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O presente de viver sendo gay | Karen McCrocklin | TEDxTurtleCreekWomen

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    Quando digo às pessoas que ser lésbica
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    é a melhor coisa que já me aconteceu,
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    nunca sei como vai ser.
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    Às vezes, nada demais.
  • 0:21 - 0:26
    Outras vezes, é como se fosse
    um gesto revolucionário.
  • 0:26 - 0:28
    Tenho uma amiga chamada Tina
  • 0:28 - 0:30
    e nós nos conhecemos desde pequenas.
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    Ela é uma texana falastrona,
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    com cabelo volumoso, um grande coração
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    e usa muita maquiagem.
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    Eu a adoro.
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    Ela e seu marido são casados
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    há provavelmente
    mais de vinte anos, eu acho.
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    Eles têm filhos ótimos
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    e uma vida ótima.
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    Uma vida bem diferente da minha.
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    Mas a melhor coisa
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    que temos em comum
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    é que nós duas somos realmente felizes.
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    Mas até hoje ela deve lamentar que
    cortei o cabelo de sua boneca Barbie
  • 0:58 - 1:00
    em nosso quinto ano,
  • 1:00 - 1:03
    e a vesti com
    as roupas do G.I. Joe... (Risos)
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    Somos amigas meio que incomuns,
  • 1:05 - 1:06
    mas eu a adoro.
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    No verão passado, ela me convidou
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    para um seminário.
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    Era um daquelas coisas tipo
    Mercado Ninja de Internet
  • 1:13 - 1:15
    para a Dominação do Mundo.
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    E todos naquele lugar eram
  • 1:18 - 1:20
    superbem-sucedidos,
  • 1:20 - 1:23
    como se a Google tivesse comprado
    sua nova empresa
  • 1:23 - 1:25
    e agora treinassem para as Olimpíadas.
  • 1:25 - 1:26
    Então... (Risos). Isso, isso mesmo.
  • 1:26 - 1:29
    Aí, estávamos todos no carro,
    quando ela disse:
  • 1:29 - 1:31
    "Se perguntarem, o que voce
    vai dizer que faz?
  • 1:31 - 1:34
    E eu disse: "Bem,
    acho que vou dizer a verdade,
  • 1:34 - 1:36
    que eu escrevo e falo às pessoas
  • 1:36 - 1:39
    como ser lésbica
    é a melhor coisa que já me aconteceu".
  • 1:39 - 1:42
    Ela disse: "Não vai não!"
  • 1:43 - 1:44
    E eu disse: "O quê?"
  • 1:44 - 1:46
    "E ela disse: "Eu não entendo
  • 1:46 - 1:47
    por que você acha
  • 1:47 - 1:49
    que deve ficar dizendo isso às pessoas.
  • 1:49 - 1:51
    As coisas estão melhorando
    para vocês.
  • 1:51 - 1:54
    Na verdade, para começar, nem sei
  • 1:54 - 1:56
    por que acha
    que precisa dizer às pessoas
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    que você é lésbica".
  • 1:58 - 2:00
    Eu disse: "Como assim?"
    Ela disse: "Bem, a começar
  • 2:00 - 2:02
    pelo seu cabelo". (Risos)
  • 2:02 - 2:07
    "E os suéteres, os jeans e os tênis.
  • 2:07 - 2:09
    E as jaquetas, um monte de jaquetas".
  • 2:09 - 2:11
    (Risos)
  • 2:11 - 2:12
    Bem, gosto de pensar...
  • 2:12 - 2:14
    (Risos)
  • 2:14 - 2:16
    ... que sou parte de uma grande tradição,
  • 2:16 - 2:18
    e que esta é a defesa da minha tribo.
