Como eu acidentalmente mudei a maneira que os filmes são feitos
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0:01 - 0:02Neste fim de semana,
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0:02 - 0:05milhões de pessoas nos EUA
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0:05 - 0:07e outros milhões ao redor do mundo,
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0:07 - 0:10em Columbus na Geórgia,
Cardiff no País de Gales, -
0:10 - 0:13Chongqing na China, Chennai na Índia
-
0:13 - 0:15deixarão suas casas,
-
0:15 - 0:18em seus carros ou em transporte público
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0:18 - 0:21ou sairão a pé,
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0:21 - 0:23irão entrar em uma sala
-
0:23 - 0:25se sentar ao lado de alguém
que não conhecem -
0:26 - 0:27ou talvez conheçam,
-
0:28 - 0:31as luzes se apagarão
e eles irão assistir a um filme. -
0:32 - 0:36Filmes sobre alienígenas ou robôs,
-
0:36 - 0:39robôs alienígenas ou pessoas comuns.
-
0:39 - 0:42Mas todos serão filmes
sobre o que significa ser humano. -
0:44 - 0:47Milhões ficarão surpresos ou com medo,
-
0:47 - 0:50milhões irão rir e milhões irão chorar.
-
0:51 - 0:52E então as luzes se acenderão,
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0:53 - 0:56e eles voltarão ao mundo
que conheciam há algumas horas. -
0:56 - 0:58E milhões de pessoas perceberão o mundo
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0:58 - 1:01um pouco diferente
de quando elas entraram. -
1:03 - 1:06Como ir a um templo, mesquita ou igreja,
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1:06 - 1:08ou qualquer instituição religiosa,
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1:08 - 1:12ir ao cinema é, em várias formas,
um ritual sagrado. -
1:12 - 1:15Repetido semana após semana.
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1:16 - 1:18Estarei lá esse fim de semana,
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1:18 - 1:23como sempre estive em quase todos
os fins de semana entre 1996 e 1990, -
1:23 - 1:25no cinema, perto do shopping
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1:25 - 1:28a oito quilômetros da minha casa
quando criança em Columbus, Geórgia. -
1:28 - 1:32A parte engraçada é que em algum ponto
entre aquela época e agora, -
1:32 - 1:37eu acidentalmente mudei parte da conversa
sobre como esses filmes são feitos. -
1:37 - 1:41A história começa em 2005,
num escritório na Sunset Boulevard, -
1:41 - 1:43onde eu era executivo júnior
-
1:43 - 1:46na produtora Appian Way,
do Leonardo DiCaprio. -
1:46 - 1:49E para aqueles que não sabem
como a indústria de filmes funciona, -
1:49 - 1:53basicamente, eu era uma
das poucas pessoas por trás daquela -
1:53 - 1:56que produz o filme para as pessoas
por trás e na frente da câmera, -
1:56 - 1:59cujos nomes são mais
reconhecidos do que o meu. -
1:59 - 2:03Em suma, você é um produtor assistente
que faz o trabalho pouco glorioso -
2:03 - 2:05que acontece no campo criativo
na produção de um filme. -
2:06 - 2:08Você cria listas de roteiristas,
diretores e atores -
2:08 - 2:11que sejam ideais para filmes
que podem se tornar realidade. -
2:11 - 2:14Você se encontra com eles
ou seus representantes, -
2:14 - 2:16esperando conseguir um favor futuro.
-
2:16 - 2:18E você lê muito.
-
2:19 - 2:23Você lê livros e quadrinhos
que podem se tornar filmes, -
2:23 - 2:27lê artigos e roteiros
que podem se tornar filmes. -
2:28 - 2:31E você lê roteiros de roteiristas
que podem escrever adaptações -
2:31 - 2:33dos livros, quadrinhos, artigos,
-
2:33 - 2:36e podem reescrever os roteiros
em que você está trabalhando. -
2:36 - 2:39Na esperança de encontrar
o próximo grande sucesso -
2:39 - 2:41ou o próximo roteirista
que possa entregar algo -
2:41 - 2:44e fazer de você,
da sua empresa um sucesso. -
2:45 - 2:50Então em 2005, eu era executivo
na empresa do Leonardo. -
2:50 - 2:53Recebi um telefonema
do representante de um roteirista -
2:53 - 2:57que começou da mesma forma
que todos os outros: -
2:57 - 2:59"Tenho o próximo filme do Leo".
