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David Blaine: Como eu prendi o fôlego por 17 minutos

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    Sendo mágico eu tento criar imagens que
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    façam as pessoas parar e pensar.
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    Eu também tento desafiar a mim mesmo
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    a fazer coisas que os médicos dizem não ser possíveis.
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    Fui enterrado vivo em Nova York, em um caixão,
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    enterrado vivo em um caixão em Abril de 1999,
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    por uma semana.
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    Vivi ali com nada mais além de água.
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    E acabou sendo tão divertido
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    que eu decidi que poderia perseguir
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    a realização de mais coisas desse tipo.
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    A próxima foi a que eu me congelei em um bloco de gelo
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    por três dias e três noites em Nova York.
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    Essa foi muito mais difícil do que eu esperava.
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    A próxima depois dessa, fiquei de pé em um pilar de 30 metros
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    por 36 horas.
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    Comecei a alucinar tão intensamente
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    que os prédios atrás de mim começaram a parecer grandes cabeças de animais.
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    Depois, eu fui a Londres.
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    Em Londres eu vivi em um caixa de vidro por 44 dias
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    com nada além de água.
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    Foi para mim uma das coisas mais difíceis que já fiz,
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    mas também uma das mais bonitas.
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    Havia tantos céticos, especialmente na imprensa de Londres
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    que eles começaram a voar com cheeseburgers
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    em helicópteros em volta da minha caixa para me tentar.
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    (Risos)
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    Eu me senti muito reconhecido
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    quando o New England Journal of Medicine
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    usou a pesquisa para ciência.
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    Minha próxima busca foi que eu queria ver quanto tempo eu conseguiria ficar sem respirar,
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    por quanto tempo eu sobreviveria sem nada,
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    até mesmo ar.
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    Eu não percebi que isso se tornaria
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    a mais incrível jornada da minha vida.
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    Como um jovem mágico
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    eu era obcecado por Houdini e seus desafios subaquáticos.
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    Então, eu comecei, bem cedo, a competir com as outras crianças,
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    para ver por quanto tempo eu conseguiria ficar debaixo d´água
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    enquanto eles subiam e desciam para respirar,
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    você sabe, cinco vezes, enquanto eu ficava submerso só com um fôlego.
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    Na época que eu era um adolescente
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    e eu era capaz de segurar meu fôlego por três minutos e 30 segundos.
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    Eu descobriria mais tarde que esse era o recorde pessoal do Houdini.
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    Em 1987 escutei uma história
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    de um menino que caiu através do gelo
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    e ficou preso no fundo do rio.
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    Ele ficou submerso, sem respirar por 45 minutos.
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    Quando o resgate chegou
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    eles o ressuscitaram e não houve danos cerebrais.
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    Sua temperatura corporal caiu para 25 graus.
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    Como mágico eu acredito que tudo é possível.
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    Acredito que se algo é feito por alguém
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    pode ser feito também por outros.
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    Comecei a pensar, se o menino pôde sobreviver
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    sem respirar, por tanto tempo,
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    deve existir uma maneira de eu conseguir também.
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    Então, me encontrei com o melhor neurocirurgião.
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    E perguntei a ele, por quanto tempo é possível
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    ficar sem respirar, tipo quanto tempo eu consigo ficar sem ar?
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    E ele me disse que qualquer tempo acima de 6 minutos
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    eu teria sérios riscos
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    de uma lesão cerebral por hipóxia.
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    Então, eu tomei aquilo como um desafio, basicamente.
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    (Risos)
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    Minha primeira tentativa, imaginei que poderia fazer algo parecido,
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    e eu criei um tanque de água,
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    e o preenchi com gelo e água congelante.
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    E fiquei dentro daquele tanque de água
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    na esperança que minha temperatura corporal começasse a cair.
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    Eu estava tremendo. Na primeira tentativa de prender o fôlego
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    Não consegui ficar nem por um minuto.
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    Então, percebi que aquilo realmente não iria funcionar.
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    Então, fui visitar um amigo médico,
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    e perguntei a ele como aquilo poderia ser feito?
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    "Eu quero prender meu fôlego por um tempo muito grande. Como isso poderia ser feito?"
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    Ele disse: "David, você é um mágico,
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    crie a ilusão de ficar sem respirar, será bem mais fácil."