  • 2:18 - 2:19
    (Risos)
  • 2:19 - 2:24
    Mas se alguém quiser achar
  • 2:24 - 2:26
    que sou lésbica, a 1 km de distância,
  • 2:26 - 2:27
    antes mesmo de me conhecer,
  • 2:27 - 2:30
    não vejo problema algum nisso,
  • 2:30 - 2:35
    porque, para mim,
    ser lésbica, gay, bissexual,
  • 2:35 - 2:38
    transgênera, LGBT é um presente.
  • 2:38 - 2:41
    E acho que esta é uma ideia
    que merece ser divulgada.
  • 2:41 - 2:42
    Hoje eu quero falar disto.
  • 2:42 - 2:46
    Primeiro, por que alguém acharia
  • 2:46 - 2:48
    que algo tão amplamente visto
  • 2:48 - 2:50
    como um obstáculo a ser superado,
  • 2:50 - 2:53
    ou como uma razão
    para se sentir privado de direitos
  • 2:53 - 2:55
    e com raiva seja um presente?
  • 2:55 - 2:59
    E, segundo, por que temos
    que ficar falando sobre isso?
  • 2:59 - 3:01
    Bem, se olharmos para o passado,
  • 3:01 - 3:03
    no passar do tempo,
  • 3:03 - 3:06
    em tempos imemoráveis,
  • 3:06 - 3:09
    e pegarmos qualquer ponto
    dessa linha do tempo,
  • 3:09 - 3:11
    encontraremos um grupo, uma raça,
  • 3:11 - 3:14
    uma etnia, uma religião,
  • 3:14 - 3:16
    um grupo
  • 3:16 - 3:17
    que se destacou
  • 3:17 - 3:20
    como catalisador de mudança.
  • 3:20 - 3:23
    Na atualidade,
  • 3:23 - 3:25
    somos nós.
  • 3:25 - 3:29
    Mas é claro que não dá
    para comparar as jornadas
  • 3:29 - 3:30
    de todos os grupos.
  • 3:30 - 3:31
    Cada um teve seu desafio,
  • 3:31 - 3:33
    com seu próprio repertório cultural,
  • 3:33 - 3:35
    coisa muito complexa.
  • 3:35 - 3:37
    Mas o que todos têm em comum
  • 3:37 - 3:39
    é o fato de que toda a vez que tivemos
  • 3:39 - 3:42
    um debate em sociedade
    a respeito desses grupos
  • 3:42 - 3:43
    e passamos por este processo,
  • 3:43 - 3:47
    elevou-se a consciência coletiva.
  • 3:47 - 3:50
    Ouvimos falar sobre tolerância,
  • 3:50 - 3:52
    sobre aceitação,
  • 3:52 - 3:54
    sobre interligação
  • 3:54 - 3:55
    e sobre as formas
  • 3:55 - 3:58
    pelas quais somos
    mais parecidos que diferentes.
  • 3:58 - 4:02
    Tenho muito orgulho e muita gratidão
  • 4:02 - 4:04
    por viver em uma época
  • 4:04 - 4:06
    em que o meu grupo foi o escolhido.
  • 4:06 - 4:09
    Muito orgulho e muita gratidão,
  • 4:09 - 4:13
    porque nós somos o evento da atualidade
  • 4:13 - 4:17
    que Dr. King chamou
    de "o arco do universo moral
  • 4:17 - 4:20
    que se inclina em direção à justiça".
  • 4:20 - 4:22
    Então, acho que isso é não só um presente,
  • 4:22 - 4:23
    mas que há uma razão,
  • 4:23 - 4:25
    que isso é parte de algo muito maior.
  • 4:25 - 4:28
    E a outra coisa
    que aprendemos com a história
  • 4:28 - 4:32
    é que, sempre que nossa sociedade
    muda seu nível de aceitação,
  • 4:32 - 4:34
    ela não retrocede.
  • 4:34 - 4:39
    Ninguém diz: "Jamais deveríamos
    ter dado à mulher o direito de voto".
  • 4:39 - 4:41
    Bem, talvez. (Risos)
  • 4:41 - 4:44
    Ninguém diz: "Que voltem
    os bebedouros segregados ".
