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Minha cidade em transição | Rob Hopkins | TEDxExeter

  • 0:16 - 0:19
    Olá, quero contar para vocês
    uma história que liga
  • 0:19 - 0:21
    muito do que já foi dito aqui,
  • 0:21 - 0:25
    e que examina o que poderia ser
    no contexto de um só lugar.
  • 0:25 - 0:28
    É uma história, eu acho,
    que poderá mudar o mundo.
  • 0:28 - 0:32
    É uma história
    que já está mudando o mundo,
  • 0:32 - 0:35
    é a história da minha cidade,
    Totnes, em Devon.
  • 0:35 - 0:38
    Totnes tem cerca de 8.500 habitantes,
  • 0:38 - 0:40
    e fica entre Exeter e Plymouth.
  • 0:40 - 0:43
    Mas antes desta história
    quero falar sobre Totnes,
  • 0:43 - 0:46
    mas antes tenho que contar
    uma outra história.
  • 0:46 - 0:47
    (Risos)
  • 0:47 - 0:50
    (Aplausos)
  • 0:53 - 0:57
    Já chamaram Totnes
    de “Capital Alternativa Chique”
  • 0:57 - 0:59
    “Chique” e não “sheep” de ovelha.
  • 0:59 - 1:04
    “Capital Alternativa Chique”,
    que ideia terrível demais de se imaginar.
  • 1:04 - 1:07
    Num artigo do jornal local,
    “The Western Morning News”,
  • 1:07 - 1:08
    do qual voltarei a falar,
  • 1:08 - 1:11
    havia referências
    ao residente comum de Totnes como:
  • 1:11 - 1:14
    “ele anda de sandálias, é clarividente,
    faz esculturas em sabão,
  • 1:14 - 1:18
    e vive só de arroz integral
    e chirívias orgânicas”.
  • 1:18 - 1:20
    (Risos)
  • 1:20 - 1:23
    O poeta local, Matt Harvey,
    diz que quando se vive lá por muito tempo
  • 1:23 - 1:25
    o corpo começa a segregar um hormônio
  • 1:25 - 1:27
    chamado “Totnesterone”,
  • 1:27 - 1:29
    em que a energia masculina e feminina
  • 1:29 - 1:31
    entram em perfeito equilíbrio entre si.
  • 1:31 - 1:34
    (Risos) (Aplausos)
  • 1:37 - 1:39
    Mas, acho que o importante mesmo
  • 1:39 - 1:41
    é irmos além dos estereótipos da cidade,
  • 1:41 - 1:43
    para outra história
    do que está acontecendo lá,
  • 1:43 - 1:45
    a qual considero ser realmente importante.
  • 1:45 - 1:48
    Totnes tem porcentagem bem maior
    do que a média nacional,
  • 1:48 - 1:51
    de famílias que trabalham em tempo parcial
    e não em tempo integral,
  • 1:51 - 1:55
    e 50% das famílias de Totnes
    ganham abaixo de £ 20 mil por ano,
  • 1:55 - 1:56
    a média salarial nacional.
  • 1:56 - 1:58
    A habitação é muito cara,
  • 1:58 - 2:03
    e grande parte da indústria e empregos
    desapareceram nos últimos 15 a 20 anos:
  • 2:03 - 2:05
    a fábrica de bacon, a de leite,
    a escola de arte,
  • 2:05 - 2:08
    a tal ponto que o empresário
    e historiador local,
  • 2:08 - 2:11
    Walter King, diz que talvez
    o que estamos presenciando
  • 2:11 - 2:16
    é “um lento fim de Totnes
    como uma cidade próspera.”
  • 2:16 - 2:21
    E é neste contexto que quero falar.
  • 2:22 - 2:25
    Meu envolvimento começou em 2005,
  • 2:25 - 2:29
    quando começamos a mostrar filmes
    sobre o pico do petróleo,
  • 2:29 - 2:32
    sobre a noção de que estamos chegando
    ao fim da era da energia barata,
  • 2:32 - 2:35
    e de tudo aquilo que ela tornou possível.
