As boas notícias da década? Estamos a ganhar a guerra contra a mortalidade infantil
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0:00 - 0:02Estamos aqui, hoje,
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0:02 - 0:05porque a ONU
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0:05 - 0:07definiu objectivos
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0:07 - 0:09para o desenvolvimento dos países.
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0:09 - 0:12São chamados de
Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. -
0:12 - 0:14E a razão por que eu gosto bastante
destes objectivos -
0:14 - 0:17é porque são oito.
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0:17 - 0:19E ao especificarem
oito objectivos diferentes, -
0:19 - 0:22as Nações Unidas dizem
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0:22 - 0:24que estas são as coisas que é necessário
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0:24 - 0:26mudar num país
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0:26 - 0:28para obter uma vida boa
para a população. -
0:28 - 0:30Reparem aqui,
temos de acabar com a pobreza, -
0:30 - 0:32educação, igualdade para ambos os sexos,
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0:32 - 0:34saúde materna e infantil
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0:34 - 0:36controlar infecções,
proteger o meio ambiente -
0:36 - 0:39e construir boas ligações entre as nações
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0:39 - 0:41em todos os aspectos
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0:41 - 0:43desde a ajuda até ao comércio.
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0:43 - 0:45Há uma segunda razão
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0:45 - 0:47por que eu gosto destes objectivos
de desenvolvimento, -
0:47 - 0:50e ela é porque cada um deles
pode ser medido. -
0:50 - 0:52Por exemplo, a mortalidade infantil.
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0:52 - 0:55O objectivo aqui é reduzir
a mortalidade infantil -
0:55 - 0:56em dois terços,
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0:56 - 0:59de 1990 a 2015.
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0:59 - 1:02É uma redução de 4% ao ano.
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1:03 - 1:05E isto, com medições.
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1:05 - 1:07Isso é que faz a diferença
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1:07 - 1:09entre a conversa política assim
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1:09 - 1:11e realmente tentar alcançar o importante,
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1:11 - 1:14uma vida melhor para as pessoas.
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1:14 - 1:16E o que me deixa tão contente com isto
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1:16 - 1:18é que já está documentado
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1:18 - 1:20que há muitos países
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1:20 - 1:22na Ásia, no Médio Oriente,
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1:22 - 1:25na América Latina e Europa de Leste
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1:25 - 1:27a reduzir a este ritmo.
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1:27 - 1:30E mais, o poderoso Brasil
está a reduzir a 5% por ano, -
1:30 - 1:32e a Turquia a 7% por ano.
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1:32 - 1:34Portanto, temos boas notícias.
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1:34 - 1:37Mas depois ouço pessoas dizerem:
"Não há progresso em África. -
1:37 - 1:39"E nem sequer há estatísticas sobre África
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1:39 - 1:41"para sabermos o que está a acontecer".
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1:41 - 1:44Vou provar que estão errados
em ambos os pontos. -
1:44 - 1:47Venham comigo
para o mundo maravilhoso da estatística. -
1:47 - 1:50Conduzo-vos para a página da "web",
ChildMortality.org, -
1:50 - 1:53onde podem encontrar o número
de mortes em crianças -
1:53 - 1:55abaixo dos cinco anos de idade
para todos os países. -
1:55 - 1:57É feito por especialistas da ONU.
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1:57 - 1:59E vou usar o Quénia como exemplo.
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1:59 - 2:01Aqui podem ver os dados.
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2:01 - 2:04Não entrem em pânico agora.
Eu ajudo-vos com isto. -
2:04 - 2:06Parece horrível, como na universidade,
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2:06 - 2:08quando não gostavam de estatística.
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2:08 - 2:10Mas a primeira coisa,
quando vêem pontos como estes, -
2:10 - 2:12que têm de perguntar a vocês mesmos, é:
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2:12 - 2:14"De onde é que vem a informação?
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2:14 - 2:16"Qual é a origem dos dados?