  • 4:44 - 4:45
    Ou mesmo: "Ei! Por que pararam
  • 4:45 - 4:48
    de lançar os cristãos aos leões?"
  • 4:48 - 4:50
    Esse retrocesso não acontece.
  • 4:50 - 4:53
    Se você assiste, inveterado,
    às palestras do TED, como eu,
  • 4:53 - 4:55
    já deve ter assistido
    a algumas sobre compaixão,
  • 4:55 - 5:00
    sobre ser autêntico,
    sobre vulnerabilidade.
  • 5:00 - 5:03
    Na verdade, já ouvimos falar
    de algumas dessas coisas hoje.
  • 5:03 - 5:05
    Fazem parte do nosso discurso atual.
  • 5:05 - 5:08
    Vivemos numa busca incessante
  • 5:08 - 5:10
    pelo momento do "aha!".
  • 5:10 - 5:12
    Está em toda parte.
  • 5:12 - 5:16
    Trocamos pensamentos sábios
    e inteligentes nas redes sociais
  • 5:16 - 5:18
    como figurinhas de álbum de futebol.
  • 5:18 - 5:22
    Fui à loja de ferragens Big Box
  • 5:22 - 5:24
    para comprar um cortador de grama,
  • 5:24 - 5:28
    e havia telas com dizeres inspiradores,
  • 5:28 - 5:30
    ao lado do sabão de lavar roupa. (Risos)
  • 5:30 - 5:33
    Está em todo lugar.
  • 5:34 - 5:37
    E o mais importante, para mim,
  • 5:37 - 5:39
    que eu aprendi,
  • 5:39 - 5:41
    é que, enquanto lésbicas,
    gays, bissexuais,
  • 5:41 - 5:43
    transgêros e LGBT,
  • 5:43 - 5:46
    nós lidamos com essas coisas desde sempre.
  • 5:46 - 5:49
    Você se lembra de assistir
    a uma aula de literatura
  • 5:49 - 5:52
    que falava sobre a falta de humanidade
    entre seres humanos,
  • 5:52 - 5:54
    ou do indivíduo "versus" a sociedade?
  • 5:54 - 5:59
    Lidamos com esse tipo de coisa
    todo santo dia.
  • 5:59 - 6:05
    De certa forma, isso nos impulsiona
    a uma maior conscientização,
  • 6:05 - 6:09
    a uma forma diferente de olhar o mundo.
  • 6:09 - 6:13
    Há uma mulher na plateia hoje
    e alguns de vocês a conheceram lá em cima.
  • 6:13 - 6:15
    O nome dela é Shery.
  • 6:15 - 6:19
    Os pais de Shery não falam com ela
  • 6:19 - 6:22
    há trinta e dois anos,
  • 6:22 - 6:24
    desde que, quando tinha dezessete anos,
  • 6:24 - 6:27
    resolveu contar que era lésbica
    e eles a expulsaram de casa.
  • 6:27 - 6:30
    Imaginem só!
  • 6:30 - 6:32
    Ouçam o mais impressionante.
    Vou contar o que Shery diz.
  • 6:32 - 6:36
    Ela diz: "Sim, foi uma experiência
    extremamente dolorosa,
  • 6:36 - 6:39
    mas ela não poderia ser diferente".
  • 6:39 - 6:41
    Porque ela aprendeu
  • 6:41 - 6:44
    que não tinha que mudar quem ela era.
  • 6:44 - 6:45
    Não precisa abrir mão de si
  • 6:45 - 6:48
    para deixar os outros felizes.
  • 6:48 - 6:49
    Ela é responsável apenas
  • 6:49 - 6:52
    por sua própria felicidade.
  • 6:52 - 6:57
    Ela é um exemplo vivo
    de como lidar com a adversidade
  • 6:57 - 7:03
    e usá-la em prol
    de seu próprio crescimento.
  • 7:03 - 7:06
    Bem, todos sabemos
  • 7:06 - 7:09
    o que é o medo da rejeição.
