< Return to Video

Ativismo estudantil pela justiça e acesso holístico para pessoas com deficiência | Marion Quirici | TEDxDuke

  • 0:13 - 0:15
    Digam-me se isto parece familiar:
  • 0:15 - 0:16
    você está no campus leste
  • 0:16 - 0:18
    e uma pessoa, que parece perdida,
  • 0:18 - 0:21
    pergunta onde fica
    o Departamento de Literatura.
  • 0:21 - 0:23
    Você o aponta para ela, que fica confusa.
  • 0:23 - 0:25
    "Isso não pode estar certo", ela diz.
  • 0:25 - 0:27
    "Está escrito 'Ciência' nesse prédio!"
  • 0:27 - 0:31
    Não temos um campus muito direto, certo?
  • 0:31 - 0:34
    Então, os programas de Literatura
    e Antropologia Cultural
  • 0:34 - 0:36
    estão no prédio nomeado "Ciência".
  • 0:36 - 0:40
    O Programa de Escrita, no qual trabalho,
    está no prédio de nome "Arte".
  • 0:40 - 0:43
    E ainda há outra confusão,
    os nomes duplicados.
  • 0:43 - 0:45
    Se deve ir a um evento
    no prédio Rubenstein,
  • 0:45 - 0:48
    você precisa verificar qual Rubenstein é,
    porque aqui nós temos três.
  • 0:49 - 0:52
    Então, orientar-se neste campus
    pode ser desafiador pra qualquer pessoa.
  • 0:52 - 0:55
    Mas, para as pessoas com deficiência
    de nossa comunidade,
  • 0:55 - 0:57
    isso envolve uma quantidade
    ainda maior de obstáculos.
  • 0:58 - 1:01
    Hoje, minha palestra começa
    com um pequeno ato de uma estudante.
  • 1:02 - 1:05
    Megan Barron, como uma caloura em 2010,
  • 1:05 - 1:10
    percebeu a falta de sinalização no campus
    de rotas e entradas de prédios acessíveis.
  • 1:10 - 1:14
    Ela notou que as entradas acessíveis
    frequentemente ficavam na parte lateral
  • 1:14 - 1:15
    ou nos fundos dos prédios,
  • 1:15 - 1:18
    e se você não soubesse
    sua localização de antemão,
  • 1:18 - 1:20
    era bem difícil encontrá-las.
  • 1:20 - 1:22
    Então, para promover soluções
    para esses problemas,
  • 1:22 - 1:27
    Megan fundou uma organização estudantil
    chamada Duke Disability Alliance, DDA.
  • 1:27 - 1:32
    Infelizmente, Megan faleceu em 2015
    devido a complicações de sua doença.
  • 1:32 - 1:35
    Mas a comunidade
    que ela construiu aqui é seu legado.
  • 1:35 - 1:38
    Uma das primeiras ações
    que ela e a organização DDA fizeram
  • 1:38 - 1:41
    foi chamar a atenção pra falta
    de acessibilidade física do campus.
  • 1:41 - 1:45
    Estas fotos são da campanha "Accessibility
    Matters", acessibilidade Importa.
  • 1:45 - 1:49
    Esta aqui mostra um estudante segurando
    uma foto do Prédio de Linguagens.
  • 1:49 - 1:53
    Há um longo conjunto de degraus
    levando a uma porta pesada, de madeira.
  • 1:53 - 1:58
    O texto diz: "O que todos os estudantes
    de Linguagens têm em comum?
  • 1:58 - 2:00
    Nenhum deles usa cadeira de rodas.
  • 2:00 - 2:02
    Acessibilidade importa".
  • 2:03 - 2:07
    Esta aqui mostra a Megan segurando
    uma foto da rota acessível
  • 2:07 - 2:09
    ao prédio de Ciências Sociais.
  • 2:09 - 2:12
    "Entrada pelos fundos diz sermos
    estudantes de segunda classe.
  • 2:12 - 2:14
    Acessibilidade importa".
  • 2:14 - 2:17
    A voz desses estudantes também importa.