-
3:00 - 3:03No filme escrito por esse cliente,
-
3:03 - 3:05Leo seria um lobista
da indústria de petróleo -
3:05 - 3:07cuja namorada, uma meteorologista,
-
3:07 - 3:11ameaça largá-lo, pois ele contribui
para o aquecimento global. -
3:11 - 3:13Esse foi o cenário que veio à tona,
-
3:13 - 3:15pois há um furacão
em formação no Atlântico -
3:15 - 3:19podendo causar um grande prejuízo
de Maine até Myrtle Beach. -
3:19 - 3:21Leo, triste com toda a situação,
-
3:21 - 3:24pesquisa um pouco mais
sobre o furacão e descobre -
3:24 - 3:26que, em seu caminho pelo Atlântico,
-
3:26 - 3:30ele vai passar sobre um vulcão
antes adormecido, agora ativo -
3:30 - 3:32que irá jogar cinzas tóxicas em seu centro
-
3:32 - 3:36e provavelmente irá transformá-lo
numa arma química que destruirá o planeta. -
3:36 - 3:37(Risos)
-
3:38 - 3:41Nessa hora eu perguntei a ele:
-
3:42 - 3:43"Você está me apresentando
-
3:43 - 3:46'Leo contra a tempestade tóxica
que destruirá a humanidade?'" -
3:47 - 3:51E ele respondeu:
"Falando assim, parece ridículo". -
3:52 - 3:55Tenho vergonha de admitir
que pedi para ele me enviar o roteiro, -
3:55 - 3:59e eu li 30 páginas antes de ter certeza
de que era tão ruim quanto eu pensava. -
3:59 - 4:02Agora, "Superstorm"
é claramente um exemplo exagerado, -
4:02 - 4:04mas não é algo fora do comum.
-
4:04 - 4:08Infelizmente, muitos roteiros não são
tão fáceis de rejeitar quanto esse. -
4:08 - 4:11Por exemplo, uma comédia
sobre uma veterana do ensino médio, -
4:11 - 4:13que, ao enfrentar uma gravidez inesperada,
-
4:13 - 4:17toma uma decisão pouco comum
em relação ao bebê. -
4:17 - 4:18Obviamente é o "Juno",
-
4:18 - 4:20US$ 230 milhões de bilheteria
no mundo todo, -
4:20 - 4:23quatro indicações ao Oscar, uma vitória.
-
4:23 - 4:26Um adolescente de Mumbai
que cresceu na favela -
4:26 - 4:30e deseja participar na versão indiana
de "Quem Quer Ser um Milionário?" -
4:30 - 4:33Fácil: "Quem quer Ser um Milionário?",
-
4:33 - 4:35US$ 377 milhões no mundo todo,
-
4:35 - 4:3710 indicações ao Oscar e 8 vitórias.
-
4:37 - 4:39Um chimpanzé conta a sua história
-
4:39 - 4:42sobre viver com a lenda
do pop Michael Jackson. -
4:43 - 4:44Alguém?
-
4:44 - 4:45(Risos)
-
4:45 - 4:46É uma pergunta difícil.
-
4:46 - 4:48Mas é um roteiro chamado "Bubbles",
-
4:48 - 4:50que será dirigido por Taika Waititi,
-
4:50 - 4:52diretor de "Thor: Ragnarok".
-
4:52 - 4:55Grande parte do trabalho
como executivo de desenvolvimento -
4:55 - 4:58é separar o "Superstorm"
do "Quem Quer Ser um Milionário?" -
4:58 - 5:02e um pouco além,
separar roteiristas de "Superstorm" -
5:02 - 5:04dos que escrevem
"Quem Quer Ser um Milionário?" -
5:05 - 5:08E a maneira mais fácil de fazer isso
é lendo todos os roteiros, -
5:08 - 5:10mas isso é, sinceramente, impossível.
-
5:11 - 5:14Um bom parâmetro é
a Writers Guild of America -
5:14 - 5:16que registra em média
50 mil novos materiais todo ano, -
5:16 - 5:18em que a maioria são roteiros.
