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[Armazém]
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[Mente]
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Agora chegamos
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ao 7º exercício do Buda.
Reconhecer a formação mental,
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o sentimento
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que é doloroso.
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O tipo de sentimento ou emoção.
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Esse sentimento, essa emoção
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baseiam-se
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numa semente aqui na consciência armazém.
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Quando é regada,
torna-se uma zona de energia aqui.
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Tristeza, ou medo,
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ou raiva.
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Assim, o sentimento está aqui
como uma formação mental.
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[formação mental]
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E quando está aqui,
chama-se semente.
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[semente]
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Uma semente.
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(Chinês).
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Bija em Sânscrito.
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[bīja]
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Formação mental é (Chinês).
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Citta samskara.
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[citta samskara]
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Então, quando um 'bija'
se torna um 'citta samskara',
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e quando é um sentimento doloroso,
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a prática consiste em não permitir
que esse sentimento te domine.
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Uma boa praticante saberá
o que fazer e o que não fazer
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quando um sentimento doloroso se manifesta.
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Ela está familiarizada com a prática
da respiração consciente, da caminhada consciente.
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No momento em que
o sentimento doloroso surge,
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ela regressa à sua respiração consciente,
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e toca a semente da atenção plena nela,
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convidando a semente da atenção plena
a emergir
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e a reconhecer o sentimento.
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O sentimento doloroso
é uma zona de energia aqui.
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Podemos chamá-lo 'energia número 1'.
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[E1]
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Energia um.
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E a atenção plena gerada
pela prática da respiração consciente,
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da caminhada consciente,
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também pode ser chamada
uma zona de energia criada na consciência mental.
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Energia 2.
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[E2]
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Energia 2 existe para reconhecer a energia 1.
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Ao inspirar, estou consciente
da raiva em mim.
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Ao inspirar, estou consciente
do desespero em mim.
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Doloroso, difícil de suportar.
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Assim, em vez de ter
um único tipo de energia na consciência mental,
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tens dois tipos de energia.
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E o segundo tipo
é o fruto da tua prática
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da respiração consciente, da caminhada consciente.
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O segundo tipo de energia
não existe para lutar contra o primeiro,
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porque na prática budista,
não há luta,
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não há violência.
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A atenção plena és tu,
mas a tristeza também és tu.
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Por isso, a atenção plena
não luta contra a tristeza ou o medo.
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A primeira coisa que a atenção plena deve fazer
é reconhecer.
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Ao inspirar, sei que
o sentimento de desespero está em mim.
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Ao expirar, sorrio
para a energia do desespero em mim.
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Reconhecer, sem negar,
sem tentar fugir.
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É muito importante. Reconhecer.
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De facto, a primeira função da atenção plena
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é estar consciente, reconhecer.
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"Ah, a minha querida dorzinha!
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O meu sentimento doloroso, sei que estás aqui.
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Vou cuidar bem de ti."
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E depois, continuas a praticar
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para que a energia da atenção plena
continue a ser gerada.
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E com essa segunda energia
abraças a primeira energia.
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Com ternura, com ternura.
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Com a mais absoluta não-violência.
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É como uma mãe segurando o seu bebé.
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Bebé-raiva, bebé-desespero,
bebé-dor.
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A mãe não está a tentar punir,
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nem a fazer violência ao seu bebé.
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A mãe está lá para o bebé,
porque o bebé precisa dos seus cuidados.
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Assim, a atenção plena é a mãe,
e o sentimento doloroso é o bebé.
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Tu, enquanto praticante,
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sempre que um sentimento doloroso nascer,
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voltas para casa e
cuidas bem do teu sentimento
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pela prática da atenção plena,
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a energia da atenção plena gerada
pela prática da respiração consciente,
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da caminhada consciente.
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Sem violência.
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Sem esforço para fugir.
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Tens de estar lá para ele.
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É a prática do amor.
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Quando o teu ente querido sofre,
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tens de praticar o terceiro mantra:
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"Querido/a, sei que estás a sofrer.
É por isso que estou aqui para ti."
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Esta é exatamente a prática,
o terceiro mantra.
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"Querido/a, sei que estás a sofrer.
É por isso que estou aqui para ti."
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Isto é a atenção plena a falar
ao sentimento doloroso.
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Se conseguires continuar por alguns minutos,
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a energia 2 começará a penetrar
na energia 1.
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E haverá uma transformação.
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Alívio, primeiro há um alívio,
e depois, há uma transformação.
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É como uma flor de lótus
pela manhã, de manhã bem cedo.
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Ainda está assim.
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Mas se o sol
continuar a brilhar sobre ela,
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então, algumas horas depois,
o lótus vai abrir-se para o sol.
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Essa é a energia
do sol a penetrar.
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Assim, a energia da atenção plena
não ataca a energia da raiva,
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do medo.
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Mas ela abraça-a e
começa a penetrar nela.
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Neutraliza-a,
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e depois, tens um alívio.
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E com o elemento de olhar profundamente,
vipassana,
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haverá uma compreensão profunda
da natureza do sentimento.
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E poderás libertá-lo
e transformá-lo completamente.
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Mas o primeiro passo é reconhecer,
o segundo passo é abraçar.
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O terceiro passo é trazer alívio.
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E só com o quarto passo,
com o olhar profundo,
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poderás trazer a visão
para transformar, desatar o sentimento.
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Primeiro passo, reconhecer.
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[1. reconhecer]
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Segundo passo, abraçar.
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[2. abraçar]
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Terceiro,
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[3. alívio]
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trazer alívio.
Quarto, transformação.
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[4. transformação]
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Mas no 7º exercício,
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o Buda aconselha-nos
a fazer apenas a primeira coisa,
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a tornar-nos conscientes do sentimento.
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E a segunda coisa é abraçá-lo.
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Porque o trabalho de transformação
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precisa de alguma prática de olhar profundamente
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que será oferecida na prática -
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nos últimos quatro exercícios.
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Porque nos últimos quatro exercícios,
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praticamos olhar profundamente
na natureza da realidade.
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Se tiveres uma cópia do livro,
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O Caminho da Emancipação,
(The Path of Emancipation)
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poderás usar esse livro
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para saber mais
sobre este tipo de prática.
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[Monastério Deer Park
na grande montanha escondida]