O comportamento moral nos animais
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0:00 - 0:02Nasci em Den Bosch,
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0:02 - 0:05nome que o pintor Hieronymus Bosch aproveitou para seu apelido.
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0:05 - 0:07E por isso sempre gostei muito deste pintor
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0:07 - 0:10que viveu e trabalhou no século XV.
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0:10 - 0:12E o que é interessante sobre ele em relação à moralidade
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0:12 - 0:15é que ele viveu num tempo em que a influência da religião diminuía,
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0:15 - 0:17e ele andava como que a imaginar, acho eu,
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0:17 - 0:19o que aconteceria à sociedade
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0:19 - 0:22se não houvesse religião ou se houvesse menos religião.
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0:22 - 0:25E então pintou este quadro famoso, "O Jardim das Delícias Terrenas",
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0:25 - 0:27que alguns têm interpretado
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0:27 - 0:29como sendo a humanidade antes da Queda,
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0:29 - 0:32ou sendo a humanidade sem qualquer Queda.
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0:32 - 0:34E por isso faz-nos pensar,
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0:34 - 0:37o que aconteceria se não tivéssemos experimentado o fruto da sabedoria, por assim dizer,
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0:37 - 0:40e que tipo de moralidade teríamos?
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0:40 - 0:42Mais tarde, enquanto estudante,
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0:42 - 0:44fui a um jardim muito diferente,
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0:44 - 0:47um jardim zoológico em Arnhem
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0:47 - 0:49onde têm chimpanzés.
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0:49 - 0:51Este sou eu, mais novo, com um chimpanzé bebé.
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0:51 - 0:54(Risos)
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0:54 - 0:56E descobri ali
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0:56 - 0:59que os chimpanzés são muito sedentos de poder, e escrevi um livro sobre isso.
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0:59 - 1:02E nessa altura, o foco de muita investigação animal
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1:02 - 1:04era a agressão e a competição.
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1:04 - 1:06Pintei uma imagem completa do reino animal,
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1:06 - 1:08a humanidade incluída,
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1:08 - 1:10em como no fundo somos competitivos,
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1:10 - 1:12somos agressivos,
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1:12 - 1:15fazemos tudo para o nosso próprio benefício, basicamente.
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1:15 - 1:17Este é o lançamento do meu livro.
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1:17 - 1:19Não tenho a certeza de quão bem os chimpanzés o leram,
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1:19 - 1:22mas certamente que pareciam interessados no livro.
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1:24 - 1:26Agora, no processo
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1:26 - 1:28de fazer todo este trabalho sobre poder e dominância
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1:28 - 1:30e agressão e tudo o mais,
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1:30 - 1:33descobri que os chimpanzés se reconciliam depois das lutas.
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1:33 - 1:36E portanto o que vêem aqui são dois machos que estiveram a lutar.
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1:36 - 1:39Acabaram em cima de uma árvore, e um deles estende a mão ao outro.
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1:39 - 1:42E um segundo depois de eu ter tirado a foto, juntaram-se na bifurcação da árvore
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1:42 - 1:44e beijaram-se e abraçaram-se um ao outro.
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1:44 - 1:46Isto é muito interessante
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1:46 - 1:49porque na altura era tudo sobre competição e agressão,
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1:49 - 1:51e isto não faria qualquer sentido.
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1:51 - 1:53A única coisa que interessa é se se perde ou se ganha.
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1:53 - 1:55Mas porquê reconciliarem-se depois de uma luta?
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1:55 - 1:57Isso não faz qualquer sentido.
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1:57 - 2:00Esta é a maneira como os bonobos o fazem. Os bonobos fazem tudo com sexo.
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2:00 - 2:02E por isso também se reconciliam com sexo.
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2:02 - 2:04Mas o princípio é exactamente o mesmo.
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2:04 - 2:06O princípio é que têm
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2:06 - 2:08uma relação valiosa
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2:08 - 2:10que é deteriorada por um conflito,
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2:10 - 2:12e por isso têm de fazer alguma coisa quanto a isso.
