Autismo — o que sabemos (e o que ainda não sabemos)
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0:01 - 0:02"Por quê?"
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0:02 - 0:04"Por quê?" é a pergunta
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0:04 - 0:06que os pais sempre me fazem.
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0:06 - 0:09"Por que meu filho desenvolveu autismo?"
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0:09 - 0:14Como pediatra, como geneticista,
como pesquisadora, -
0:14 - 0:16tento tratar essa questão.
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0:16 - 0:18Mas o autismo não é uma condição única.
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0:18 - 0:21Na verdade é um espectro de distúrbios,
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0:21 - 0:23um espectro que vai, por exemplo,
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0:23 - 0:26de Justin, um menino de 13 anos
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0:26 - 0:29que não fala, não consegue falar,
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0:29 - 0:31e se comunica usando um iPad
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0:31 - 0:33em que toca imagens para comunicar
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0:33 - 0:35suas ideias e ansiedades,
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0:35 - 0:38um menininho que, quando fica chateado,
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0:38 - 0:39começa a se sacudir,
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0:39 - 0:41e, por fim, quando muito incomodado,
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0:41 - 0:42bate a cabeça
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0:42 - 0:46chegando a se ferir seriamente,
precisando levar pontos. -
0:46 - 0:49Mas o mesmo diagnóstico de autismo
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0:49 - 0:51também se aplica a Gabriel,
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0:51 - 0:53outro menino de 13 anos
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0:53 - 0:55que possui uma realidade
bem diferente de desafios. -
0:55 - 0:59Na verdade, ele é incrivelmente
talentoso em matemática. -
0:59 - 1:01Ele multiplica três números,
por outros três números, -
1:01 - 1:02de cabeça e com facilidade.
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1:02 - 1:06Contudo, no que se refere
a tentar manter uma conversa, -
1:06 - 1:08ele tem muita dificuldade.
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1:08 - 1:10Ele não faz contato visual.
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1:10 - 1:12Ele tem dificuldades para puxar conversa,
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1:12 - 1:14sente-se sem jeito
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1:14 - 1:16e, quando fica nervoso,
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1:16 - 1:18ele acaba se fechando.
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1:18 - 1:19Mas esses dois meninos
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1:19 - 1:23têm o mesmo diagnóstico
de transtorno do espectro autista. -
1:23 - 1:26Uma das coisas que nos preocupam
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1:26 - 1:27é se realmente existe ou não
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1:27 - 1:29uma epidemia de autismo.
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1:29 - 1:32Hoje em dia, uma em cada 88 crianças
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1:32 - 1:34é diagnosticada como autista,
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1:34 - 1:35e a pergunta é:
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1:35 - 1:37por que este gráfico está assim?
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1:37 - 1:39Será que esse número tem aumentado
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1:39 - 1:41drasticamente com o passar do tempo?
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1:41 - 1:46Ou será que hoje passamos a chamar
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1:46 - 1:47esses indivíduos de autistas,
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1:47 - 1:50simplesmente lhes dando esse diagnóstico,
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1:50 - 1:52embora essas pessoas já existissem antes,
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1:52 - 1:55mas simplesmente não eram chamadas assim?
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1:55 - 1:59Na verdade, no fim da década de 1980
e início da década de 1990, -
1:59 - 2:00foi aprovada lei
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2:00 - 2:03que proporcionou
aos indivíduos com autismo -
2:03 - 2:06recursos, acesso a material educativo
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2:06 - 2:08que os ajudaria.
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2:08 - 2:12Com essa maior conscientização, mais pais,
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2:12 - 2:14mais pediatras e mais educadores
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2:14 - 2:18aprenderam a reconhecer
as características do autismo. -
2:18 - 2:22Consequentemente, mais indivíduos
receberam o diagnóstico -
2:22 - 2:25e tiveram acesso aos recursos
de que precisavam. -
2:25 - 2:28Além disso, mudamos nossa definição
com o passar do tempo. -
2:28 - 2:31Na verdade, ampliamos
a definição do autismo, -
2:31 - 2:32a que se deve, em parte,
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2:32 - 2:35o aumento da prevalência que vemos.
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2:35 - 2:38A outra pergunta que todo mundo faz é:
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2:38 - 2:40o que causou o autismo?
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2:40 - 2:43E uma concepção errônea comum
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2:43 - 2:46é a de que as vacinas causam autismo.