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    (Risos)
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    Então, ele surgiu com essa ideia
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    de criar uma re-respiradora,
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    com um purificador de CO2
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    que era basicamente um tubo da Home Depot (loja),
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    com um balão colado com silver tape,
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    que ele achou que poderia ser colocado dentro de mim,
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    e de alguma forma ser capaz de circular o ar e re-respirá-lo
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    com esse coisa em mim.
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    Isso é um pouco difícil de se assistir.
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    Mas isso é essa tentativa.
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    Então, aquilo claramente não iria funcionar.
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    (Risos)
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    Então eu na verdade comecei a pensar sobre
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    respiração líquida.
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    Existe um composto químico chamado perfluorcarboneto.
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    Cujo o teor de oxigênio é tão elevado
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    que na teoria, você poderia respirá-lo.
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    Então, coloquei minhas mãos nesse composto,
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    enchi a pia com ele, e mergulhei a cara na pia
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    e tentei inspirá-lo,
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    o que foi realmente impossível.
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    É basicamente como tentar respirar, como disse um médico,
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    enquanto se tem um elefante em cima do seu peito.
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    Então, aquela ideia desapareceu.
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    Então comecei a pensar,
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    se não seria possível ligar uma máquina de bypass cardíaca e pulmonar
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    e fazer um cirurgia que introduziria um tubo na minha artéria,
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    e então aparentar não respirar enquanto ela oxigenava meu sangue?
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    Que foi outra idéia insana, obviamente.
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    Depois pensei na ideia mais maluca de todas as ideias:
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    realmente fazer isso.
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    (Risos)
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    Realmente tentar prender a respiração além do ponto
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    que os médicos te considerariam com morte cerebral.
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    Então, comecei a pesquisar
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    sobre os mergulhadores de pérolas.
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    Você sabe, pelo fato de eles mergulharem por quatro minutos com um só fôlego.
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    E quando eu pesquisava os mergulhadores de pérolas eu encontrei o mundo
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    do mergulho de apnéia.
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    Era a coisa mais incrível que eu já tinha descoberto, provavelmente.
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    Existem vários aspectos diferentes na apnéia.
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    Há recordes de profundidade, em que se vai o mais fundo que conseguir.
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    E existe a apnéia estática.
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    Que é segurar o fôlego pelo maior tempo possível
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    no mesmo lugar sem se mover.
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    Foi este que eu estudei.
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    A primeira coisa que aprendi é que enquanto estiver prendendo o fôlego
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    você não deve fazer nenhum movimento, pois desperdiça energia.
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    E isso esgota o oxigênio,
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    e aumenta o CO2 no seu sangue. Então, aprendi a nunca me mover.
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    E aprendi como diminuir minha frequência cardíaca.
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    Eu tinha que permanecer perfeitamente parado e apenas relaxar
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    e pensar que eu não estava no meu corpo,
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    e apenas controlar isto.
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    Depois aprendi como hiperventilar.
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    Basicamente hiperventilar.
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    Você inspira e expira...
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    Quando faz isso, você fica tonto, fica formigando.
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    E você está na verdade se livrando do CO2 do seu corpo.
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    Então, quando você prende a respiração é infinitamente mais fácil.
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    Depois aprendi que você tem que respirar profundamente,
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    e somente prender e relaxar e não deixar nenhum ar sair,
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    é só prender e relaxar através de toda a dor.
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    Toda manhã, por meses,
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    eu acordarva e a primeira coisa que eu fazia
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    era prender a respiração
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    por, em 52 minutos,
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    eu prendia a respiração por 44 minutos.
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    Então, basicamente o que isso siginifica é que eu hiperventilava,
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    respirava muito forte por um minuto.
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    E eu prendia, imediatamente depois, por 5 minutos e meio.
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    Depois eu respirava novamente por um minuto,
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    hiperventilando o máximo que eu conseguia,
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    e imediatamente após isso eu prendia o fôlego novamente por 5 minutos e meio.
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    Eu repetia esse processo oito vezes seguidas.
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    Em 52 minutos você só está respirando por 8 minutos.
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    Ao final disso você fritou completamente seu cérebro.
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    Você sente como se estivesse andando desnorteado.
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    E você tem essas terríveis dores de cabeça.
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    Basicamente, eu não sou a melhor pessoa para conversar quando estou fazendo isso.
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    Comecei a aprender sobre o detentor do recorde mundial.
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    O nome dele é Tom Sietas.
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    Esse cara foi perfeitamente construido para prender a respiração.