-
5:18 - 5:22Desses, uma média razoável de 5 mil
-
5:22 - 5:25passa por diversos filtros,
agências, empresas gestoras, -
5:25 - 5:27construção de roteiro e similares,
-
5:27 - 5:31e são lidos por alguém da produtora
ou pessoa importante do estúdio. -
5:31 - 5:33E eles decidem se ele pode se tornar
-
5:33 - 5:38um dos 300 filmes lançados por grandes
estúdios ou suas filiais todo ano. -
5:38 - 5:40Já descrevi isso antes
-
5:40 - 5:43como sendo algo como andar
numa livraria só para membros, -
5:43 - 5:46na qual o inventário
é organizado aleatoriamente, -
5:46 - 5:49e cada livro possui
a mesma capa sem graça. -
5:49 - 5:51Meu trabalho é entrar nessa livraria
-
5:51 - 5:55e não voltar até encontrar
os melhores e mais rentáveis livros. -
5:55 - 5:58É caótico e alegremente obscuro.
-
5:59 - 6:02Todos têm o seu próprio método
de enfrentar esses problemas. -
6:02 - 6:04Muitos confiam nas principais agências
-
6:04 - 6:07e presumem que se há
grandes talentos no mundo, -
6:07 - 6:09eles já encontraram
um caminho até as agências, -
6:09 - 6:14independentemente de barreiras estruturais
pra se obter o primeiro acesso a elas. -
6:14 - 6:17Outros comparam
as anotações feitas entre eles -
6:17 - 6:19sobre o que leram e o que é bom,
-
6:19 - 6:22na esperança que seu grupo seja o melhor,
-
6:22 - 6:24com o melhor gosto da cidade.
-
6:24 - 6:27E outros tentam ler tudo,
mas isso, novamente, é impossível. -
6:28 - 6:30Se você lê 500 roteiros em um ano,
-
6:30 - 6:31você está lendo muito.
-
6:31 - 6:35E ainda somente uma pequena parte
do que está no mercado. -
6:35 - 6:37Fundamentalmente, isso é triagem.
-
6:37 - 6:40E quando escolhemos,
tendemos ao senso comum -
6:40 - 6:43sobre o que funciona ou não.
-
6:43 - 6:47Uma comédia sobre uma jovem
que enfrenta a gravidez -
6:47 - 6:48não vende.
-
6:49 - 6:53A história sobre um adolescente indiano
não é viável no mercado doméstico -
6:53 - 6:55ou em qualquer lugar
do mundo, exceto a Índia. -
6:55 - 6:59A única fonte de filmes viáveis
é um grupo restrito de roteiristas -
6:59 - 7:02que já encontraram sua maneira
de viver e trabalhar em Hollywood, -
7:02 - 7:05que já possuem a melhor
representação na indústria, -
7:05 - 7:08e estão escrevendo um conjunto
muito limitado de histórias. -
7:08 - 7:12E eu envergonho-me de admitir
que essa era a minha posição em 2005. -
7:13 - 7:15Sentado num escritório
na Sunset Boulevard, -
7:15 - 7:18encarando a metáfora da livraria anônima,
-
7:18 - 7:21e tendo lido apenas
roteiros ruins por meses. -
7:22 - 7:27Aí percebi duas possibilidades disso:
ou eu não era muito bom no meu emprego, -
7:27 - 7:29que era, basicamente,
encontrar bons roteiros, -
7:29 - 7:33ou, talvez ler roteiros ruins
"era" o trabalho. -
7:33 - 7:35Nesse caso, as ligações
semanais da minha mãe, -
7:35 - 7:38perguntando se minhas notas
para a escola de direito ainda valiam -
7:38 - 7:41era algo que eu deveria
levar em consideração. -
7:41 - 7:43Eu ia entrar de férias por duas semanas,
-
7:43 - 7:46e por pior que seja ler roteiros ruins
quando é o seu trabalho, -
7:46 - 7:49fica pior ainda nas férias.
-
7:49 - 7:51Eu tinha que fazer algo.
-
7:51 - 7:57Então fiz uma lista de todos com quem
já tomei café, almocei, jantei ou bebi -
7:57 - 8:00que tinham um trabalho como o meu,
e enviei um e-mail anônimo, -
8:00 - 8:02com um pedido muito simples:
-
8:02 - 8:05"Enviem-me uma lista
com dez dos seus roteiros favoritos -
8:05 - 8:07que cumpram três critérios.
-
8:07 - 8:09Um: você ama o roteiro.
-
8:09 - 8:12Dois: a versão em filme desse roteiro
não irá para o cinema -
8:12 - 8:13até o final daquele ano,
-
8:13 - 8:17e três: você soube do roteiro nesse ano".
