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Vamos dizer que essa pessoa está
deitada na minha frente
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e eu estou pensando sobre o ar
que está
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passando pelo seu corpo, entrando pelo
nariz e pela boca
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e chegando aos pulmões.
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E estou muito interessado na quantidade
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de oxigênio que está, de fato,
chegando ao saco alveolar.
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Lá dentro dos pulmões tem
esses filamentos
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que são os brônquios respiratórios.
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Mas ao final deles, é claro,
temos esses sacos
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alveolares que falamos antes.
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E o que eu realmente quero saber
é quanto de oxigênio chega
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aqui, no final do trajeto.
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E desculpe o termo "saco alveolar",
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mas é o que o nome diz.
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Parece um pouco com um trevo de
três folhas, eu acho.
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Esse é o problema.
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Quanto oxigênio chega aqui em baixo,
onde está o "x"?
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Como podemos descobrir isso?
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Primeiro eu quero pensar sobre o ar
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que esse rapaz aqui está respirando.
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Ele está respirando ar da atmosfera.
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Então esse ar está na pressão atmosférica.
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E abreviamos isso como ATM.
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Nós sabemos que a pressão atmosférica
à nível do mar
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é de 760mm de mercúrio.
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E esse valor diminui em altitudes maiores.
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Então, se estiver no topo
de uma montanha
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seria um valor menor que esse.
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E essa pressão é resultado da
movimentação de várias
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moléculas diferentes.
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Então, eu tenho algumas moléculas
de oxigênio.
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Vamos dizer 21%.
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Esse é meu oxigênio.
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E antes de prosseguirmos, preciso
falar do FiO2.
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Você pode vê-lo no vídeo.
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FiO2 diz respeito à fração - que, no caso
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é de 21% ou 0,21 - fração de ar
inspirado
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ou seja, quanto oxigênio tem no ar que foi
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inspirado. A fração de oxigênio
que tinha no ar.
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E essa fração de 21%, com certeza,
é muito,
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muito menor do que a de nitrogênio.
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Agora o nitrogênio, desenhado aqui
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é impressionante.
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O que está de roxo é nitrogênio.
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Representa cerca de 78% do que você
está respirando.
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E o restinho que sobrou
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eu vou desenhar de verde.
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É praticamente só argônio.
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E argônio vem do grego, e
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significa, na verdade, "preguiçoso".
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Mas isso me lembra que, na verdade,
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o argônio não faz muita coisa mesmo.
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Ele não vai reagir com nada dentro
do corpo.
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E é claro, temos mais:
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ainda sobrou 1%.
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Que seria composto, por exemplo,
de dióxido de carbono.
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E isso é a composição do ar
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que meu amigo aqui está respirando.
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Esse é meu amigo respirando.
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E se eu quiser saber quanto oxigênio
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está entrando, é preciso fazer
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algumas contas matemáticas.
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Ok, vamos dizer que pO2, sendo a pressão
parcial do oxigênio,
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seja 0,21, ou 21%, vezes 760mm
de mercúrio.
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O que acaba resultando em 160mm
de mercúrio.
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Agora o oxigênio segue rumo abaixo,
para os pulmões.
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E passa pela traqueia, depois pelos
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pequenos brônquios e então pelo
saco alveolar.
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E quando ele chega até aqui
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algo interessante acontece
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A temperatura do corpo aqui é de 37ºC.
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É uma temperatura corpórea normal.
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E o que acontece é que o ar
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que passa pelos brônquios e pela traqueia
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quando passa, entra em contato
com a umidade
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na árvore respiratória.
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Tem umidade aqui.
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E isso, quando começa
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a aquecer - e é claro, 37ºC é
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morno - vai começar a passar da fase
líquida
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para a fase gasosa.
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E de repente você tem pequenas moléculas.
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Vou desenhar como pequenos pontinhos
de água.
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Isso aqui.
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E isso vai começar a entrar e se misturar
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com o gás que está passando.