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    Ele tem um metro e noventa e cinco. Ele pesa 72 quilos.
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    E sua capacidade pulmonar é
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    duas vezes maior que de uma pessoa comum.
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    Tenho um metro e oitenta e seis, e sou gordo.
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    Digamos que tenho ossos pesados.
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    (Risos)
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    Tinha que perder 22 quilos em 3 meses.
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    Então, qualquer coisa que eu colocava no meu corpo
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    eu considerava como remédio.
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    Cada pedaço de comida tinha exatamente seu valor nutricional.
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    Comi porções realmente pequenas e controladas
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    ao longo do dia
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    E comecei a adaptar o meu corpo.
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    (Risos)
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    Quanto mais magro eu ficava, mais eu conseguia segurar o fôlego.
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    E por comer tão bem e treinar tão duro,
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    minha freqüência cardíaca em repouso caiu para 38 batidas por minuto.
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    Que é mais baixa que a maioria dos atletas olímpicos.
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    Em quatro meses de treinamento eu era capaz de segurar a respiração
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    por mais de 7 minutos.
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    Eu queria tentar prender a minha respiração por toda a parte.
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    Queria tentar nas situações mais extremas
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    para ver se conseguiria baixar a freqüência cardíaca
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    na marra.
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    (Risos)
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    Eu decidi que iria quebrar o recorde mundial
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    ao vivo no horário nobre da televisão.
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    O recorde era de oito minutos e 58 segundos,
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    detido por Tom Sietas, aquele cara com pulmões de baleia que contei para vocês.
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    (Risos)
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    Supus que podia colocar um tanque de água no Lincoln Center
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    e se ficasse lá por uma semana sem comer,
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    Eu ficaria confortável naquela situação
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    e retardaria meu metabolismo,
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    o que eu tinha certeza que ajudaria a segurar o fôlego
  • 9:42 - 9:44
    por mais tempo do que eu era capaz de fazer.
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    Eu estava completamente errado.
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    Eu entrei na esfera uma semana antes da data agendada de transmissão.
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    E pensei que tudo estava nos trilhos.
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    Dois dias antes da grande tentativa de prender o fôlego, para o recorde,
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    os produtores do especial para televisão
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    pensaram que apenas ver alguém
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    prendendo a respiração, e quase se afogando,
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    é muito entendiante para TV.
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    (Risos)
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    Então, tive que adicionar algemas,
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    enquanto prendia a respiração, e escapar delas.
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    Esse foi um erro crítico.
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    Por causa do movimento eu estava desperdiçando oxigênio.
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    E aos sete minutos eu comecei
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    a ter essas terríveis convulsões.
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    Aos 7:08 comecei a apagar.
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    E aos sete minutos e 30 segundos
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    eles tiveram que tirar meu corpo e me trazer de volta.
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    Eu falhei em todos os níveis.
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    (Risos)
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    Então, naturalmente, a unica solução para essa crise
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    que eu consegui pensar
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    foi ligar para a Oprah.
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    (Risos)
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    Disse a ela que eu queria aumentar a aposta
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    e segurar o fôlego por mais tempo que qualquer ser humano já tinha conseguido.
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    Esse era um recorde diferente. Esse era o de O2 puro
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    o record de apnéia estática que o Guinness
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    registrou o record mundial em 13 minutos.
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    Então, basicamente você respira O2 puro primeiro,
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    oxigenando seu corpo, expulsando o CO2,
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    e você consegue segurar por muito mais tempo.
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    Eu percebi que meu concorrente de verdade
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    era o castor.
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    (Risos)
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    Em janeiro de 08
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    Oprah me deu quatro meses para preparação e treino.
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    Então, eu dormiria em uma tenda hipóxica toda noite.
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    Uma tenda hipóxica é uma tenda que simula
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    a altitude de 15.000 pés (4.500 m)
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    Então, é como o acampamento base do Everest.
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    O que isto faz é, você começa a fazer
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    a contagem de células vermelhas no seu corpo,
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    o que ajuda a carregar o oxigênio melhor.
  • 12:01 - 12:05
    Toda manhã, novamente, depois de sair da tenda
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    seu cérebro está completamente vazio.
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    Na minha primeira tentativa com O2 puro, eu pude ir até 15 minutos.
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    Então, esse foi um grande sucesso.
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    O neurocirurgião me tirou da água
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    porque, na sua cabeça, aos 15 minutos
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    o seu cérebro já era, você está com morte cerebral.
