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Uma pandemia global exige soluções globais

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    Helen Walters: Chris, quem é o primeiro?
  • 0:03 - 0:06
    Chris Anderson: Temos um homem
    que tem se preocupado com pandemias
  • 0:06 - 0:08
    praticamente por toda a vida dele.
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    Desempenhou um papel fundamental,
    há mais de 40 anos,
  • 0:11 - 0:15
    ajudando o mundo a se livrar
    do flagelo da varíola.
  • 0:16 - 0:17
    E, em 2006,
  • 0:17 - 0:21
    ele veio ao TED para avisar o mundo
  • 0:21 - 0:25
    do terrível risco de uma pandemia global,
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    e o que podíamos fazer sobre isso.
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    Então, por favor dê as boas-vindas
    ao Dr. Larry Brilliant.
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    Larry, que bom ver você.
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    Larry Brilliant: Obrigado,
    prazer em vê-lo.
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    CA: Larry, naquela palestra, você mostrou
    um videoclipe de uma simulação
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    de como uma pandemia se pareceria.
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    Gostaria de mostrá-la;
    ela me deu calafrios.
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    Larry Brilliant (TED2006):
    Deixem-me mostrar uma simulação
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    da aparência de uma pandemia,
  • 0:53 - 0:55
    então saberemos do que estamos falando.
  • 0:55 - 0:59
    Vamos supor, por exemplo,
    que o primeiro caso ocorra no sul da Ásia.
  • 1:00 - 1:05
    Inicialmente ela se move bem devagar,
    notam-se dois ou três locais distintos.
  • 1:07 - 1:10
    Depois, haverá surtos secundários.
  • 1:10 - 1:13
    E a doença se espalhará
    de país para país tão rápido
  • 1:13 - 1:16
    que não saberemos o que nos atingiu.
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    Em três semanas, estará no mundo todo.
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    Se tivéssemos um botão de desfazer,
  • 1:23 - 1:25
    pudéssemos voltar no tempo,
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    isolar e segurar o vírus quando começou,
  • 1:28 - 1:32
    se pudéssemos encontrá-lo
    e detectá-lo logo, uma reação precoce,
  • 1:32 - 1:35
    e pudéssemos prender cada um desses vírus,
  • 1:35 - 1:40
    essa seria a única maneira de lidar
    com algo como uma pandemia.
  • 1:42 - 1:46
    CA: Larry, isso que você mencionou:
    "detecção precoce, resposta precoce",
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    foi o tema principal dessa palestra,
    você nos fez repetir várias vezes.
  • 1:52 - 1:55
    Essa ainda é a chave
    para prevenir uma pandemia?
  • 1:57 - 1:59
    LB: Ah, com certeza.
  • 1:59 - 2:05
    Quando há uma pandemia,
    algo se movendo em velocidade exponencial,
  • 2:05 - 2:08
    se perdemos as duas primeiras semanas,
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    não são as mortes e as doenças
    dessas semanas que perdemos,
  • 2:12 - 2:14
    são as duas semanas de pico.
  • 2:14 - 2:18
    Dá para evitá-las se agimos cedo.
  • 2:18 - 2:24
    A resposta precoce é crucial,
    a detecção precoce é uma condição prévia.
  • 2:24 - 2:26
    CA: E como você avaliaria o mundo
  • 2:26 - 2:30
    com relação à detecção
    e resposta precoce ao COVID-19?
  • 2:31 - 2:34
    LB: Você me fez essa pergunta mais cedo,
    então pensei muito sobre isso.
  • 2:34 - 2:36
    Eu acho que iria por partes,
  • 2:36 - 2:39
    e fiz uma lista de países.
  • 2:39 - 2:45
    Acho que as repúblicas insulares
    de Taiwan, Islândia e Nova Zelândia
  • 2:45 - 2:46
    receberiam um A.
  • 2:46 - 2:50
    A república insular do Reino Unido
    e os Estados Unidos;
  • 2:50 - 2:54
    que não são uma ilha,
    não importa o quanto achemos que são;
  • 2:54 - 2:55
    seriam reprovadas.