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2:16 - 2:18"Será o caso de que, no Quénia,
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2:18 - 2:20"há médicos e outros especialistas
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2:20 - 2:23"que escrevem a certidão de óbito
quando a criança morre, -
2:23 - 2:25"e depois a enviam
para o gabinete de estatística?" -
2:25 - 2:28Não, os países de baixos rendimentos
como o Quénia -
2:28 - 2:31ainda não têm esse nível de organização.
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2:31 - 2:32Existe, mas não está completo,
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2:32 - 2:35porque tantas mortes ocorrem em casa
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2:35 - 2:37com a família,
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2:37 - 2:39e não são registadas.
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2:39 - 2:41Nós não nos baseamos
num sistema incompleto. -
2:41 - 2:44Temos entrevistas, temos questionários.
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2:44 - 2:46E são feitos por entrevistadoras
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2:46 - 2:48altamente profissionais,
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2:48 - 2:50que se sentam com uma mulher,
por uma hora, -
2:50 - 2:53e lhe fazem perguntas
acerca da sua história reprodutiva. -
2:53 - 2:54Quantas crianças teve?
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2:54 - 2:56Estão todas vivas?
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2:56 - 2:59Se morreram, que idade tinham
e em que ano aconteceu? -
2:59 - 3:01E depois, isto é feito
numa amostra representativa -
3:01 - 3:04de milhares de mulheres no país
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3:04 - 3:06e resumido no que costumava ser chamado
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3:06 - 3:09Relatório dos Estudos de Saúde
Demográfica. -
3:09 - 3:11Mas estes estudos são caros,
-
3:11 - 3:14por isso só podem ser feitos
em intervalos de três a cinco anos. -
3:14 - 3:16Mas são de boa qualidade.
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3:16 - 3:18Mas essa é a limitação.
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3:18 - 3:21E todas estas linhas coloridas
aqui são os resultados; -
3:21 - 3:23cada cor é um estudo.
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3:23 - 3:26Mas isto é demasiado complicado,
por isso, vou simplificar para vocês, -
3:26 - 3:29e dou-vos um ponto médio por cada estudo.
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3:29 - 3:32Este foi em 1977, 1988,
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3:32 - 3:341992, 1997
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3:34 - 3:37e 2002.
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3:37 - 3:39E quando os especialistas na ONU
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3:39 - 3:42colocam todos estes estudos
na sua base de dados, -
3:42 - 3:45eles usam fórmulas matemáticas avançadas
-
3:45 - 3:48para produzirem uma linha de regressão,
que é esta. -
3:48 - 3:51Vejam aqui.
É a melhor aproximação que conseguem. -
3:51 - 3:53Mas reparem:
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3:53 - 3:55Eles continuam a linha
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3:55 - 3:57para lá do último ponto
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3:57 - 3:59para o vazio.
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3:59 - 4:02E estimaram que em 2008
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4:02 - 4:05o Quénia teria uma mortalidade infantil
de 128. -
4:05 - 4:07E eu fiquei triste,
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4:07 - 4:09porque podíamos ver
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4:09 - 4:11esta inversão no Quénia
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4:11 - 4:14com um aumento da mortalidade infantil
nos anos 90. -
4:14 - 4:16Era tão trágico.
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4:16 - 4:19Mas em Junho, recebi um "email"
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4:19 - 4:21dos Estudos de Saúde Demográfica
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4:21 - 4:23que mostrava boas notícias do Quénia.
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4:23 - 4:25Fiquei tão contente.
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4:25 - 4:28Esta era a estimativa do último estudo.
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4:28 - 4:30Depois, só demorou outros três meses
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4:30 - 4:32para a ONU colocar tudo no seu servidor
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4:32 - 4:35e na sexta-feira,
recebemos a nova linha de regressão. -
4:35 - 4:37Estava aqui em baixo.
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4:37 - 4:39Tão agradável, não é?