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    Então, ele me tirou, e eu estava legal.
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    Havia uma pessoa que não estava definitivamente impressionada.
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    Era minha ex-namorada. Enquanto eu quebrava o record debaixo d'água
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    pela primeira vez, ela estava fuçando no meu Blackberry,
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    verificando todas as minhas mensagens.
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    (Risos)
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    Meu irmão tem uma foto disso. Foi realmente...
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    (Risos)
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    Eu anunciei então que eu iria para
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    o record do Sietas, publicamente.
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    E o que ele fez em resposta,
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    é que ele foi ao Regis and Kelly (programa de TV)
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    e quebrou seu antigo record.
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    Então seu principal competidor foi e quebrou seu record.
  • 13:04 - 13:06
    Então, ele subiu o record de repente para
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    16 minutos e 32 segundos.
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    O que era três minutos mais longo do que eu estava preparado.
  • 13:12 - 13:15
    Você sabe, era mais longo que o record.
  • 13:15 - 13:19
    Agora, eu queria que o Science Times documentasse isso.
  • 13:19 - 13:21
    Eu queria que eles fizessem uma matéria sobre isso.
  • 13:21 - 13:25
    Então, fiz o que qualquer pessoa
  • 13:25 - 13:28
    que estivesse perseguindo seriamente o avanço científico faria.
  • 13:28 - 13:31
    Entrei no escritório do New York Times
  • 13:31 - 13:33
    e fiz truques de cartas para todo mundo.
  • 13:33 - 13:37
    (Risos)
  • 13:37 - 13:40
    Então, eu não sei se foi a mágica ou a cultura das ilhas Caimãs
  • 13:40 - 13:42
    mas John Tierney voou até lá
  • 13:42 - 13:45
    e escreveu uma matéria sobre a seriedade do mergulho de apnéia
  • 13:45 - 13:47
    Enquanto ele estava lá eu tentei impressioná-lo, claro.
  • 13:47 - 13:50
    E fiz um mergulho de 50 metros,
  • 13:50 - 13:54
    que é basicamente a altura de um edifício de 16 andares,
  • 13:54 - 13:57
    e enquanto eu subia, eu apaguei debaixo d'água,
  • 13:57 - 13:59
    o que é realmente perigoso; é assim que você se afoga.
  • 13:59 - 14:01
    Por sorte o Kirk me viu
  • 14:01 - 14:03
    e ele mergulhou e me subiu.
  • 14:03 - 14:06
    Então, eu comecei com foco total.
  • 14:06 - 14:09
    Eu treinei intensamente para aumentar meu tempo de fôlego
  • 14:09 - 14:11
    para o que eu precisava fazer.
  • 14:11 - 14:14
    Mas não havia maneira de me preparar para o aspecto da transmissão ao vivo,
  • 14:14 - 14:16
    sendo na Oprah.
  • 14:16 - 14:20
    Mas na prática, eu ficaria de cara na água, flutuando na piscina.
  • 14:20 - 14:24
    Mas para a TV eles me queriam em pé
  • 14:24 - 14:27
    para eles poderem ver meu rosto, basicamente.
  • 14:27 - 14:29
    O outro problema era
  • 14:29 - 14:31
    que a roupa boiava tanto
  • 14:31 - 14:34
    que eles tinham que prender meu pé para evitar que eu boiasse.
  • 14:34 - 14:38
    Então, eu tive que usar minhas pernas para segurar meus pés nas presilhas que eram frouxas,
  • 14:38 - 14:41
    o que era um verdadeiro problema para mim.
  • 14:41 - 14:43
    Aquilo me deixou extremamente nervoso,
  • 14:43 - 14:45
    aumentando meus batimentos cardíacos.
  • 14:45 - 14:47
    Então, o que eles também fizeram foi,
  • 14:47 - 14:50
    o que nós nunca fizemos antes, colocaram um monitor cardíaco.
  • 14:50 - 14:53
    E ele estava logo ao lado da esfera.
  • 14:53 - 14:56
    Então, cada vez que meu coração batia eu ouvia o beep-beep-beep-beep,
  • 14:56 - 14:58
    você sabe, o tique, muito alto.
  • 14:58 - 15:00
    O que estava me deixando mais nervoso.
  • 15:00 - 15:03
    E não havia maneira de desacelerar meu batimento cardíaco.