    Todos sabem como é.
  • 7:09 - 7:12
    A filha de Tina, de 14 anos,
  • 7:12 - 7:13
    trancou-se em seu quarto,
  • 7:13 - 7:16
    chorando durante uns dois dias,
  • 7:16 - 7:19
    porque algumas pessoas
    não foram legais com ela no Facebook,
  • 7:19 - 7:21
    e a excluíram de suas listas de amigos.
  • 7:21 - 7:26
    Todos sabemos como é essa sensação,
    quando alguém diz:
  • 7:26 - 7:29
    "Errr! Há algo em você que não é certo".
  • 7:29 - 7:30
    Nós sabemos como é,
  • 7:30 - 7:32
    mas é nessas horas
  • 7:32 - 7:38
    que podemos decidir
    o que é certo aqui dentro.
  • 7:38 - 7:41
    Bem, logo que assumi minha sexualidade,
  • 7:41 - 7:44
    em muitas vezes, poderia afirmar
    que ser lésbica era a pior coisa
  • 7:44 - 7:47
    que já me aconteceu.
  • 7:47 - 7:49
    Eu ainda não tinha
    o meu atual nível de consciência.
  • 7:49 - 7:51
    Queria mais saber: "Onde vou encontrar
  • 7:51 - 7:54
    outros gays e meninas
    com quem eu possa ficar?"
  • 7:54 - 7:55
    (Risos)
  • 7:55 - 7:59
    Mas, conforme fui conhecendo pessoas,
    conforme fui entrando nesse mundo,
  • 7:59 - 8:04
    vi pessoas que escolheram e que decidiram
  • 8:04 - 8:09
    mentir, camuflar-se e esconder-se
  • 8:09 - 8:12
    atrás de um grande muro de vergonha
    criado por elas mesmas
  • 8:12 - 8:14
    que as deixaria mais seguras,
  • 8:14 - 8:17
    porque é assustador.
  • 8:17 - 8:19
    E eu também tinha medo, mas eu fiz
  • 8:19 - 8:21
    o que muitos fazem quando sentem medo:
  • 8:21 - 8:22
    fiquei com raiva,
  • 8:22 - 8:26
    porque isso nos proporciona
    uma certa sensação de poder!
  • 8:26 - 8:31
    E ia a passeatas, protestava...
  • 8:31 - 8:33
    Eu não me cansava disso.
  • 8:33 - 8:35
    Eu ficava com muita, muita raiva,
  • 8:35 - 8:37
    porque tudo era verdade,
  • 8:37 - 8:40
    e muita coisa ainda é.
  • 8:40 - 8:44
    Mas me lembro de um dia
    em que havia um homem,
  • 8:44 - 8:47
    e eu gritei na cara dele,
  • 8:47 - 8:51
    até sentir como se meus pulmões
    estivessem sangrando,
  • 8:51 - 8:53
    porque ele segurava um cartaz que dizia:
  • 8:53 - 8:55
    "Deus odeia as bichas".
  • 8:57 - 9:02
    Então, fui para casa
  • 9:02 - 9:06
    e me dei conta de que, provavelmente,
    eu não tinha feito
  • 9:06 - 9:08
    o certo para mudar a opinião
    daquele homem.
  • 9:08 - 9:10
    (Risos)
  • 9:11 - 9:17
    E que, na verdade, ter raiva
    não me deixava mostar-me tal como sou,
  • 9:17 - 9:22
    uma pessoa que acredita
    que o amor deve vencer.
  • 9:23 - 9:25
    Todas essas coisas
    que me deixavam com raiva são verdade
  • 9:25 - 9:32
    e, certamente, os protestos
    e a manifestação são cruciais
  • 9:32 - 9:35
    para se enfrentar injustiças.
  • 9:35 - 9:41
    Mas o amor também.
    Então, o segredo é o equilíbrio.