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4:39 - 4:42Eu estava, na sexta-feira,
sentado em frente ao meu computador, -
4:42 - 4:44e vi a taxa de mortalidade cair
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4:44 - 4:47de 128 para 84 naquela manhã.
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4:47 - 4:49E então festejámos.
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4:49 - 4:51Mas agora,
quando temos esta linha de regressão, -
4:51 - 4:53como é que medimos o progresso?
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4:53 - 4:55Vou entrar em alguns detalhes aqui,
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4:55 - 4:57porque a ONU faz isto desta forma.
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4:57 - 5:00Eles começam em 1990, e medem até 2009.
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5:00 - 5:03Eles dizem "0,9%, não há progresso."
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5:03 - 5:05É injusto.
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5:05 - 5:08Como professor, acho que tenho o direito
de propor algo diferente. -
5:08 - 5:10Eu diria, ao menos façam isto.
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5:10 - 5:12Dez anos é suficiente
para seguir a tendência. -
5:12 - 5:15São dois estudos,
e podem ver o que está a acontecer agora. -
5:15 - 5:17Eles estão a 2,4%.
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5:17 - 5:19Se eu estivesse
no Ministério da Saúde no Quénia, -
5:19 - 5:22provavelmente usava estes dois pontos.
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5:22 - 5:24Portanto, o que estou a dizer-vos
-
5:24 - 5:26é que sabemos
qual é a taxa de mortalidade. -
5:26 - 5:28Temos uma boa estimativa.
-
5:28 - 5:30Estamos a encontrar
algumas dificuldades -
5:30 - 5:32quando medimos os ODM.
-
5:32 - 5:35E a razão, para África,
é especialmente importante, -
5:35 - 5:37porque os anos 90 foram uma má década,
-
5:37 - 5:40não só no Quénia, mas por toda a África.
-
5:40 - 5:42A epidemia do VIH
atingiu o seu ponto máximo. -
5:42 - 5:46Havia resistência aos antigos medicamentos
contra a malária, até surgirem os novos. -
5:46 - 5:49Recebemos, depois,
as redes contra os mosquitos. -
5:49 - 5:51E houve problemas socioeconómicos,
-
5:51 - 5:53que estão agora a ser resolvidos
a uma escala muito melhor. -
5:53 - 5:54Portanto, olhem para a média aqui.
-
5:54 - 5:56Esta é a média
para toda a África Subsariana. -
5:56 - 5:58E a ONU diz
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5:58 - 6:01que é uma redução de 1,8%.
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6:01 - 6:03Agora, isto parece um pouco teórico,
-
6:03 - 6:05mas não é assim tão teórico.
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6:05 - 6:07Sabem, estes economistas
-
6:07 - 6:10adoram dinheiro, e eles querem mais,
querem que o dinheiro cresça. -
6:10 - 6:14Por isso, calculam a taxa percentual
de crescimento anual da economia. -
6:14 - 6:16Nós, em saúde pública,
detestamos morte infantil, -
6:16 - 6:18por isso, queremos cada vez
menos mortes infantis. -
6:18 - 6:21Por isso,
calculamos a redução percentual por ano. -
6:21 - 6:23Mas é mais ou menos
o mesmo tipo de percentagem. -
6:23 - 6:25Se a vossa economia crescer a 4%,
-
6:25 - 6:28deveriam reduzir
a mortalidade infantil em 4%, -
6:28 - 6:31se o crescimento for bem utilizado
e as pessoas se envolverem realmente -
6:31 - 6:34e puderem utilizar os recursos
da forma que quiserem. -
6:34 - 6:36Então, será justo medir isto
num período de 19 anos? -
6:36 - 6:38Um economista nunca faria isso.
-
6:38 - 6:40Simplesmente, dividi-o em dois períodos.
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6:40 - 6:43Nos anos 90, apenas 1,2%.
-
6:43 - 6:45apenas 1,2%.
