-
Querido Thay, querida sangha.
-
Bem-vindos à terceira sessão
-
nesta breve jornada
-
de descoberta
-
sobre o nosso sangha interior, a nossa
-
comunidade interior para nos ajudar
-
na nossa prática.
-
Então hoje
-
vamos passar alguns momentos
-
a falar sobre
-
as comunicações que temos recebido
-
da nossa sangha interior recentemente.
-
Como tem mudado a nossa sangha interior
-
à medida que as nossas circunstâncias
-
e a nossa prática mudaram?
-
Talvez sim, talvez não.
-
Mas é importante rever
-
a nossa vida interior desta forma.
-
Eu faço isso todos os anos, no
-
mês do meu nascimento,
-
Janeiro. Eu olho para
-
o ano que passou e pergunto-me
-
muitas coisas, mas uma das coisas que eu
-
pergunto a mim próprio é como
-
mudou a minha vida interior?
-
Como mudou o meu
-
diálogo interno
-
com as minhas memórias e mensagens
-
que recebi dos
-
ancestrais da terra dentro de mim,
-
dos ancestrais de sangue dentro de mim,
-
dos ancestrais espirituais dentro de
-
mim e da sociedade em
-
que vivo
-
e tenho o meu ser.
-
Esta série inteira
-
é uma prática de
-
rega selectiva.
-
Como Thay nos disse
-
repetidamente,
-
a qualidade das sementes no
-
nosso armazém de consciência
-
determina a qualidade da nossa
-
experiência de vida interior.
-
E exterior.
-
E por isso, nós não queremos
-
ignorar o facto
-
que temos uma comunidade dentro de nós.
-
As nossas famílias estão dentro
de nós, a nossa
-
mãe, nossos pais, nossos primos,
-
nossas tias e tios estão dentro de
-
nós.
-
Os nossos vizinhos, as nossas
cidades que
-
crescemos estão dentro de nós.
-
Os nossos sistemas escolares, a nossa
educação,
-
as sociedades que vivemos,
-
em guerra e em paz.
-
Tudo está dentro de nós.
-
E por isso, ser carinhoso
-
no reconhecimento
-
e nomear apenas
-
algumas dessas energias
-
de pessoas que estão dentro
-
de nós é uma
-
prática muito importante.
-
Mas é importante ser carinhoso
-
connosco ao fazê-lo.
-
A primeira sessão foi uma visão geral.
-
Segunda sessão foi nomear
-
e reconhecer.
-
E eu espero que continues a adicionar à
-
lista de
-
quem poderás nomear e quem poderás
-
reconhecer enquanto percorremos
-
esta jornada.
-
Hoje é sobre descobrir a nossa
-
comunicação.
-
Outra maneira de se dizer isso em
-
termos familiares pode ser
-
que transmissões recebemos
-
destes membros da nossa
-
comunidade interior.
-
Transmissões saudáveis,
-
comunicações inspiradoras,
-
memórias preciosas que
-
curam a nossa prática
-
nutrindo o bem
-
dentro de nós.
-
Thay,
-
na minha visão, tinha
-
comunidade interior notável.
-
Estava a refletir sobre a minha própria
-
experiência
-
destas conversas ao longo
-
dos anos que tive com ele em
-
diferentes partes do mundo onde
-
nós... e eu tive a sorte
-
de estar junto com
-
a sangha e com Thay.
-
Eu lembro-me de
-
ele falar muitas vezes sobre
Martin Luther
-
King como um amigo.
-
E certamente Martin Luther King
-
fazia parte da comunidade
-
interior de Thay.
-
Quando eu tive a primeira conversa
-
com Thay há muitos anos sobre
-
começar, o retiro de pessoas de cor
-
na tradição de
-
Plum Village,
-
ele perguntou-me...
-
Ele disse, Claro.
-
E depois ele perguntou-me,
-
Se eu sabia quem era o Dr. Ambedkar
-
da Índia?
-
Que era um intocável.
-
E eu sabia quem era Dr. Ambedkar
-
porque eu vivi durante
-
dois anos na Índia e
-
trabalhei em aldeias muito perto
-
do estado de Maharashtra, onde
-
ele viveu e trabalhou
-
e transmitiu os preceitos
-
para a comunidade intocável
-
apesar da resistência da
-
comunidade budista estabelecida
-
na época.