  • 2:35 - 2:37
    Entramos no tempo
    em que o preço da energia
  • 2:37 - 2:39
    fica cada vez mais volátil
  • 2:39 - 2:41
    e o que precisamos fazer,
    com foco, determinação,
  • 2:41 - 2:46
    otimismo e senso de possibilidade,
    é projetar uma forma de sair disto.
  • 2:46 - 2:48
    O mesmo para resolver mudanças climáticas.
  • 2:48 - 2:51
    Esta é a primeira palestra
    que dei na cidade,
  • 2:51 - 2:56
    e esta história começou a surgir
    a partir deste ponto.
  • 2:56 - 3:01
    Basicamente, não há cavalarias
    vindo salvar lugares como Totnes,
  • 3:01 - 3:03
    ou os lugares onde vocês vivem.
  • 3:03 - 3:05
    Na situação econômica atual,
  • 3:05 - 3:08
    os problemas com o pico do petróleo
    e com as mudanças climáticas,
  • 3:08 - 3:10
    o que realmente é preciso, eu diria,
  • 3:10 - 3:13
    é reunir, engajar o gênio coletivo
  • 3:13 - 3:16
    das pessoas ao nosso redor,
    focar estes desafios,
  • 3:16 - 3:18
    e encará-los como grandes oportunidades
  • 3:18 - 3:21
    de serem mais brilhantes do que nunca,
  • 3:21 - 3:23
    criar algo verdadeiramente histórico.
  • 3:23 - 3:25
    Vou lhes mostrar uma animação curta
  • 3:25 - 3:29
    do filme que acabou de ser lançado,
    chamado “In Transition 2.0”,
  • 3:29 - 3:33
    o qual, oxalá, captura criativamente
    um proposta para a Transição,
  • 3:33 - 3:35
    para fazer a mudança de base acontecer.
  • 3:35 - 3:37
    (Vídeo): Pensem na economia
    do lugar onde vivem
  • 3:37 - 3:39
    como se fosse um balde grande.
  • 3:39 - 3:42
    E o balde contém as aposentadorias,
    os salários, as concessões, etc.
  • 3:42 - 3:45
    Mas agora, coisas como supermercado,
  • 3:45 - 3:48
    contas de luz, internet e compras
  • 3:48 - 3:51
    estão fazendo furos no balde,
    o que significa
  • 3:51 - 3:54
    que nossa riqueza acumulada
    e todo seu potencial
  • 3:54 - 3:55
    simplesmente estão se esvaindo.
  • 3:55 - 4:00
    E, cada vazamento no balde
    é um potencial local de meio de sustento,
  • 4:00 - 4:03
    ou oportunidades
    de treinamento para jovens.
  • 4:03 - 4:06
    Portanto, apoiar as companhias
    de energia comunitárias,
  • 4:06 - 4:09
    apoiar os produtos alimentícios locais,
    quando é possível,
  • 4:09 - 4:11
    estimular estas coisas onde não existem,
  • 4:11 - 4:12
    e usar a moeda local,
  • 4:12 - 4:17
    são todas formas muito hábeis
    de tapar os furos no balde.
  • 4:17 - 4:20
    Rob Hopkins: Bem no início do projeto
    Cidade em Transição de Totnes,
  • 4:20 - 4:22
    quando ele começou a ficar famoso,
  • 4:22 - 4:25
    organizamos nosso primeiro evento
    "The Unleashing”,
  • 4:25 - 4:28
    e dali, muito rápido,
    os projetos começaram a eclodir.
  • 4:28 - 4:30
    As pessoas se empolgaram, se inspiraram,
  • 4:30 - 4:32
    queriam ver isto acontecer
    em suas regiões.
  • 4:32 - 4:36
    Havia projetos como
    o plantio de amendoeiras,
  • 4:36 - 4:39
    queríamos plantar
    árvores frutíferas em toda a cidade.
  • 4:39 - 4:42
    Plantamos 250 árvores,
  • 4:42 - 4:44
    cuidadas por pessoas que vivem perto.
  • 4:44 - 4:48
    Muitos negociantes
    pagam para serem plantadas.
  • 4:48 - 4:50
    A nossa primeira colheita de amêndoas
  • 4:50 - 4:53
    veio de um parque local no outono passado.