  • 2:55 - 3:00
    Daria um B para a Alemanha
    e para a Coreia do Sul.
  • 3:02 - 3:08
    É uma resposta muito heterogênea,
    o mundo como um todo está falhando.
  • 3:08 - 3:12
    Não devemos nos orgulhar
    do que está acontecendo agora.
  • 3:13 - 3:16
    CA: Conseguimos detectar bem cedo,
  • 3:16 - 3:20
    ou pelo menos alguns médicos
    na China detectaram bem cedo.
  • 3:21 - 3:24
    LB: Mais cedo que o SARS de 2002,
    que levou seis meses.
  • 3:25 - 3:27
    A COVID-19 levou cerca de seis semanas.
  • 3:27 - 3:31
    Detectar não significa apenas
    encontrar o vírus, mas saber o que ele é.
  • 3:31 - 3:34
    Nos daria uma nota muito boa nisso.
  • 3:34 - 3:37
    Transparência, comunicação;
    essas são outras questões.
  • 3:40 - 3:43
    CA: Qual foi o principal erro
  • 3:43 - 3:46
    dos países para os quais você deu um F?
  • 3:47 - 3:49
    LB: Eu acho que o medo,
  • 3:49 - 3:53
    incompetência política, interferência,
  • 3:53 - 3:57
    não levar a sério rápido o bastante;
    é algo muito humano.
  • 3:57 - 3:59
    Acho que ao longo da história,
  • 3:59 - 4:04
    praticamente toda pandemia é vista
    pela primeira vez com negação e dúvida.
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    Aqueles países que agiram rapidamente,
  • 4:06 - 4:08
    e mesmo os que começaram devagar,
    como a Coreia do Sul,
  • 4:08 - 4:12
    ainda puderam compensar isso
    e se saíram muito bem.
  • 4:12 - 4:15
    Nós tivemos dois meses perdidos.
  • 4:15 - 4:19
    Demos a um vírus
    que se move exponencialmente
  • 4:19 - 4:21
    uma vantagem inicial de dois meses.
  • 4:21 - 4:23
    Não é uma boa ideia, Chris.
  • 4:23 - 4:25
    CA: Não, de fato.
  • 4:25 - 4:29
    Ainda há muita informação confusa
    por aí sobre esse vírus.
  • 4:30 - 4:34
    Em sua opinião, qual acabará sendo
    provavelmente o consenso científico
  • 4:34 - 4:40
    dos dois números principais:
    infecciosidade e taxa de mortalidade?
  • 4:41 - 4:44
    LB: Acho que a equação a ter em mente
  • 4:44 - 4:48
    é que o vírus se move dependente
    de três questões principais.
  • 4:48 - 4:50
    Uma é o R0, número básico de reprodução,
  • 4:50 - 4:55
    o primeiro número de casos secundários
    que existem quando o vírus surge.
  • 4:55 - 4:57
    Nesse caso,
  • 4:57 - 5:00
    as pessoas falam sobre ele ser 2.2, 2.4.
  • 5:00 - 5:03
    Mas saiu um artigo importante
    três semanas atrás,
  • 5:03 - 5:08
    na revista "Emerging Infectious Diseases",
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    sugerindo que ao analisar
    os dados de Wuhan,
  • 5:10 - 5:12
    é, na verdade, 5.7.
  • 5:12 - 5:13
    A título de argumentação,
  • 5:13 - 5:16
    digamos que o vírus está se movendo
    a uma velocidade exponencial
  • 5:16 - 5:20
    e o expoente está entre 2,2 e 5,7.
  • 5:21 - 5:22
    Os outros dois fatores que importam
  • 5:22 - 5:25
    são o período de incubação
    ou o tempo de geração.
  • 5:25 - 5:30
    Quanto mais demorarem,
    mais lenta será a pandemia.
  • 5:30 - 5:33
    Quando é muito rápido, como seis dias,
    ela se move como um raio.
  • 5:33 - 5:36
    Então a última questão e mais importante,
    e muitas vezes negligenciada,
  • 5:37 - 5:39
    é a densidade dos vulneráveis.
