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A ciência das células que nunca envelhecem

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    Onde começa o fim?
  • 0:03 - 0:07
    Para mim, tudo começou
    com essa criaturinha.
  • 0:08 - 0:11
    Este bichinho adorável,
    eu o acho adorável,
  • 0:11 - 0:15
    se chama Tetrahymena
    e é uma criatura unicelular.
  • 0:15 - 0:17
    É conhecido como lodo das lagoas.
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    É verdade, minha carreira
    começou com o lodo das lagoas.
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    Não foi surpresa eu me tornar cientista.
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    Eu cresci muito longe daqui
    e era muito curiosa quando criança
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    sobre tudo que era vivo.
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    Eu costumava pegar águas-vivas
    mortalmente venenosas e cantar para elas.
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    Comecei assim minha carreira,
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    eu era extremamente curiosa
    sobre os mistérios fundamentais
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    da construção das partes
    mais básicas da vida
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    e tive a sorte de viver numa sociedade
    na qual essa curiosidade era valorizada.
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    Para mim, essa criaturinha
    do lodo, a Tetrahymena,
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    era uma ótima forma de estudar
    o mistério fundamental
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    sobre o qual eu estava muito curiosa:
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    aquelas estruturas do DNA em nossas
    células chamadas cromossomos.
  • 1:06 - 1:11
    Eu estava curiosa sobre
    as extremidades dos cromossomos,
  • 1:11 - 1:13
    conhecidos como telômeros.
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    Quando comecei minha pesquisa,
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    sabíamos apenas que eles ajudavam a
    proteger as extremidades dos cromossomos.
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    Era muito importante
    na divisão das células,
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    mas eu queria descobrir
    do que os telômeros eram feitos
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    e, para isso, eu precisaria
    de muitos telômeros.
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    Acontece que a belezinha da Tetrahymena
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    tem muitos cromossomos lineares menores,
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    cerca de 20 mil, um monte de telômeros.
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    Eu descobri que os telômeros
    tinham segmentos especiais
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    de DNA não codificado bem
    nas extremidades dos cromossomos.
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    Mas tem um problema.
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    Todos começamos a vida como uma única
    célula, que se multiplica por dois,
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    dois se tornam quatro,
    quatro se tornam oito e por aí vai,
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    até formar as 200 trilhões de células
    que formam o corpo humano adulto.
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    Algumas dessas células precisam
    se dividir milhares de vezes.
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    Mesmo quando estou aqui, perante vocês,
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    as células do meu corpo
    estão se renovando furiosamente
  • 2:12 - 2:14
    para me manter aqui.
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    Cada vez que uma célula se divide,
    todo o seu DNA é copiado,
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    todos os códigos do DNA dos cromossomos,
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    porque ele carrega aquelas
    instruções de operações vitais
  • 2:27 - 2:30
    que mantêm nossas células funcionando,
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    de forma tal que as células do meu coração
    mantêm uma batida constante,
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    que garanto, não estão fazendo isso agora,
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    minhas células imunológicas
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    podem combater as bactérias e os vírus,
  • 2:45 - 2:49
    e nossas células cerebrais conseguem
    manter a lembrança daquele primeiro beijo
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    e continuam aprendendo ao longo da vida.
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    Mas há um pequeno problema
    na forma como o DNA é copiado.
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    É apenas uma daquelas coisas da vida.
  • 3:00 - 3:04
    Toda vez que a célula se divide
    e o DNA é copiado,
  • 3:04 - 3:08
    um pouco desse DNA das extremidades
    fica desgastado e menor,
  • 3:08 - 3:10
    um pouco daquele DNA dos telômeros.
  • 3:11 - 3:12
    Pensem nisso
  • 3:12 - 3:16
    como aquelas capinhas de proteção
    nas extremidades dos cadarços.
  • 3:16 - 3:21
    São elas que evitam o desgaste do cadarço
    ou, neste caso, do cromossomo
  • 3:21 - 3:26
    e quando essa ponta fica menor, ela cai
  • 3:27 - 3:30
    e o telômero desgastado
    envia um sinal para as células.
  • 3:32 - 3:34
    "O DNA não está mais protegido".