  • 4:53 - 4:57
    O esquema da libra local de Totnes
    foi especificamente projetado
  • 4:57 - 4:59
    para que não passem
    pelos buracos do balde,
  • 4:59 - 5:01
    porque fora de Totnes,
    a moeda não tem valor nenhum.
  • 5:01 - 5:05
    A moeda é local, não pode ser depositada
    em paraísos fiscais.
  • 5:05 - 5:08
    Não tem valor nas ilhas de Cayman!
  • 5:08 - 5:10
    Há um catálogo de produtos
    locais para dar apoio
  • 5:10 - 5:12
    às empresas alimentícias locais.
  • 5:12 - 5:15
    Um grupo de coabitação estuda
    formas de construir moradias comunitárias
  • 5:15 - 5:18
    a preços acessíveis,
    como parte do desenvolvimento local.
  • 5:18 - 5:21
    Os projetos de conscientização
    como o “Open Eco-Homes”,
  • 5:21 - 5:23
    ou os “Jardins Comestíveis”
    abertos ao público,
  • 5:23 - 5:26
    situados nas casas das pessoas
    que já praticam isto,
  • 5:26 - 5:28
    e aprender com elas.
  • 5:28 - 5:30
    O “Garden Share”
    para aqueles com jardim em casa
  • 5:30 - 5:32
    mas são idosos
    ou muito ocupados para cultivá-lo,
  • 5:32 - 5:34
    e se juntam àqueles
    que querem fazer horta
  • 5:34 - 5:36
    mas não possuem um jardim.
  • 5:36 - 5:38
    Isto está indo muito bem.
  • 5:38 - 5:41
    Em 2009, três anos
    após o começo do movimento,
  • 5:41 - 5:43
    constatamos em uma pesquisa
  • 5:43 - 5:47
    que 75% das pessoas da cidade
    ouviram falar do que fazíamos,
  • 5:47 - 5:49
    62% a aprovaram
    e a consideraram uma boa ideia,
  • 5:49 - 5:54
    e 30-33% já participavam
    de uma forma ou outra.
  • 5:54 - 5:58
    Mas começamos a ouvir histórias
    de como isto era feito em outros lugares.
  • 5:58 - 5:59
    A minha história favorita
  • 5:59 - 6:03
    é a da filha de uma mulher
    muito ativa nas igrejas locais,
  • 6:03 - 6:05
    que foi de férias para o Canadá,
    para fazer canoagem.
  • 6:05 - 6:08
    Ela estava no meio
    de um dos grandes lagos,
  • 6:08 - 6:10
    quando viu uma outra canoa e pensou:
  • 6:10 - 6:12
    "Eu vou ser gentil,
    vou remar até ele e dizer oi.”
  • 6:12 - 6:14
    Aproximou-se e começaram a conversar.
  • 6:14 - 6:16
    “Você é de onde?"
    “De Totnes, em Devon.”
  • 6:16 - 6:19
    “Ah, Totnes, a Cidade em Transição.”
  • 6:19 - 6:22
    É incrível como esta história se espalhou.
  • 6:22 - 6:26
    Mas muito rápido tivemos
    que criar bases para isto,
  • 6:26 - 6:29
    pois crescia depressa demais.
  • 6:29 - 6:31
    Havia muito interesse
    tanto local como de fora,
  • 6:31 - 6:34
    pessoas perguntando:
    “O que vocês estão fazendo?”
  • 6:34 - 6:36
    “Como isto funciona?”
  • 6:36 - 6:38
    A organização da
    Cidade em Transição de Totnes
  • 6:38 - 6:41
    foi criada para dar apoio a projetos.
  • 6:41 - 6:43
    É uma “Fazocracia”,
  • 6:43 - 6:46
    só quem se envolve pode tomar decisões.
  • 6:46 - 6:49
    Por enquanto empregamos
    dois funcionários,
  • 6:49 - 6:53
    e, em cinco anos,
    arrecadou quase £ 1 milhão
  • 6:53 - 6:59
    e acho que tornou-se rapidamente
    um dos pilares da cultura local.
  • 6:59 - 7:01
    Quando nós começamos com Transição,
  • 7:01 - 7:03
    eu imaginava ser
    um movimento ambientalista.
  • 7:03 - 7:06
    Mas cada vez mais vejo
    isto sendo algo cultural.
