergonhem, procurem um.

Prometo a vocês, eles serão super-heróis.

E melhor ainda, vão ajudá-los
a encontrar os seus superpoderes

para que possam lidar com o que a vida
está jogando no caminho de vocês.

Muito obrigada.

(Aplausos)