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2:46 - 2:49Mas permitam-me deixar bem claro:
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2:49 - 2:53as vacinas não causam autismo.
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2:53 - 3:00(Aplausos)
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3:00 - 3:02Na verdade, o trabalho de pesquisa original
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3:02 - 3:04que sugeriu que essa era a causa
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3:04 - 3:07foi completamente fraudulento.
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3:07 - 3:10Foi, na verdade,
retirado do jornal Lancet, -
3:10 - 3:12em que foi publicado,
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3:12 - 3:13e o autor, um médico,
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3:13 - 3:17perdeu sua licença
de exercício da profissão. -
3:17 - 3:21(Aplausos)
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3:21 - 3:22O Instituto de Medicina,
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3:22 - 3:24o Centro para Controle de Doenças,
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3:24 - 3:26investigou isso repetidas vezes
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3:26 - 3:30e não há evidência palpável
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3:30 - 3:32de que as vacinas causem autismo.
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3:32 - 3:34Além disso,
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3:34 - 3:37um dos ingredientes das vacinas,
-
3:37 - 3:39chamado timerosal,
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3:39 - 3:42era considerado como sendo
a causa do autismo. -
3:42 - 3:44Na verdade, ele foi removido das vacinas
-
3:44 - 3:46em 1992,
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3:46 - 3:49e é possível perceber
que ele não tinha nada a ver -
3:49 - 3:52com o que acontecia
com a prevalência do autismo. -
3:52 - 3:53Então, mais uma vez,
não há evidência alguma -
3:53 - 3:55de que esta seja a resposta.
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3:55 - 4:00Então, a pergunta permanece:
o que causa o autismo? -
4:00 - 4:02Na verdade, provavelmente não existe
uma única resposta. -
4:02 - 4:04Assim como o autismo é um espectro,
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4:04 - 4:06há um espectro de etiologias,
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4:06 - 4:08um espectro de causas.
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4:08 - 4:10Com base em dados epidemiológicos,
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4:10 - 4:12sabemos que uma das causas
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4:12 - 4:14ou uma das associações, devo dizer,
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4:14 - 4:16é a idade avançada do genitor,
-
4:16 - 4:18ou seja, a idade avançada do pai
-
4:18 - 4:20à época da concepção.
-
4:20 - 4:22Além disso, outro período crítico
-
4:22 - 4:25e de vulnerabilidade
em termos de desenvolvimento -
4:25 - 4:27é quando a mãe está grávida.
-
4:27 - 4:30Durante esse período,
enquanto o cérebro do feto se desenvolve, -
4:30 - 4:32sabemos que a exposição a alguns agentes
-
4:32 - 4:35pode, na verdade,
aumentar o risco de autismo. -
4:35 - 4:38Em particular, existe um medicamento,
o ácido valproico, -
4:38 - 4:41que mães com epilepsia às vezes tomam,
-
4:41 - 4:44e que sabemos que pode aumentar
o risco de autismo. -
4:44 - 4:47Além disso, pode haver
alguns agentes infecciosos -
4:47 - 4:49que também podem causar autismo.
-
4:49 - 4:51E uma das coisas em que vou passar
-
4:51 - 4:53muito tempo me concentrando
-
4:53 - 4:56são os genes que podem causar o autismo.
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4:56 - 4:58Este é o meu foco não porque os genes
-
4:58 - 5:00sejam a única causa do autismo,
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5:00 - 5:02mas é uma das causas do autismo
-
5:02 - 5:04que podemos prontamente definir
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5:04 - 5:06e ser capazes
de compreender melhor a biologia -
5:06 - 5:09e como o cérebro funciona,
-
5:09 - 5:11para que possamos pensar em estratégias
-
5:11 - 5:13para podermos intervir.
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5:13 - 5:16Um dos fatores genéticos
que não compreendemos, -
5:16 - 5:19entretanto, é a diferença que vemos
-
5:19 - 5:21entre homens e mulheres.
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5:21 - 5:24Os homens são afetados pelo autismo
a uma razão de 4 por 1, -
5:24 - 5:25comparados às mulheres,
-
5:25 - 5:29e realmente não entendemos por quê.
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5:29 - 5:31Uma das formas de entendermos
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5:31 - 5:33que a genética é um fator
-
5:33 - 5:34é analisando algo chamado
-
5:34 - 5:36de taxa de concordância.