  • 2:17 - 2:19
    E o Governo Estudantil
    da Universidade Duke os escutou.
  • 2:19 - 2:23
    Em 2012, aprovaram uma resolução
  • 2:23 - 2:27
    para tornar o campus oeste
    totalmente acessível até 2022.
  • 2:28 - 2:32
    O texto de Megan, "Entrada pelos fundos
    diz sermos estudantes de segunda classe,"
  • 2:32 - 2:36
    pede que reconheçamos a acessibilidade
    como uma questão de direitos civis.
  • 2:36 - 2:40
    As construções passam mensagens
    sobre inclusão e exclusão,
  • 2:40 - 2:42
    sobre quais corpos
    e mentes pertencem a elas,
  • 2:42 - 2:43
    e quais não.
  • 2:45 - 2:47
    Essa é uma foto do Silent Sam,
  • 2:47 - 2:48
    monumento confederado
  • 2:48 - 2:51
    que permaneceu glorioso
    sobre o solo da UNC Chapel Hill
  • 2:51 - 2:54
    até que ativistas estudantis
    o derrubassem, em 2018.
  • 2:54 - 2:58
    Vocês podem estar pensando que escadas
    e entradas de acessibilidade segregadas
  • 2:58 - 3:00
    não passam as mesmas mensagens sobre poder
  • 3:00 - 3:04
    que a estátua de um soldado confederado
    segurando uma arma,
  • 3:04 - 3:08
    mas há pontos em comum
    sobre como responder a essas injustiças.
  • 3:09 - 3:12
    Vamos voltar à questão
    sobre pertencimento ao campus.
  • 3:12 - 3:16
    Quero refletir um pouco sobre o grande
    impacto do que a Megan iniciou aqui.
  • 3:17 - 3:20
    A Lei dos Americanos com Deficiência
    foi aprovada em 1990,
  • 3:20 - 3:23
    o que significa que temos estudantes
    nascidos após a aprovação dessa lei
  • 3:23 - 3:26
    entrando em faculdades
    e universidades há mais de dez anos.
  • 3:26 - 3:30
    E o número de alunos com deficiência
    indo a universidades continua crescendo.
  • 3:30 - 3:31
    Acho que os dados mais recentes
  • 3:31 - 3:35
    mostram um número aproximado
    de 11% de universitários em 2011.
  • 3:35 - 3:38
    Dado retirado do National Center
    for Education Statistics.
  • 3:38 - 3:41
    E isso reflete apenas
    deficiências certificadas, certo?
  • 3:41 - 3:44
    Assim, no país como um todo,
    pode ser surpreendente descobrir
  • 3:44 - 3:47
    que um a cada quatro adultos
    norte-americanos tem deficiência,
  • 3:47 - 3:51
    segundo relatório do Centro de Controle
    e Prevenção de Doenças dos EUA.
  • 3:51 - 3:53
    Portanto, esta é a maior
    minoria social do mundo.
  • 3:53 - 3:56
    E, claro, há mais
    de um tipo de deficiência.
  • 3:57 - 4:01
    Este é o símbolo internacional
    de acessibilidade, certamente já o viram.
  • 4:01 - 4:04
    Por ser a figura de um boneco palito
    numa cadeira de rodas,
  • 4:04 - 4:08
    muitas pessoas associam deficiência
    a pessoas que usam cadeira de rodas.
  • 4:08 - 4:11
    Mas, na verdade, tal entendimento
    sobre deficiência é bem limitado.
  • 4:11 - 4:13
    Dentre jovens indo a universidades,
  • 4:13 - 4:16
    os tipos mais comuns
    de deficiência são cognitivos.
  • 4:16 - 4:20
    Também há danos sensoriais
    que impactam a visão e a audição.
  • 4:20 - 4:24
    Há desafios de saúde mental,
    como traumas, depressão e ansiedade.
  • 4:24 - 4:26
    Há deficiências intelectuais
    e de desenvolvimento.
  • 4:26 - 4:30
    E então há coisas como dores crônicas,
    fadiga e doenças ambientais:
  • 4:30 - 4:33
    deficiências que são invisíveis
    ou inconsistentes.