  • 3:34 - 3:36
    É hora de morrer.
  • 3:36 - 3:37
    Fim da história.
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    Desculpem, não tão rápido.
  • 3:41 - 3:45
    Não pode ser o fim da história porque
    a vida não desapareceu da face da Terra.
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    Fiquei curiosa: "Se esse
    desgaste é inevitável,
  • 3:50 - 3:53
    como a Mãe Natureza se certifica
  • 3:53 - 3:56
    que podemos manter
    nossos cromossomos intactos?
  • 3:57 - 4:00
    Lembram-se da criaturinha
    da lagoa, a Tetrahymena?
  • 4:01 - 4:06
    A coisa mais louca é que as células
    da Tetrahymena nunca envelhecem e morrem.
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    Seus telômeros não ficam
    menores com o tempo.
  • 4:13 - 4:15
    Às vezes, eles ficaram maiores.
  • 4:15 - 4:17
    Alguma coisa a mais está acontecendo
  • 4:17 - 4:20
    e, acreditem, não é algo
    que esteja nos livros.
  • 4:21 - 4:24
    Trabalhando no meu laboratório
    com minha aluna Carol Greider,
  • 4:24 - 4:27
    Carol e eu ganhamos o Prêmio
    Nobel por este trabalho,
  • 4:27 - 4:29
    começamos a fazer experiências
  • 4:30 - 4:33
    e descobrimos que as células
    têm alguma coisa a mais.
  • 4:34 - 4:37
    Era uma enzima jamais imaginada,
  • 4:37 - 4:40
    que poderia repor e alongar os telômeros,
  • 4:41 - 4:43
    denominada telomerase.
  • 4:44 - 4:47
    Quando se remove
    a telomerase do lodo da lagoa,
  • 4:47 - 4:50
    seus telômeros enfraquecem e morrem.
  • 4:51 - 4:53
    Foi graças à grande
    quantidade de telomerase
  • 4:53 - 4:57
    que as criaturinhas nunca envelheceram.
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    Esta é uma notícia
    incrivelmente auspiciosa
  • 5:02 - 5:05
    para nós, esta notícia
    que vem do lodo da lagoa,
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    porque, à medida que envelhecemos,
    nossos telômeros ficam menores
  • 5:12 - 5:16
    e é isso o que nos envelhece.
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    Quanto mais compridos forem
    os seus telômeros, melhor para você.
  • 5:21 - 5:22
    É o encurtamento dos telômeros
  • 5:22 - 5:26
    que nos leva a sentir e ver
    os sinais de envelhecimento.
  • 5:26 - 5:31
    As células da minha pele começam a morrer
    e começo a ver linhas finas, as rugas.
  • 5:31 - 5:33
    Células do pigmento do cabelo morrem.
  • 5:33 - 5:35
    Ele começa a ficar acinzentado.
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    Células do sistema imunológico morrem.
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    Aumentam os riscos de ficarmos doente.
  • 5:41 - 5:44
    Uma pesquisa cumulativa
    dos últimos 20 anos
  • 5:45 - 5:48
    mostra claramente
    que o desgaste dos telômeros
  • 5:48 - 5:52
    contribui para os riscos de se contrair
    doenças cardiovasculares,
  • 5:52 - 5:56
    Alzheimer, alguns tipos
    de câncer e diabetes,
  • 5:56 - 5:59
    doenças responsáveis por muitas mortes.
  • 6:01 - 6:04
    Então, devemos refletir sobre isso.
  • 6:05 - 6:07
    O que está acontecendo?
  • 6:07 - 6:11
    Esse desgaste que percebemos
    e nos faz sentir mais velhos.
  • 6:11 - 6:15
    Nossos telômeros estão perdendo
    rapidamente a guerra do desgaste.
  • 6:15 - 6:18
    E para aqueles que se sentem mais jovens,
  • 6:18 - 6:22
    os telômeros estão ficando maiores
    por períodos de tempo maiores,
  • 6:22 - 6:25
    estendendo a nossa percepção de juventude
  • 6:25 - 6:28
    e reduzindo os riscos
    daquilo que mais tememos
  • 6:28 - 6:31
    à medida que os aniversários passam.