-
5:36 - 5:39Em outras palavras, se um irmão é autista,
-
5:39 - 5:41qual a probabilidade
-
5:41 - 5:44de outro irmão nessa família ser autista?
-
5:44 - 5:45E podemos analisar, em particular,
-
5:45 - 5:47três tipos de irmãos:
-
5:47 - 5:49gêmeos univitelinos,
-
5:49 - 5:51gêmeos que compartilham 100%
-
5:51 - 5:53de sua informação genética
-
5:53 - 5:56e que compartilharam
do mesmo ambiente intrauterino; -
5:56 - 5:58gêmeos bivitelinos,
-
5:58 - 6:00gêmeos que compartilham 50%
-
6:00 - 6:02de sua informação genética;
-
6:02 - 6:04e irmãos comuns,
-
6:04 - 6:06irmão-irmã, irmã-irmã,
-
6:06 - 6:08que também compartilham
50% de sua informação genética, -
6:08 - 6:12embora não compartilhem
do mesmo ambiente intrauterino. -
6:12 - 6:14E quando analisamos
essas taxas de concordância, -
6:14 - 6:16uma das coisas
mais impressionantes que vemos -
6:16 - 6:18é que, em gêmeos univitelinos,
-
6:18 - 6:21essa taxa de concordância é de 77%.
-
6:21 - 6:22Mas, notavelmente,
-
6:22 - 6:25não é de 100%.
-
6:25 - 6:29Não que os genes sejam responsáveis
por todo o risco de autismo, -
6:29 - 6:31mas são responsáveis
por boa parte do risco, -
6:31 - 6:33porque, quando analisamos
os gêmeos bivitelinos, -
6:33 - 6:36essa taxa de concordância é de apenas 31%.
-
6:36 - 6:38Por outro lado, há uma diferença
-
6:38 - 6:41entre os gêmeos bivitelinos
e os irmãos comuns, -
6:41 - 6:44o que sugere que há exposições em comum
-
6:44 - 6:45para os gêmeos bivitelinos
-
6:45 - 6:47que podem não ser compartilhadas
de forma tão comum -
6:47 - 6:49em irmãos comuns.
-
6:49 - 6:51Então, isso nos fornece alguma informação
-
6:51 - 6:53de que o autismo é genético.
-
6:53 - 6:55Bem, genético até que ponto?
-
6:55 - 6:57Quando comparado a outras condições
-
6:57 - 6:58que conhecemos,
-
6:58 - 7:02coisas como o câncer,
doenças do coração, diabetes, -
7:02 - 7:06na verdade, a genética possui
um papel bem maior no autismo -
7:06 - 7:08do que em qualquer
dessas outras condições. -
7:08 - 7:12Mas com isso, não sabemos quais genes.
-
7:12 - 7:14Nem sabemos, em qualquer criança:
-
7:14 - 7:16é um gene apenas,
-
7:16 - 7:18ou potencialmente uma combinação de genes?
-
7:18 - 7:22Então, na verdade,
em alguns indivíduos com autismo, -
7:22 - 7:24é genético!
-
7:24 - 7:27Ou seja, é um único gene,
-
7:27 - 7:29poderoso e determinístico,
-
7:29 - 7:31que causa o autismo.
-
7:31 - 7:33Contudo, em outros indivíduos,
-
7:33 - 7:34é genético, ou seja,
-
7:34 - 7:37é, na verdade, uma combinação de genes,
-
7:37 - 7:40em parte com o processo
de desenvolvimento, -
7:40 - 7:44que, por fim, determina
o risco de autismo. -
7:44 - 7:46Não sabemos em nenhuma pessoa,
necessariamente, -
7:46 - 7:48qual dessas duas respostas é a correta,
-
7:48 - 7:51até começarmos a nos aprofundar.
-
7:51 - 7:52Então, a pergunta se torna:
-
7:52 - 7:54como podemos começar a identificar
-
7:54 - 7:56exatamente quais são esses genes?
-
7:56 - 7:57Deixem-me colocar algo
-
7:57 - 7:59que talvez não seja intuitivo.