  • 9:41 - 9:44
    Uma das minhas citações favoritas
    é do Dr. Wayne Dyre.
  • 9:44 - 9:48
    Ele diz: "Ao mudar
    sua forma de ver as coisas,
  • 9:48 - 9:51
    as coisas que você vê mudam".
  • 9:51 - 9:52
    E é verdade.
  • 9:52 - 9:54
    Seja o que for
  • 9:54 - 9:55
    que eu procure no mundo,
  • 9:55 - 9:57
    essa será a primeira coisa que verei.
  • 9:57 - 9:59
    Exceto as chaves do meu carro.
  • 9:59 - 10:01
    (Risos)
  • 10:01 - 10:06
    Mas a minha decisão,
    a pessoa que quero ser,
  • 10:06 - 10:09
    o que escolho hoje é ver
  • 10:09 - 10:13
    que minhas experiências como lésbica
  • 10:13 - 10:16
    me ensinaram a ir bem além
  • 10:16 - 10:20
    do que jamais iria, não fosse assim.
  • 10:20 - 10:23
    Fazer parte de um grupo
    marginalizado de pessoas
  • 10:23 - 10:27
    me tornou sensível
  • 10:27 - 10:30
    à opressão
  • 10:30 - 10:33
    e às pessoas de uma forma geral.
  • 10:33 - 10:37
    Mudou minha forma de enxergar
    todas essas coisas.
  • 10:37 - 10:40
    E me ensinou a buscar as semelhanças,
  • 10:40 - 10:43
    antes de buscar as diferenças.
  • 10:44 - 10:46
    É algo incrível de se compreender.
  • 10:46 - 10:50
    E outra coisa que aprendi
    com minha comunidade
  • 10:50 - 10:53
    é que já somos iguais.
  • 10:53 - 10:58
    Estamos trabalhando
    para que as leis reflitam isso.
  • 10:59 - 11:01
    E outra coisa
  • 11:01 - 11:06
    é que a única coisa que tenho
    a perder sou eu mesma.
  • 11:07 - 11:08
    Daí vem a segunda questão:
  • 11:08 - 11:10
    "Por que precisamos
    falar disso?"
  • 11:10 - 11:13
    Bem, todos aqueles grupos
    dos quais falei antes,
  • 11:13 - 11:15
    a diferença entre eles e nós,
  • 11:15 - 11:17
    entre eles e os LGBT,
  • 11:17 - 11:19
    é que a maioria deles
  • 11:19 - 11:22
    teve o apoio de suas famílias
  • 11:22 - 11:26
    ou, ao menos, compartilhou
    da mesma experiência com estas.
  • 11:26 - 11:28
    Eu ouvi a comediante Wanda Sykes
    dizer algo perfeito.
  • 11:28 - 11:31
    Ela disse que, para ela,
  • 11:31 - 11:34
    a diferença entre ser negro e ser gay
  • 11:34 - 11:37
    era que ela não teve de contar
    a seus pais que era negra.
  • 11:38 - 11:39
    (Risos)
  • 11:39 - 11:41
    E é verdade.
  • 11:41 - 11:44
    Ninguém sabe, a não ser
    que falemos a respeito.
  • 11:44 - 11:47
    Fazemos isso inúmeras vezes,
    e o bom nisso é que...
  • 11:47 - 11:48
    é algo que temos visto
  • 11:48 - 11:50
    todas as pesquisas mostrarem...
  • 11:50 - 11:52
    é que a coisa que mais muda
  • 11:52 - 11:54
    as opiniões negativas
    das pessoas sobre nós
  • 11:54 - 11:56
    é nos conhecer! É a exposição a nós!
  • 11:56 - 11:58
    Então, precisamos falar sobre isso,
  • 11:58 - 12:00
    porque é isso que vai causar a mudança.
  • 12:00 - 12:05
    Existe todo um ciclo para nós.