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6:45 - 6:47Enquanto que agora, em segunda,
-
6:47 - 6:49é como se a África
tivesse estado em primeira, -
6:49 - 6:51e agora engataram a segunda.
-
6:51 - 6:53Mas mesmo isto,
-
6:53 - 6:55não é uma representação justa de África,
-
6:55 - 6:57porque é uma média,
-
6:57 - 6:59é a velocidade média de redução em África.
-
6:59 - 7:02E vejam aqui quando eu vos levo
para os meus gráficos de bolas. -
7:02 - 7:04Aqui ainda temos
-
7:04 - 7:07a mortalidade infantil
por cada 1000, neste eixo. -
7:07 - 7:09Aqui temos o ano.
-
7:09 - 7:12E agora estou a mostrar-vos uma imagem
mais abrangente do que os ODM. -
7:12 - 7:14Começo há 50 anos,
-
7:14 - 7:17quando África celebrou a independência
da maioria dos países. -
7:17 - 7:19Aqui mostro o Congo,
que estava lá em cima, -
7:19 - 7:21o Gana mais abaixo
e o Quénia, ainda mais abaixo. -
7:21 - 7:24E o que aconteceu nestes anos?
Aqui vamos nós. -
7:24 - 7:27Podem ver, com a independência,
a alfabetização melhorou -
7:27 - 7:30e as vacinações começaram,
a varíola foi erradicada, -
7:30 - 7:33a higiene melhorou
e a situação, em geral, também. -
7:33 - 7:35Mas depois, nos anos 80, reparem aqui.
-
7:35 - 7:37O Congo entrou em guerra civil,
-
7:37 - 7:39e estabilizaram ali.
-
7:39 - 7:41O Gana melhorou muito rápido.
-
7:41 - 7:44Aqui foi o recuo no Quénia
e o Gana ultrapassou, -
7:44 - 7:46mas depois o Quénia e o Gana
descem juntos, -
7:46 - 7:48o Congo ainda paralisado.
-
7:48 - 7:50E aqui estamos hoje.
-
7:50 - 7:53Podem ver, não faz sentido
-
7:53 - 7:56fazer uma média desta melhoria zero
-
7:56 - 7:59e desta melhoria muito rápida.
-
8:00 - 8:02Chegou o tempo
-
8:02 - 8:06de parar de pensar na África Subsariana
com um único lugar. -
8:06 - 8:09Os países são tão diferentes
-
8:09 - 8:12e merecem ser reconhecidos dessa forma,
-
8:12 - 8:15tal como nós não falamos da Europa
como um só lugar. -
8:15 - 8:18Posso dizer-vos que a economia
na Grécia e na Suécia é muito diferente. -
8:18 - 8:19Toda a gente sabe isso.
-
8:19 - 8:22E eles são avaliados, cada país,
com base no seu desempenho. -
8:22 - 8:25Então deixem-me dar-vos
uma visão mais ampla. -
8:25 - 8:28O meu país, a Suécia:
-
8:28 - 8:31Em 1800 estávamos lá em cima.
-
8:31 - 8:34Que estranho distúrbio de personalidade
nós devemos ter, -
8:34 - 8:36contar as crianças
de forma tão meticulosa, -
8:36 - 8:38apesar da alta taxa
de mortalidade infantil. -
8:38 - 8:40É muito estranho. É meio embaraçoso.
-
8:40 - 8:42Mas tínhamos esse hábito na Suécia, sabem,
-
8:42 - 8:44de contar todas as mortes infantis
-
8:44 - 8:47mesmo que não fizéssemos nada
para resolver o problema. -
8:47 - 8:49E depois, vejam,
estes foram anos de fome. -
8:49 - 8:51Estes foram anos maus,
e as pessoas fartaram-se da Suécia. -
8:51 - 8:53Os meus antepassados
mudaram-se para os EUA. -
8:53 - 8:56E eventualmente,
começaram a melhorar aqui. -
8:56 - 9:00E aqui começámos a ter melhor educação,
e começámos a ter serviço de saúde, -
9:00 - 9:01e a mortalidade infantil desceu.