  • 6:32 - 6:36
    Muito bem, parece ser muito fácil.
  • 6:37 - 6:40
    Se meus telômeros forem conectados
  • 6:40 - 6:44
    com a rapidez com que vou
    sentir e envelhecer,
  • 6:44 - 6:48
    se meus telômeros puderem
    ser renovados pelas minhas telomerases,
  • 6:48 - 6:53
    então, o que tenho a fazer para reverter
    os sinais e sintomas do envelhecimento
  • 6:53 - 6:56
    é descobrir onde comprar essa raridade
  • 6:56 - 7:01
    da telomerase nota 10, certo?
  • 7:01 - 7:02
    Beleza. Problema resolvido.
  • 7:02 - 7:03
    (Aplausos)
  • 7:03 - 7:06
    Não tão rápido, desculpe.
  • 7:06 - 7:10
    Infelizmente, não é o caso.
  • 7:10 - 7:11
    Certo. E por quê?
  • 7:11 - 7:15
    Porque a genética humana nos ensinou
  • 7:15 - 7:19
    que, quando se trata da nossa telomerase,
  • 7:19 - 7:22
    nós vivemos no fio da navalha.
  • 7:22 - 7:23
    Certo,
  • 7:25 - 7:31
    aumentar um pouco a telomerase
    diminui os riscos de algumas doenças,
  • 7:31 - 7:37
    mas também aumenta os riscos
    de cânceres especialmente malignos.
  • 7:37 - 7:42
    Mesmo se pudéssemos comprar
    essa telomerase muito rara,
  • 7:42 - 7:49
    e há muitos sites que comercializam
    produtos duvidosos,
  • 7:49 - 7:54
    o problema é que isso poderia
    aumentar as chances de câncer.
  • 7:55 - 7:56
    E não queremos isso.
  • 7:57 - 8:00
    Mas não se preocupe,
  • 8:00 - 8:05
    enquanto eu penso que é meio
    engraçado que, neste momento,
  • 8:05 - 8:09
    muitos de nós talvez pensemos
    que é preferível ser lodo de lagoa,
  • 8:11 - 8:13
    (Risos)
  • 8:15 - 8:19
    existe algo bom para nós
    na história dos telômeros.
  • 8:19 - 8:20
    Mas quero deixar bem claro.
  • 8:20 - 8:26
    Não se trata de prolongar demais
    a vida humana ou de imortalidade.
  • 8:26 - 8:29
    É sobre o tempo em que se mantém a saúde.
  • 8:29 - 8:31
    Esse tempo representa os anos de sua vida
  • 8:31 - 8:35
    em que se fica livre de doenças,
    saudável e produtivo,
  • 8:35 - 8:37
    está-se curtindo a vida adoidado.
  • 8:37 - 8:40
    Tempo da doença,
    o oposto do tempo de saúde,
  • 8:40 - 8:44
    é o tempo em que se começa
    a se sentir velho, doente e morrendo.
  • 8:45 - 8:49
    A questão real é, se não consigo
    controlar a telomerase,
  • 8:51 - 8:54
    tenho o controle do comprimento
    dos meus telômeros
  • 8:54 - 8:58
    e, portanto, do meu bem-estar
    e da minha saúde,
  • 8:58 - 9:00
    sem os riscos de desenvolver câncer?
  • 9:01 - 9:06
    Certo? O ano é 2000.
  • 9:06 - 9:11
    Estudei minuciosamente
    esses pequeninos telômeros,
  • 9:11 - 9:13
    alegremente durante muitos anos,
  • 9:13 - 9:17
    quando, então, entra no meu laboratório
    uma psicóloga chamada Elissa Epel.
  • 9:17 - 9:23
    Ela era especializada nos efeitos severos
    do estresse psicológico crônico
  • 9:24 - 9:26
    sobre a saúde do corpo e da mente.
  • 9:27 - 9:29
    Ela estava ali no meu laboratório,
  • 9:29 - 9:34
    de onde, ironicamente,
    se via a entrada do necrotério e...