  • 12:05 - 12:08
    Quando fazemos coisas do tipo, digamos:
  • 12:08 - 12:10
    "Oi! Meu nome é Karen e eu sou lésbica",
  • 12:10 - 12:13
    a sociedade muda.
  • 12:13 - 12:15
    Bem, ouvi um cara dizer algo outro dia,
  • 12:15 - 12:17
    e ele era gay.
  • 12:17 - 12:18
    E ele dizia...
  • 12:18 - 12:21
    dizia algo bem melancólico, do tipo:
  • 12:21 - 12:23
    "Ah... Não seria ótimo?
  • 12:23 - 12:26
    Espero pelo dia
  • 12:26 - 12:30
    em que não teremos mais
    que passar por essas coisas,
  • 12:30 - 12:35
    em que as pessoas vão parar
    de julgar mal os outros".
  • 12:35 - 12:38
    Eu pensei: "Eu também
    espero por esse dia!"
  • 12:38 - 12:40
    Mas, em vez de ficar sentada
    esperando por isso,
  • 12:40 - 12:44
    quero continuar falando sobre o assunto,
    até que isso aconteça.
  • 12:45 - 12:50
    Então, tenho outros amigos,
    no outro extremo,
  • 12:50 - 12:53
    que estudam teorias homossexuais
    e identidade sexual,
  • 12:53 - 12:55
    e escrevem teses de doutorado
  • 12:55 - 13:00
    sobre coisas como "a rejeição
    do paradigma hétero-normativo",
  • 13:00 - 13:05
    e "a dissolução do binário do gênero"
  • 13:05 - 13:08
    e coisas do tipo. E é fascinante.
  • 13:08 - 13:11
    São assuntos bastante interessantes.
  • 13:11 - 13:12
    Coisas realmente de vanguarda.
  • 13:12 - 13:15
    Mas, quando conversamos,
    sempre tenho de lembrá-los
  • 13:15 - 13:18
    de que eu tenho primos
  • 13:18 - 13:21
    que me escrevem dizendo:
    "Você vai para o inferno!"
  • 13:21 - 13:24
    E eles se referem à minha
    namorada de doze anos
  • 13:24 - 13:27
    como "aquela mulher".
  • 13:27 - 13:29
    Os acadêmicos estão aqui,
  • 13:29 - 13:31
    meus primos estão aqui,
  • 13:31 - 13:33
    (Risos)
  • 13:33 - 13:36
    e a distância é enorme.
  • 13:36 - 13:39
    Então, certo. Quando soube
    que apresentaria esta palestra,
  • 13:39 - 13:43
    tive de ligar para Tina:
    "Oi! Vou apresentar uma palestra TEDx!
  • 13:43 - 13:47
    Estou muito empolgada, mal posso esperar".
    Ela disse: "Garota, que maravilha!
  • 13:47 - 13:49
    Sobre o que você vai falar?"
  • 13:49 - 13:51
    (Risos)
  • 13:51 - 13:53
    Eu disse: "Hum, sobre como ser lésbica
  • 13:53 - 13:55
    é a melhor coisa que já me aconteceu".
  • 13:55 - 13:57
    E ela disse: "Que bom. Sabe por quê?
  • 13:57 - 14:00
    Na semana passada, conversava
    com uma mulher na igreja
  • 14:00 - 14:04
    e ela estava muito chateada,
  • 14:04 - 14:06
    porque acha que o filho é gay,
  • 14:06 - 14:08
    e não sabe como falar com ele sobre isso.
  • 14:08 - 14:10
    Ela não sabe o que dizer".
  • 14:10 - 14:13
    Ela disse: "E, por estar sempre com você,
  • 14:13 - 14:18
    ouvindo o que você diz, senti que sabia
    o que dizer para apoiá-la".
  • 14:18 - 14:19
    E eu disse: "O que você disse?"
  • 14:19 - 14:22
    Ela disse: "Bem, eu disse a ela
  • 14:22 - 14:25
    que não devia se preocupar
    com o que dizer,
  • 14:25 - 14:26
    ou com dizer algo errado.