  • 7:06 - 7:08
    Como você muda a história
    de onde você vive?
  • 7:08 - 7:10
    E, nisto existe
    um processo inteiro em que:
  • 7:10 - 7:13
    “Podemos começar
    um monte de projetos diferentes,
  • 7:13 - 7:15
    mas, se começarmos a vê-los como um todo,
  • 7:15 - 7:17
    se criamos uma visão,
  • 7:17 - 7:20
    uma história com que as pessoas
    possam entrar em sintonia,
  • 7:20 - 7:22
    aí começa a fazer sentido.”
  • 7:22 - 7:24
    Criamos dois projetos que, na verdade,
  • 7:24 - 7:27
    são pontos estratégicos
    em torno do design.
  • 7:27 - 7:29
    Um é o Plano de Ação
    de Energia Decrescente,
  • 7:29 - 7:32
    que podem ver online,
    e envolve centenas de pessoas
  • 7:32 - 7:35
    falando sobre a visão,
    sobre o que poderia acontecer localmente,
  • 7:35 - 7:38
    se víssemos o pico do petróleo,
    e as mudanças climáticas
  • 7:38 - 7:42
    como uma grande oportunidade
    para isto ser brilhante.
  • 7:42 - 7:45
    O outro é o “Modelo Econômico"
  • 7:45 - 7:49
    que é o modelo econômico
    atual da nossa prefeitura.
  • 7:49 - 7:52
    O incrível é que esta
    é a primeira vez que me conscientizo
  • 7:52 - 7:56
    de que isto começa a mapear
    o potencial da economia local.
  • 7:56 - 7:59
    O que isto engloba,
    e como começar o ciclo localmente
  • 7:59 - 8:02
    para começamos a tapar
    alguns dos vazamentos?
  • 8:02 - 8:04
    Uma conclusão inicial, por exemplo,
  • 8:04 - 8:08
    é que cada ano gastamos
    £ 30 milhões em alimentação,
  • 8:08 - 8:11
    sendo que £ 20 milhões
    são gastos em dois supermercados.
  • 8:11 - 8:17
    Se apenas 10% desse gasto
    fossem em produtos locais,
  • 8:17 - 8:21
    traríamos £ 2 milhões
    para a economia local.
  • 8:21 - 8:23
    Dispensaríamos concessões do governo,
  • 8:23 - 8:25
    não precisaríamos
    das grandes empresas.
  • 8:25 - 8:28
    Os £ 2 milhões permitiriam formar
    e treinar técnicos,
  • 8:28 - 8:30
    novos meios de sustento,
    e novos empreendimentos.
  • 8:30 - 8:35
    Para mim, isto é uma grande ideia
    e muito importante para nossos tempos.
  • 8:35 - 8:40
    Uns anos atrás elaboramos um projeto
    que acho realmente interessante;
  • 8:40 - 8:42
    isto somos nós após iniciarmos
    uma organização
  • 8:42 - 8:46
    com foco nas reações ao pico do petróleo
    e às mudanças climáticas.
  • 8:46 - 8:48
    Chama-se "Transition Streets”.
  • 8:48 - 8:52
    A ideia básica do "Transition Streets”
    é que mudanças são mais efetivas
  • 8:52 - 8:54
    se nos aliamos aos nossos vizinhos,
  • 8:54 - 8:56
    e funciona no âmbito de rua em rua.
  • 8:56 - 8:58
    Você sai na sua rua, bate às portas,
  • 8:58 - 9:02
    você junta entre seis e dez pessoas
  • 9:02 - 9:04
    e combina sete encontros
    na casa de cada um.
  • 9:04 - 9:06
    Uma semana vocês discutem a água.
  • 9:06 - 9:07
    Na outra semana, energia.
  • 9:07 - 9:09
    Na outra, alimentação.
  • 9:09 - 9:12
    No final de cada sessão,
    vocês decidem o que pretendem fazer.
  • 9:12 - 9:14
    Em média, cada família que se envolve
  • 9:14 - 9:17
    corta sua emissão de carbono
    em cerca de 1,3 tonelada,
  • 9:17 - 9:19
    poupando aproximadamente £ 600.
  • 9:19 - 9:21
    Quinhentas famílias já fizeram isto.