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2:12 - 2:14Por isso toda a minha imagem do reino animal,
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2:14 - 2:16e incluindo também humanos,
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2:16 - 2:18começou a alterar-se nessa altura.
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2:18 - 2:20Temos então esta imagem
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2:20 - 2:22nas ciências políticas, económicas, nas humanidades,
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2:22 - 2:24também até na filosofia,
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2:24 - 2:26que o homem é um lobo, para o homem.
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2:26 - 2:29E portanto bem lá no fundo a nossa natureza é, na verdade, perversa.
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2:29 - 2:32E acho que é uma imagem muito injusta para o lobo.
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2:32 - 2:34O lobo é, afinal,
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2:34 - 2:36um animal muito cooperativo.
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2:36 - 2:38E é por isso que muitos de vocês têm um cão em casa,
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2:38 - 2:40que também tem todas estas características.
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2:40 - 2:42E é realmente injusto para a humanidade,
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2:42 - 2:46porque a humanidade é até muito mais cooperativa e empática
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2:46 - 2:48do que o que lhe é reconhecido.
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2:48 - 2:50Comecei então a interessar-me nestes assuntos
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2:50 - 2:52e a estudá-los noutros animais.
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2:52 - 2:54São estes os pilares da moralidade.
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2:54 - 2:58Se perguntarem a alguém: "Em que assenta a moralidade?",
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2:58 - 3:00estes são os dois factores que aparecem sempre.
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3:00 - 3:02Um é a reciprocidade,
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3:02 - 3:05e associado a ela, um sentido de justiça e um sentido de imparcialidade.
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3:05 - 3:07E o outro é a empatia e a compaixão.
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3:07 - 3:10E a moralidade humana é mais do que isto,
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3:10 - 3:12mas se removessem estes dois pilares,
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3:12 - 3:14não sobraria muito, acho eu.
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3:14 - 3:16E por isso eles são absolutamente essenciais.
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3:16 - 3:18Deixem-me dar-vos alguns exemplos sobre isto.
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3:18 - 3:20Este é um vídeo muito antigo do Centro de Primatas de Yerkes
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3:20 - 3:23onde treinam os chimpanzés para cooperar.
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3:23 - 3:26Portanto já há cerca de cem anos
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3:26 - 3:29que andamos a fazer experiências sobre cooperação.
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3:29 - 3:32O que temos aqui são dois jovens chimpanzés que têm uma caixa,
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3:32 - 3:35e a caixa é muito pesada para que um chimpanzé a puxe.
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3:35 - 3:37E, claro, há comida dentro da caixa.
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3:37 - 3:39Caso contrário eles não estariam a puxá-la com tanta força.
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3:39 - 3:41E portanto eles estão a puxar a caixa.
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3:41 - 3:43E conseguem ver que estão sincronizados.
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3:43 - 3:46Conseguem ver que eles trabalham juntos, que puxam ao mesmo tempo.
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3:46 - 3:49Já é um grande avanço em relação a muitos outros animais,
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3:49 - 3:51que não seriam capazes de fazer isso.
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3:51 - 3:53E agora vamos ver um vídeo mais interessante,
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3:53 - 3:56porque um dos chimpanzés tinha sido alimentado.
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3:56 - 3:58Por isso um deles já não está
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3:58 - 4:01realmente interessado na tarefa.
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4:01 - 4:04(Risos)
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4:08 - 4:13(Risos)
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4:19 - 4:22(Risos)
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4:35 - 4:38Agora vejam o que acontece mesmo no fim disto.
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4:41 - 4:43(Risos)
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4:52 - 4:54Ele fica basicamente com tudo.
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4:54 - 4:57(Risos)
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4:57 - 4:59Há então duas coisas interessantes sobre isto.