-
7:59 - 8:02Certos indivíduos
-
8:02 - 8:03podem ter autismo
-
8:03 - 8:06por uma razão genética,
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8:06 - 8:09mas, mesmo assim, não porque
o autismo ocorra na família. -
8:09 - 8:12Isso porque alguns indivíduos
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8:12 - 8:15podem ter mudanças ou mutações genéticas
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8:15 - 8:18que não são transmitidas pela mãe
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8:18 - 8:19nem pelo pai,
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8:19 - 8:22mas, na verdade, são mutações
novas nesses indivíduos, -
8:22 - 8:24mutações que estão presentes
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8:24 - 8:25no óvulo ou no esperma
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8:25 - 8:27no momento da concepção,
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8:27 - 8:28mas que não foram passadas
-
8:28 - 8:31de geração a geração na família.
-
8:31 - 8:34E podemos usar essa estratégia
-
8:34 - 8:36para hoje entender e identificar
-
8:36 - 8:39esses genes que causam
o autismo nesses indivíduos. -
8:39 - 8:41Então, na verdade, na Fundação Simons,
-
8:41 - 8:44pegamos 2.600 indivíduos
-
8:44 - 8:46que não tinham histórico algum
de autismo na família, -
8:46 - 8:50e pegamos a criança, a mãe e o pai
-
8:50 - 8:52e tentamos entender
-
8:52 - 8:54quais eram os genes
-
8:54 - 8:56que causavam o autismo nesses casos.
-
8:56 - 8:59Para isso, tivemos que,
de forma abrangente, -
8:59 - 9:02ser capazes de analisar
toda essa informação genética -
9:02 - 9:04e determinar quais eram as diferenças
-
9:04 - 9:08entre a mãe, o pai e a criança.
-
9:08 - 9:10Fazendo isso, peço desculpas,
-
9:10 - 9:12vou usar uma analogia fora de moda,
-
9:12 - 9:14de enciclopédias em vez de Wikipedia,
-
9:14 - 9:17mas vou fazer isso para tentar
ajudar a explicar -
9:17 - 9:20que, quando fizemos esse inventário,
-
9:20 - 9:21precisávamos analisar
-
9:21 - 9:23quantidades enormes de informação.
-
9:23 - 9:26Nossa informação genética é organizada
-
9:26 - 9:28em uma serie de 46 volumes,
-
9:28 - 9:30e, quando fizemos isso,
tivemos de dar conta -
9:30 - 9:32de cada um desses 46 volumes,
-
9:32 - 9:34porque, em alguns casos de autismo,
-
9:34 - 9:37na verdade, falta um volume inteiro.
-
9:37 - 9:39Mas tínhamos que ser
mais minuciosos que isso. -
9:39 - 9:41Para isso, tínhamos que começar
a abrir esses livros -
9:41 - 9:43e, em alguns casos, a mudança genética
-
9:43 - 9:45era mais sutil.
-
9:45 - 9:48Talvez fosse um único parágrafo faltando,
-
9:48 - 9:51ou, ainda mais sutil que isso,
-
9:51 - 9:53uma única letra,
-
9:53 - 9:56uma entre três bilhões de letras
-
9:56 - 9:58que estivesse modificada, alterada,
-
9:58 - 9:59e, mesmo assim, tivesse efeitos profundos
-
9:59 - 10:01em termos de como o cérebro funciona
-
10:01 - 10:03e afeta o comportamento.
-
10:03 - 10:06Fazendo isso com essas famílias,
-
10:06 - 10:08conseguimos dar conta de aproxidamente
-
10:08 - 10:1025% dos indivíduos
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10:10 - 10:13e determinar que havia um único
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10:13 - 10:15e poderoso fator genético
-
10:15 - 10:18que causava o autismo nessas famílias.
-
10:18 - 10:20Por outro lado, há 75%
-
10:20 - 10:23que ainda não compreendemos.
-
10:23 - 10:24Mas, fazermos isso
-
10:24 - 10:26foi realmente impressionante,
-
10:26 - 10:29porque percebemos que não havia apenas
-
10:29 - 10:31um gene para o autismo.
-
10:31 - 10:32Na verdade, as estimativas atuais
-
10:32 - 10:35são de que haja
de 200 a 400 genes diferentes -
10:35 - 10:37que podem causar o autismo.
-
10:37 - 10:38E isso explica, em parte,
-
10:38 - 10:40por que vemos um espectro tão amplo
-
10:40 - 10:43em termos de seus efeitos.