-
9:01 - 9:04Nunca tivemos uma guerra;
a Suécia esteve em paz todo este tempo. -
9:04 - 9:08Mas reparem, a taxa de diminuição
na Suécia -
9:08 - 9:10não foi rápida.
-
9:10 - 9:13A Suécia alcançou
uma taxa de mortalidade infantil baixa -
9:13 - 9:16porque começámos cedo.
-
9:16 - 9:18Na verdade, o ensino primário
-
9:18 - 9:20começou em 1842.
-
9:20 - 9:22E depois, temos aquele efeito maravilhoso
-
9:22 - 9:24de quando tivemos
a alfabetização das mulheres, -
9:24 - 9:26uma geração depois.
-
9:26 - 9:29Têm que compreender que os investimentos
que fazemos em progresso -
9:29 - 9:31são investimentos a longo prazo.
-
9:31 - 9:33Não é apenas a cinco anos.
-
9:33 - 9:35São investimentos a longo prazo.
-
9:35 - 9:38E a Suécia nunca alcançou a taxa dos ODM
-
9:38 - 9:403,1%, segundo os meus cálculos.
-
9:40 - 9:43Então estamos fora dos carris.
É como a Suécia está. -
9:43 - 9:45Mas não se fala muito sobre isso.
-
9:45 - 9:47Queremos que os outros sejam melhores
do que nós. -
9:47 - 9:49E, de facto, os outros têm sido melhores.
-
9:49 - 9:51Deixem-me que vos mostre a Tailândia,
-
9:51 - 9:54vejam que história de sucesso,
a Tailândia desde os anos 60, -
9:54 - 9:57como eles desceram aqui
e alcançaram quase o mesmo nível -
9:57 - 9:59de mortalidade infantil que na Suécia.
-
9:59 - 10:01E dou-vos outra história, a do Egipto,
-
10:01 - 10:03o mais bem escondido e glorioso sucesso
em saúde pública. -
10:03 - 10:06O Egipto estava aqui em cima em 1960,
-
10:06 - 10:07mais alto do que o Congo.
-
10:07 - 10:10O delta do Nilo era uma miséria
para as crianças, -
10:10 - 10:12com doenças diarreicas
-
10:12 - 10:14e malária e muitos problemas.
-
10:14 - 10:16E depois eles construíram
a barragem de Assuão. -
10:16 - 10:18Começaram a ter electricidade
nas suas casas. -
10:18 - 10:20Aumentaram a educação.
-
10:20 - 10:22E começaram a ter
cuidados de saúde primários. -
10:22 - 10:24E vieram por aí abaixo, vêem?
-
10:24 - 10:27E obtiveram água mais saudável,
erradicaram a malária. -
10:27 - 10:29E vejam que história de sucesso.
-
10:29 - 10:31As taxas para a mortalidade infantil
dos ODM -
10:31 - 10:33são inteiramente possíveis.
-
10:33 - 10:35E a boa notícia é
-
10:35 - 10:37que o Gana hoje está com a mesma taxa
-
10:37 - 10:40que o Egipto apresentou
na sua fase mais rápida. -
10:40 - 10:42O Quénia está a acelerar.
-
10:42 - 10:44Aqui temos um problema.
-
10:44 - 10:47Temos um problema grave
em países que estão estagnados. -
10:48 - 10:51Agora, deixem-me mostrar-vos
uma visão mais ampla, -
10:51 - 10:54uma visão mais ampla
da mortalidade infantil. -
10:54 - 10:55Vou mostrar-vos a relação
-
10:55 - 10:58entre a mortalidade infantil
aqui, neste eixo, -
10:58 - 11:01-- este eixo aqui
é a mortalidade infantil -- -
11:01 - 11:04e aqui temos o tamanho da família.