  • 5:39 - 5:40
    Este é um novo vírus,
  • 5:40 - 5:44
    então, queremos saber
    quantos anfitriões poderia ter.
  • 5:44 - 5:47
    E como ele é novo, são 8 bilhões de nós.
  • 5:47 - 5:52
    O mundo está enfrentando um vírus
    que nos vê como igualmente vulneráveis.
  • 5:52 - 5:54
    Não importa nossa cor, nossa raça,
  • 5:54 - 5:56
    ou quanto somos ricos.
  • 5:57 - 6:00
    CA: Nenhum dos números
    que mencionou até agora
  • 6:00 - 6:05
    é diferente de qualquer
    outra infecção nos últimos anos.
  • 6:05 - 6:09
    Que combinação tornou essa tão mortal?
  • 6:09 - 6:11
    LB: Bem, é exatamente a combinação
  • 6:11 - 6:15
    do curto período de incubação
    e da alta transmissibilidade.
  • 6:16 - 6:22
    Todo mundo conhece alguém com a doença.
  • 6:22 - 6:25
    Infelizmente, muitos perderam
    um ente querido.
  • 6:25 - 6:29
    Nos casos graves, esta doença é terrível.
  • 6:29 - 6:32
    Recebo ligações de médicos
    nos prontos-socorros
  • 6:32 - 6:36
    e tratando pessoas em UTIs no mundo todo,
  • 6:36 - 6:37
    e todos dizem a mesma coisa:
  • 6:37 - 6:41
    "Como escolho quem vai viver
    e quem vai morrer?
  • 6:41 - 6:45
    Tenho tão poucos recursos para trabalhar".
  • 6:45 - 6:47
    É uma doença aterrorizante:
  • 6:47 - 6:50
    o infectado morre sozinho
    com um ventilador nos pulmões,
  • 6:50 - 6:53
    e ela afeta todos os nossos órgãos.
  • 6:53 - 6:55
    É uma doença respiratória,
  • 6:55 - 6:57
    às vezes enganadora.
  • 6:57 - 6:58
    Faz você pensar em uma gripe.
  • 6:58 - 7:02
    Mas muitos pacientes têm sangue
    na urina, de doença renal,
  • 7:02 - 7:04
    eles têm gastroenterite,
  • 7:04 - 7:07
    certamente têm insuficiência cardíaca
    com muita frequência,
  • 7:07 - 7:11
    ela afeta o paladar e o olfato,
    os nervos olfativos,
  • 7:11 - 7:13
    sabemos, é claro, sobre o pulmão.
  • 7:13 - 7:15
    A pergunta que tenho:
  • 7:15 - 7:18
    existe algum órgão que não é afetado?
  • 7:18 - 7:19
    E nesse sentido,
  • 7:19 - 7:22
    isso me lembra demais a varíola.
  • 7:25 - 7:26
    CA: Então, temos um problemão.
  • 7:26 - 7:29
    Qual é o caminho a seguir a partir daqui?
  • 7:30 - 7:32
    LB: O caminho ainda é o mesmo.
  • 7:32 - 7:33
    Detecção rápida,
  • 7:33 - 7:35
    resposta rápida.
  • 7:35 - 7:36
    Identificar todos os casos
  • 7:36 - 7:39
    e com quem tiveram contato.
  • 7:39 - 7:42
    Temos uma nova tecnologia
    de rastreamento ótima,
  • 7:42 - 7:45
    temos cientistas incríveis
    trabalhando na velocidade da luz
  • 7:45 - 7:49
    para criar kits de teste,
    antivirais e vacinas.
  • 7:49 - 7:52
    Precisamos desacelerar,
  • 7:52 - 7:55
    os budistas dizem desacelerar o tempo,
  • 7:55 - 7:58
    para que possamos colocar
    coração e alma naquele espaço.
  • 7:58 - 8:01
    Precisamos diminuir a velocidade do vírus,
  • 8:01 - 8:03
    por isso fazemos o distanciamento social.