  • 14:26 - 14:28
    Ela devia apenas
    começar a conversar.
  • 14:28 - 14:30
    E que ela devia deixar claro
  • 14:30 - 14:34
    para ele que ela o ama.
  • 14:34 - 14:37
    Então, eu disse a ela
    que ser gay era um presente".
  • 14:37 - 14:40
    Eu vibrava do outro lado do telefone...
  • 14:40 - 14:41
    (Risos)
  • 14:41 - 14:42
    Mas aí, fui longe demais,
  • 14:42 - 14:45
    e disse: "Bem, você disse a ela
  • 14:45 - 14:46
    que ser gay pode ser a melhor coisa
  • 14:46 - 14:48
    que já aconteceu a alguém?"
  • 14:48 - 14:50
    Ela desligou na minha cara!
  • 14:50 - 14:53
    (Risos)
  • 14:53 - 14:55
    Mas, pensando naquela
    mulher e em seu filho,
  • 14:55 - 14:57
    eis o que sei:
  • 14:59 - 15:01
    não importa o que aconteça
  • 15:01 - 15:05
    com o apoio dos pais,
    avanços na legislação,
  • 15:05 - 15:06
    aceitação da sociedade,
  • 15:06 - 15:10
    algo que jamais vai mudar
  • 15:10 - 15:15
    é o momento -- e um momento solitário --
  • 15:15 - 15:18
    em que você olha para o espelho
  • 15:18 - 15:19
    e diz: "Há algo
  • 15:19 - 15:22
    em mim que é diferente
  • 15:22 - 15:25
    e ninguém mais sabe.
  • 15:25 - 15:29
    E agora, preciso encontrar coragem
  • 15:29 - 15:32
    para contar a eles".
    E isso não é coisa de gay.
  • 15:32 - 15:35
    Não é coisa de hétero.
    É coisa de ser humano.
  • 15:35 - 15:38
    Então, eis o que quero
    que vocês entendam disso tudo:
  • 15:39 - 15:41
    quando ao telefone, ou em conversa,
    na próxima semana,
  • 15:41 - 15:44
    no próximo mês, no próximo ano
    -- e vai acontecer --
  • 15:44 - 15:47
    sobre este assunto, com alguém
    que está sofrendo com isso,
  • 15:47 - 15:53
    ou tentando encontrar as palavras certas,
    você pode escolher quem você quer ser.
  • 15:53 - 15:58
    Você pode escolher estar ali,
    com toda a sua
  • 15:58 - 16:05
    empatia, compaixão e humanidade,
  • 16:05 - 16:07
    procurando encontrar e estabelecer
  • 16:07 - 16:10
    um ponto de conexão,
  • 16:14 - 16:17
    porque é assim que qualquer
    coisa boa começa.
  • 16:17 - 16:19
    Na verdade, eu diria
  • 16:19 - 16:23
    que a capacidade de encontrar
    esse ponto de conexão
  • 16:23 - 16:26
    em cada interação em sua vida
  • 16:26 - 16:28
    é um presente.
  • 16:28 - 16:31
    Meu nome é Karen
    e ser lésbica é a melhor coisa
  • 16:31 - 16:33
    que já me aconteceu.
  • 16:33 - 16:34
    Obrigada.
  • 16:34 - 16:36
    (Aplausos)
Title:
O presente de viver sendo gay | Karen McCrocklin | TEDxTurtleCreekWomen
Description:

Karen McCrocklin tem uma missão de celebrar o presente que é viver sendo gay. Como contadora de histórias, escritora e radialista, ela está comprometida a mudar a narrativa para incluir a ideia de que pessoas LGBT estão aqui para elevar a consciência coletiva e para nos ensinar como somos mais parecidos que diferentes. Karen também acredita que ter nascido lésbica é a melhor coisa que poderia ter acontecido a ela.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
16:48

Portuguese, Brazilian subtitles

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