  • 4:34 - 4:37
    Então, para algumas pessoas,
    a deficiência é uma identidade.
  • 4:37 - 4:41
    Mas, para outras, é algo
    situacional e imprevisível.
  • 4:41 - 4:44
    Então, o que significaria
    tornar a experiência universitária
  • 4:44 - 4:47
    acessível a todos os tipos de deficiência?
  • 4:47 - 4:50
    Uma vez que reconhecemos
    as muitas formas da incorporação complexa,
  • 4:50 - 4:54
    percebemos que acessibilidade
    é muito mais do que rampas,
  • 4:54 - 4:56
    elevadores e portas automáticas.
  • 4:57 - 5:01
    Ano passado, a DDA criou uma pesquisa
    de acessibilidade, a Accessibility Survey,
  • 5:01 - 5:03
    centrada no conceito de acesso holístico.
  • 5:03 - 5:07
    Estudiosos sobre a deficiência,
    como a Akemi Nishida e a Margaret Price,
  • 5:07 - 5:09
    usam o conceito de acesso holístico
  • 5:09 - 5:12
    para pensar sobre a acessibilidade
    da forma mais ampla possível.
  • 5:12 - 5:17
    Nossa pesquisa pediu que estudantes,
    professores e membros da comunidade
  • 5:17 - 5:20
    compartilhassem suas experiências,
    não só com acessibilidade física,
  • 5:20 - 5:23
    mas também com o atendimento
    de suas necessidades de aprendizado
  • 5:23 - 5:25
    e necessidades de saúde,
    inclusive da saúde mental.
  • 5:25 - 5:29
    Perguntamos sobre alimentação,
    lazer, vida na casa de estudantes...
  • 5:29 - 5:32
    Os estudantes estão tendo acesso
    a ambientes sociais acolhedores?
  • 5:32 - 5:34
    E deixamos muito espaço pra comentários
  • 5:34 - 5:37
    sobre acesso financeiro
    a vários aspectos da vida universitária.
  • 5:37 - 5:40
    Porque a acessibilidade financeira
    também é um problema de acesso, certo?
  • 5:40 - 5:43
    Se estamos pensando
    em pessoas com deficiência,
  • 5:43 - 5:46
    muitas delas não têm acesso
    à mesma oportunidade econômica;
  • 5:46 - 5:49
    nesses casos, a acessibilidade financeira
    é a maior barreira de acessibilidade.
  • 5:51 - 5:54
    O acesso holístico envolve
    a acessibilidade econômica,
  • 5:54 - 5:56
    a acessibilidade ao idioma,
  • 5:56 - 5:59
    o acesso a banheiros de gênero neutro,
  • 5:59 - 6:01
    o compromisso com ambientes
    livres de químicos e odores...
  • 6:01 - 6:04
    e isso é realmente importante
    para pessoas com doenças ambientais,
  • 6:04 - 6:07
    mas a maioria das instituições
    não sabe disso.
  • 6:07 - 6:10
    Por fim, creches
    é um ponto realmente crítico.
  • 6:10 - 6:13
    Assim, só com esta lista inicial,
    vocês já conseguem perceber
  • 6:13 - 6:18
    que o acesso holístico atravessa todas
    categorias de diferenças e necessidades.
  • 6:18 - 6:20
    Não é somente sobre deficiência.
  • 6:20 - 6:21
    É sobre as várias maneiras
  • 6:21 - 6:24
    com que nosso corpo e mente
    interage com nosso entorno.
  • 6:24 - 6:29
    Vocês provavelmente ouviram a notícia
    do mês passado sobre a Malaysia Goodson.
  • 6:29 - 6:32
    Ela era uma jovem mãe viajando
    com uma criança em um carrinho,
  • 6:32 - 6:35
    e acabou falecendo após cair
    nas escadas do metrô.
  • 6:36 - 6:38
    A falta de acessibilidade mata.
  • 6:38 - 6:40
    E não sabemos quem machucaremos
  • 6:40 - 6:43
    ao não pensamos sobre essas questões
    antecipadamente, por princípio.
