Vocabulário Elétrico
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0:00 - 0:14(Música)
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0:14 - 0:17Vou tentar fazer brilhar uma luz histórica em nossa língua,
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0:17 - 0:21e contar uma história sobre o vocabulário elétrico.
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0:21 - 0:26Tudo começa há 2.600 anos.
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0:26 - 0:30Um grego da Antiguidade, chamado Tales de Mileto,
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0:30 - 0:32acredita-se que seja a primeira pessoa a observar
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0:32 - 0:35o que hoje chamamos de fenômenos elétricos.
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0:35 - 0:38Ele descobriu que um pedaço de âmbar, esfregado em lã,
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0:38 - 0:41podia recolher pedacinhos de palha.
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0:41 - 0:45Na língua de Tales, o âmbar era chamado de elétron.
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0:45 - 0:48Por muito tempo, isso era tudo o que as pessoas sabiam sobre o assunto.
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0:48 - 0:52A natureza teve de esperar por volta de 2.200 anos
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0:52 - 0:54antes de novas investigações serem feitas
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0:54 - 0:56sobre as propriedades do âmbar.
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0:56 - 1:00William Gilbert, um cientista inglês do séc. XVII,
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1:00 - 1:02descobriu, com uma cuidadosa experiência,
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1:02 - 1:06que uma série de outros materiais apresentavam as propriedades de atração
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1:06 - 1:07do âmbar.
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1:07 - 1:10Ele também descobriu que atraíam outros objetos além de palha.
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1:10 - 1:13Gilbert chamou estes objetos parecidos com o âmbar
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1:13 - 1:15pela palavra grega para âmbar.
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1:15 - 1:17Ele chamou-os de 'elétricos'.
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1:17 - 1:20Quarenta anos depois, perto de Norwich,
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1:20 - 1:23Sir Thomas Browne fez mais algumas experiências.
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1:23 - 1:26Ele não descobriu nada diferente de William Gilbert,
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1:26 - 1:29mas a maneira como ele descreveu a experiência
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1:29 - 1:31criou a palavra que usamos toda hora.
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1:31 - 1:35O modo como ele via, quando se esfrega, por exemplo, um cristal com um pano,
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1:35 - 1:37ele se torna um objeto elétrico.
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1:37 - 1:39E, assim como falamos de objetos elásticos
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1:39 - 1:43e dizemos que eles têm a propriedade da elasticidade,
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1:43 - 1:47os objetos elétricos têm a propriedade da eletricidade.
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1:47 - 1:50O físico francês do séc. XVIII,
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1:50 - 1:54Charles du Fay foi a próxima pessoa a fazer importantes descobertas.
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1:54 - 1:58Ele descobriu que quase todos objetos, exceto os metais e fluidos,
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1:58 - 2:00poderiam se tornar elétricos
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2:00 - 2:03depois de se sujeitarem a uma combinação de aquecimento e fricção.
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2:03 - 2:06E mais, ele descobriu que quando dois elétricos são colocados próximos,
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2:06 - 2:09eles às vezes atraem e às vezes repelem.
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2:09 - 2:11Com este conhecimento extra,
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2:11 - 2:15du Fay descobriu que havia dois grupos distintos de elétricos.
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2:15 - 2:17Quaisquer dois objetos do mesmo grupo
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2:17 - 2:19sempre se repelem,
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2:19 - 2:21enquanto o par formado de um de cada grupo
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2:21 - 2:23sempre se atrai.
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2:23 - 2:25Apesar dessas novas descobertas,
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2:25 - 2:28as descrições de du Fay da física de tudo isto perderam-se.
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2:28 - 2:33Em vez disso, é o vocabulário de um carismático jovem americano
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2:33 - 2:36que nós ainda lembramos e usamos atualmente.
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2:36 - 2:41Benjamin Franklin ouviu sobre o trabalho que acontecia na Europa
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2:41 - 2:43e começou suas próprias experiências.
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2:43 - 2:46Ele logo descobriu como fazer componentes elétricos
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2:46 - 2:49que poderiam se descarregar produzindo grandes faíscas.
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2:49 - 2:52Travesso,
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2:52 - 2:55Franklin costumava chocar seus amigos com essas máquinas.
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2:55 - 2:57À medida que construía aparelhos cada vez mais eficientes,
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2:57 - 3:00ele comparou o ato de eletrificar
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3:00 - 3:04e descarregar ao de carregar e disparar armamentos.
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3:04 - 3:08Não levou muito tempo para Franklin e outros descobrirem
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3:08 - 3:12que era possivel conectar estas armas de brincadeira.
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3:12 - 3:15Franklin, continuando com a metáfora,
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3:15 - 3:18comparou esse grupamento aos canhões de um navio.
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3:18 - 3:21O deque das armas em um navio militar
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3:21 - 3:25dispararou os canhões simultaneamente, em uma bateria.
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3:25 - 3:27Da mesma forma, esta bateria elétrica
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3:27 - 3:30deveria descarregar todos ao mesmo tempo,
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3:30 - 3:32causando uma grande faísca.