-
11:04 - 11:07A relação entre a mortalidade infantil
e o tamanho das famílias. -
11:07 - 11:09Uma, duas, três, quatro crianças
por mulher. -
11:09 - 11:11Seis, sete, oito crianças por mulher.
-
11:11 - 11:13Isto é, mais uma vez, 1960,
-
11:13 - 11:14há 50 anos.
-
11:14 - 11:16Cada bola é um país.
-
11:16 - 11:18As cores, podem ver, são os continentes
-
11:18 - 11:20O azul escuro aqui é a África Subsariana.
-
11:20 - 11:23E o tamanho das bolas é a população.
-
11:24 - 11:26E estes são
-
11:26 - 11:28os chamados países "em desenvolvimento".
-
11:28 - 11:31Eles tinham mortalidades infantis
altas ou muito altas -
11:31 - 11:34e famílias de seis a oito membros.
-
11:34 - 11:36E aqueles daquele lado,
-
11:36 - 11:38estes eram os chamados países ocidentais.
-
11:38 - 11:40Tinham baixa mortalidade infantil
-
11:40 - 11:42e famílias pequenas.
-
11:42 - 11:44O que é que aconteceu?
-
11:44 - 11:47O que eu quero é que vejam
com os vossos próprios olhos -
11:47 - 11:50a relação entre a queda
da mortalidade infantil -
11:50 - 11:53e a diminuição do tamanho das famílias.
-
11:53 - 11:55Peço-vos que vejam,
para que não haja dúvidas. -
11:55 - 11:57Têm de ver com os vossos próprios olhos.
-
11:57 - 12:00Isto é o que aconteceu.
Agora começo com o mundo. -
12:00 - 12:02Aqui descemos com erradicação da
-
12:02 - 12:04varíola, melhor educação,
-
12:04 - 12:06serviços de saúde.
-
12:06 - 12:07Chegaram ali abaixo.
-
12:07 - 12:09A China entra na caixa
dos países ocidentais aqui. -
12:09 - 12:12E aqui o Brasil está na caixa ocidental.
-
12:12 - 12:13A Índia aproxima-se.
-
12:13 - 12:15Os primeiros países africanos
entram na caixa ocidental. -
12:15 - 12:17E ganhamos muitos vizinhos.
-
12:17 - 12:18Bem-vindos a uma vida decente.
-
12:18 - 12:21Venham daí.
Queremos toda a gente aqui em baixo. -
12:21 - 12:22Esta é a nossa ambição, não é?
-
12:22 - 12:25E vejam agora, os primeiros países
africanos estão a entrar. -
12:25 - 12:27Aqui estamos hoje.
-
12:28 - 12:30Não existe essa coisa
-
12:30 - 12:33de um "mundo ocidental"
e um "mundo em desenvolvimento". -
12:33 - 12:34Este é o relatório da ONU
-
12:34 - 12:36que saiu na sexta-feira.
-
12:36 - 12:39É muito bom -- "Níveis e Tendências
em Mortalidade Infantil" -- -
12:39 - 12:41excepto esta página.
-
12:41 - 12:43Esta página é muito má.
-
12:43 - 12:46É uma categorização de países.
-
12:46 - 12:49Classifica de "países em desenvolvimento"
-- posso ler da lista aqui -- -
12:49 - 12:52países em desenvolvimento:
Coreia do Sul. -
12:52 - 12:54Hã?
-
12:54 - 12:57Eles têm a Samsung, como podem ser
um país em desenvolvimento? -
12:57 - 12:59Têm aqui Singapura.
-
12:59 - 13:02Singapura tem a mortalidade infantil
mais baixa do mundo. -
13:02 - 13:04Ultrapassaram a Suécia
há cinco anos, -
13:04 - 13:06e são classificados
como um país em desenvolvimento. -
13:06 - 13:07Têm aqui o Qatar.