  • 6:44 - 6:47
    Os educadores presentes na sala
    podem estar se questionando:
  • 6:47 - 6:50
    "Como seria o acesso holístico
    em uma sala de aula?"
  • 6:50 - 6:53
    Bem, vocês podem conhecer
    algumas estratégias mais básicas,
  • 6:53 - 6:55
    como prover legendas para seus vídeos,
  • 6:55 - 6:58
    verificar se seus documentos
    são acessíveis a leitores de tela...
  • 6:58 - 7:01
    Em minhas aulas, gosto de projetar
    um roteiro de anotações
  • 7:01 - 7:03
    durante os debates em sala.
  • 7:03 - 7:07
    Isso permite tanto o processo
    visual quanto o auditivo,
  • 7:07 - 7:10
    e também é ótimo para os momentos
    em que nossa atenção vaga, sabe.
  • 7:11 - 7:16
    Para além de estratégias básicas,
    a pedagogia do acesso é sobre princípios.
  • 7:17 - 7:21
    Ou seja, aprendizado coletivo baseado
    em vários estilos, não em normas sociais.
  • 7:21 - 7:24
    Isso pode significar que os estudantes
    que levantam a mão de primeira,
  • 7:24 - 7:25
    ou que têm a voz mais alta
  • 7:25 - 7:28
    não deveriam necessariamente ser
    os que dominam o debate.
  • 7:28 - 7:31
    Devemos achar métodos alternativos
    de ação e engajamento.
  • 7:31 - 7:34
    Enfatizar o processo, em vez do produto.
  • 7:34 - 7:36
    Então, como professores,
    sempre devemos pensar:
  • 7:36 - 7:38
    "Que habilidades quero construir?
  • 7:38 - 7:40
    Isso é sobre arriscar-se criativamente?"
  • 7:40 - 7:42
    E, se for, devemos valorizar isso
  • 7:42 - 7:45
    acima da perfeição do trabalho
    que o estudante entrega.
  • 7:46 - 7:49
    Oferecer oportunidades
    de interação remotas ou virtuais.
  • 7:49 - 7:51
    Essa, na verdade, é mais fácil
    de aplicar do que parece.
  • 7:51 - 7:55
    Muitas salas de aula já têm softwares
    básicos para conferência em vídeo,
  • 7:55 - 7:59
    e é só uma questão de incorporar isso
    a nossa prática habitual.
  • 7:59 - 8:02
    Oferecer pausas e flexibilidade.
  • 8:02 - 8:03
    E, finalmente,
  • 8:03 - 8:06
    criar oportunidades para relações
    contínuas entre a comunidade e a academia.
  • 8:07 - 8:09
    Acessibilidade é uma via de mão dupla, né?
  • 8:09 - 8:12
    Queremos que nossos alunos possam
    pegar as habilidades que aprendem
  • 8:12 - 8:15
    e colocá-las em prática no mundo inteiro,
  • 8:15 - 8:17
    mas também queremos
    que o mundo e a comunidade local
  • 8:17 - 8:21
    tenham acesso à vida intelectual
    da universidade.
  • 8:21 - 8:23
    Eu realmente poderia falar
    sobre pedagogia o dia todo.
  • 8:23 - 8:25
    Mas, para aproveitar o tempo,
  • 8:25 - 8:28
    falarei a vocês sobre
    o Duke Accessible Syllabus Project.
  • 8:28 - 8:31
    É um site cheio
    de diretrizes bem detalhadas,
  • 8:31 - 8:34
    e a melhor parte é que ele foi criado
    sob a perspectiva do estudante.
  • 8:34 - 8:38
    Danielle Dvir, que é ex-aluna da Duke
    e antiga membra da DDA,
  • 8:38 - 8:40
    é uma das pessoas
    que iniciou esse projeto.
  • 8:41 - 8:44
    Então, quando estamos pensando
    holisticamente sobre o acesso,
  • 8:45 - 8:47
    começamos a reconhecer as muitas formas
  • 8:47 - 8:50
    em que a vida universitária
    atualmente não é acessível
  • 8:50 - 8:52
    para vários tipos diferentes de pessoas.