  • 9:34 - 9:36
    (Risos)
  • 9:37 - 9:39
    Ela me fez uma pergunta crucial:
  • 9:39 - 9:44
    "O que acontece com os telômeros
    em pessoas cronicamente estressadas?"
  • 9:44 - 9:46
    Ela vinha estudando sobre cuidadores,
  • 9:46 - 9:52
    especificamente mães de crianças
    com uma condição crônica,
  • 9:52 - 9:57
    como desarranjo intestinal,
    autismo e outras,
  • 9:57 - 10:02
    grupos que estão permanentemente
    sob estresse psicológico.
  • 10:05 - 10:09
    A pergunta dela provocou
    uma profunda mudança em mim.
  • 10:09 - 10:12
    Todo esse tempo eu estava
    pensando em telômeros
  • 10:12 - 10:15
    como aquelas minúsculas
    estruturas moleculares
  • 10:15 - 10:18
    e os genes que os controlam.
  • 10:19 - 10:22
    Quando Elissa me perguntou
    sobre estudar cuidadores,
  • 10:22 - 10:25
    de repente, vi os telômeros
    sob uma nova perspectiva.
  • 10:28 - 10:30
    Além dos genes e dos cromossomos,
  • 10:30 - 10:34
    entrando na vida das pessoas reais
    que estávamos estudando.
  • 10:34 - 10:38
    Eu sou mãe e naquele momento,
  • 10:38 - 10:42
    fiquei impressionada
    com a imagem daquelas mulheres
  • 10:42 - 10:45
    que cuidavam de crianças em condições
  • 10:46 - 10:49
    muito difíceis e, muitas vezes,
    sem nenhuma ajuda.
  • 10:50 - 10:53
    E essas mulheres, simplesmente,
  • 10:53 - 10:57
    pareciam esgotadas.
  • 10:58 - 11:02
    Seria possível que seus telômeros
    também estivessem esgotados?
  • 11:02 - 11:05
    Nossa curiosidade coletiva se agitou.
  • 11:05 - 11:09
    Elissa selecionou um grupo dessas mães
    para o nosso primeiro estudo
  • 11:09 - 11:13
    e queríamos descobrir: "Qual é
    o comprimento dos telômeros delas,
  • 11:14 - 11:18
    em relação ao número de anos
    que elas tinham passado cuidando
  • 11:18 - 11:21
    de um filho com uma condição crônica?"
  • 11:21 - 11:24
    Passaram-se quatro anos,
  • 11:24 - 11:27
    veio o dia em que todos
    os resultados estavam prontos,
  • 11:27 - 11:31
    Elissa observou o gráfico
    de dispersão e engoliu seco,
  • 11:33 - 11:36
    porque havia um padrão nesses dados,
  • 11:36 - 11:41
    e era exatamente o gradiente
    que mais temíamos.
  • 11:41 - 11:43
    Estava ali mesmo.
  • 11:43 - 11:48
    Quanto mais anos a mãe
    tinha ficado como cuidadora,
  • 11:48 - 11:52
    e não importava a idade dela,
    mais curtos eram seus telômeros.
  • 11:52 - 11:55
    E quanto mais a mãe percebia
  • 11:55 - 12:00
    sua situação como sendo mais estressante,
  • 12:00 - 12:05
    ela tinha menos telomerase
    e seus telômeros eram mais curtos.
  • 12:07 - 12:11
    Então, descobrimos algo inédito:
  • 12:11 - 12:15
    quanto mais estressado você estiver,
    mais curto serão seus telômeros,
  • 12:15 - 12:20
    o que significa que é mais provável
    que você seja vítima de uma doença precoce
  • 12:20 - 12:22
    e talvez de uma morte prematura.
  • 12:23 - 12:27
    Nossas descobertas mostraram
    que eventos na vida das pessoas
  • 12:27 - 12:30
    e a maneira como respondemos a eles
  • 12:30 - 12:34
    podem alterar as condições
    dos seus telômeros.
  • 12:36 - 12:41
    O comprimento dos telômeros
    não era apenas uma questão de idade.
  • 12:43 - 12:44
    Aquela pergunta da Elissa,
  • 12:44 - 12:48
    quando ela chegou ao meu laboratório
    tinha sido uma questão crucial.