  • 8:04 - 8:05
    Só para ficar claro:
  • 8:05 - 8:07
    achatamento da curva
    e distanciamento social
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    não alteram o número absoluto de casos,
  • 8:11 - 8:15
    mas transformam o que poderia ser
    um pico semelhante ao Monte Fuji
  • 8:15 - 8:16
    em um batimento cardíaco.
  • 8:16 - 8:21
    Também não perderemos pessoas
    por causa da falta de leitos hospitalares;
  • 8:21 - 8:25
    pessoas que sofrem ataques cardíacos,
    fazem quimioterapia, partos difíceis,
  • 8:25 - 8:27
    podem ir ao hospital
  • 8:27 - 8:29
    e podemos usar os escassos
    recursos que temos,
  • 8:29 - 8:32
    especialmente nos países
    em desenvolvimento,
  • 8:32 - 8:33
    para tratar pessoas.
  • 8:33 - 8:35
    Desacelerando,
  • 8:35 - 8:37
    diminuímos a velocidade da epidemia,
  • 8:37 - 8:41
    e então nos infiltramos,
  • 8:41 - 8:44
    nos adiantamos, nos esforçamos, avançamos
  • 8:44 - 8:47
    e descobrimos todos os casos,
    rastreamos todos os contatos,
  • 8:47 - 8:48
    testamos todos os casos
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    e depois colocamos em quarentena
    apenas aqueles que precisam,
  • 8:52 - 8:55
    e fazemos isso até termos uma vacina.
  • 8:56 - 9:00
    CA: Parece que precisamos superar
    o estágio da mitigação,
  • 9:00 - 9:03
    no qual estamos apenas tentando
    fazer uma paralisação geral
  • 9:03 - 9:07
    até que possamos começar a identificar
    casos individuais novamente,
  • 9:07 - 9:10
    rastrear os contatos deles
    e tratá-los separadamente.
  • 9:10 - 9:16
    Para fazer isso, parece necessário
    dar um passo à frente na coordenação,
  • 9:16 - 9:20
    ambição, organização, investimento;
  • 9:20 - 9:24
    o que ainda não estamos
    vendo em alguns países.
  • 9:24 - 9:26
    Podemos fazer isso? Como?
  • 9:26 - 9:28
    LB: É claro que podemos.
  • 9:28 - 9:31
    Taiwan fez isso tão bem,
  • 9:31 - 9:36
    Islândia, Alemanha e Coreia do Sul também,
    todos com estratégias diferentes.
  • 9:36 - 9:40
    Realmente requer governança competente,
  • 9:40 - 9:42
    senso de seriedade,
  • 9:42 - 9:47
    e escutar os cientistas,
    e não os políticos, sobre o vírus.
  • 9:47 - 9:49
    Claro que podemos fazer isso.
  • 9:49 - 9:50
    Deixe-me lembrar a todos:
  • 9:50 - 9:54
    este não é o apocalipse zumbi,
    não é um evento de extinção em massa.
  • 9:55 - 9:59
    De todos nós, 98, 99% sairão vivos disso.
  • 10:01 - 10:04
    Precisamos lidar com isso da maneira
    que sabemos que podemos,
  • 10:04 - 10:07
    sendo a melhor versão de nós mesmos.
  • 10:07 - 10:09
    Tanto ficando em casa,
  • 10:09 - 10:13
    como na ciência e certamente na liderança.
  • 10:14 - 10:19
    CA: E pode haver patógenos
    ainda piores no futuro?
  • 10:19 - 10:23
    Você pode imaginar ou descrever
    uma combinação ainda pior desses números
  • 10:23 - 10:27
    que devamos começar a nos preparar?
  • 10:28 - 10:31
    LB: A varíola teve um R0 de 3,5 a 4,5,
  • 10:31 - 10:36
    então é, provavelmente,
    o que acho que esse COVID terá.
  • 10:36 - 10:38
    A varíola matou um terço das pessoas.
  • 10:38 - 10:39
    Mas nós tivemos uma vacina.
  • 10:39 - 10:43
    Então, esses são os diferentes cenários.
  • 10:43 - 10:47
    Mas o que mais me preocupa,
    e a razão do filme "Contágio",
  • 10:47 - 10:49
    no qual havia um vírus fictício;
  • 10:49 - 10:51
    repito, para você que está assistindo,
  • 10:51 - 10:52
    aquilo é ficção.