  • 8:52 - 8:57
    No mínimo, as universidades
    estão estruturadas para a competição.
  • 8:57 - 8:59
    Elas exigem alto nível de produtividade.
  • 8:59 - 9:01
    E são realmente caras.
  • 9:01 - 9:05
    O que o nosso comprometimento
    com a inclusão significa, neste contexto?
  • 9:06 - 9:08
    Se queremos incluir
    estudantes com deficiência
  • 9:08 - 9:11
    como mais do que meros
    símbolos de diversidade,
  • 9:11 - 9:14
    devemos esperar uma mudança significativa
    nas estruturas e na cultura
  • 9:14 - 9:16
    que eles encontram ao chegar aqui.
  • 9:16 - 9:19
    Não é suficiente resolver
    os desafios de acesso de uma pessoa
  • 9:19 - 9:20
    com uma adaptação.
  • 9:20 - 9:23
    Nós temos que voltar ao básico
    sobre o que é uma universidade,
  • 9:23 - 9:27
    quem ela acolhe,
    e a quem ela presta contas.
  • 9:27 - 9:30
    Então, o que estou dizendo aqui
    é que o ensino superior
  • 9:30 - 9:33
    não deve apenas criar espaço
    para estudantes com deficiências.
  • 9:33 - 9:34
    É preciso uma mudança cultural.
  • 9:34 - 9:37
    E os estudantes são os mais indicados
    para liderarem esta mudança,
  • 9:37 - 9:39
    assim como na Duke Disability Alliance.
  • 9:40 - 9:42
    A pesquisa Accessibility Survey
    mencionada antes
  • 9:42 - 9:44
    focou-se em necessidades, não em direitos.
  • 9:44 - 9:46
    Porque direitos de pessoas com deficiência
  • 9:46 - 9:50
    não são tão bons quanto justiça
    para essas pessoas, certo?
  • 9:50 - 9:52
    Para ter acesso aos direitos
    de pessoas com deficiência,
  • 9:52 - 9:55
    você precisa provar
    que tem alguma deficiência.
  • 9:55 - 9:59
    E isso mantém o padrão binário daqueles
    "com deficiência" e "sem deficiência",
  • 9:59 - 10:00
    o que gera suspeitas
  • 10:00 - 10:03
    sobre pessoas com deficiências
    invisíveis ou inconsistentes, né?
  • 10:03 - 10:06
    Que, à propósito, representam
    a maioria das deficiências.
  • 10:06 - 10:10
    Daí, se você consegue uma documentação,
    isso inicia um processo burocrático,
  • 10:10 - 10:13
    através do qual se ganha uma adaptação
  • 10:13 - 10:16
    que ajuda o aluno a competir
    no sistema acadêmico.
  • 10:16 - 10:17
    Mas, como eu disse antes,
  • 10:17 - 10:20
    e se é o próprio sistema acadêmico
    que está nos incapacitando?
  • 10:21 - 10:25
    Por isso direitos não são tão bons quanto
    justiça para as pessoas com deficiência.
  • 10:25 - 10:28
    A ativista com deficiência Mia Mingus
    define essa justiça como:
  • 10:28 - 10:33
    "Passar de um modelo baseado em equidade
    padronizada e 'somos iguais a vocês'
  • 10:33 - 10:37
    para outro que abrange
    diferenças, confronta privilégios,
  • 10:37 - 10:40
    e desafia o que é considerado
    'normal' em todas as frentes.
  • 10:40 - 10:43
    Não queremos apenas
    entrar na lista dos privilegiados,
  • 10:43 - 10:46
    queremos desmantelar essas listas
    e os sistemas que as sustentam".
  • 10:47 - 10:50
    Então, ativistas estudantis da Duke
    já têm contribuído bastante
  • 10:50 - 10:53
    nos últimos anos com a justiça
    pra pessoas com deficiência.
  • 10:53 - 10:55
    Eles sabem que a acessibilidade física
    não passa do mínimo.