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4:59 - 5:01Uma é que o chimpazé à direita
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5:01 - 5:03tem a compreensão total de que precisa de um parceiro -
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5:03 - 5:05ou seja, uma compreensão total da necessidade de cooperação.
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5:05 - 5:08A segunda é que o parceiro está disposto a trabalhar
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5:08 - 5:10ainda que não esteja interessado na comida.
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5:10 - 5:13Mas porquê? Bem, provavelmente tem a ver com a reciprocidade.
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5:13 - 5:15Na verdade há uma data de evidências em primatas e outros animais
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5:15 - 5:17em como retribuem favores.
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5:17 - 5:19Portanto ele verá o favor retribuído
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5:19 - 5:21nalgum momento no futuro.
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5:21 - 5:23E é assim que tudo isto funciona.
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5:23 - 5:25Realizamos a mesma tarefa com elefantes.
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5:25 - 5:28Mas com elefantes, é muito perigoso trabalhar com elefantes.
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5:28 - 5:30Outro problema com os elefantes
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5:30 - 5:32é que não conseguimos fazer um aparelho
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5:32 - 5:34que seja demasiado pesado para um único elefante.
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5:34 - 5:36Provavelmente até o conseguem fazer,
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5:36 - 5:38mas vai ser um aparelho bastante débil, acho eu.
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5:38 - 5:40E portanto o que fizemos nesse caso
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5:40 - 5:43- realizamos estes estudos na Tailândia para Josh Plotnik -
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5:43 - 5:46foi ter um aparelho à volta do qual há uma corda, uma única corda.
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5:46 - 5:48E se puxarem por este lado da corda,
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5:48 - 5:50a corda desaparece no outro lado.
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5:50 - 5:53Portanto os dois elefantes têm de pegar nela exactamente ao mesmo tempo e puxar.
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5:53 - 5:55Senão, não vai acontecer nada
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5:55 - 5:57e a corda desaparece.
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5:57 - 5:59E no primeiro vídeo que vão ver,
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5:59 - 6:01dois elefantes que foram libertados juntos
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6:01 - 6:03chegam ao pé do aparelho.
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6:03 - 6:06O aparelho está à esquerda, com comida lá dentro.
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6:06 - 6:09E então eles vêm juntos, eles chegam juntos,
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6:09 - 6:11eles pegam-lhe juntos e puxam juntos.
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6:11 - 6:14É realmente bastante simples para eles.
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6:15 - 6:17Aqui estão eles.
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6:24 - 6:26E é assim que o puxam para si.
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6:26 - 6:28Mas agora vamos tornar as coisas mais difíceis.
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6:28 - 6:30Uma vez que o grande propósito desta experiência
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6:30 - 6:32é ver quão bem eles compreendem a cooperação.
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6:32 - 6:35Compreendem-na tão bem como os chimpanzés, por exemplo?
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6:35 - 6:37Então o que fizemos no passo seguinte
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6:37 - 6:39foi libertar um elefante antes do outro,
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6:39 - 6:41e esse elefante tem de ser esperto o suficiente
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6:41 - 6:43para ficar ali e esperar, não puxando a corda -
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6:43 - 6:46porque se a puxar, a corda desaparece e o teste termina.
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6:46 - 6:48Agora, este elefante fez algo ilegal
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6:48 - 6:50que não lhe ensinámos.
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6:50 - 6:52Mas mostra-nos o entendimento que tem,
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6:52 - 6:55porque põe o seu grande pé em cima da corda,
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6:55 - 6:57apoia-se nela e espera ali pelo outro,
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6:57 - 7:00e depois o outro fará todo o trabalho para ele.
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7:00 - 7:03É o que chamamos de oportunismo.
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7:03 - 7:05(Risos)
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7:05 - 7:08Mas mostra a inteligência que os elefantes têm.
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7:08 - 7:11Desenvolvem várias destas técnicas alternativas
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7:11 - 7:14que nós não aprovamos necessariamente.