-
8:18 - 8:21Não era um apelo pelos roteiros que seriam
os próximos sucessos de bilheteria, -
8:21 - 8:24nem pelos que iriam vencer
um prêmio da Academia, -
8:24 - 8:27não precisavam ser roteiros
adorados pelos chefes -
8:27 - 8:29ou que os estúdios queriam fazer.
-
8:29 - 8:32Era uma oportunidade simples
para as pessoas darem suas opiniões -
8:32 - 8:33sobre o que elas amavam,
-
8:33 - 8:36o que, nesse mundo, é muito raro.
-
8:36 - 8:40Quase todas as 75 pessoas para as quais
enviei o e-mail anônimo responderam. -
8:40 - 8:43E então duas dúzias enviaram
e-mails para esse endereço anônimo -
8:43 - 8:45desejando participar,
-
8:45 - 8:48mas confirmei que eles realmente
trabalhavam nos lugares que diziam. -
8:48 - 8:52Coloquei os votos numa planilha,
analisei estatísticas, fiz um PowerPoint, -
8:52 - 8:57e na noite anterior às minhas férias,
dei um nome subversivo ao arquivo -
8:57 - 9:00e enviei de volta usando o mesmo
e-mail anônimo a todos que votaram. -
9:00 - 9:02A Lista Negra.
-
9:02 - 9:05Um tributo aos que perderam suas carreiras
durante a histeria anticomunista -
9:05 - 9:07das décadas de 40 e 50,
-
9:07 - 9:09e uma inversão consciente da noção
-
9:09 - 9:12que preto possui uma conotação negativa.
-
9:13 - 9:15Após chegar ao México,
me sentei perto da piscina, -
9:15 - 9:18comecei a ler os roteiros e percebi,
com alegre espanto, -
9:18 - 9:20que a maioria deles eram realmente bons.
-
9:20 - 9:22Missão cumprida.
-
9:22 - 9:27O que eu não esperava
foi o que aconteceu depois. -
9:27 - 9:29Após uma semana de férias,
-
9:29 - 9:32parei na área de negócios do hotel
para checar meu e-mail, -
9:32 - 9:34afinal, tudo isso foi
antes da era do iPhone, -
9:34 - 9:38e percebi que a lista que tinha criado
de maneira anônima, -
9:38 - 9:40tinha sido encaminhada
para mim diversas vezes, -
9:40 - 9:42no meu e-mail pessoal.
-
9:42 - 9:46Todo mundo estava compartilhando
essa lista dos roteiros mais amados, -
9:46 - 9:48lendo os roteiros e amando-os também.
-
9:48 - 9:51E minha primeira reação,
que não pode ser dita aqui, -
9:51 - 9:54mas pode ser descrita como medo,
-
9:54 - 9:56a ideia de perguntar
sobre roteiros de outros -
9:56 - 9:59não era nova nem genial.
-
9:59 - 10:02Certamente, havia um código de honra
não escrito em Hollywood -
10:02 - 10:06que guiava as pessoas a não fazer isso
e eu era muito ingênuo para entender -
10:06 - 10:08tão cedo na minha carreira.
-
10:09 - 10:11Com certeza eu seria demitido,
-
10:11 - 10:14e então decidi aquele dia
que nunca contaria a ninguém -
10:14 - 10:18que eu tinha feito aquilo,
e nunca faria novamente. -
10:19 - 10:22Então, seis meses depois,
algo ainda mais bizarro aconteceu. -
10:22 - 10:24Estava no meu escritório, na Sunset,
-
10:24 - 10:27quando recebi um telefonema
do agente de outro roteirista. -
10:27 - 10:31A ligação começou muito parecida
com aquela sobre "Superstorm": -
10:31 - 10:33"Tenho o próximo filme do Leo".
-
10:33 - 10:37Essa não é a parte interessante,
mas sim como a ligação terminou, -
10:37 - 10:41pois esse agente me falou, e eu cito:
-
10:42 - 10:45"Não fale para ninguém,
mas eu posso garantir -
10:45 - 10:49que ele será o roteiro número um
da Lista Negra do próximo ano". -
10:49 - 10:51(Risos)
-
10:51 - 10:52Pois é.
-
10:53 - 10:55Não preciso dizer que fiquei chocado.