-
E assim, novamente, o Dr. Ambedkar
-
é parte da comunidade
-
interior de Thay.
-
Mas também o Eremita e o
-
Poço, uma poderosa
-
parte da comunidade interior
-
de Thay. E poderia continuar.
-
E assim, ao falar, pensem
-
sobre a vossa comunidade
-
interior.
-
O vosso eremita no poço,
-
o vosso Martin Luther King.
-
Para mim isso é essencial,
-
eu já mencionei a minha mãe,
-
mas também quero mencionar
-
o meu primeiro
-
professor cristão influente
-
Joe Matthews, Dr. Joseph
-
Wesley Matthews, um ministro
-
metodista e líder
-
de uma comunidade religiosa
que fiz parte
-
durante 20 anos.
-
E
-
as suas mensagens para mim, que continuam
-
a surgir
-
é para
-
manifestar três tipos de amor.
-
Amor de testemunhar
-
o bem, o verdadeiro e o
-
belo, e que é possível para
-
nós na nossa jornada de cura e
-
transformação
-
do eu e da sociedade...
-
Prestem atenção às vossas mensagens,
-
mas esta é uma de muitas.
-
Para mim, ainda ressoa,
-
ainda ecoa
-
nas minhas cápsulas de memória
-
nas minhas cápsulas de memória positiva
-
e nas minhas
-
cápsulas de memória motivadoras.
-
Claro, Thay está lá.
-
Tenho uma lista completa de
-
membros, por assim dizer,
-
da minha comunidade interior.
-
Na nossa vida interior, temos
-
vários tipos de influências,
-
pessoas e memórias de pessoas são
-
apenas algumas.
-
Mas é importante lembrar que nos
-
primeiros dias de
-
tradição budista,
-
recordar o Buda era uma prática
-
muito importante.
-
E por isso queremos usar
-
a nossa memória de forma habilidosa
-
de quem
-
contribuiu positivamente
-
para o nosso crescimento e desenvolvimento
-
como praticantes.
-
Outro ponto sobre Thay
-
que sei que era uma parte forte
-
da sua comunidade interna
-
foi a história de ver a sua primeira
-
imagem de Buda,
-
serena na capa de uma revista,
-
e com isso
-
catalisou a sua aspiração
-
de ser tão pacífico, de
-
ser tão calmo.
-
O que fez isso para ti?
-
Quem fez isso para ti?
-
Estou a falar especificamente
-
de pessoas, mas também há
-
outros recursos da comunidade.
-
Mas também há lugares que são
-
recursos.
-
Há também atividades
-
que nos sustentam
-
que nutrem a nossa bondade,
-
irrigam as nossas naturezas positivas.
-
E também há memórias.
-
Assim, estamos a combinar,
-
neste caso, memórias e pessoas.
-
Como não estamos juntos ao vivo
-
e isto está a ser gravado,
-
vou descrever quais
-
são os passos que eu uso
-
e tu podes usar estes passos
-
num processo para ti,
-
ou podes inventar os teus próprios passos.
-
Mas o que é importante
-
é
-
compreender o que recebeste.
-
E como é que recebeste
-
da tua comunidade interior
-
te influenciou.
-
Eu conheço a minha avó,
-
que está sempre na minha comunidade interior,
-
tem sempre
-
algo a dizer.
-
E ela não,
-
como posso dizer,
-
ela não apreciava
-
a teologia que
-
não fazia sentido.
-
E então ela
-
e eu, quando eu estava com ela na nossa
-
Igreja Baptista,
-
tínhamos um ministro convidado todas as
-
noites e estaavamos lá durante 10, 15
-
minutos no sermão.
-
E ela dizia, okay, podemos ir embora
-
agora, ele é um idiota.
-
E então
-
o que faz isso
-
em mim...
-
como isso me impactou
-
é ser
-
um pensador crítico,
-
e ao mesmo tempo manter a mente
-
aberta.
-
Por isso, agora anotem
-
quaisquer mensagens chave.