  • 12:50 - 12:54
    Felizmente, havia uma esperança
    implícita nesses dados.
  • 12:54 - 12:56
    Percebemos que algumas mães,
  • 12:56 - 13:00
    apesar de cuidar de seus filhos
    com muita atenção e por muitos anos,
  • 13:00 - 13:02
    conseguiam manter seus telômeros.
  • 13:04 - 13:09
    O estudo dessas mulheres revelou
    que elas eram resistentes ao estresse.
  • 13:09 - 13:12
    Eles conseguiam lidar com essas situações,
  • 13:12 - 13:16
    não como uma ameaça diária
    mas sim como um desafio,
  • 13:16 - 13:20
    e isso nos mostrou
    uma visão muito importante:
  • 13:20 - 13:24
    temos o controle sobre
    a forma como envelhecemos
  • 13:24 - 13:26
    do início ao fim em nossas células.
  • 13:28 - 13:31
    Nossa curiosidade inicial
    tornou-se contagiante.
  • 13:31 - 13:34
    Milhares de cientistas
    de diferentes campos
  • 13:34 - 13:37
    contribuíram, em suas especialidades,
    com a pesquisa dos telômeros,
  • 13:37 - 13:39
    adicionando novas descobertas.
  • 13:40 - 13:45
    São mais de 10 mil artigos
    científicos e continuam aumentando.
  • 13:47 - 13:50
    Vários estudos confirmaram
    rapidamente a nossa descoberta inicial
  • 13:50 - 13:53
    que, sim, o estresse crônico
    é ruim para os telômeros.
  • 13:55 - 13:56
    Muitos deles estão revelando
  • 13:56 - 14:00
    que temos mais controle sobre
    esse processo de envelhecimento
  • 14:00 - 14:03
    do que jamais poderíamos ter imaginado.
  • 14:03 - 14:04
    Alguns exemplos:
  • 14:04 - 14:08
    num estudo da Universidade
    da Califórnia, em Los Angeles,
  • 14:08 - 14:14
    sobre pessoas que cuidavam de um parente
    com demência por muito tempo,
  • 14:14 - 14:19
    realizou-se uma análise das condições
    do telômero do cuidador
  • 14:19 - 14:21
    e a análise mostrou que elas melhoraram
  • 14:21 - 14:25
    quando praticaram
    alguma forma de meditação
  • 14:25 - 14:28
    por apenas 12 minutos
    por dia, durante dois meses.
  • 14:30 - 14:31
    A atitude é importante.
  • 14:31 - 14:34
    Quando se tem sempre
    pensamentos negativos,
  • 14:34 - 14:40
    normalmente se vê uma situação
    estressante como uma ameaça,
  • 14:40 - 14:42
    o que significa que,
    se o seu chefe chamá-lo,
  • 14:42 - 14:46
    você automaticamente imagina:
    "Serei demitido", seus vasos se contraem
  • 14:46 - 14:52
    seu nível de hormônio do estresse,
    o cortisol, aumenta e permanece alto;
  • 14:52 - 14:57
    ao longo do tempo, esse alto
    nível constante de cortisol
  • 14:57 - 15:01
    efetivamente reduz sua telomerase,
    o que não é bom para seus telômeros.
  • 15:02 - 15:09
    Por outro lado, quando se vê
    uma situação estressante como um desafio,
  • 15:09 - 15:13
    o sangue flui para o coração
    e para o cérebro,
  • 15:13 - 15:18
    e se experimenta um pico breve,
    mas estimulante de cortisol.
  • 15:18 - 15:23
    Graças a uma atitude habitual tipo "deixa
    comigo", seus telômeros ficam sempre bem.
  • 15:26 - 15:27
    Então,
  • 15:28 - 15:31
    o que tudo isso significa?
  • 15:33 - 15:35
    Os telômeros estão bem.
  • 15:35 - 15:41
    Temos efetivamente o poder
    de mudar o que está acontecendo
  • 15:41 - 15:44
    com nossos próprios telômeros.