  • 9:21 - 9:26
    Uma redução muito significativa
    nas emissões da cidade.
  • 9:26 - 9:28
    Quando encontro pessoas
    nas ruas elas não dizem:
  • 9:28 - 9:30
    “Que bom Rob, fazemos
    o "Transition Streets”,
  • 9:30 - 9:32
    salvamos 1,3 tonelada de carbono,
  • 9:32 - 9:34
    e ficamos muito orgulhosos, tão bom!
  • 9:34 - 9:36
    Realmente fizemos a nossa parte.”
  • 9:36 - 9:40
    Dizem: “É bacana, agora conheço
    Sandra na minha rua, Dave na minha rua.
  • 9:40 - 9:42
    Está aí, eu não o conhecia,
    é um cara interessante,
  • 9:42 - 9:44
    ele sabe de tudo
    e me ensina o que sabe."
  • 9:44 - 9:47
    Todo este lado social do projeto
    torna-se importante.
  • 9:47 - 9:50
    Pedimos às pessoas
    que fizessem um relatório no final
  • 9:50 - 9:52
    e juntassem tudo que tinham aprendido:
  • 9:52 - 9:54
    "Por que participou
    do 'Transition Streets'"?
  • 9:54 - 9:58
    A maioria respondeu: "Porque queria
    conhecer os meus vizinhos."
  • 9:58 - 9:59
    E, quando perguntamos:
  • 9:59 - 10:02
    “Quais os principais benefícios
    que sente que ganhou
  • 10:02 - 10:03
    por se envolver no projeto?”,
  • 10:03 - 10:07
    uma "nuvem de palavras"
    resume as respostas:
  • 10:07 - 10:10
    comunidade, vizinhos, fazer amizades.
  • 10:10 - 10:12
    Mudanças climáticas
    nem são mencionadas.
  • 10:12 - 10:14
    Pico, a palavrinha
    no canto inferior direito,
  • 10:14 - 10:17
    ou esquerdo, não me lembro
    bem de qual lado.
  • 10:17 - 10:19
    O que para mim
    é realmente fascinante
  • 10:19 - 10:22
    é que talvez, em termos de fazer
    a mudança acontecer,
  • 10:22 - 10:24
    exista uma forma diferente de se fazer,
  • 10:24 - 10:27
    algo meio infeccioso e virótico,
  • 10:27 - 10:30
    que é divertido e contagiante.
  • 10:30 - 10:32
    Uso muitas analogias com as doenças,
  • 10:32 - 10:36
    mesmo tentando evitar,
    elas me vêm à cabeça muito rápido.
  • 10:38 - 10:40
    E, agora, nos concentramos
    cada vez mais
  • 10:40 - 10:45
    em como transformar esta nova economia
    em realidade na cidade.
  • 10:45 - 10:47
    Se a cavalaria não chega,
    o que fazer então?
  • 10:47 - 10:50
    Como seria se começássemos
    a colocar isso em prática?
  • 10:50 - 10:55
    Já temos a “Totnes Renewable
    Energy Society” com 500 sócios,
  • 10:55 - 10:58
    com planos para a instalação
    de duas turbinas eólicas
  • 10:58 - 11:00
    nos arredores da cidade.
  • 11:00 - 11:02
    “Transition Tours”, que organiza passeios
  • 11:02 - 11:05
    para pessoas visitando Totnes
    para aprender sobre Transição,
  • 11:05 - 11:07
    uma experiência tão boa para elas
  • 11:07 - 11:10
    e que nos motiva
    a ir mais a fundo no projeto.
  • 11:10 - 11:13
    “Transition Homes”, um projeto
    que examina maneiras de construir
  • 11:13 - 11:18
    20 casas baratas, predominantemente
    usando materiais locais.
  • 11:18 - 11:20
    Porque da mesma forma
    que a alimentação local
  • 11:20 - 11:23
    injeta mais fundos
    no ciclo da nossa economia,
  • 11:23 - 11:26
    o mesmo sucede
    com materiais de construção.
  • 11:26 - 11:29
    Vemos que negócios começam a surgir
  • 11:29 - 11:31
    através do tipo de cultura
    que está sendo criado:
  • 11:31 - 11:34
    “Precisamos de novas empresas
    neste setor. Quem topa?”