  • 10:55 - 10:58
    Ela serve apenas pra chegar até a porta.
  • 10:58 - 11:00
    Então, em 2014, Jay Ruckelshaus
  • 11:00 - 11:05
    organizou um retiro nacional chamado
    Beyond Disability, Beyond Compliance.
  • 11:06 - 11:08
    Isso atraiu ativistas de todo o país.
  • 11:08 - 11:10
    Ir além da conformidade
  • 11:10 - 11:12
    significa reconhecer as falhas
    nos modelos de direitos
  • 11:12 - 11:16
    da Lei de Americanos com Deficiência
    e descobrir como melhorá-las.
  • 11:16 - 11:21
    Cuquis Robledo, presidente do clube
    há três anos, quando entrei na Duke,
  • 11:21 - 11:23
    promoveu justiça pra pessoas
    com deficiência, ao mudar
  • 11:23 - 11:27
    de Semana da Consciência do Deficiente,
    para Semana do Orgulho do Deficiente,
  • 11:27 - 11:31
    evento anual, em março, que gera conversas
    sobre a cultura da inacessibilidade.
  • 11:33 - 11:35
    Jay Pande, presidente
    do grupo no ano passado,
  • 11:35 - 11:38
    tomou a iniciativa de celebrar
    a deficiência como cultura.
  • 11:38 - 11:41
    Ele organizou a ambiciosa mostra
    "Disability and the Arts"
  • 11:41 - 11:44
    no Nasher Museum,
    exibindo os artistas com deficiência
  • 11:44 - 11:47
    Antoine Hunter, Carrie Sandahl
    e Barbara Barnes.
  • 11:48 - 11:51
    Este ano, a Alliance está focada
    sobretudo na construção comunitária.
  • 11:51 - 11:54
    Fizemos parcerias
    com o Governo Estudantil da Duke,
  • 11:54 - 11:57
    com o grupo de ativistas
    da People's State of the University,
  • 11:57 - 11:58
    e várias outras organizações estudantis,
  • 11:58 - 12:02
    que estão construindo forças-tarefa
    pra projetos que criem mudanças.
  • 12:02 - 12:07
    Então, temos estudantes construindo
    mapas acessíveis do interior de prédios,
  • 12:07 - 12:10
    temos outro grupo lutando por cursos
    de Linguagem Americana de Sinais
  • 12:10 - 12:13
    e para que sejam reconhecidos
    para créditos de idiomas.
  • 12:13 - 12:17
    A maior meta é criar um Espaço Comunitário
    para estudantes com deficiências
  • 12:17 - 12:18
    até a primavera de 2020.
  • 12:18 - 12:22
    Esse seria um centro cultural
    para estudantes com deficiência,
  • 12:22 - 12:25
    problemas de saúde mental, e seus aliados,
  • 12:25 - 12:28
    e trabalharia para abolir
    a ênfase excessiva na independência
  • 12:28 - 12:31
    e na "perfeição sem esforço"
    que existe na Duke,
  • 12:31 - 12:35
    encorajando, em vez disso, uma cultura
    de interdependência e humanidade.
  • 12:35 - 12:38
    É exatamente esse tipo
    de mudança cultural que precisamos
  • 12:38 - 12:42
    pra renovar o ensino superior
    pra um futuro mais democrático.
  • 12:43 - 12:44
    E isso está se popularizando.
  • 12:44 - 12:48
    Na AHEAD, Association of Higher
    Education and Disability,
  • 12:48 - 12:50
    há uma organização nacional chamada DREAM:
  • 12:50 - 12:54
    Deficiência, Direitos, Educação,
    Ativismo e Mentoria.
  • 12:54 - 12:56
    É uma rede de contatos
    de organizações universitárias
  • 12:56 - 12:59
    feita por e para estudantes
    com deficiência.
  • 12:59 - 13:02
    A DDA ficou orgulhosa em se tornar
    uma de suas primeiras afiliadas em 2017.
  • 13:02 - 13:06
    Na época, havia apenas dez grupos
    de estudantes desse tipo em todo o país.