-
10:43 - 10:45Embora existam todos esses genes,
-
10:45 - 10:47existe um método na loucura.
-
10:47 - 10:49Não é simplesmente randômico
-
10:49 - 10:51200, 400 genes diferentes,
-
10:51 - 10:53mas, na verdade, eles se encaixam.
-
10:53 - 10:55Eles se encaixam em um trajeto.
-
10:55 - 10:56Eles se encaixam em uma rede
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10:56 - 10:58que está começando
a ser compreendida hoje, -
10:58 - 11:01em termos de como o cérebro funciona.
-
11:01 - 11:03Estamos começando a ter
uma abordagem ascendente, -
11:03 - 11:05em que estamos identificando esses genes,
-
11:05 - 11:07essas proteínas, essas moléculas,
-
11:07 - 11:09entendendo como interagem entre si
-
11:09 - 11:11para fazer esse neurônio funcionar,
-
11:11 - 11:13entendendo como esses neurônios interagem
-
11:13 - 11:15para fazer os circuitos funcionarem,
-
11:15 - 11:17e entender como esses circuitos funcionam
-
11:17 - 11:18para controlar o comportamento
-
11:18 - 11:21e entender isso tanto
em indivíduos com autismo -
11:21 - 11:25quanto em indivíduos
que possuem cognição normal. -
11:25 - 11:28Mas o diagnóstico precoce
é fundamental para nós. -
11:28 - 11:29Ser capaz de fazer esse diagnóstico
-
11:29 - 11:31em alguém que é suscetível
-
11:31 - 11:33em um momento no tempo
-
11:33 - 11:35em que podemos transformar,
-
11:35 - 11:37impactar
-
11:37 - 11:40um cérebro que está crescendo
e se desenvolvendo é crucial. -
11:40 - 11:44Por isso, pessoas como Ami Klin
desenvolveram métodos -
11:44 - 11:46para conseguir levar crianças, bebês,
-
11:46 - 11:49e poder usar biomarcadores,
-
11:49 - 11:52neste caso, o contato ocular
e o rastreamento ocular, -
11:52 - 11:54para identificar uma criança em risco.
-
11:54 - 11:56Essa criança em particular,
vocês podem ver, -
11:56 - 11:58fazendo um contato visual
muito bom com essa mulher -
11:58 - 12:01enquanto ela canta "A Dona Aranha",
-
12:01 - 12:04na verdade não vai desenvolver autismo.
-
12:04 - 12:07Sabemos que esse bebê
vai estar livre disso. -
12:07 - 12:09Por outro lado, esse outro bebê
-
12:09 - 12:11vai desenvolver autismo.
-
12:11 - 12:14Nesta criança em particular, pode-se ver
-
12:14 - 12:16que ela não faz bom contato visual.
-
12:16 - 12:18Em vez de os olhos terem foco
-
12:18 - 12:20e de terem uma conexão social,
-
12:20 - 12:23estão olhando para a boca, para o nariz,
-
12:23 - 12:25olhando para outra direção,
-
12:25 - 12:27mas novamente
não se conectando socialmente, -
12:27 - 12:30e sendo capaz de fazer isso
em escala muito grande, -
12:30 - 12:33examinar os bebês, examinar as crianças
para ver se têm autismo, -
12:33 - 12:36através de algo bem robusto,
bem confiável, -
12:36 - 12:39será bem útil em termos de conseguirmos
-
12:39 - 12:41intervir em um estágio precoce,
-
12:41 - 12:44em que podemos causar o maior impacto.
-
12:44 - 12:47Como vamos intervir?
-
12:47 - 12:49Provavelmente será
uma combinação de fatores. -
12:49 - 12:51Em parte, em alguns indivíduos,
-
12:51 - 12:53vamos tentar usar medicamentos.
-
12:53 - 12:56Então, na verdade,
identificar os genes do autismo -
12:56 - 12:58é importante para nós
-
12:58 - 12:59para identificarmos os alvos
dos medicamentos, -
12:59 - 13:02para identificarmos coisas
que possamos impactar -
13:02 - 13:04e termos certeza de que é realmente aquilo
-
13:04 - 13:05que precisamos fazer no autismo.
-
13:05 - 13:08Mas essa não será a única resposta.
-
13:08 - 13:12Além de apenas medicamentos,
vamos usar estratégias educacionais. -
13:12 - 13:13Alguns indivíduos com autismo
-
13:13 - 13:15têm uma programação cerebral
um pouquinho diferente. -
13:15 - 13:17Eles aprendem de forma diferente.