-
10:55 - 10:59Um agente, usando a Lista Negra
que eu criei anonimamente -
10:59 - 11:03e decidi nunca mais fazer de novo,
querendo me vender o cliente dele. -
11:03 - 11:05Para sugerir que o roteiro era bom,
-
11:05 - 11:09baseado apenas na possibilidade
de estar na lista de roteiros apreciados. -
11:10 - 11:13Após da ligação, sentei no meu escritório
e fiquei encarando a janela, -
11:13 - 11:16alternando entre choque e vertigem.
-
11:16 - 11:19Então percebi que o que eu havia criado
-
11:19 - 11:23tinha um valor maior que apenas encontrar
bons roteiros para ler nas férias. -
11:23 - 11:25Então, no ano seguinte, eu fiz novamente,
-
11:25 - 11:28e o "LA Times" me revelou
como o criador da lista, -
11:28 - 11:30e no ano seguinte, e no ano depois.
-
11:30 - 11:33Tenho feito desde 2005.
-
11:33 - 11:35E os resultados têm sido fascinantes,
-
11:35 - 11:39pois, para ser sincero,
esse agente estava certo. -
11:39 - 11:43A lista era evidência,
para muitas pessoas, do valor do roteiro, -
11:43 - 11:48e que um grande roteiro tinha grande valor
que muitas pessoas já tinham previsto. -
11:48 - 11:50Rapidamente, os roteiristas
que estavam na lista -
11:50 - 11:52conseguiram empregos,
-
11:52 - 11:54os roteiros começaram a ser feitos,
-
11:54 - 11:55e os que foram feitos
-
11:55 - 11:58geralmente eram aqueles
que violavam as suposições -
11:58 - 12:00sobre o que dava certo ou não.
-
12:00 - 12:03Eram roteiros como "Juno"
e "Pequena Miss Sunshine", -
12:03 - 12:06"A Rainha", "O Discurso do Rei"
-
12:06 - 12:07e "Spotlight".
-
12:07 - 12:09E sim, "Quem Quer Ser um Milionário?"
-
12:09 - 12:13Até mesmo um filme sobre o chimpanzé
criado pelo Michael Jackson. -
12:14 - 12:17Acho que é importante
fazer uma pausa agora -
12:17 - 12:20e dizer que o crédito pelo sucesso
desses filmes não é meu. -
12:20 - 12:24Eu não os escrevi, dirigi,
produzi, encontrei, -
12:24 - 12:26nem fiz a comida nem o bufê,
-
12:26 - 12:29sabemos como essa parte é importante.
-
12:29 - 12:33O crédito do sucesso desses filmes
é das pessoas que os fizeram. -
12:33 - 12:36O que fiz foi mudar a maneira
de olhar esses filmes. -
12:36 - 12:40Sem querer, perguntei
se o senso comum estava correto. -
12:41 - 12:45E certamente, existem filmes naquela lista
que teriam sido feitos sem a Lista Negra, -
12:45 - 12:47mas existem muitos
que com certeza não seriam. -
12:47 - 12:51E, no mínimo, auxiliamos
muitos a serem produzidos, -
12:51 - 12:52acho que isso vale a pena ser notado.
-
12:52 - 12:55A Lista Negra teve
uma média de mil roteiros -
12:55 - 12:57desde sua criação em 2005.
-
12:57 - 12:59Em torno de 325 foram produzidos.
-
13:00 - 13:03E já concorreram
a 300 prêmios da Academia, -
13:03 - 13:04vencendo 50.
-
13:05 - 13:09Quatro dos últimos 9 vencedores
da categoria Melhor Filme eram da lista, -
13:09 - 13:13e 10 dos últimos 20 filmes do Oscar
foram roteiros da Lista Negra. -
13:13 - 13:17Ao todo, eles faturaram US$ 25 bilhões
em bilheterias do mundo todo, -
13:17 - 13:19significando que centenas
de milhares de pessoas -
13:19 - 13:22viram esses filmes
quando saíram das suas casas, -
13:22 - 13:25se sentaram ao lado de um desconhecido
e as luzes se apagaram. -
13:26 - 13:29Sem falar nos ambientes pós-cinema
-
13:29 - 13:32como DVD, streaming e,
honestamente, downloads ilegais. -
13:32 - 13:36Há cinco anos, no dia de hoje,
15 de outubro, -
13:36 - 13:39meu parceiro de negócios
e eu apostamos nessa noção -
13:39 - 13:43que roteiristas talentosos não estavam
onde esperávamos achá-los, -
13:44 - 13:46e criamos um site que permitiria
que qualquer pessoa na terra -
13:46 - 13:50que tivesse escrito um roteiro em inglês
pudesse enviá-lo pra avaliação, -
13:50 - 13:54e torná-lo disponível para
milhares de profissionais da indústria. -
13:54 - 13:58Fico satisfeito que, cinco anos desde
o lançamento, confirmamos essa teoria. -
13:58 - 14:01Centenas de roteiristas mundialmente
encontraram representatividade -
14:01 - 14:03e tiveram suas obras escolhidas.