  • 15:46 - 15:50
    Nossa curiosidade
    ficou ainda mais intensa,
  • 15:51 - 15:53
    porque começamos a imaginar:
  • 15:53 - 15:56
    "e os fatores externos"?
  • 15:56 - 16:00
    Eles também poderiam afetar
    as condições do telômero?
  • 16:01 - 16:04
    Nós somos seres muito sociais.
  • 16:04 - 16:08
    Será que nossos telômeros
    também são sociais?
  • 16:09 - 16:12
    Os resultados foram surpreendentes.
  • 16:12 - 16:14
    Desde a infância,
  • 16:16 - 16:22
    negligência emocional, a exposição
    à violência o "bullying" e o racismo,
  • 16:22 - 16:26
    tudo isso impacta nos telômeros
    e os efeitos são duradouros.
  • 16:28 - 16:30
    É possível imaginar
    o impacto sobre as crianças
  • 16:30 - 16:32
    que vivem numa zona de guerra?
  • 16:34 - 16:36
    Pessoas que não confiam em seus vizinhos
  • 16:36 - 16:39
    e que não se sentem
    seguros em seus bairros
  • 16:39 - 16:41
    têm telômeros mais curtos.
  • 16:43 - 16:46
    Então, seu endereço também
    é importante para os telômeros.
  • 16:46 - 16:47
    Por outro lado,
  • 16:48 - 16:51
    comunidades unidas, um casamento estável
  • 16:52 - 16:54
    e amizades ao longo da vida,
  • 16:54 - 16:57
    tudo isso contribui para
    a manutenção dos telômeros.
  • 16:58 - 17:02
    O que tudo isso significa?
  • 17:02 - 17:06
    Significa que posso influenciar
    meus próprios telômeros
  • 17:06 - 17:10
    e também os de outras pessoas.
  • 17:10 - 17:15
    A ciência dos telômeros mostra
    como estamos todos interligados.
  • 17:18 - 17:19
    Mas ainda tenho uma curiosidade.
  • 17:20 - 17:22
    Imagino
  • 17:23 - 17:25
    qual será o nosso legado
  • 17:27 - 17:28
    para a próxima geração?
  • 17:29 - 17:34
    Vamos investir nos jovens
  • 17:34 - 17:38
    que olharão uma criaturinha
    num microscópio,
  • 17:38 - 17:40
    vindo de uma porção de lodo da lagoa,
  • 17:41 - 17:44
    curioso sobre uma pergunta que nós
    nem sabemos hoje que é uma pergunta?
  • 17:44 - 17:47
    Pode ser uma grande pergunta
    que poderia afetar todo o mundo.
  • 17:47 - 17:51
    E quem sabe vocês fiquem
    curiosos por vocês mesmos.
  • 17:52 - 17:54
    Agora que sabem
    como proteger seus telômeros
  • 17:54 - 17:59
    estão curiosos sobre o que fazer com
    todas essas décadas de muita saúde?
  • 17:59 - 18:03
    Agora que sabem que pode afetar
    os telômeros dos outros
  • 18:04 - 18:05
    ficaram curiosos
  • 18:06 - 18:08
    em como fazer a diferença?
  • 18:10 - 18:14
    Agora que conhecem o poder
    da curiosidade para mudar o mundo,
  • 18:14 - 18:20
    como se certificar que o mundo
    investe em curiosidade
  • 18:20 - 18:25
    em prol das futuras gerações?
  • 18:27 - 18:28
    Obrigada.
  • 18:28 - 18:30
    (Aplausos)
Title:
A ciência das células que nunca envelhecem
Speaker:
Elizabeth Blackburn
Description:

O que faz o nosso corpo envelhecer ... as rugas na pele, os cabelos brancos, sistemas imunológicos enfraquecidos? A bióloga Elizabeth Blackburn ganhou um Prêmio Nobel por seu trabalho, descobrindo essa resposta com a descoberta da telomerase: uma enzima que renova as capas das extremidades dos cromossomos, que se desgastam quando as células se dividem. Saiba mais sobre a pesquisa inovadora de Blackburn, incluindo como podemos ter mais controle sobre o envelhecimento do que imaginamos.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
18:46

Portuguese, Brazilian subtitles

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