Return to Video

Louise Despont: Drawing from Life in Bali | Art21 "New York Close Up"

  • 0:11 - 0:14
    [Bali, Indonesia]
  • 0:16 - 0:21
    Porque o sol se põe no mesmo horário
    durante o ano todo em Bali,
  • 0:23 - 0:26
    há uma sensação que o tempo está
    parado,
  • 0:26 - 0:29
    que é apenas um longo verão.
  • 0:33 - 0:36
    Há essa sensação de tranquilidade,
  • 0:36 - 0:38
    e de não se sentir acelerado.
  • 0:40 - 0:44
    Essa rotina que está realmente conectada
    ao ritmo do mundo ao redor de você.
  • 0:44 - 0:45
    [Som de patos grasnando]
  • 0:52 - 0:56
    ["Desenho sobre a vida em Bali"]
  • 0:59 - 1:02
    Nova Iorque é o lugar onde eu nasci,
    e é onde eu cresci,
  • 1:02 - 1:05
    e ainda é o lugar pra onde
    eu sempre voltarei.
  • 1:05 - 1:09
    Mas eu também sei que a coisa mais
    importante para fazer um bom trabalho
  • 1:11 - 1:12
    é tempo
  • 1:13 - 1:14
    e espaço.
  • 1:14 - 1:16
    Morando em Bali,
  • 1:16 - 1:18
    é onde eu conseguiria ter o máximo disso.
  • 1:23 - 1:26
    Eu acordo por volta de 6:30
  • 1:26 - 1:28
    porque o nascer do sol é radiante.
  • 1:30 - 1:34
    Por volta de 8:30 eu começo a organizar as
    coisas no estúdio.
  • 1:35 - 1:39
    O gato fica trancado pra fora para que
    ele não corra pelos desenhos.
  • 1:48 - 1:52
    Nopi e Wiwik chegam às 9:00
  • 1:54 - 1:57
    --Desenhar daqui até aqui?
  • 1:57 - 1:58
    --Sim.
  • 2:05 - 2:10
    e Nyoman por volta de 10:30 para fazer as
    oferendas para a casa.
  • 2:31 - 2:37
    É esse fluxo ininterrupto
    de cerimonias e rituais.
  • 2:42 - 2:45
    Todo mundo está tendendo à energia
    da ilha.
  • 2:45 - 2:47
    Todo mundo está alimentando isso.
  • 2:52 - 2:57
    Em Bali, há esses templos construídos
    em torno de fontes naturais.
  • 2:57 - 3:00
    Você se aproxima da água e
    tem essa sensação
  • 3:00 - 3:03
    de profunda reverência e
    profundo respeito
  • 3:03 - 3:06
    por este local e esta substância.
  • 3:08 - 3:13
    E então, que você pode entrar nisso é
    realmente poderoso.
  • 3:13 - 3:16
    Esse sensação de descer e entrar.
  • 3:19 - 3:23
    No outro dia, eu sempre senti que
    algo foi deixado pra trás,
  • 3:23 - 3:28
    que algo que eu estava carregando
    foi realmente foi lavado.
  • 3:28 - 3:33
    Eu queria ser capaz de desenhar algo
    sobre essa experiência,
  • 3:34 - 3:38
    de tentar e fazer uma memória visual.
  • 3:46 - 3:50
    Desenhar não é algo que prospera
    nos trópicos.
  • 3:50 - 3:53
    O papel não vai durar.
  • 3:53 - 3:55
    O ar é extremamento úmido,
  • 3:55 - 3:59
    muitas paginas irão se deformar
    em poucos dias
  • 3:59 - 4:03
    Eu fui capaz de ter esta super simples
    caixa feita de vidro
  • 4:03 - 4:06
    para que eu pudesse colocar um pequeno
    desumidificador dentro.
  • 4:07 - 4:11
    Tudo que eu não estivesse trabalhando
    no momento simplesmente ficaria ali.
  • 4:18 - 4:22
    Penestanan era uma pequena vila
    que foi construída
  • 4:22 - 4:25
    pela comunidade de tradicionais artistas
    balineses.
  • 4:26 - 4:28
    Expatriados começaram a mudar pra lá
  • 4:28 - 4:31
    e coisas começaram a desenvolver mais
    profundamente nos campos de arroz.
  • 4:32 - 4:34
    A presença de tantos turistas
  • 4:34 - 4:37
    trouxe impactos para lá.
  • 4:38 - 4:42
    Nesse curto período de três anos
    que estou lá, já vi muita mudança.
  • 4:43 - 4:47
    Mas, de alguma forma, a vida segue,
  • 4:47 - 4:49
    ininterrupta.
  • 4:52 - 4:56
    Eu tinha mudado para este país novo
    e eu não tinha nenhum amigo lá.
  • 5:04 - 5:08
    A parte mais assustadora era que