-
14:03 - 14:06Sete viram seus filmes serem feitos
nos últimos três anos, -
14:06 - 14:07incluindo o filme "Nightingale",
-
14:08 - 14:10sobre um ex-combatente
com problemas mentais, -
14:10 - 14:15e o rosto de David Oyelowo é o único
na tela durante os 90 minutos do filme. -
14:15 - 14:18Ele concorreu ao Globo de Ouro
e a dois Emmy. -
14:18 - 14:21É legal que mais
de uma dúzia de roteiristas -
14:21 - 14:24que foram descobertos no site
acabaram nessa lista anual de fim de ano, -
14:24 - 14:27incluindo dois dos últimos
três melhores roteiristas. -
14:27 - 14:31Basicamente, o senso comum
sobre o mérito de escrita do roteiro, -
14:31 - 14:35onde estava e onde poderia ser encontrado,
-
14:35 - 14:36estava errado.
-
14:36 - 14:39E podemos notar isso
pois como mencionei antes, -
14:39 - 14:43na busca de encontrar filmes
para fazer e o ato de fazê-los, -
14:43 - 14:45depende-se muito do senso comum.
-
14:46 - 14:48E esse senso comum,
-
14:48 - 14:50talvez, apenas talvez,
-
14:50 - 14:53possa estar errado numa área muito maior.
-
14:54 - 14:56Filmes sobre pessoas negras
não vendem no exterior. -
14:57 - 14:59Filmes de ação femininos não funcionam,
-
14:59 - 15:03pois as mulheres se veem em homens,
mas os homens não se veem em mulheres. -
15:04 - 15:07Ninguém deseja ver filmes
sobre mulheres acima de 40 anos. -
15:07 - 15:11Nossos heróis devem se adequar
a uma ideia muito específica de beleza -
15:11 - 15:14que consideramos convencional.
-
15:14 - 15:17O que significa quando essas imagens
são projetadas no cinema -
15:17 - 15:19e as luzes se apagam,
-
15:19 - 15:21para uma criança parecida
comigo em Columbus, Geórgia? -
15:21 - 15:24Ou uma menina muçulmana
em Cardiff, País de Gales? -
15:24 - 15:26Ou um jovem gay em Chennai?
-
15:26 - 15:29O que impacta em como nos enxergamos,
-
15:29 - 15:33em como vemos o mundo
e como o mundo nos enxerga? -
15:35 - 15:38Vivemos em uma época estranha.
-
15:38 - 15:42Acho que para a maioria, vivemos
num estado de constante triagem. -
15:42 - 15:45Há informação demais,
-
15:45 - 15:47muita coisa para enfrentar.
-
15:47 - 15:50E como regra, tendemos
a usar o senso comum. -
15:51 - 15:55Acho que é importante
nos questionarmos constantemente: -
15:55 - 16:00"O quanto desse senso comum
é muito comum e nada sensato? -
16:00 - 16:02E a que custo?"
-
16:02 - 16:03Obrigado.
-
16:03 - 16:05(Aplausos)
- Title:
- Como eu acidentalmente mudei a maneira que os filmes são feitos
- Speaker:
- Franklin Leonard
- Description:
-
Como Hollywood escolhe quais histórias são contadas nos filmes? Frequentemente, é o pensamento baseado em um conjunto de ideias limitadas sobre o que vende mais. Como produtor, Franklin Leonard viu muitas grandes obras nunca serem feitas, pois elas não se adequavam a esse padrão. Então ele começou o Black List, um e-mail anônimo que compartilhava suas obras favoritas e perguntava: por que não estamos fazendo esses filmes? Aprenda a origem de alguns dos seus filmes favoritos com essa fascinante visão de dentro da indústria cinematográfica.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:20
Maricene Crus approved Portuguese, Brazilian subtitles for How I accidentally changed the way movies get made | ||
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