-
Se adicionas-te mais
-
membros à tua lista de
-
comunidade interior,
-
como mudou a tua lista no último
-
ano?
-
As nossas situações externas e
-
condições sempre estimularam
-
o nosso sistema corpo-mente
-
para adaptar e para mudar.
-
E assim também a nossa vida interior
-
é um fluxo,
-
que não é permanente
-
no sentido de ser um tipo de
-
entidade.
-
Quando alguma
-
da tua lista surgiu mais recentemente
-
na tua mente,
-
apareceu espontaneamente na
-
tua consciência?
-
E qual era a mensagem deles?
-
Que queriam comunicar contigo?
-
Que te ajudou a lembrar?
-
Que conselho te
-
deram? Que adverência
-
te ofereceu?
-
Nas nossas próprias incorporações da ética
-
do caminho.
-
Então as nossas
-
conversas internas,
-
as nossas influências profundas
-
no nosso comportamento exterior,
-
quando as crianças que foram envolvidas
-
numa dessas tragédias
-
de um tiroteio que aconteceu
-
nos Estados Unidos, eu
-
não vou mencionar a localização,
-
mas foram entrevistados depois
-
depois de serem parados pela
-
sua matança.
-
E a questão foi, como é que isto
-
aconteceu?
-
E eles disseram, "então, veio cá para fora.
-
Estava a pensar nisso.
-
E eu tive uma conversa comigo mesmo
-
e disse aos meus amigos a
-
conversa que tive comigo mesmo.
-
Eles tiveram uma conversa semelhante.
-
Tivemos uma conversa juntos e
-
decidimos fazer.
-
Enão as nossas conversas importam.
-
Com nós mesmos e entre
-
nós. E os mais hábeis...
-
podemos reconhecer
-
as mensagens, as maras
-
que recebemos do mundo
-
externo e saber como praticar
-
com eles para não aumentar o seu
-
sofrimento.
-
Mas pode levar-nos
-
a um caminho de
-
libertação e é por isso que
-
praticamos
-
continuamente.
-
Portanto revê a tua lista.
-
Acrescenta novos membros que possam
-
ter aparecido.
-
Um dos meus, apenas para mencionar
-
este, é a
-
comunidade Greenwood
-
aqui em Tulsa, Oklahoma, é agora
-
parte da minha consciência intercomunitária
-
devido
-
à sua história e porque eu vivo
-
perto.
-
E eu sei a história do que se
-
passou lá, e ambos
-
inspiram a minha compaixão
-
e a minha ação.
-
Então o que está na sociedade
-
para ti, não apenas
-
uma inspiração individual.
-
Nós podemos ter inspirações sociais,
-
que é o
-
ponto do Budismo Empenhado e
-
Budismo Aplicado.
-
Então olha para a tua lista.
-
Escreve uma palavra chave por
-
4 ou 5 pessoas
-
indicando as mensagens que recebeste
-
ou conselhos que te deram.
-
A comunicação constante.
-
Outra mensagem da minha
-
avó
-
é tão simples, quando eu pergunto
-
a mim próprio todos os dias
-
Estás a ser boa pessoa?
-
Isto é simples,
-
mas ficou comigo
-
desde a minha infância.
-
Estás a ser uma boa pessoa?
-
Isto nutre cada fibra do
-
meu ser.
-
Então eu estou a pedir-te para reflectires,
-
ouvires não só
-
a pessoa que identificaste,
-
mas também o impacto deles em
-
ti
-
reflectido nas mensagens ou
-
comunicações que recebeste ou
-
lembretes ou conselhos
-
que surgiram no
-
teu armazém
-
e para o teu
-
espaço de consciência mental.
-
Outra mensagem importante
-
para mim, Martin
-
Luther King é uma parte da minha
-
comunidade interior e
-
a sua mensagem constante, eu lembro-me,
-
e há bastantes, mas
-
recentemente tem sido
-
Eu vou ficar com amor,
-
porque ódio é muito duro de aguentar.
-
É importante lembrar disso
-
nestes tempos
-
em que estamos.
-
No mundo,
-
nas nossas comunidades,
nas nossas cidades,
-
nas nossas aldeias.
-
Obrigado