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O oceano poderá ficar sem oxigénio? — Kate Slabosky

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    Durante a maior parte do ano,
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    o Golfo do México fervilha
    de vida marinha,
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    dos minúsculos crustáceos
    às enormes baleias.
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    Mas todos os verões,
    assistimos ao desastre.
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    Por volta de maio, os animais
    começam a fugir da área.
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    E, em breve, os animais
    que não conseguem nadar
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    ou que não nadam suficientemente depressa,
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    começam a sufocar e a morrer
    em números impressionantes.
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    Do fim da primavera
    ao início do outono,
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    milhares de quilómetros quadrados
    ao longo da costa
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    tornam-se uma zona de morte
    para os animais marinhos
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    incapaz de aguentar
    muitas das formas de vida aquática.
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    Esta estranha maldição anual
    não é uma coisa rara.
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    As zonas mortas como esta
    existem por todo o mundo.
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    Mas para explorar o que está
    a criar estas condições mortais
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    precisamos primeiro de perceber
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    como funciona um ecossistema
    marinho saudável.
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    Em qualquer massa de água
    que recebe luz solar suficiente,
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    prosperam organismos vegetais
    como algas e cianobactérias.
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    Nuvens de algas juncam
    a superfície das águas profundas
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    e, nas zonas pouco profundas,
    algas e ervas marinhas cobrem o solo.
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    Estes organismos não só formam
    a base das cadeias alimentares locais
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    como a sua fotossíntese fornece o oxigénio
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    necessário à sobrevivência
    dos animais aquáticos.
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    Para além da luz solar e do CO2,
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    o crescimento das algas também depende
    de nutrientes como o fósforo e o azoto.
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    Embora estes recursos
    habitualmente sejam escassos,
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    por vezes, a bacia hidrográfica vizinha
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    pode inundar as águas costeiras
    com estes nutrientes.
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    Por exemplo, um grande temporal
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    pode arrastar sedimentos
    ricos em nutrientes
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    duma floresta para um lago.
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    Estes recursos adicionais provocam
    um aumento enorme do crescimento das algas
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    conhecido por eutroficação.
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    Mas, em vez de proporcionarem
    mais alimento e mais oxigénio,
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    este aumento de crescimento
    tem consequências mortíferas.
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    À medida que as algas
    se desenvolvem à superfície,
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    bloqueiam a luz do sol
    para as plantas por baixo delas.
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    Estas plantas privadas de luz
    morrem e decompõem-se
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    num processo que diminui ainda mais
    as reservas de oxigénio da água.
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    Com o tempo, isso pode reduzir
    o conteúdo de oxigénio
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    para menos de dois miligramas
    de oxigénio por litro,
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    criando uma zona morta inabitável.
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    Há poucas massas de água
    onde a eutroficação é natural.
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    Regiões como a Baía de Bengala
    transbordam de vida marinha profunda
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    que se adaptou a condições
    de baixo oxigénio.
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    Mas a atividade humana tem provocado
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    a existência regular e alargada
    da eutroficação.
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    Os desperdícios ricos em nutrientes
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    provenientes dos sistemas de esgoto
    e dos procedimentos industriais
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    acabam com frequência em lagos,
    estuários e águas costeiras.
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    O Golfo do México é uma
    das maiores zonas do mundo
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    de despejo de um poluidor especial,
    os fertilizantes.
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    A agricultura norte-americana
    depende profundamente
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    de fertilizantes azotados e fosfatados.
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    Há 31 estados, onde se situam
    os maiores agricultores dos EUA.
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    que estão ligados à Bacia
    do Rio Mississippi
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    e todos eles escoam para
    o Golfo do México.
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    Os agricultores aplicam-nos sobretudo
    por altura das sementeiras da primavera,
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    por isso, o fluxo dos nutrientes
    ocorre pouco tempo depois.
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    No Golfo, as algas em decomposição
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    afundam-se na faixa de água fria salgada
    junto do leito do mar.
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    Como essas águas densas mais baixas
    não se misturam
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    com a água mais quente de cima,
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    podem passar-se quatro meses
    até as tempestades tropicais
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    fazerem circular no golfo
    a água oxigenada.
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    Esta zona morta custa hoje às indústrias
    do marisco e do turismo dos EUA
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    cerca de 82 milhões de dólares por ano,
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    e esse custo vai subindo
    à medida que a zona morta vai aumentando.
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    Em média, a zona morta do golfo
    tem uns 15 000 quilómetros quadrados,
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    mas, em 2019, aumentou
    para mais de 22 000 quilómetros quadrados
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    — quase do tamanho de Nova Jersey.
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    A atividade humana
    é igualmente responsável
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    por criar zonas mortas pelo mundo inteiro.
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    Então, o que podemos fazer?
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    A curto prazo,
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    os países podem instituir regulamentos
    mais apertados para a indústria
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    e proibir o vasamento de esgotos
    não tratados nas águas oceânicas.
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    Nas explorações agrícolas, podemos
    plantar zonas tampão
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    formadas por árvores e arbustos
    para absorver o escoamento.
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    Mas, as soluções a longo prazo
    exigem mudanças radicais
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    quanto à forma
    como cultivamos os alimentos.
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    Os agricultores estão a ser incentivados
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    a usar técnicas que reduzem
    a saúde do solo
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    e dependem fortemente
    dos fertilizantes ricos em azoto.
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    Mas haveria menos necessidade
    destes químicos
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    se repuséssemos os nutrientes
    naturais do solo
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    plantando culturas diversificadas
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    que gerem a erosão
    do solo e a sua fertilidade.
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    Esperemos poder fazer essas mudanças
    fundamentais dentro em breve.
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    Porque, se não o fizermos,
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    o futuro dos ecossistemas marinhos
    pode morrer dentro da água.
Title:
O oceano poderá ficar sem oxigénio? — Kate Slabosky
Speaker:
Kate Slabosky
Description:

Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/can-the-ocean-run-out-of-oxygen-kate-slabosky

Durante a maior parte do ano, o Golfo do México fervilha de vida marinha, dos minúsculos crustáceos às enormes baleias. Mas todos os verões, assistimos ao desastre. Por volta de maio, os animais começam a fugir da área. E em breve, os animais que não conseguem nadar ou que não nadam suficientemente depressa começam a sufocar e a morrer em números impressionantes. O que é que se passa? Kate Slabosky mergulha nas condições letais que criam as zonas de morte.

Lição de Kate Slabosky, realização de Mette Ilene Holmriis.

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English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
06:00
Isabel Vaz Belchior approved Portuguese subtitles for Can the ocean run out of oxygen?
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Can the ocean run out of oxygen?
Isabel Vaz Belchior accepted Portuguese subtitles for Can the ocean run out of oxygen?
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Can the ocean run out of oxygen?
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Can the ocean run out of oxygen?
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Can the ocean run out of oxygen?

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