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Então, esta
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aprendizagem da prática
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é tão importante para o nosso mundo.
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E cada um de nós tem de ser um instrumento de paz,
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um instrumento de atenção plena
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e de compaixão,
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para tornar o mundo um lugar melhor
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para os nossos filhos viverem.
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Então, karma significa apenas "ação",
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ação como causa
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que trará consigo
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o fruto da ação.
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E o teu corpo de continuação
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depende inteiramente da tua ação.
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O teu diploma,
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a tua conta bancária,
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não podes levar contigo.
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O que levas contigo
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é a tua ação.
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A tua ação é tripla:
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pensar, falar, agir.
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E quando olhas para estas coisas,
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vês-te a ti próprio,
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vês o teu corpo de continuação.
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Não podes dizer que, quando...
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após a desintegração deste corpo,
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"já não estou aqui"
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[ou] "já não estarei aqui".
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Tu estás sempre aqui,
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porque tu és a tua própria ação.
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O filósofo francês
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Jean-Paul Sartre
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aproximou-se muito desta ideia.
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Ele tentou definir o que é o "Homem".
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Ele sabia que o Homem não é o seu corpo, nem os seus sentimentos.
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Muito próximo do Budismo,
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embora pertencesse
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à escola do Existencialismo.
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E a sua afirmação foi:
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"O Homem é a totalidade dos seus atos."
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Foi isso que Sartre disse:
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"L'homme est la somme de ses actes."
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"L'homme...
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"est la somme...
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"...de ses actes."
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Então, nós, o que somos?
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Somos a nossa ação.
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E somos continuados pela nossa ação.
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E não é assim tão difícil
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ver o nosso corpo de continuação.
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E não precisamos
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de esperar até à
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completa desintegração deste corpo
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para começar a ver o nosso corpo de continuação.
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Tal como a nuvem,
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ela não precisa de se transformar inteiramente em chuva
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para ver
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o seu corpo de continuação.
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E todos nós temos de praticar o mesmo.
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Temos de ver o nosso corpo de continuação agora.
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Eu sou capaz de ver o meu corpo de continuação agora.
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Isto é como a água que está a ser fervida numa panela.
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E um dia já não vês esse corpo,
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e dizes que "Thay morreu".
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Não é verdade.
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Eu nunca morrerei.
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A minha natureza é a natureza da nuvem.
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É impossível para uma nuvem morrer.
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É impossível para Thay morrer.
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Eu continuo sempre.
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["Yeah!"]
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[risos]
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E tu tens de ser capaz de ver
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o corpo de continuação de Thay agora.
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Se olhares para dentro de ti, vês.
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Tu continuas Thay de alguma forma.
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Thay está em ti.
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Thay está nos seus amigos, nos seus discípulos,
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de muitas formas.
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E Thay está a operar no Vietname, na América,
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nas escolas, nas prisões, no exército.
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Então, se tens os "olhos da ausência de sinais",
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não estás confinado a esta forma.
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Podes ver a nuvem no teu chá.
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E já não choras mais
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pela
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ausência da forma da nuvem no céu.
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Assim, a resposta mais curta à pergunta
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"O que acontece quando morres?"
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é que
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o que acontece quando morres
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é que não morres.