    meu relacionamento tinha acabado,
  • 5:08 - 5:13
    e eu não sabia como faria o trabalho
    sem estar apaixonada,
  • 5:15 - 5:20
    porque sempre houve a sensação de que
    o amor trazia tanta exuberância,
  • 5:20 - 5:24
    e isso realmente era a fonte
    para os meus desenhos
  • 5:24 - 5:26
    durante muito tempo--
  • 5:26 - 5:28
    ao menos para o que eu considerava ser
    meu melhor trabalho.
  • 5:29 - 5:31
    E eu pensei:
  • 5:32 - 5:35
    "Eu não sei se consigo desenhar
    estando triste."
  • 5:35 - 5:36
    "Eu não sei se consigo desenhar
    estando deprimida."
  • 5:36 - 5:40
    "Eu não sei se consigo desenhar
    quando estou receosa."
  • 5:41 - 5:45
    E, na verdade, foi tão bom poder
    ter o desenho,
  • 5:45 - 5:49
    porque foi a parte da minha vida
    que ainda era a mesma.
  • 5:51 - 5:53
    Eu, no estúdio, com papel...
  • 5:53 - 5:56
    estava lá independentemente de estar
    ou não em um relacionamento.
  • 5:56 - 5:59
    Certamente não é tão fácil como
    quando apaixonada,
  • 5:59 - 6:00
    mas é possível,
  • 6:00 - 6:04
    e é tão bom ter uma prática
    que te dá forças.
  • 6:06 - 6:08
    [The Drawing Center, SoHo, Manhattan]
  • 6:28 - 6:31
    Quando tive a oportunidade de
    expor no The Drawing Center,
  • 6:32 - 6:37
    eu queria imaginar energia
    tomando a forma de um corpo físico.
  • 6:38 - 6:41
    Eu desenhei um embrião se formando.
  • 6:41 - 6:45
    Olhei alguns diagramas científicos
    sobre como as células se dividem,
  • 6:48 - 6:50
    e depois como seguem
    por uma vida--
  • 6:51 - 6:53
    terminando na desintegração do corpo,
  • 6:54 - 6:56
    e retornam à ausência de forma.
  • 7:10 - 7:14
    Eu sabia que queria fazer uma sala oval
    que fosse um grande desenho,
  • 7:14 - 7:17
    e no mesmo ar em que você estivesse.
  • 7:18 - 7:21
    Que fosse frágil, mas que se sustentasse.
  • 7:22 - 7:28
    Ter o trabalho sem moldura deu um
    bom aspecto de vulnerabilidade.
  • 7:28 - 7:32
    Foi como eu tinha me sentido
    aquele ano em Bali:
  • 7:32 - 7:33
    super vulnerável.
  • 7:44 - 7:47
    Aaron compôs a música no espaço
    para os desenhos.
  • 7:49 - 7:52
    Eram tipos de composição muito esparsas,
  • 7:52 - 7:55
    que soavam como um lento respiro.
  • 7:57 - 8:00
    E, de fato, acho que foi
  • 8:00 - 8:04
    o som dos gamelões do Aaron
    que deixou o ambiente tranquilo,
  • 8:04 - 8:08
    onde as pessoas sentiram o santuário
    em que haviam adentrado,
  • 8:08 - 8:09
    tendo vindo da rua.
  • 8:11 - 8:12
    Sei, por experiência própria,
  • 8:12 - 8:14
    que quando me deparo
    com algo que amo--
  • 8:14 - 8:16
    e que talvez tenha ido longe
    para ver--
  • 8:17 - 8:20
    às vezes a contemplação dura
    trinta segundos.
  • 8:23 - 8:24
    Eu estava pensando sobre
  • 8:24 - 8:27
    quanto tempo passamos
    em frente a um trabalho de arte.
  • 8:29 - 8:33
    E sempre quis criar um ambiente
    onde alguém tivesse distância suficiente
  • 8:33 - 8:36
    para viajar pelos desenhos, na sua mente.
  • 8:39 - 8:44
    Percebi que esse momento é, para mim,
    mais belo do que qualquer desenho,
  • 8:44 - 8:49
    porque é o potencial do desenho
    que eu nunca serei capaz de fazer.
  • 8:55 - 9:00
    [Desde a filmagem,
    Louise conheceu alguém e tiverem um bebê.]
  • 9:00 - 9:03
    [Ainda moram em Bali.]
Title:
Louise Despont: Drawing from Life in Bali | Art21 "New York Close Up"
Description:

more » « less
Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"New York Close Up" series
Duration:
09:20

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions Compare revisions