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3:32 - 3:35Esta nova tecnologia levantou uma questão interessante:
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3:35 - 3:39as nuvens com raios seriam uma grande bateria elétrica?
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3:39 - 3:42A descrição de Franklin era a seguinte:
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3:42 - 3:45ele supôs que havia uma substância,
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3:45 - 3:49que chamou de 'fluido elétrico', que é comum a todas as coisas.
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3:49 - 3:52Se, digamos, uma pessoa esfrega um tubo de vidro,
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3:52 - 3:55essa fricção, ou carga, causa um fluxo deste fluido,
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3:55 - 3:59ou uma corrente elétrica, da pessoa para o vidro.
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3:59 - 4:03Como resultado, tanto a pessoa quanto o tubo se tornam 'elétricos'.
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4:03 - 4:06Normalmente, se a pessoa está de pé no chão,
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4:06 - 4:09seu fluido elétrico retorna ao nível normal,
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4:09 - 4:13com a troca do estoque comum da Terra,
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4:13 - 4:14como Franklin chamava.
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4:14 - 4:16Já ficar de pé sobre algo como um bloco de cera
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4:16 - 4:18cortava este suprimento
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4:18 - 4:22Franklin disse que um objeto com excesso deste fluido
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4:22 - 4:24estava carregado positivamente,
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4:24 - 4:28e algo com falta deste fluido estava carregado negativamente.
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4:28 - 4:30Quando os objetos se tocam, ou quase,
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4:30 - 4:33o fluido elétrico pode fluir entre eles
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4:33 - 4:35até entrarem em equilíbrio.
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4:35 - 4:38Quanto maior a diferença de fluidos entre os dois objetos,
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4:38 - 4:40maior a distância que o fluido pode pular,
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4:40 - 4:42criando faíscas no ar.
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4:42 - 4:45E é o material do objeto
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4:45 - 4:48que determina se ganha ou perde fluido elétrico
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4:48 - 4:50durante a carga.
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4:50 - 4:53Estes são os dois grupos elétricos de du Fay.
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4:53 - 4:56Você pode já ter ouvido a frase: 'Cargas opostas se atraem,
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4:56 - 4:58iguais se repelem.'
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4:58 - 5:00É por isto.
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5:00 - 5:02Pelos próximos 150 anos,
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5:02 - 5:04a teoria de Franklin foi usada para desenvolver
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5:04 - 5:07mais ideias e descobertas,
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5:07 - 5:09tudo usando o vacabulário que ele inventou.
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5:09 - 5:14Estes questionamentos científicos trouxeram avanços tecnológicos
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5:14 - 5:17e, finalmente, os cientistas puderam ver mais de perto
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5:17 - 5:20o próprio fluido elétrico.
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5:20 - 5:24Em 1897, J.J. Thomson, trabalhando em Cambridge, Inglaterra,
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5:24 - 5:27descobriu que o fluido elétrico
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5:27 - 5:30na verdade é formado por pequenas partículas,
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5:30 - 5:32chamadas pelo físico George Stoney
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5:32 - 5:34de elétrons.
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5:34 - 5:37Com isso voltamos à palavra do grego arcaico para âmbar,
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5:37 - 5:39onde nossa história começou.
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5:39 - 5:42Entretanto, há um epílogo para este conto.
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5:42 - 5:45Foi descoberto que estes elétrons fluem
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5:45 - 5:48na direção oposta à que Franklin supôs.
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5:48 - 5:51Daí, os objetos que estão carregados positivamente
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5:51 - 5:54não têm um excesso de fluido elétrico,
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5:54 - 5:57na verdade faltam elétrons.
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5:57 - 6:00Apesar disso, em vez de nomear tudo ao contrário,
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6:00 - 6:04as pessoas resolveram manter o vacabulário de Franklin
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6:04 - 6:07devido ao hábito e à convenção.
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6:07 - 6:10Embora reconhecendo a descoberta dos elétrons,
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6:10 - 6:12manteve-se o sentido do fluxo do fluido elétrico de Franklin,
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6:12 - 6:15mudando o nome para 'corrente convencional'.
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6:15 - 6:18O elétron tornou-se o salmão da eletricidade,
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6:18 - 6:22nadando contra a corrente em um rio imaginário
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6:22 - 6:24da corrente convencional.
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6:24 - 6:28Isto pode ser compreensivelmente confuso para muita gente
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6:28 - 6:30que não conhece a história destas ideias.
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6:30 - 6:32Assim, espero
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6:32 - 6:35que com esta pequena história sobre o vocabulário elétrico,
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6:35 - 6:39você seja capaz de ver através do acaso e do capricho deste assunto
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6:39 - 6:42e possa entender claramente
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6:42 -a física dos fenômenos elétricos.
- Title:
- Vocabulário Elétrico
- Description:
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Todos conhecemos as palavras relacionadas a eletricidade: 'carga', 'positivo', 'bateria' entre outras. Mas de onde vieram e o que realmente significam? Deixe que a história destas palavras ilumine a física dos fenômenos elétricos.
Lição de James Sheils, animação de TED-Ed.
Veja a aula completa em: http://ed.ted.com/lessons/electric-vocabulary
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- 06:57
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