  • 15:03 - 15:06
    Então, normalmente
  • 15:06 - 15:09
    eu começaria com 38 batidas por minuto,
  • 15:09 - 15:12
    e enquanto segurava minha respiração ele cairia para 12 batidas por minuto,
  • 15:12 - 15:14
    o que é muito incomum.
  • 15:14 - 15:18
    (Risos)
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    Nessa vez começou com 120 batidas,
  • 15:24 - 15:26
    e nunca caiu.
  • 15:26 - 15:29
    Eu gastei os primeiros cinco minutos debaixo d'água
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    tentando desesperadamente diminuir meu batimento cardíaco
  • 15:32 - 15:34
    Eu fiquei sentado lá pensando, "Tenho que diminuir isso.
  • 15:34 - 15:36
    vou falhar, vou falhar."
  • 15:36 - 15:38
    E eu fui ficando mais nervoso.
  • 15:38 - 15:40
    E minha frequência cardíaca continuou subindo e subindo,
  • 15:40 - 15:42
    até chegar a 150 batidas.
  • 15:45 - 15:48
    Basicamente essa é a mesma coisa que gerou meu fracasso no Lincoln Center.
  • 15:48 - 15:51
    Era desperdício de O2.
  • 15:51 - 15:53
    Quando eu cheguei até a marca da metade do caminho, aos oito minutos,
  • 15:53 - 15:56
    eu estava 100 porcento certo
  • 15:56 - 15:58
    de que eu não seria capaz de conseguir isso.
  • 15:58 - 16:00
    Não havia maneira de eu conseguir fazer isso.
  • 16:00 - 16:04
    Então, pensei, Oprah dedicou uma hora
  • 16:04 - 16:07
    para fazer essa coisa sobre apnéia, se eu falhasse mais cedo
  • 16:07 - 16:10
    teria sido um show inteiro sobre como eu sou deprimido.
  • 16:10 - 16:12
    (Risos)
  • 16:12 - 16:14
    Então, pensei que era melhor sair lutando
  • 16:14 - 16:16
    e ficar lá até desmaiar,
  • 16:16 - 16:19
    pelo menos assim eles podiam me tirar e cuidar de mim e tudo mais.
  • 16:19 - 16:23
    (Risos)
  • 16:23 - 16:25
    Eu continuei tentando os 10 minutos. Aos 10 minutos.
  • 16:25 - 16:28
    você começa a ter essas sensações realmente
  • 16:28 - 16:30
    fortes de formigamento nos seus dedos das mãos e dos pés.
  • 16:30 - 16:32
    e eu sabia que aquilo era o desvio do sangue,
  • 16:32 - 16:34
    quando o sangue corre para longe das extremidades
  • 16:34 - 16:37
    para fornecer oxigênio para os órgãos vitais.
  • 16:40 - 16:42
    Aos 11 minutos eu comecei a sentir
  • 16:42 - 16:44
    uma sensação de tremor nas minhas pernas,
  • 16:44 - 16:48
    e meus lábios começaram a parecer muito estranhos.
  • 16:48 - 16:52
    Aos 12 minutos eu comecei a ouvir um zumbido nos ouvidos,
  • 16:52 - 16:55
    e comecei a sentir meu braço ficando entorpecido
  • 16:55 - 16:58
    E eu sou hipocondríaco, e lembrei que entorpecimento do braço significa ataque cardíaco.
  • 16:58 - 17:01
    Então, comecei a ficar realmente paranóico.
  • 17:01 - 17:04
    Aos 13 minutos, talvez por causa da hipocondria,
  • 17:04 - 17:09
    Eu comecei a sentir dores por todo meu peito.
  • 17:09 - 17:11
    Era horrível.
  • 17:11 - 17:13
    Aos 14 minutos,
  • 17:13 - 17:15
    Eu tive essas contrações horríveis,
  • 17:15 - 17:17
    como uma urgência para respirar.
  • 17:17 - 17:25
    (Risos)
  • 17:25 - 17:27
    Aos 15 minutos eu estava sofrendo
  • 17:27 - 17:30
    privação grave de O2 para o coração.
  • 17:30 - 17:33
    E eu comecei a ter isquemias no coração.
  • 17:33 - 17:35
    Me batimento ia de 120,
  • 17:35 - 17:41
    para 50, para 150, para 40, para 20, para 150 de novo.
  • 17:41 - 17:43
    Ele perdia uma batida.
  • 17:43 - 17:45
    Ele começava. Ele parava. E eu sentia tudo isso.