-
13:07 - 13:09É dos países com a Al Jazeera,
o mais rico. -
13:09 - 13:12Como é que podem ser um país
em desenvolvimento? -
13:12 - 13:13Isto é uma porcaria.
-
13:13 - 13:16(Aplausos)
-
13:16 - 13:18O resto que aqui está é bom.
O resto é bom. -
13:18 - 13:20Temos de ter um conceito moderno,
-
13:20 - 13:22que se encaixe nos dados.
-
13:22 - 13:24E temos de perceber
-
13:24 - 13:27que vamos todos para aqui para baixo.
-
13:27 - 13:30Qual é a importância destas relações aqui.
-
13:30 - 13:32Vejam. Mesmo se olharmos para África.
-
13:32 - 13:34Estes são os países africanos.
-
13:34 - 13:37Podem ver claramente a relação
entre a queda da mortalidade infantil -
13:37 - 13:40e a diminuição do tamanho das famílias
-
13:40 - 13:41mesmo em África.
-
13:41 - 13:43É muito claro que é isto que acontece.
-
13:43 - 13:46E um resultado muito importante
saiu na sexta-feira -
13:46 - 13:50do Instituto de Avaliação e Métricas
de Saúde, em Seattle, -
13:50 - 13:52que mostra que quase 50%
-
13:52 - 13:54da redução da mortalidade infantil
-
13:54 - 13:57pode ser atribuída
à educação das mulheres. -
13:57 - 14:00Ou seja, quando pomos raparigas na escola,
-
14:00 - 14:02temos um impacto 15 a 20 anos mais tarde,
-
14:02 - 14:05uma tendência secular que é muito forte.
-
14:05 - 14:08É por isso que temos de ter
essa perspectiva a longo prazo, -
14:08 - 14:10mas temos de medir o impacto
-
14:10 - 14:12de um período de 10 anos.
-
14:12 - 14:14É inteiramente possível
-
14:14 - 14:17diminuir a mortalidade infantil
em todos estes países -
14:17 - 14:19e levá-los para o canto ali em baixo
-
14:19 - 14:21onde todos gostaríamos de viver juntos.
-
14:22 - 14:25E, claro, diminuir a mortalidade infantil
-
14:25 - 14:28é um assunto da maior importância
-
14:28 - 14:30da perspectiva humanitária.
-
14:30 - 14:32É de uma vida decente para as crianças
-
14:32 - 14:34que estamos a falar.
-
14:34 - 14:37Mas também é um investimento estratégico
-
14:37 - 14:39no futuro de toda a humanidade,
-
14:39 - 14:42porque é acerca do ambiente.
-
14:42 - 14:44Nós não seremos capazes
de tratar do ambiente -
14:44 - 14:46e evitar a terrível crise climática
-
14:46 - 14:48se não estabilizarmos a população mundial.
-
14:48 - 14:50Sejamos claros acerca disso.
-
14:50 - 14:52E a forma de o fazer
-
14:52 - 14:55é reduzir a mortalidade infantil,
ter acesso ao planeamento familiar -
14:55 - 14:58e por trás disso,
incentivar a educação das mulheres. -
14:58 - 15:00E isso é inteiramente possível.
Vamos a isso. -
15:00 - 15:02Muito obrigado.
-
15:02 - 15:12(Aplausos)
- Title:
- As boas notícias da década? Estamos a ganhar a guerra contra a mortalidade infantil
- Speaker:
- Hans Rosling
- Description:
-
Hans Rosling reorganiza 10 anos de informação da ONU com os seus gráficos espectaculares, revelando uma surpreendente -- e geralmente pouco divulgada -- boa notícia, merecedora de primeira página. De caminho, desmascara uma imperfeita abordagem estatística que esconde estas histórias vitais.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:14
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Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The good news of the decade? We're winning the war against child mortality | |
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Inês Pereira added a translation |