  • 11:34 - 11:36
    Recentemente organizamos algo chamado
  • 11:36 - 11:38
    "Local Entrepreneur's Forum”
    em que reunimos
  • 11:38 - 11:40
    pessoas com ideias de negócios.
  • 11:40 - 11:43
    Cerca de 40 pessoas apresentaram
    ideias boas e variadas
  • 11:43 - 11:46
    aos potenciais investidores
    locais e mentores
  • 11:46 - 11:50
    para realmente tentar impulsionar
    um caminho para esta nova economia.
  • 11:50 - 11:52
    Então, temos um microprojeto
    para uma cervejaria
  • 11:52 - 11:54
    acontecendo brevemente.
  • 11:54 - 11:57
    “Kitchen table”, que na verdade,
    são serviços alimentares,
  • 11:57 - 11:59
    tentando catalisar
    muitos outros fatores
  • 11:59 - 12:01
    em torno de alimentos locais.
  • 12:01 - 12:03
    Estão à procura de negócios
    com determinados critérios,
  • 12:03 - 12:05
    que, na verdade, referem-se a:
  • 12:05 - 12:07
    promover a resiliência local;
  • 12:07 - 12:09
    conter baixos níveis de carbono;
  • 12:09 - 12:12
    não ser exclusivamente
    para lucro pessoal;
  • 12:12 - 12:15
    funcionar dentro dos limites naturais;
  • 12:15 - 12:18
    promover localização;
  • 12:18 - 12:20
    e trazer recursos
    para a comunidade local.
  • 12:20 - 12:22
    Fico feliz de lembrar os seis critérios,
  • 12:22 - 12:24
    pois muita gente aqui
    falou sobre suas ansiedades.
  • 12:24 - 12:27
    O meu pesadelo, antes do TED,
  • 12:27 - 12:29
    era que De La Soul,
    o trio de rap dos anos 80,
  • 12:29 - 12:32
    tinha vindo à minha casa
    para passar a noite,
  • 12:32 - 12:34
    e eu não tinha lençóis e fronhas
    suficientes para todos.
  • 12:34 - 12:36
    (Risos)
  • 12:36 - 12:39
    Então, o fato de que me lembrei
    de todos esses foi ótimo.
  • 12:39 - 12:41
    Eu consegui, ultrapassei esta barreira!
  • 12:41 - 12:43
    Isto é fantástico. (Risos)
  • 12:43 - 12:45
    Ao preparar esta palestra,
  • 12:45 - 12:49
    perguntei a várias pessoas
    qual tinha sido seus melhores momentos
  • 12:49 - 12:52
    neste processo de participação
    nos últimos cinco ou seis anos.
  • 12:52 - 12:54
    Uma mencionou o evento
    no final do “Transition Streets”
  • 12:54 - 12:57
    ao mostrarmos o filme
    "Start Something Together”,
  • 12:57 - 12:58
    que está no YouTube;
  • 12:58 - 13:00
    é um documentário sobre este processo.
  • 13:00 - 13:02
    Os participantes do “Transition Streets”
  • 13:02 - 13:07
    se reuniram na prefeitura
    e foi uma grande celebração.
  • 13:07 - 13:08
    Ela disse que quase chorou
  • 13:08 - 13:11
    com a energia criada pelo encontro.
  • 13:11 - 13:14
    Um amigo meu reorganizou
    uma campanha eleitoral
  • 13:14 - 13:15
    nas vésperas das eleições,
  • 13:15 - 13:18
    e convidou os candidatos locais,
    e, em vez de pedir
  • 13:18 - 13:21
    que respondessem às perguntas,
    discutimos este tema,
  • 13:21 - 13:24
    sobre o tipo de economia
    que queríamos criar para a cidade.
  • 13:24 - 13:26
    Nós perguntamos:
  • 13:26 - 13:27
    “Bom, como vão apoiar isto?”
  • 13:27 - 13:29
    “Como vão fazer com que isto aconteça?”
  • 13:29 - 13:33
    Meu melhor momento foi esta manchete
    no jornal Western Morning News.