  • 13:06 - 13:11
    Este ano, apenas 2 anos depois,
    este número expandiu para 34.
  • 13:12 - 13:14
    E fazer parte desta rede nacional
  • 13:14 - 13:18
    nos mantém informados sobre sucessos
    que estudantes têm em outros lugares.
  • 13:18 - 13:21
    Isso nos mostra como a DDA
    está abrindo caminhos
  • 13:21 - 13:23
    e estabelecendo um protocolo
  • 13:23 - 13:27
    pra um senso de "esta é a cara
    da justiça para pessoas com deficiência".
  • 13:27 - 13:30
    Mas, em outros pontos,
    precisamos fazer atualizações.
  • 13:30 - 13:33
    Nossos colegas das universidades
    de Chicago, Stanford,
  • 13:33 - 13:36
    Universidade do Arizona,
    a de Syracuse e da UNC Asheville
  • 13:36 - 13:39
    já possuem centros culturais
    para pessoas com deficiência.
  • 13:39 - 13:42
    E esses são locais que fornecem
    um espaço intelectual
  • 13:42 - 13:46
    para debates sobre o acesso holístico
    e a incorporação complexa.
  • 13:46 - 13:50
    Eles estão mudando a visão
    de suas universidades sobre inclusão.
  • 13:51 - 13:55
    Fecharei com uma última foto da Megan
  • 13:55 - 13:58
    ao lado de uma aliada sem deficiência.
  • 13:58 - 14:00
    Cada uma segura a foto
    de uma porta diferente.
  • 14:00 - 14:02
    A aluna sem deficiência
  • 14:02 - 14:05
    segura a foto da entrada frontal
    e dos degraus que levam a ela.
  • 14:05 - 14:07
    "Esta é a entrada que eu utilizo."
  • 14:08 - 14:11
    Megan segura uma foto
    da porta dos fundos com uma rampa.
  • 14:11 - 14:15
    "Esta é a entrada que eu utilizo.
    Acessibilidade importa."
  • 14:16 - 14:18
    Seguindo a liderança destes estudantes,
  • 14:18 - 14:20
    podemos começar a realizar mudanças
    que a diversidade exige.
  • 14:20 - 14:22
    Temos que nos dispor a desmantelar
  • 14:22 - 14:25
    as estruturas capacitivas
    inerentes à educação superior
  • 14:25 - 14:27
    e substituí-las por algo
    que funcione pra todos.
  • 14:27 - 14:31
    Porque a segregação
    é inerentemente desigual.
  • 14:31 - 14:32
    Obrigada.
  • 14:32 - 14:35
    (Aplausos)
Title:
Ativismo estudantil pela justiça e acesso holístico para pessoas com deficiência | Marion Quirici | TEDxDuke
Description:

Marion Quirici discute o acesso para pessoas com deficiência como um problema de direito civil e mostra como o ativismo estudantil pode trazer mudanças nos campus das universidades. A palestra demonstra como a "acessibilidade" é sobre muito mais do que rampas e elevadores, e introduz métodos para tornar a cultura da educação superior e os ambientes de aprendizado mais inclusivos e democráticos. A doutora Marion Quirici é professora associada no Thompson Writing Program (Programa de Escrita Thompson), orientadora acadêmica para o Duke Disability Alliance (Aliança para Pessoas com Deficiência da Duke), e co-diretora do Health Humanities Lab (Laboratório de Humanidades da Saúde) na Universidade Duke, nos Estados Unidos. É membro ativo do movimento "Viver Independente", atuando no Conselho Administrativo para a Alliance of Disability Advocates (Aliança de Defensores de Pessoas com Deficiência), e no movimento trabalhista como membro orgulhoso da Duke Faculty Union e do Durham Workers Assembly (Sindicato de Professores da Duke e Assembleia de Trabalhadores de Durham, respectivamente). Ela é comprometida com a construção de oportunidades para colaborações interdisciplinares na Duke, com foco na justiça para pessoas com deficiência e para colaborações com a comunidade.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
14:39

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions