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Procurando a magia perdida | Norberto Jansenson | TEDxRíodelaPlata

  • 0:18 - 0:21
    Num mundo em que a palavra
    que define o caminho que percorro
  • 0:21 - 0:25
    soa cada vez mais obsoleto,
    digo com orgulho que sou mágico.
  • 0:26 - 0:28
    E também sou narrador.
  • 0:29 - 0:33
    Há relativamente pouco tempo
    descobri que as duas coisas são o mesmo.
  • 0:35 - 0:38
    "Abracadabra",
    a palavra mágica por excelência,
  • 0:38 - 0:43
    vem do aramaico, o idioma semítico
    mais antigo do mundo
  • 0:43 - 0:48
    e significa "eu crio" — de criar —
    "à medida que o digo".
  • 0:50 - 0:54
    Dizem que os mágicos se dedicam
    a fazer aparecer e desaparecer coisas,
  • 0:55 - 0:58
    mas, na verdade, o nosso trabalho
    consiste em assombrar,
  • 0:58 - 1:00
    o que significa esconder a sombra.
  • 1:01 - 1:04
    Descobrir, destapar o que está oculto
  • 1:04 - 1:07
    e integrar, reunir o que foi separado.
  • 1:08 - 1:12
    Como um "puzzle",
    que já teve uma imagem completa
  • 1:12 - 1:14
    e só pode recuperar o sentido,
  • 1:14 - 1:17
    quando todas as peças
    voltarem a estar juntas.
  • 1:19 - 1:23
    Há uns tempos, convidaram-me
    a escutar um orador muito conhecido
  • 1:23 - 1:27
    cuja palestra acabou por ser
    uma caixa cheia de coisas diversas.
  • 1:27 - 1:31
    Terminava com uma história
    que, certamente, alguém aqui conhece,
  • 1:31 - 1:33
    sobre dois homens, no meio da selva.
  • 1:33 - 1:38
    De repente, aparece um leão faminto
    que corre ferozmente para eles.
  • 1:40 - 1:42
    Enquanto um deles fica paralisado de medo,
  • 1:42 - 1:45
    o outro senta-se
    tranquilamente numa pedra,
  • 1:46 - 1:49
    tira da mochila um par
    de sapatilhas de corrida
  • 1:49 - 1:50
    e começa a calçá-los.
  • 1:52 - 1:54
    O outro, surpreendido diz-lhe:
  • 1:54 - 1:58
    "Não estás a julgar que corres
    mais depressa do que o leão, pois não?"
  • 1:59 - 2:02
    E este, parcimoniosamente, responde:
  • 2:02 - 2:05
    "Não preciso de correr
    mais depressa do que o leão.
  • 2:06 - 2:09
    "Só preciso de correr
    mais depressa do que tu".
  • 2:09 - 2:12
    (Risos)
  • 2:14 - 2:17
    (Aplausos)
  • 2:19 - 2:22
    O orador terminou assim
    a sua palestra:
  • 2:23 - 2:26
    "No mundo de hoje,
    a única coisa que interessa
  • 2:26 - 2:29
    "é correr mais depressa
    do que a nossa concorrência".
  • 2:30 - 2:35
    Esta história determinou a revisão
    da minha carreira com a magia.
  • 2:36 - 2:38
    Comecei a estudá-la aos nove anos,
  • 2:38 - 2:41
    fiz o meu primeiro espetáculo
    profissional aos 15 anos.
  • 2:41 - 2:44
    Até aos 19, fui um mágico tradicional:
  • 2:44 - 2:47
    conseguir o assombro
    era o meu único objetivo.
  • 2:48 - 2:50
    Eu era eficaz no meu trabalho.
  • 2:51 - 2:54
    As pessoas voltavam a contratar-me
    e recomendavam-me.
  • 2:54 - 2:58
    Cedo tinha conseguido, na minha vida,
    correr suficientemente depressa.
  • 2:59 - 3:02
    Mas não me sentia feliz com o que fazia
    e não o desfrutava.
  • 3:04 - 3:08
    Por fim, descobri que era o vazio
    que sentia por dentro.
  • 3:09 - 3:12
    Faltava magia à minha magia.
  • 3:14 - 3:18
    Eu tinha captado uma magia
    na minha vida quotidiana
  • 3:18 - 3:21
    num beijo, num pôr-do-sol, num abraço
  • 3:22 - 3:27
    e esse formigueiro mágico, no meu público,
    nos meus espetáculos, não acontecia.
  • 3:29 - 3:33
    Até que, um dia, recebi,
    por acaso, um poema
  • 3:33 - 3:35
    que me emocionou profundamente,
  • 3:35 - 3:38
    em que senti que tinha encontrado
    a magia perdida.
  • 3:39 - 3:41
    Aprendi imediatamente o poema
  • 3:41 - 3:45
    e, no final do espetáculo seguinte,
    recitei-o, com muito pudor
  • 3:46 - 3:48
    e senti uma ligação.
  • 3:49 - 3:54
    Enquanto guardava as minhas coisas,
    aproximaram-se duas senhoras, comovidas.
  • 3:54 - 3:56
    Uma delas agarrou-me nas mãos e disse:
  • 3:56 - 3:58
    "Gostámos muito do que fez, jovem,
  • 3:58 - 4:01
    "mas, sobretudo, comoveu-nos
    o que disse no final,
  • 4:01 - 4:03
    "porque deu sentido a tudo o resto".
  • 4:05 - 4:10
    Eu tinha conseguido reunir duas coisas
    que sempre tinham sido uma só coisa.
  • 4:11 - 4:14
    A minha magia tinha recuperado a magia.
  • 4:15 - 4:19
    É que magia sem magia
    é apenas um truque.
  • 4:19 - 4:21
    Uma caixa cheia de coisas fúteis.
  • 4:23 - 4:26
    O segredo desta interligação
    é muito simples:
  • 4:27 - 4:30
    o nosso espírito é um só
    mas está separado em duas partes.
  • 4:30 - 4:36
    O lado esquerdo é racional,
    pragmático, estruturado, cético,
  • 4:36 - 4:39
    programado para questionar tudo
    e não acreditar em nada.
  • 4:40 - 4:42
    O lado direito, em compensação,
  • 4:42 - 4:46
    é emotivo, intuitivo,
    ingénuo, criativo, mágico,
  • 4:46 - 4:49
    programado para acreditar
    em tudo, sem questionar nada.
  • 4:50 - 4:53
    Mas vivemos num mundo
    muito racional, muito frenético,
  • 4:53 - 4:55
    que nos obriga a depender da razão
  • 4:55 - 4:58
    e a dedicarmo-nos, quase exclusivamente,
    à produção e ao consumo.
  • 4:58 - 5:03
    Hoje em dia, ninguém tem tempo
    nem disposição para brincar, para criar,
  • 5:03 - 5:07
    para contemplar com real curiosidade
    o mundo que nos rodeia.
  • 5:08 - 5:10
    Separámo-nos de nós mesmos.
  • 5:10 - 5:14
    Desintegrámo-nos.
    Des-integrámo-nos.
  • 5:14 - 5:17
    Vivemos aproveitando apenas
    metade do nosso potencial
  • 5:17 - 5:19
    e o mundo quer fazer-nos crer
    que é assim que deve ser
  • 5:19 - 5:21
    e que isso é suficiente.
  • 5:22 - 5:27
    Mas resulta que negar uma parte nossa
    não a faz desaparecer.
  • 5:28 - 5:30
    A invisibilidade não é o mesmo
    que a inexistência.
  • 5:32 - 5:37
    A experiência mágica, se estiver preparada
    para transcender o assombro,
  • 5:37 - 5:40
    favorece a integração e a reconexão.
  • 5:40 - 5:43
    Aquilo que não podemos explicar
    produz-nos um curto-circuito
  • 5:43 - 5:46
    no espírito lógico
    que nos faz perder o controlo
  • 5:46 - 5:49
    e enfraquece as barreiras
    que nos separam por dentro.
  • 5:49 - 5:53
    Então, naturalmente,
    as nossas partes integram-se
  • 5:53 - 5:55
    e podemos transitar
    para a experiência mágica
  • 5:55 - 5:59
    qualquer que ela seja,
    por mais pequena e quotidiana,
  • 5:59 - 6:03
    completos, sem queixas,
    e em plenitude.
  • 6:04 - 6:08
    Se não fosse o espírito racional,
    podíamos ligar-nos permanentemente
  • 6:08 - 6:10
    com a magia que nos rodeia.
  • 6:10 - 6:13
    A magia natural, como se lhe chamava
    no início dos tempos,
  • 6:13 - 6:15
    revela-se em cada instante da criação.
  • 6:15 - 6:19
    Para começar, estamos aqui
    e estamos vivos.
  • 6:19 - 6:22
    Não existem dois seres humanos
    iguais, em todo o mundo.
  • 6:23 - 6:27
    A magia manifesta-se no processo
    de gestação e nascimento de um ser
  • 6:28 - 6:30
    ou na música que, com apenas sete notas,
  • 6:30 - 6:33
    pode criar mundos infinitos
    em combinações inesgotáveis,
  • 6:33 - 6:36
    ou nas viagens que, numa questão de horas,
  • 6:36 - 6:40
    têm a capacidade de nos transportar
    do verão mais quente ao inverno mais frio
  • 6:40 - 6:42
    ou em dois olhares
    que se encontram pela primeira vez
  • 6:42 - 6:44
    e não conseguem separar-se.
  • 6:45 - 6:50
    Estou convencido de que a magia,
    em qualquer das suas formas,
  • 6:50 - 6:53
    enriquece e potencia
    a nossa experiência de viver.
  • 6:54 - 6:57
    Foi por isso que aqui vim,
    para vos convidar a recuperar
  • 6:57 - 7:00
    a magia que existe dentro
    de cada um de nós.
  • 7:00 - 7:04
    Para isso, só temos
    de deixar de combatê-la,
  • 7:04 - 7:07
    deixar de temê-la, deixar de ignorá-la.
  • 7:08 - 7:13
    De nenhuma forma vos venho propor
    que abandonem o ceticismo
  • 7:13 - 7:16
    nem a procura de respostas,
    que é uma coisa valiosa.
  • 7:16 - 7:20
    Não creio que devamos transformar-nos
    em adeptos ou fanáticos do invisível
  • 7:21 - 7:24
    nem que devamos substituir
    o nosso lado esquerdo pelo direito.
  • 7:24 - 7:27
    Porque nenhuma das duas partes
    pode ser o todo.
  • 7:28 - 7:31
    O que vos proponho é que reunamos,
  • 7:31 - 7:33
    que integremos essas duas partes:
  • 7:34 - 7:38
    o nosso ceticismo
    com a nossa ingenuidade.
  • 7:38 - 7:41
    A nossa razão com a nossa emoção.
  • 7:41 - 7:43
    A nossa inteligência com a nossa intuição.
  • 7:43 - 7:45
    E assim com todas as nossas partes.
  • 7:45 - 7:49
    Todas elas são peças indispensáveis
    do "puzzle" da nossa vida.
  • 7:52 - 7:56
    Para pôr à prova esta proposta
    peço-vos que acompanham
  • 7:56 - 7:59
    numa experiência mágica aqui e agora.
  • 8:00 - 8:02
    Vão todos participar.
  • 8:03 - 8:06
    Peço a todos os que não estão
    aqui connosco,
  • 8:06 - 8:08
    onde quer que estejam
    e quem quer que sejam,
  • 8:08 - 8:11
    que também participem,
    como se estivessem aqui.
  • 8:12 - 8:16
    Peço-vos que fechem os olhos agora.
  • 8:16 - 8:19
    Peço-vos que confiem em mim,
    prometo-vos que vamos a um sítio
  • 8:20 - 8:21
    com esta proposta.
  • 8:21 - 8:23
    Animem-se, fechem os olhos.
  • 8:23 - 8:26
    Descruzem as pernas e os braços.
  • 8:26 - 8:29
    Garanto-vos assim mais 30%
    de desfrute da experiência.
  • 8:29 - 8:32
    Os que têm assentos
    com costas, recostem-se.
  • 8:32 - 8:35
    Os que não têm, sentem-se direitos.
  • 8:35 - 8:39
    Tentem baixar a respiração
    para a barriga, o mais que puderem.
  • 8:39 - 8:41
    Larguem a mão das pessoas
    que estão ao vosso lado,
  • 8:41 - 8:43
    especialmente se não vieram convosco.
  • 8:43 - 8:45
    (Risos)
  • 8:46 - 8:49
    Respirem o mais profundo
    que puderem
  • 8:49 - 8:53
    e tentem escutar apenas
    a minha voz e a música.
  • 9:00 - 9:02
    (Música)
  • 9:06 - 9:10
    Imaginem que estão sentados
    no interior do vosso local preferido.
  • 9:12 - 9:17
    É o lugar onde podiam passar horas,
    o tempo, simplesmente ficando ali.
  • 9:19 - 9:23
    Enquanto desfrutam deste momento,
    sem preocupações, sem obrigações,
  • 9:23 - 9:29
    à vossa frente começa a formar-se
    uma imagem que vos agrada contemplar,
  • 9:29 - 9:34
    de que começam a distinguir
    as cores, as formas, as texturas,
  • 9:34 - 9:36
    as personagens.
  • 9:37 - 9:40
    É como se fosse uma pintura,
    uma obra de arte que foi pintada
  • 9:40 - 9:43
    especialmente para o gosto
    de cada um de nós.
  • 9:47 - 9:52
    Enquanto desfrutam dessa beleza,
    dela desprende-se uma luz branca
  • 9:52 - 9:56
    que vos distrai, impedindo
    a vossa concentração.
  • 9:57 - 9:59
    Levantam-se do sítio onde estão sentados,
  • 9:59 - 10:01
    e aproximam-se um pouco mais
    para ver melhor.
  • 10:01 - 10:07
    Dão se conta de que essa luz
    é uma coisa que falta na pintura,
  • 10:07 - 10:10
    como se fosse uma peça
    em falta num "puzzle".
  • 10:11 - 10:16
    Aproximam-se mais e reparam
    que essa peça do "puzzle" é grande,
  • 10:16 - 10:22
    tão grande como se fosse
    uma portinhola que podem transpor.
  • 10:23 - 10:28
    Esticam a mão direita, empurram a porta
    e passam para o outro lado.
  • 10:30 - 10:33
    Chegam a uma praia deserta.
  • 10:33 - 10:37
    É a hora do ocaso, o sol está
    a despedir-se, timidamente.
  • 10:38 - 10:40
    Podem sentir a areia morna
    debaixo dos pés,
  • 10:40 - 10:42
    a brisa fresca no corpo,
  • 10:42 - 10:45
    o som do mar que chega
    muito perto da praia.
  • 10:47 - 10:52
    Levantam os olhos para um lado
    e veem que há alguém ao longe.
  • 10:53 - 10:57
    É alguém, que conhecem muito bem,
    mas que acham estranho encontrar aqui.
  • 10:58 - 11:03
    Vão correndo para um abraço
    que poderia durar para sempre.
  • 11:05 - 11:08
    No meio da emoção do abraço
    perguntam a essa pessoa:
  • 11:09 - 11:12
    "Que fazes aqui?
    Que fazes aqui?"
  • 11:13 - 11:18
    Escutam a resposta:
    "Vim ver-te, dar-te este abraço
  • 11:18 - 11:20
    "e trazer-te um presente".
  • 11:21 - 11:24
    Agarra-vos na mão
    e depositam nela um presente.
  • 11:24 - 11:27
    É uma peça de um "puzzle".
  • 11:27 - 11:30
    É a peça que faltava na vossa pintura,
  • 11:30 - 11:32
    a peça que vos completa.
  • 11:33 - 11:36
    Dão outro abraço interminável
    a essa pessoa,
  • 11:36 - 11:39
    que adoraram encontrar
  • 11:40 - 11:43
    e, desta vez,
    no meio da emoção do abraço,
  • 11:43 - 11:47
    dão-se conta de que chegou
    o momento de a soltar, de a deixar ir.
  • 11:49 - 11:51
    Começam a separar-se do abraço,
    pouco a pouco,
  • 11:51 - 11:55
    caminhando às arrecuas,
    para não perderem o contacto com os olhos,
  • 11:55 - 11:58
    a peça do "puzzle"
    estreitada contra o peito.
  • 11:59 - 12:02
    E também, pouco a pouco,
    mas muito lentamente,
  • 12:02 - 12:04
    começam a ter a ideia de voltar aqui
  • 12:06 - 12:08
    e abrem os olhos.
  • 12:11 - 12:12
    (Fim da música)
  • 12:18 - 12:21
    Em cada dez vezes que faço este exercício,
  • 12:21 - 12:24
    oito ou nove vezes encontro-me
    com o meu avô Lázaro.
  • 12:25 - 12:27
    Foi meu mestre, enquanto esteve cá.
  • 12:27 - 12:29
    Continuou a sê-lo
    durante todos estes anos,
  • 12:29 - 12:31
    depois de ter partido.
  • 12:31 - 12:35
    Presenteou-me com uma grande quantidade
    de peças que, pouco a pouco,
  • 12:35 - 12:38
    vão completando o "puzzle" da minha vida.
  • 12:39 - 12:41
    Alguém lhe aconteceu o mesmo,
    se encontrou com alguém
  • 12:41 - 12:43
    que pensava não voltar a ver
  • 12:43 - 12:45
    ou que há muito tempo não viam?
  • 12:59 - 13:01
    Como é que se chama?
  • 13:01 - 13:02
    Mulher: Pato.
  • 13:03 - 13:05
    (Aplausos)
  • 13:10 - 13:13
    - Quem é que encontrou?
    - Uma amiga.
  • 13:13 - 13:15
    - Como se chama?
    - Julieta.
  • 13:15 - 13:17
    - Há muito tempo que não a via?
    - Muitíssimo.
  • 13:17 - 13:19
    - Gostou de a encontrar?
    - Gostei.
  • 13:20 - 13:24
    NJ: Pato, trouxe para partilhar consigo
    e com todos a minha pintura preferida.
  • 13:25 - 13:30
    Chama-se: "As metamorfoses de Narciso",
    foi pintada por Salvador Dalí.
  • 13:30 - 13:34
    Falta-lhe uma peça e é como um símbolo
    daquela porta que atravesso,
  • 13:34 - 13:38
    pelo caminho cada vez que me perco
    para chegar a uma praia deserta,
  • 13:38 - 13:40
    onde o meu avô Lázaro
    ou algum dos meus mestres
  • 13:40 - 13:44
    me devolve um presente, uma peça
    que me ajuda a voltar ao caminho.
  • 13:45 - 13:47
    Também trouxe, para partilhar com todos,
  • 13:47 - 13:49
    uma bolsa cheia de peças de "puzzle".
  • 13:49 - 13:51
    Assim, preciso que,
    com a sua mão esquerda,
  • 13:52 - 13:55
    tire, sem olhar,
    três ou quatro peças juntas.
  • 13:55 - 13:58
    - Todas juntas?
    - Sim.
  • 14:02 - 14:04
    NJ: Hoje.
  • 14:04 - 14:05
    (Risos)
  • 14:06 - 14:08
    Agora, sem as tapar com o seu corpo,
    para todos poderem ver,
  • 14:08 - 14:11
    ponha-se de lado e experimente
    uma para ver que tal.
  • 14:31 - 14:32
    Não, não. Muito bem.
  • 14:32 - 14:36
    Agarre na bolsa com a mão esquerda
    e feche os olhos.
  • 14:38 - 14:42
    Preciso que, com a sua imaginação,
    volte à praia onde esteve.
  • 14:44 - 14:47
    Com a imaginação chame a sua amiga
    porque precisamos da ajuda dela.