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7:14 - 7:19O outro elefante vem aí agora
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7:19 - 7:22e vai puxar o aparelho até eles.
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7:38 - 7:41Agora olhem para o outro. Não se esquece de comer, claro!
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7:41 - 7:45(Risos)
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7:45 - 7:47Isto foi a cooperação, a parte da reciprocidade.
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7:47 - 7:49Agora sobre a empatia.
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7:49 - 7:51A empatia é o meu tópico principal de investigação, de momento.
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7:51 - 7:53E a empatia tem duas qualidades.
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7:53 - 7:56Uma é a componente de compreensão. Uma definição comum é esta:
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7:56 - 7:58a capacidade de compreender e partilhar os sentimentos de outrem.
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7:58 - 8:00E a componente emocional.
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8:00 - 8:02E portanto a empatia tem basicamente dois canais.
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8:02 - 8:04Um é o canal do corpo.
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8:04 - 8:06Se falarem com uma pessoa triste,
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8:06 - 8:09vão adoptar uma expressão triste e uma postura triste,
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8:09 - 8:11e antes de se aperceberem vão sentir-se tristes.
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8:11 - 8:14E isso é uma espécie de canal corporal da empatia emocional
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8:14 - 8:16que muitos animais têm.
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8:16 - 8:18O vosso cão também o tem.
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8:18 - 8:20Na verdade é por isso que as pessoas têm mamíferos em casa
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8:20 - 8:22e não tartarugas ou cobras ou algo do género
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8:22 - 8:24que não têm esse tipo de empatia.
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8:24 - 8:26E depois há o canal cognitivo,
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8:26 - 8:28que é mais sobre sermos capazes de tomar a perspectiva de outrem.
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8:28 - 8:30E este é mais limitado.
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8:30 - 8:32Existem poucos animais - acho que os elefantes e os grandes primatas conseguem fazê-lo -
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8:32 - 8:35mas existem muito poucos animais que conseguem fazer esse tipo de coisa.
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8:35 - 8:37A sincronização,
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8:37 - 8:39que é parte de todo o mecanismo da empatia,
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8:39 - 8:41é muito antiga no reino animal.
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8:41 - 8:43E em humanos, claro, podemos estudá-la
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8:43 - 8:45através do contágio de bocejos.
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8:45 - 8:47Os humanos bocejam quando outros bocejam.
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8:47 - 8:49E está relacionado com a empatia.
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8:49 - 8:51Activa as mesmas áreas no cérebro.
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8:51 - 8:53Além disso, sabemos que pessoas que têm um alto contágio por bocejos
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8:53 - 8:55são altamente empáticas.
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8:55 - 8:57Pessoas que têm problemas com a empatia, como crianças autistas,
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8:57 - 8:59não têm o contágio de bocejos.
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8:59 - 9:01Portanto está relacionado.
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9:01 - 9:04E estudamos isso nos nossos chimpanzés, apresentando-lhes uma cabeça animada.
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9:04 - 9:06E é isso que vêem à esquerda, em cima,
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9:06 - 9:08uma cabeça animada que boceja.
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9:08 - 9:10E aqui está um chimpanzé a observar,
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9:10 - 9:13um chimpanzé de carne e osso a observar um ecrã de computador
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9:13 - 9:16no qual passamos estas animações.
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9:20 - 9:22(Risos)
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9:22 - 9:24O contágio de bocejos
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9:24 - 9:26com o qual provavelmente todos estão familiarizados
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9:26 - 9:29- e talvez agora comecem a bocejar dentro de instantes -
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9:29 - 9:32é algo que partilhamos com os outros animais.
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9:32 - 9:35E está relacionado com todo o canal corporal da sincronização,
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9:35 - 9:37subjacente à empatia,
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9:37 - 9:40e que é universal nos mamíferos, basicamente.
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9:40 - 9:43Também estudamos expressões mais complexas. Esta é de consolo.