  • 13:33 - 13:34
    (Risos)
  • 13:34 - 13:38
    Nada menos que a nota do editorial
    principal, com a seguinte frase:
  • 13:38 - 13:42
    “Em uma virada interessante
    no debate sobre mudanças climáticas,
  • 13:42 - 13:45
    comunidades e indivíduos,
    outrora vistos como excêntricos,
  • 13:45 - 13:48
    idiossincráticos por suas visões loucas,
  • 13:48 - 13:51
    agora viraram cultura dominante
    e talvez ainda possam vir a resolver
  • 13:51 - 13:55
    as grandes questões
    que todos nós enfrentamos”.
  • 13:56 - 13:58
    (Aplausos)
  • 14:03 - 14:05
    Uns dois anos atrás, um cara da Alemanha,
  • 14:05 - 14:08
    veio ao escritório
    da Cidade em Transição de Totnes,
  • 14:08 - 14:09
    E disse: “Vim da Alemanha
  • 14:09 - 14:11
    para ver a famosa Totnes,
    Cidade em Transição
  • 14:11 - 14:13
    e vocês ainda andam de carro!”
  • 14:13 - 14:15
    (Risos)
  • 14:19 - 14:24
    Bem, talvez tenham que conter
    suas expectativas um pouquinho.
  • 14:24 - 14:27
    Mas é interessante refletir
    sobre os últimos cinco anos
  • 14:27 - 14:31
    sobre como isto se espalhou,
    e a melhor analogia
  • 14:31 - 14:37
    que me vem à cabeça é a micorriza,
    um fungo incrivelmente fino,
  • 14:37 - 14:40
    que é um elemento principal
    que dá resiliência às florestas.
  • 14:40 - 14:42
    Este fungo confere resiliência ao solo.
  • 14:42 - 14:47
    Se eu tivesse um cubo de 2,5 cm
    cheio de terra rica em micorriza,
  • 14:47 - 14:49
    ele conteria 16 km de micorriza.
  • 14:49 - 14:53
    Ele funciona como uma rede neural
  • 14:53 - 14:56
    entre todas suas diferentes partes
    que permitem a disseminação
  • 14:56 - 15:00
    do excesso de nutrientes ao redor,
    comunicando os riscos,
  • 15:00 - 15:02
    comunicando as doenças
    ou as ameaças e etc.
  • 15:02 - 15:05
    É algo extraordinário.
  • 15:05 - 15:10
    De um certo modo, Transição é como fazer
    a inoculação da comunidade com algo assim.
  • 15:10 - 15:15
    E então, o nosso amigo alemão
    procurava todos os frutos;
  • 15:15 - 15:17
    mas acontece que isto ocorre
    sob a superfície,
  • 15:17 - 15:20
    e dá frutos onde se espera,
    e também onde não se espera.
  • 15:20 - 15:22
    Nossa pesquisa indicou que, por exemplo,
  • 15:22 - 15:26
    quando o “Transition Streets” começou,
    não houve publicidade nenhuma,
  • 15:26 - 15:28
    nós organizamos um grupo de foco
    no outro lado da cidade,
  • 15:28 - 15:31
    e uma mulher falou sobre o primeiro
    lugar onde houve uma festa.
  • 15:31 - 15:32
    Ela disse:
  • 15:32 - 15:35
    “Lá é ótimo, é como um muro,
    como se fosse um povoado,
  • 15:35 - 15:38
    eles fazem festas de rua e tudo mais.”
  • 15:38 - 15:40
    Esta visão começava a se difundir.
  • 15:40 - 15:42
    Um vereador local disse:
  • 15:42 - 15:46
    “O melhor deste projeto
    em Totnes é que reúne as pessoas.”
  • 15:46 - 15:51
    Se isto tivesse ocorrido só em Totnes,
  • 15:51 - 15:54
    realmente não teria tido muita utilidade,
  • 15:54 - 15:57
    mas o que de fato aconteceu
    foi que algo foi germinado lá,
  • 15:57 - 15:59
    e se espalhou.
  • 15:59 - 16:02
    Hoje existem iniciativas
    de Transição em 34 países,
  • 16:02 - 16:07
    milhares acontecendo e sendo adaptadas
    ao seu próprio contexto,
  • 16:07 - 16:11
    seja isto no Brasil ou em Barcelona,
    na Bolonha ou em Brixton,
  • 16:11 - 16:13
    e estão criando seus próprios bancos,
  • 16:13 - 16:17
    suas companhias de energia,
    sistemas de alimentação e por aí vai.