  • 10:52 - 10:56
    Criamos um vírus que matou
    muito mais do que este.
  • 10:56 - 11:01
    CA: Você está falando do filme "Contágio",
    que está sendo muito assistido na Netflix.
  • 11:01 - 11:03
    E você deu consultoria nele.
  • 11:03 - 11:04
    LB: Isso mesmo.
  • 11:04 - 11:06
    Nós fizemos esse filme deliberadamente
  • 11:06 - 11:09
    para mostrar como seria
    uma verdadeira pandemia,
  • 11:09 - 11:12
    mas escolhemos um vírus terrível.
  • 11:13 - 11:17
    E o mostramos assim, passando
    de um morcego para uma maçã,
  • 11:17 - 11:19
    para um porco, um cozinheiro,
    até a Gwyneth Paltrow,
  • 11:20 - 11:24
    porque na natureza chamamos
    isso de transbordamento:
  • 11:24 - 11:26
    quando doenças zoonóticas,
  • 11:26 - 11:30
    doenças de animais,
    são transmitidas para seres humanos.
  • 11:30 - 11:34
    E se eu olhar para trás três décadas,
    ou avançar três décadas...
  • 11:34 - 11:38
    Olhando para trás três décadas:
    Ebola, SARS, Zika,
  • 11:38 - 11:40
    gripes suína e aviária,
    febre do Nilo Ocidental,
  • 11:40 - 11:46
    podemos começar quase um catecismo
    e ouvir toda a cacofonia desses nomes.
  • 11:46 - 11:52
    Mas havia 30 a 50 novos vírus
    que aferaram os seres humanos.
  • 11:52 - 11:56
    Temo que olhando para frente,
    estamos na era das pandemias,
  • 11:56 - 11:58
    temos que nos comportar assim,
  • 11:58 - 12:00
    precisamos praticar o "One Health",
  • 12:00 - 12:03
    precisamos entender que estamos
    vivendo no mesmo mundo;
  • 12:03 - 12:05
    os animais, o meio ambiente e nós;
  • 12:05 - 12:10
    e nos livrarmos dessa ficção de que somos
    algum tipo de espécie especial.
  • 12:10 - 12:12
    Para o vírus, nós não somos.
  • 12:14 - 12:18
    CA: Mas você mencionou vacinas.
    Vê algum caminho rápido para alguma?
  • 12:19 - 12:20
    LB: Vejo.
  • 12:20 - 12:24
    Estou realmente animado
    em ver que estamos fazendo algo
  • 12:24 - 12:27
    que só imaginamos na computação,
  • 12:28 - 12:32
    que estamos mudando o que tem sempre sido
  • 12:32 - 12:35
    múltiplos processos sequenciais.
  • 12:35 - 12:37
    Fazer testes de segurança:
  • 12:38 - 12:41
    testar a eficácia e depois a eficiência.
  • 12:41 - 12:43
    E depois, produzir.
  • 12:43 - 12:45
    Realizamos as três ou quatro etapas,
  • 12:45 - 12:48
    em vez de fazer em sequência,
    estamos fazendo em paralelo.
  • 12:48 - 12:52
    Bill Gates disse que vai construir
    sete linhas de produção de vacinas
  • 12:52 - 12:53
    nos Estados Unidos,
  • 12:53 - 12:58
    e começar a se preparar para a produção,
    sem saber qual será a vacina final.
  • 12:58 - 13:04
    Estamos fazendo simultaneamente
    testes de segurança e de eficácia.
  • 13:04 - 13:06
    Acho que o "National Institutes
    of Health" avançou.
  • 13:06 - 13:09
    Estou entusiasmado ao ver isso.
  • 13:09 - 13:13
    CA: E como acha que isso se traduz
    em uma linha do tempo provável?
  • 13:13 - 13:16
    Um ano, 18 meses, isso é possível?
  • 13:17 - 13:21
    LB: Tony Fauci é nosso guru nisso,
    e ele disse de 12 a 18 meses.