-
13:17 - 13:19Eles absorvem o que está ao redor
de forma diferente, -
13:19 - 13:22e precisamos conseguir educá-los
-
13:22 - 13:25de forma mais eficiente para eles.
-
13:25 - 13:27Além disso,
há muitos indivíduos nesta sala -
13:27 - 13:29que têm grandes ideias
-
13:29 - 13:31em termos de novas tecnologias
que possamos usar, -
13:31 - 13:34tudo, desde dispositivos que podemos
usar para treinar o cérebro -
13:34 - 13:36para torná-lo mais eficiente
-
13:36 - 13:38e conseguir compensar as áreas
-
13:38 - 13:39em que ele tenha algum probleminha,
-
13:39 - 13:42até coisas como o Google Glass.
-
13:42 - 13:43Vocês podem imaginar,
por exemplo, que o Gabriel, -
13:43 - 13:45com sua estranheza social,
-
13:45 - 13:47possa usar um Google Glass
-
13:47 - 13:48com um fone de ouvido em sua orelha,
-
13:48 - 13:50possibilitando que um treinador o ajude
-
13:50 - 13:53a pensar em conversas,
-
13:53 - 13:54em como puxar conversas,
-
13:54 - 13:56sendo capaz até de, um dia,
-
13:56 - 13:59convidar uma moça para um encontro.
-
13:59 - 14:01Todas essas novas tecnologias
-
14:01 - 14:03oferecem oportunidades tremendas
-
14:03 - 14:05para que consigamos impactar
-
14:05 - 14:07os indivíduos com autismo,
-
14:07 - 14:10mas ainda temos
um longo caminho pela frente. -
14:10 - 14:11Mesmo sabendo tanto,
-
14:11 - 14:14há muito mais que ainda não sabemos,
-
14:14 - 14:16e, por isso, convido todos vocês
-
14:16 - 14:19a nos ajudarem a pensar
-
14:19 - 14:20em como fazer isso de forma melhor,
-
14:20 - 14:23em como usar, enquanto comunidade,
nossa sabedoria coletiva -
14:23 - 14:25para conseguirmos fazer a diferença,
-
14:25 - 14:26e, em particular,
-
14:26 - 14:29para os indivíduos
e famílias com autismo, -
14:29 - 14:32eu convido vocês a se juntarem
à Rede Interativa do Autismo, -
14:32 - 14:34a serem parte da solução,
-
14:34 - 14:37porque realmente serão
necessários muitos de nós -
14:37 - 14:39para pensar no que é importante,
-
14:39 - 14:41no que vai fazer
uma diferença significativa. -
14:41 - 14:43Ao pensarmos em algo
-
14:43 - 14:44que seja potencialmente uma solução,
-
14:44 - 14:46vai funcionar bem?
-
14:46 - 14:48É algo que realmente vai fazer a diferença
-
14:48 - 14:50em suas vidas, enquanto indivíduos,
-
14:50 - 14:52enquanto família com autismo?
-
14:52 - 14:55Vamos precisar de indivíduos
de todas as idades, -
14:55 - 14:56dos jovens aos idosos,
-
14:56 - 14:58e de todas as formas e tamanhos
-
14:58 - 15:00do transtorno do espectro autista,
-
15:00 - 15:02para garantir que causemos impacto.
-
15:02 - 15:05Então, convido todos vocês
a se juntarem à missão -
15:05 - 15:08e a ajudar a conseguir tornar as vidas
-
15:08 - 15:09de indivíduos com autismo
-
15:09 - 15:11muito melhor e muito mais rica.
-
15:11 - 15:13Obrigada.
-
15:13 - 15:16(Aplausos)
- Title:
- Autismo — o que sabemos (e o que ainda não sabemos)
- Speaker:
- Wendy Chung
- Description:
-
Nesta palestra factual, a geneticista Wendy Chung compartilha o que sabemos sobre o transtorno do espectro do autismo -- por exemplo, que o autismo possui causas múltiplas, talvez entrelaçadas. Olhando além da preocupação e ansiedade que pode cercar o diagnóstico, Chung e sua equipe analisa o que aprendemos por meio de estudos, tratamentos e ouvindo com cuidado.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:35
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