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Então o gás que entrou, que ele inalou,
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faz parte de uma mistura.
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E o resultado é que a água
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tem o que nós chamamos de
pressão de vapor.
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E essa pressão de vapor vai mudar
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dependendo da temperatura.
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Mas à 37ºC, a pressão de vapor
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é de 47mm de mercúrio.
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Em outras palavras, na temperatura
de 37ºC
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podemos esperar que algumas
dessas moléculas de água
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vão sair da fase líquida para a gasosa.
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E no final, esse grupo de moléculas,
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moléculas que vão se transformar
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vão gerar uma pressão de
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47mm de mercúrio.
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E isso é um padrão.
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Tem-se até uma tabela para isso.
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E, de fato, analisando bem,
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se gerar muito calor - vamos dizer
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a temperatura de ebulição da água -
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seria de 100ºC.
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A pressão de vapor seria muito alto
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devido à ebulição.
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E seria 760mm de Hg.
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Ebulição é igual a 760mm de Hg.
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Lembre-se disso.
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A água em ebulição tem um
vapor de pressão,
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e o que você lembra quando
pensa em 760?
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É a pressão atmosféria.
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Interessante, né?
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A pressão de vapor vai se igualar com
a pressão atmosféria
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quando se está fervendo água.
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E é exatamente o que acontece quando
você está muito quente.
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Mas não vamos confundir
as coisas.
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Não estamos fervendo água dentro
do nosso corpo ou dos pulmões.
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Nós somos muito mais frios que isso.
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Nós somos mornos.
Estamos à 37ºC.
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E temos algumas pequenas moléculas
de água que
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passaram para a fase gasosa.
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Se fosse completamente gasosa
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o valor seria de 760mm.
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Então, em média, a pressão dos
nossos pulmões
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vai ser a mesma da pressão atmosférica.
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Mas você sabe que a água tem
pressão de 47.
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Se a água tem pressão de 47, os
demais gases restantes
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tem pressão de 713.
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Esse é o resto.
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O que está nesse resto?
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Vai ser o mesmo que antes.
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Vai ser - vou desenhar aqui da
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melhor maneira possível - vai
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ser meu oxigênio aqui.
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21% de 713.
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E depois vamos ter muito nitrogênio.
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O mesmo raciocínio aqui.
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E lembre-se que isso tudo é contido
no ar que está sendo inalado.
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E não estamos falando de expirar.
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Estamos falando de inspirar.
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E esse roxo aqui é o 78%.
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78% de 713.
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E ainda temos um pouco de argônio
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e outros gases que eu não vou
escrever aqui,
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mas eles existem.
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Agora que sabemos que a água
tem influência
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sobre a pressão total, todos os
outros gases
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tem uma pressão parcial menor.
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Então qual é a pressão parcial do ar que
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está entrando no saco alveolar?
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Vai ser, basicamente, FiO2, o que é 21%.
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Eu vou escrever isso.
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E depois temos a pressão da atmosfera.
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Isso aqui é a pressão atmosférica.
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E nós dissemos que era de 760.
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Vou desenhar uma seta indicando
o valor.
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760mm de mercúrio.
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E então, vamos contar a pressão parcial
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da água.
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Porque agora temos vapor d'água aqui.
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Vamos subtrair 47.
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Então, até agora, se você acompanhou
as contas,
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você vai ver que teremos aqui -
quanto será que é?
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Cerca de 150mm de mercúrio.
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E nesse espaço temos a pressão
parcial do oxigênio.
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Vou deixar bem evidente com uma seta
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não com esse x laranja aqui.
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Até agora nós descobrimos que
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as pressões parciais são um pouco
menores do que eram quando
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a gente começou.
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E isso acontece por causa da pressão
parcial da água.
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Continuaremos daqui no próximo vídeo.
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[Legendado por: Laís Yamada]
[Revisado por: Thiago Medeiros]