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9:43 - 9:46Este é um chimpanzé macho que perdeu uma luta e está a gritar,
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9:46 - 9:48e um juvenil aparece e põe um braço à volta dele
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9:48 - 9:50e acalma-o.
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9:50 - 9:53Isto é consolo. E é muito similar ao consolo humano.
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9:53 - 9:56E o comportamento de consolo
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9:56 - 9:58é impulsionado pela empatia.
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9:58 - 10:01Na verdade, a maneira de estudar empatia em crianças humanas
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10:01 - 10:03é dar instruções a um membro da família para se mostrar angustiado,
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10:03 - 10:05e depois vemos o que é que as crianças fazem.
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10:05 - 10:07E portanto está relacionado com a empatia,
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10:07 - 10:10e é esse o tipo de expressões que consideramos.
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10:10 - 10:13Também publicámos recentemente uma experiência de que talvez tenham ouvido falar.
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10:13 - 10:16É sobre altruísmo e chimpanzés,
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10:16 - 10:18em que a questão é: os chimpanzés preocupam-se
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10:18 - 10:20com o bem-estar dos outros?
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10:20 - 10:22E durante décadas tem-se assumido
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10:22 - 10:24que só os humanos conseguem fazê-lo,
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10:24 - 10:27que só os humanos se preocupam com o bem-estar dos outros.
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10:27 - 10:29Nós fizemos uma experiência muito simples.
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10:29 - 10:32Realizámo-la em chimpanzés que vivem em Lawrenceville,
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10:32 - 10:34uma estação de campo de Yerkes.
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10:34 - 10:36É assim que eles vivem.
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10:36 - 10:39E chamamo-los para uma sala e fazemos experiências com eles.
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10:39 - 10:41Neste caso, colocamos dois chimpanzés lado a lado,
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10:41 - 10:44e um tem um balde cheio de fichas, e as fichas têm diferentes significados.
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10:44 - 10:47Um tipo de fichas alimenta apenas o parceiro que escolhe,
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10:47 - 10:49o outro tipo alimenta ambos.
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10:49 - 10:52Este é um estudo que fizemos com Vicky Horner.
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10:53 - 10:55E aqui temos as fichas de duas cores.
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10:55 - 10:57Eles têm um balde inteiro cheio delas.
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10:57 - 11:00E têm de escolher uma das duas cores.
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11:00 - 11:03Vão ver como é que isto se processa.
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11:03 - 11:06Se este chimpanzé fizer a escolha egoísta,
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11:06 - 11:09que neste caso é a ficha vermelha,
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11:09 - 11:11tem de no-la dar.
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11:11 - 11:14Nós recebemo-la, pomo-la em cima da mesa onde temos duas recompensas comestíveis
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11:14 - 11:17mas neste caso apenas o chimpanzé que está à direita recebe a comida.
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11:17 - 11:19O que está à esquerda vai-se embora, porque já sabe
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11:19 - 11:22que este não é um bom teste para si.
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11:22 - 11:24A próxima é a ficha pro-social.
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11:24 - 11:27Portanto, aquele que faz a escolha - esta é a parte gira aqui -
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11:27 - 11:29para aquele que faz a escolha
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11:29 - 11:31tanto faz.
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11:31 - 11:34Ela agora dá-nos a ficha pro-social e ambos os chimpanzés são alimentados.
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11:34 - 11:37Portanto aquele que faz a escolha ganha sempre uma recompensa.
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11:37 - 11:39Ou seja, não faz qualquer diferença.
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11:39 - 11:41E ela deveria estar a escolher a ficha às cegas.
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11:41 - 11:43Mas o que nós descobrimos
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11:43 - 11:45é que eles preferem as fichas pro-sociais.
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11:45 - 11:48Esta é a linha dos 50%, que é a expectativa aleatória.
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11:48 - 11:51E especialmente se o parceiro chama a atenção para si próprio, eles escolhem mais.
