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(10) Do Buddhists Believe in Hells and Retribution? | Thich Nhat Hanh, 2014 06 21

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    O ensinamento do Buda pode ajudar muitas pessoas.
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    Não apenas as pessoas com alta capacidade intelectual,
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    mas também aquelas que não tiveram educação suficiente.
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    Portanto, o ensinamento do Buda ajuda a todos.
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    Há, assim, o Budismo para a grande maioria,
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    e há um Budismo profundo, destinado apenas a uma minoria.
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    Esses ensinamentos podem parecer contraditórios
    no que diz respeito à forma.
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    E é por isso que se diz que no Budismo
    existem 84.000 portas do Dharma,
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    muitos tipos de ensinamentos e muitas formas de prática.
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    Há aqueles que têm medo da punição.
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    E se souberem temer a retribuição,
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    passam a comportar-se melhor,
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    porque têm medo das consequências.
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    Por isso, falar-lhes sobre os infernos,
    todos os tipos de infernos, quentes e frios, e assim por diante,
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    pode ajudá-los.
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    Este é um tipo de ameaça:
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    "Se te comportares assim, sofrerás desta maneira."
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    Por isso, em muitos templos vemos desenhos do inferno,
    que funcionam como um aviso:
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    "Se não praticares os Cinco Preceitos, sofrerás assim."
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    Serás fervido em óleo quente ou algo semelhante.
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    Se mentires, quando fores para o inferno,
    arrancarão a tua língua e cortá-la-ão.
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    E isso ajuda muitas pessoas.
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    Mas não ajuda outras.
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    Esse é o Budismo popular.
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    Sabemos que a grande maioria acredita
    no renascimento,
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    na reencarnação,
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    mas a sua crença baseia-se numa visão errada do eu:
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    Acreditam que existe um eu, uma alma
    distinta do corpo,
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    e que, quando o corpo morre,
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    a alma sobrevive sempre e busca penetrar
    num outro corpo para continuar.
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    Esse é um tipo de crença no renascimento.
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    E isso é o ensinamento sobre renascimento.
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    Mas não é verdadeiramente o ensinamento profundo do Buda,
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    porque se baseia na visão errada do eu.
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    Qualquer ensinamento que vá contra a visão da impermanência,
    da ausência de um eu e do nirvana
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    não pode ser considerado o ensinamento mais profundo.
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    Portanto, quer se fale em causa e efeito,
    renascimento ou retribuição,
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    se o ensinamento e a prática não refletirem
    a visão da impermanência, da ausência de um eu e do nirvana,
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    então não são verdadeiramente o ensinamento do Buda.
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    Muitas ideias vieram dos ensinamentos dos Vedas e dos Upanishads.
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    Sabemos que, antes do Buda, já existia
    a crença na reencarnação e na retribuição.
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    Não foi o Buda quem as inventou.
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    Os ensinamentos sobre retribuição e reencarnação
    já existiam antes da vinda do Buda.
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    Mas essa crença baseava-se na existência de um eu.
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    O Buda, embora ensinasse sobre a continuação,
    vida após vida,
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    baseava o seu ensinamento
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    na visão da ausência de um eu, da impermanência
    e, finalmente, do nirvana, do não nascimento e da não morte.
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    Mas essa crença, que não é puramente budista, também pode ajudar.
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    E há aqueles que acreditam que a Terra Pura do Buda Amida
    não está aqui, mas
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    na direção do Oeste,
    e que só se pode chegar lá depois da morte.
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    Mas há aqueles entre nós que têm uma visão melhor… uma visão diferente.
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    Sabemos que a Terra Pura, a verdadeira Terra Pura,
    está no aqui e no agora,
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    não precisa estar no Ocidente nem no Oriente.
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    Quando a tua mente é pura, então a terra
    também se torna pura ao mesmo tempo,
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    o que se aproxima mais da Visão Correta.
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    Mas o espírito do Budismo é a tolerância.
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    Há aqueles que não conseguem compreender o Budismo profundo.
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    É preciso permitir que eles abracem uma forma
    de Budismo mais diluída, como um remédio
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    com um pouco de açúcar, que os ajuda.
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    Por isso, não os criticamos porque os seus
    ensinamentos e crenças não correspondem
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    perfeitamente à verdade última.
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    E porque temos compaixão e entendimento,
    é por isso que a compaixão
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    é possível, e um verdadeiro budista
    é sempre tolerante, nunca fanático.
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    Se fores hábil, podes guiá-los pouco a pouco,
    para que gradualmente abandonem
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    a visão errada e desenvolvam
    uma visão cada vez mais clara.
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    E isso aplica-se a todos nós.
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    No início, temos uma certa ideia sobre
    as Três Joias: Buda, Dharma e Sangha.
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    Após dez anos de prática, a nossa visão
    do Buda, do Dharma e da Sangha torna-se mais profunda.
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    E depois de cinquenta anos, a nossa compreensão
    ainda se aprofunda mais.
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    Portanto, a partir disso, devemos aprender
    a lição da tolerância.
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    Não devemos pensar que a nossa visão é a melhor.
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    Porque estamos em constante progresso, e devemos estar prontos para abandonar a visão
    que temos no presente a fim de alcançar
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    uma visão melhor.
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    E essa é a prática do desapego às opiniões.
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    Se tens essa compreensão no Budismo,
    serás muito tolerante e aceitarás outras formas
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    de Budismo.
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    Não criticas.
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    Apenas ajudas as pessoas a desenvolver
    uma visão e uma prática cada vez melhores.
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    E é por isso que não deveria haver conflitos
    e guerras entre as escolas budistas.
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    E isso tem sido uma realidade.
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    Há muitas escolas no Budismo,
    mas nunca organizaram uma guerra santa
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    para lutar umas contra as outras.
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    E devemos preservar essa tradição: a tolerância.
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    E essa tolerância não deve ser forçada,
    mas surgir naturalmente da Visão Correta,
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    porque quando tens essa visão, o teu coração está aberto
    e consegues aceitar aqueles que não partilham a tua visão.
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    Mas deves usar a fala amorosa e a escuta profunda
    para ajudar os outros
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    a abandonar visões
    que ainda possam conter fanatismo ou outras limitações.
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    Aqui aprendemos que o momento presente
    não pode existir de forma independente
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    do passado e do futuro.
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    Não podes cortar e separar o passado,
    o presente e o futuro.
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    Porque os três tempos – passado, presente e futuro –
    inter-existem.
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    Em cada um deles, podes ver os outros dois.
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    E é por isso que, se tocas profundamente
    o momento presente, tocas também o passado e o
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    futuro.
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    E é por isso que o passado ainda está disponível.
  • 10:54 - 10:59
    E o futuro já está disponível.
  • 10:59 - 11:09
    E essa é a visão que se obtém ao meditar
    sobre a natureza do interser do tempo.
Title:
(10) Do Buddhists Believe in Hells and Retribution? | Thich Nhat Hanh, 2014 06 21
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English
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11:13

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