  • 13:21 - 13:25
    Acho que faremos mais rápido
    do que isso para a vacina inicial.
  • 13:25 - 13:31
    Mas deve ter ouvido falar que esse vírus
    pode não nos dar imunidade a longo prazo,
  • 13:31 - 13:33
    como foi com a varíola.
  • 13:33 - 13:37
    Então, estamos tentando fazer vacinas
    nas quais adicionamos adjuvantes
  • 13:37 - 13:44
    que as façam criar uma melhor imunidade
    do que a própria doença,
  • 13:44 - 13:47
    para que possamos conferir
    imunidade por muitos anos.
  • 13:47 - 13:49
    Isso vai demorar um pouco mais.
  • 13:49 - 13:51
    CA: Última pergunta, Larry.
  • 13:51 - 13:56
    Em 2006, como vencedor do Prêmio TED,
  • 13:56 - 13:57
    lhe concedemos um desejo,
  • 13:57 - 14:00
    e você desejou que o mundo criasse
    um sistema de preparação para uma pandemia
  • 14:00 - 14:02
    que impedisse algo assim.
  • 14:02 - 14:05
    Sinto que nós, o mundo,
    decepcionamos você.
  • 14:05 - 14:09
    Se tivesse outro desejo agora, qual seria?
  • 14:11 - 14:14
    LB: Acho que não estamos decepcionados
    com a velocidade de detecção.
  • 14:14 - 14:15
    Estou muito satisfeito.
  • 14:15 - 14:18
    Quando nos conhecemos em 2006,
  • 14:18 - 14:21
    demoramos seis meses para descobrir
    a média de tempo desses vírus
  • 14:21 - 14:23
    saltando de um animal para um humano,
  • 14:23 - 14:25
    como o primeiro Ebola.
  • 14:25 - 14:28
    Agora estamos descobrindo
    os primeiros casos em duas semanas.
  • 14:29 - 14:30
    Eu não estou insatisfeito com isso,
  • 14:30 - 14:33
    gostaria de reduzir
    a um único período de incubação.
  • 14:33 - 14:35
    É um problema maior pra mim.
  • 14:35 - 14:38
    No Programa de Erradicação da Varíola,
  • 14:38 - 14:42
    descobri que pessoas
    de todas as cores, religiões, raças,
  • 14:42 - 14:45
    de tantos países, se uniram.
  • 14:45 - 14:48
    E foi preciso trabalhar
    como uma comunidade global
  • 14:49 - 14:51
    para vencer uma pandemia global.
  • 14:51 - 14:57
    Agora, sinto que nos tornamos
    vítimas de forças centrífugas.
  • 14:57 - 15:02
    Estamos em um tipo
    de barricada nacionalista.
  • 15:02 - 15:05
    Não conseguiremos vencer uma pandemia
  • 15:05 - 15:08
    a menos que acreditemos
    que estamos juntos nisso.
  • 15:08 - 15:12
    Esta não é uma declaração
    da Era de Aquário, ou Kumbaya,
  • 15:12 - 15:15
    é o que uma pandemia
    nos obriga a entender.
  • 15:15 - 15:17
    Estamos todos juntos nisso,
  • 15:17 - 15:20
    precisamos de uma solução global
    para um problema global.
  • 15:20 - 15:23
    Menos do que isso é impensável.
  • 15:24 - 15:26
    CA: Larry Brilliant, muito obrigado.
  • 15:27 - 15:29
    LB: Obrigado, Chris.
Title:
Uma pandemia global exige soluções globais
Speaker:
Larry Brilliant
Description:

Analisando os fatos e números do surto de coronavírus, o epidemiologista Larry Brilliant avalia a resposta global em uma entrevista franca com o curador do TED Chris Anderson. Brilliant apresenta um plano claro para acabar com a pandemia, e mostra por que, para alcançá-lo, teremos que trabalhar juntos em divisões políticas e geográficas. "Este não é o apocalipse zumbi, não é um evento de extinção em massa", diz ele. "Precisamos ser a melhor versão de nós mesmos." (Gravado em 22 de abril de 2020)

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:41

Portuguese, Brazilian subtitles

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