  • 17:45 - 17:48
    E eu tinha certeza que iria ter um ataque cardíaco.
  • 17:48 - 17:51
    Então, aos 16 minutos o que eu fiz foi deslizar meus pés para fora
  • 17:51 - 17:54
    porque eu sabia que se eu apaguasse,
  • 17:54 - 17:56
    se eu tivesse um ataque cardíaco, eles teriam que
  • 17:56 - 17:58
    pular para as tiras e tirar meus pés
  • 17:58 - 18:00
    antes de me tirarem. Então, eu estava realmente nervoso.
  • 18:00 - 18:03
    Então, eu tirei meus pés, e comecei a flutuar para o topo.
  • 18:03 - 18:05
    E eu não tirei minha cabeça.
  • 18:05 - 18:07
    Mas fiquei apenas flutuando lá esperando meu coração parar
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    apenas esperando.
  • 18:09 - 18:11
    Eles tinham médicos com o "Pst," você sabe, então
  • 18:11 - 18:13
    sentados lá esperando.
  • 18:13 - 18:15
    Então de repente eu ouvi gritos.
  • 18:15 - 18:17
    E eu pensei uma coisa estranha --
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    que eu havia morrido ou que alguma coisa tinha acontecido.
  • 18:20 - 18:24
    E então percebi que tinha chegado até os 16:32.
  • 18:24 - 18:27
    Então, com a energia de todos que estava lá
  • 18:27 - 18:29
    Eu decidi continuar forçando.
  • 18:29 - 18:31
    E fui até os 17 minutos e quatro segundos.
  • 18:31 - 18:41
    (Aplausos)
  • 18:41 - 18:43
    E como se não fosse o bastante, o que eu fiz imediatamente depois
  • 18:43 - 18:45
    foi que fui ao Ques Labs
  • 18:45 - 18:47
    e eles pegaram todas as amostras de sangue que puderam
  • 18:47 - 18:50
    para testar para tudo e ver onde meus níveis estavam,
  • 18:50 - 18:52
    para que os médicos pudesse usá-los, outra vez.
  • 18:52 - 18:54
    Eu também não queria que ninguém questionasse.
  • 18:54 - 18:56
    Eu tinha o record mundial e queria
  • 18:56 - 18:58
    que ficasse claro que era legítimo.
  • 18:58 - 19:01
    Então, fui para a cidade de Nova York no dia seguinte,
  • 19:01 - 19:04
    e essa criança caminhou até mim -- eu estava saindo da Apple store --
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    essa criança caminhou até mim tipo, "Yo D!"
  • 19:06 - 19:08
    E eu tipo "Yeah?"
  • 19:08 - 19:11
    Ele disse, "Se vou realmente segurou a respiração aquele tempo todo,
  • 19:11 - 19:13
    por que você saiu da água molhado?"
  • 19:13 - 19:15
    Isso foi tipo "O que?"
  • 19:15 - 19:17
    (Risos)
  • 19:17 - 19:19
    Essa é minha vida. Então...
  • 19:19 - 19:24
    (Risos)
  • 19:24 - 19:26
    Como um mágico eu tento mostrar coisas para as pessoas
  • 19:26 - 19:28
    que parecem impossíveis.
  • 19:28 - 19:31
    E eu penso que mágica, seja prendendo a respiração
  • 19:31 - 19:33
    ou embaralhando cartas,
  • 19:33 - 19:35
    é muito simples.
  • 19:35 - 19:39
    É prática, é treinamento, e é --
  • 19:39 - 19:43
    É prática, é treinamento e experimentação,
  • 19:43 - 19:46
    enquanto forço através da dor para ser o melhor que posso ser.
  • 19:46 - 19:50
    E isso é o que mágica é para mim, então, obrigado.
  • 19:50 - 19:58
    (Aplausos)
Title:
David Blaine: Como eu prendi o fôlego por 17 minutos
Speaker:
David Blaine
Description:

Nesta palestra altamente pessoal do TEDMED, o mágico e dublê David Blaine descreve como conseguiu ser capaz de prender a respiração debaixo d'água por 17 minutos - um recorde mundial (só um minuto a menos do que a duração da palestra inteira!) - e o que o seu trabalho, que frequentemente desafia à morte, significa para ele. Atenção: NÃO tente isso em casa.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
19:58
Alexandre Torres added a translation

Portuguese, Brazilian subtitles

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