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11:51 - 11:54E se o parceiro põe pressão neles
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11:54 - 11:57- ou seja, começa a cuspir-lhes água e a intimidá-los -
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11:57 - 12:00então as escolhas diminuem.
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12:00 - 12:02É como se eles estivessem a dizer
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12:02 - 12:04"Se não te portas bem, hoje não vou ser pro-social".
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12:04 - 12:06E isto é o que acontece sem um companheiro,
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12:06 - 12:08quando não há nenhum companheiro ali sentado.
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12:08 - 12:10E portanto descobrimos que afinal os chimpanzés se preocupam
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12:10 - 12:12com o bem-estar dos outros -
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12:12 - 12:15especialmente se forem outros membros do seu próprio grupo.
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12:15 - 12:18A última experiência sobre a qual vos quero falar
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12:18 - 12:20é o nosso estudo de justiça.
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12:20 - 12:23E este tornou-se um estudo muito famoso.
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12:23 - 12:25Há agora muitos mais,
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12:25 - 12:27porque depois de o termos feito há cerca de dez anos,
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12:27 - 12:29tornou-se muito conhecido.
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12:29 - 12:31E fizemo-lo originalmente com macacos-capuchinhos.
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12:31 - 12:34E vou mostrar-vos a primeira experiência que fizemos.
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12:34 - 12:37Agora já foi feita com cães, com aves
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12:37 - 12:39e com chimpanzés.
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12:39 - 12:43Mas com Sarah Brosnan começámos com macacos-capuchinhos.
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12:43 - 12:45Então, o que fizemos foi
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12:45 - 12:47colocar lado a lado dois macacos-capuchinhos.
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12:47 - 12:49Estes animais, também, vivem num grupo, conhecem-se.
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12:49 - 12:52Tiramo-los do grupo e colocamo-los numa câmara de ensaio.
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12:52 - 12:54E há uma tarefa muito simples
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12:54 - 12:56que eles precisam de executar.
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12:56 - 12:59E se derem pepinos a ambos para a tarefa,
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12:59 - 13:01os dois macacos lado a lado
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13:01 - 13:03estão perfeitamente dispostos a fazer isto 25 vezes de seguida.
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13:03 - 13:07Portanto o pepino, embora na minha opinião seja só água,
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13:07 - 13:10o pepino está bom para eles.
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13:10 - 13:13Agora se derem uvas ao companheiro
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13:13 - 13:15- as preferências alimentares dos meus macacos-capuchinhos
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13:15 - 13:18correspondem exactamente aos preços no supermercado -
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13:18 - 13:21se lhe derem uvas - uma comida bastante melhor -
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13:21 - 13:24então criam uma desigualdade entre eles.
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13:24 - 13:26E foi esta a experiência que fizemos.
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13:26 - 13:29Recentemente, gravámo-la em vídeo com novos macacos que nunca fizeram a experiência,
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13:29 - 13:31pensado que eles talvez tivessem uma reacção mais acentuada,
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13:31 - 13:33o que veio a verificar-se ser verdade.
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13:33 - 13:35O que está à esquerda é o macaco que recebe o pepino.
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13:35 - 13:38O que está à direita é o que recebe as uvas.
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13:38 - 13:40Aquele que recebe o pepino,
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13:40 - 13:42reparem que está tudo bem com a primeira rodela de pepino.
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13:42 - 13:45A primeira rodela, ela come.
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13:45 - 13:48Depois vê a outra a receber uvas, e vão ver o que acontece.
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13:48 - 13:51Dá-nos então uma pedra. É essa a tarefa.
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13:51 - 13:54E nós damos-lhe uma rodela de pepino e ela come-a.
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13:54 - 13:57A outra tem de nos dar uma pedra.
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13:57 - 14:00E é o que ela faz.
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14:00 - 14:03E recebe uma uva e come-a.
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14:03 - 14:05E a outra vê isto.
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14:05 - 14:07Dá-nos uma pedra, então,
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14:07 - 14:10e recebe, outra vez, pepino.