  • 14:50 - 14:53
    Peça-lhe que se aproxime
    e que, com a mão esquerda
  • 14:53 - 14:55
    agarre na sua mão direita
    e não mexa a mão direita
  • 14:55 - 14:58
    porque é ela que tem de a guiar.
  • 14:58 - 15:02
    Torne a meter a mão dentro da bolsa,
    mas desta vez tire uma só peça
  • 15:02 - 15:04
    que não pode ser uma qualquer.
  • 15:04 - 15:07
    Tem de ser a peça que nos complete
    a todos, esta tarde.
  • 15:16 - 15:18
    Abra os olhos.
  • 15:23 - 15:26
    (Aplausos)
  • 15:27 - 15:29
    M: Obrigada.
  • 15:32 - 15:33
    NJ: Pato!
  • 15:34 - 15:36
    (Aplausos)
  • 15:42 - 15:44
    Da parte do meu avô Lázaro
    e da minha parte,
  • 15:44 - 15:46
    uma peça de presente para si.
  • 15:46 - 15:49
    Oxalá encontre depressa
    o "puzzle" que a complete.
  • 15:49 - 15:50
    M: Obrigada.
  • 15:50 - 15:53
    NJ: Um forte aplauso para Pato
    por nos ter ajudado.
  • 15:53 - 15:55
    (Aplausos)
  • 15:55 - 15:56
    Obrigado.
  • 16:08 - 16:15
    Há uns tempos, alegrou-me descobrir
    que a minha carreira começava a tornar-se
  • 16:15 - 16:19
    num caminho, e então, um dia,
    recebi um "email"
  • 16:19 - 16:22
    que me revelou uma nova descoberta.
  • 16:23 - 16:24
    A mensagem dizia assim:
  • 16:25 - 16:27
    "Olá Jansenson, chamo-me Sara.
  • 16:28 - 16:30
    "Na semana passada,
    vi-te num programa da televisão.
  • 16:30 - 16:34
    "Era uma entrevista,
    não houve tempo para fazeres magia.
  • 16:34 - 16:39
    "No dia seguinte ao do programa,
    enquanto dava um passeio pelo parque,
  • 16:39 - 16:41
    "com a enfermeira que empurra
    a cadeira de rodas,
  • 16:41 - 16:45
    "pensei que devia escrever-te
    para dizer que não acredito na magia
  • 16:45 - 16:47
    "mas, se a magia existe, como afirmas,
  • 16:47 - 16:50
    "se és tão bom como disse
    quem te apresentou no programa,
  • 16:50 - 16:53
    "devias poder devolver-me
    a capacidade de caminhar.
  • 16:55 - 16:57
    "Mas ontem voltaste a aparecer no programa
  • 16:57 - 17:00
    "e vi-te fazer magia e estender uma ponte
  • 17:00 - 17:02
    "para um mundo mágico
    que eu não conhecia.
  • 17:03 - 17:09
    "Dei-me conta de que devia escrever-te
    para dizer que a magia me deu asas.
  • 17:10 - 17:12
    "Agora já não preciso de caminhar".
  • 17:14 - 17:17
    (Aplausos)
  • 17:21 - 17:25
    Há um mundo em que não há
    nenhuma necessidade de correr
  • 17:25 - 17:27
    cada vez mais depressa.
  • 17:27 - 17:33
    É o assombroso mundo da magia
    que existe dentro de cada um de nós.
  • 17:35 - 17:40
    Oxalá que, na próxima vez
    que o encontrem o abracem fortemente.
  • 17:40 - 17:44
    Refiro-me a um desses abraços
    que queremos que nunca acabe.
  • 17:45 - 17:47
    Refiro-me a um desses abraços
  • 17:48 - 17:52
    que nos fazem sentir
    os pés levantados do chão.
  • 17:54 - 17:55
    Oxalá.
  • 17:56 - 17:59
    (Aplausos)
Title:
Procurando a magia perdida | Norberto Jansenson | TEDxRíodelaPlata
Description:

Uma proposta para recuperar a magia na nossa vida.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

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Video Language:
Spanish
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:14

Portuguese subtitles

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