  • 16:17 - 16:22
    É emocionante observar
    como isto se expande.
  • 16:22 - 16:26
    É a história que foi capaz de reunir
    300 pessoas na cidade,
  • 16:26 - 16:29
    duas semanas atrás,
  • 16:29 - 16:32
    numa zona industrial abandonada da cidade
  • 16:32 - 16:34
    para tirar fotos destinadas
    a lançar uma campanha
  • 16:34 - 16:36
    com o objetivo de trazer esta área,
  • 16:36 - 16:39
    que empregava 163 pessoas,
    de volta para a comunidade,
  • 16:39 - 16:42
    e desenvolvê-la como um catalisador
    da economia de Transição.
  • 16:42 - 16:46
    Este projeto se chama “Atmos”.
  • 16:46 - 16:50
    É uma história sobre comunidades,
    que notam a resiliência da comunidade
  • 16:50 - 16:54
    e a veem como o lugar onde reside
    seu futuro econômico.
  • 16:54 - 16:59
    Jay Tompt, que trabalha com a gente,
    escreveu um belo blogue sobre isto
  • 16:59 - 17:01
    e aqui tem uma frase
    que eu gostaria de ler para vocês:
  • 17:01 - 17:04
    "Há muita coisa
    para nos manter ocupados,
  • 17:04 - 17:06
    nós e nossos filhos, por muito tempo;
  • 17:06 - 17:09
    o importante é que já começamos.
  • 17:09 - 17:11
    Sabemos que somos aqueles
    que estávamos esperando,
  • 17:11 - 17:16
    por isso agimos, sem ajuda da cavalaria,
    porque já estamos aqui".
  • 17:16 - 17:19
    (Aplausos)
  • 17:24 - 17:27
    Portanto, isto é realmente um processo
    sobre as pessoas comuns,
  • 17:27 - 17:32
    um processo no qual
    nossas unhas ficam sujas,
  • 17:32 - 17:33
    e que desta vez viu a oportunidade,
  • 17:33 - 17:35
    e é muito emocionante fazer parte disso.
  • 17:35 - 17:38
    Quero terminar usando
    uma das minhas citações favoritas,
  • 17:38 - 17:41
    que vem de um livro de histórias,
    o favorito dos meus filhos,
  • 17:41 - 17:43
    “O Cometa na Terra dos Moomins",
  • 17:43 - 17:45
    escrito em 1946 por Tove Jansson.
  • 17:45 - 17:47
    É uma parte pequena engraçada
  • 17:47 - 17:49
    que sinto que captura
    a essência de Transição
  • 17:49 - 17:52
    muito mais do que qualquer outro
    trabalho acadêmico neste tema
  • 17:52 - 17:54
    de que se falou ou se escreveu.
  • 17:54 - 17:57
    "Era um caminhozinho engraçado
    com curvas aqui e ali,
  • 17:57 - 17:59
    correndo em direções diferentes,
  • 17:59 - 18:03
    às vezes até amarrando um nó
    em si mesmo, tanta era a alegria.
  • 18:03 - 18:07
    Você não se cansa de um caminho assim,
    e eu não sei ao certo
  • 18:07 - 18:09
    se no final, ele não leva você
    para casa mais rápido.”
  • 18:09 - 18:11
    Muito obrigado.
  • 18:11 - 18:13
    (Aplausos)
Title:
Minha cidade em transição | Rob Hopkins | TEDxExeter
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx local, produzido independentemente das conferências TED.

Rob Hopkins é o cofundador da Cidade em Transição de Totnes e da Rede de Transição. Através de palestras, de ensino e do que escreveu, ele introduziu a ideia de fazer os lugares onde vivemos mais resilientes, robustos e imaginativos nesses tempos cada vez mais incertos, através de um esforço intencional em nível de comunidade. O movimento Transition Town que Rob começou originalmente em Totnes, na Inglaterra, já se espalhou por centenas de cidades em 34 países.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:18

Portuguese, Brazilian subtitles

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