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14:12 - 14:27(Risos)
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14:27 - 14:30Agora testa uma pedra contra a parede.
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14:30 - 14:32Tem de no-la dar.
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14:32 - 14:35E recebe pepino outra vez.
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14:37 - 14:41(Risos)
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14:43 - 14:47Portanto isto é basicamente o protesto Wall Street que vocês vêem aqui.
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14:47 - 14:50(Risos)
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14:50 - 14:53(Aplausos)
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14:53 - 14:55Deixem-me contar-vos -
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14:55 - 14:57ainda tenho dois minutos, deixem-me contar-vos uma história engraçada sobre isto.
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14:57 - 14:59Este estudo tornou-se muito famoso
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14:59 - 15:01e recebemos uma data de comentários,
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15:01 - 15:03especialmente de antropólogos, economistas,
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15:03 - 15:05filósofos.
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15:05 - 15:07Eles não gostaram disto de todo.
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15:07 - 15:10Porque eles tinham decidido nas suas cabeças, acho eu,
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15:10 - 15:12que a justiça é um assunto muito complexo
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15:12 - 15:14e que os animais não a podem ter.
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15:14 - 15:16Houve um filósofo que até nos escreveu a dizer
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15:16 - 15:19que era impossível que os macacos tivessem um sentido de justiça
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15:19 - 15:22porque a justiça foi inventada durante a Revolução Francesa.
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15:22 - 15:24(Risos)
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15:24 - 15:27Houve outro que escreveu um capítulo inteiro
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15:27 - 15:31dizendo que acreditaria que tinha alguma coisa a ver com justiça
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15:31 - 15:33se aquele que recebeu as uvas as recusasse.
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15:33 - 15:35Agora a parte engraçada é que Sarah Brosnan,
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15:35 - 15:37que tem feito isto com chimpanzés,
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15:37 - 15:39tinha algumas combinações de chimpanzés
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15:39 - 15:42em que, de facto, aquele que recebia as uvas recusava-as
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15:42 - 15:44até que o outro também recebesse uvas.
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15:44 - 15:47Portanto estamos a aproximar-nos muito do sentido de justiça humano.
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15:47 - 15:51E acho que os filósofos precisam de repensar a sua filosofia por um momento.
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15:51 - 15:53Deixem-me então resumir.
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15:53 - 15:55Acredito que há uma moralidade evoluída.
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15:55 - 15:57Acho que a moralidade é muito mais do que aquilo de que tenho estado a falar,
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15:57 - 16:00mas seria impossível sem estes ingredientes
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16:00 - 16:02que encontramos nos outros primatas,
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16:02 - 16:04que são a empatia e o consolo,
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16:04 - 16:07tendências pro-sociais e reciprocidade e um sentido de justiça.
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16:07 - 16:10E por isso trabalhamos nestes assuntos particulares
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16:10 - 16:13para ver se conseguimos criar uma moralidade de baixo para cima, por assim dizer,
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16:13 - 16:15sem necessariamente envolver Deus e religião,
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16:15 - 16:18e ver como é que conseguimos chegar a uma moralidade evoluída.
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16:18 - 16:21E agradeço-vos pela vossa atenção.
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16:21 - 16:30(Aplausos)
- Title:
- O comportamento moral nos animais
- Speaker:
- Frans de Waal
- Description:
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Empatia, cooperação, justiça e reciprocidade - ter em atenção o bem estar dos outros parece ser um traço muito humano. Mas Frans de Waal partilha alguns vídeos surpreendentes de testes comportamentais, com primatas e outros mamíferos, que mostram como muitos destes traços morais são partilhados por todos nós.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:31
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Moral behavior in animals | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Moral behavior in animals | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Moral behavior in animals | ||
Ilona Bastos approved Portuguese subtitles for Moral behavior in animals | ||
Ilona Bastos edited Portuguese subtitles for Moral behavior in animals | ||
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