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Uma nova maneira de "cultivar" ilhas e litorais

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    Por quase uma década,
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    meus colaboradores e eu
    no Self-Assembly Lab
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    temos trabalhado em sistemas
    de materiais que se transformam,
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    se montam sozinhos
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    e se adaptam ao ambiente deles.
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    Do nosso trabalho inicial em impressão 4D,
    imprimindo objetos que imergimos na água
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    e eles se transformam,
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    aos nossos materiais auxéticos,
    que respondem à temperatura e à luz solar;
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    ao nosso trabalho mais recente
    sobre têxteis ativos,
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    que respondem à temperatura corporal
    e mudam a porosidade;
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    ao trabalho de impressão líquida rápida
    com o qual imprimimos estruturas infláveis
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    que se transformam com a pressão do ar
    e passam de uma forma a outra;
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    ou nosso trabalho de automontagem,
    no qual mergulhamos objetos na água
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    que respondem à energia das ondas
    e se montam em objetos como móveis.
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    Ou, em escalas maiores,
    usando energia eólica,
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    temos balões meteorológicos
    com um metro de diâmetro
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    que se montam no ar,
    acima de um canteiro de obras.
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    Para ambientes perigosos ou locais
    austeros e extremos de difícil acesso
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    para pessoas ou equipamentos,
  • 1:00 - 1:02
    eles se montam no ar,
    e, quando o gás hélio acaba,
  • 1:02 - 1:04
    eles retornam ao chão,
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    deixando uma grande estrutura
    de armação espacial.
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    Toda essa pesquisa tem a ver
    com usar materiais simples,
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    ativando-os com forças do ambiente deles
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    como gravidade, vento,
    ondas, temperatura, luz solar,
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    e fazendo com que eles executem,
    se transformem, se montem, etc.
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    Mas como construímos peças inteligentes
  • 1:23 - 1:26
    sem o uso de dispositivos
    eletromecânicos complexos?
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    Mais recentemente, um grupo
    nas Maldivas nos procurou,
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    interessado ​​em usar algumas
    dessas pesquisas e raciocínio
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    para aplicá-los a alguns desafios
    que eles têm enfrentado
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    com as mudanças climáticas.
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    Primeiramente, quando você
    é procurado por alguém nas Maldivas
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    diz logo que quer visitar o local.
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    (Risos)
  • 1:42 - 1:44
    É incrível!
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    Nós fomos até lá e, após a visita,
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    voltei com uma perspectiva bem diferente
    sobre o futuro das mudanças climáticas.
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    É fácil imaginar que as Maldivas
    estão afundando.
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    Estão ferrados lá. O que vão fazer?
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    Mas voltei achando que eles poderiam ser
    o modelo futuro do ambiente construído,
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    e podem se adaptar e ser resilientes,
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    ao contrário da infraestrutura fixa
    e artificial criada pelo homem.
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    Há três abordagens importantes
    para o aumento do nível do mar
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    e as mudanças climáticas.
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    Primeira: não há nada a fazer
    e podemos fugir.
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    E essa é uma péssima ideia.
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    Como mais de 40% da população mundial
    vive em áreas costeiras,
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    à medida que o nível do mar subir
    e as tempestades piorarem,
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    ficaremos cada vez mais debaixo d'água.
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    Portanto, é essencial que resolvamos
    esse problema tão urgente.
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    A segunda é que podemos
    construir barreiras.
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    O problema é que usamos
    uma solução estática,
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    tentando lutar contra um problema
    superdinâmico de alta potência,
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    e, nesses casos, a natureza
    quase sempre ganha.
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    Então, isso provavelmente
    não funcionará também.
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    A terceira abordagem é usar dragagem,
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    aspirando grande quantidades
    de areia do oceano profundo
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    e a bombeando de volta para as praias.
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    Se forem a alguma praia ao redor
    da costa nordeste ou oeste,
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    verão que usam dragagem ano após ano
    apenas para sobreviver.
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    Não é uma boa solução.
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    Nas Maldivas, fazem o mesmo
    e podem construir uma ilha em um mês,
  • 3:03 - 3:05
    novinha em folha, a partir de dragagem.
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    Mas é péssimo para o ecossistema marinho,
    e aí eles ficam viciados em dragagem.
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    Precisam fazer isso ano após ano.
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    Mas no tempo que levaram
    para construir aquela ilha,
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    três barragens de areia se formaram,
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    enormes quantidades de areia que podem
    servir de ancoradouro para um barco.
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    Isso é o que chamamos de visita ao local.
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    Um trabalho muito difícil.
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    (Risos)
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    Enquanto isso, é inverno em Boston.
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    São quantidades enormes de areia
    que acumulam naturalmente
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    apenas pela força das ondas
    e a topografia do oceano.
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    Começamos a investigar:
    por que formam-se bancos de areia?
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    Se explorássemos isso, entenderíamos
    como funcionam e poderíamos usá-los.
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    Tem a ver com a quantidade
    de energia no oceano
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    e a topografia do terreno
    que promove o acúmulo de areia.
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    Então, propomos trabalhar
    com as forças da natureza:
  • 3:53 - 3:55
    construir em vez de destruir.
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    No meu laboratório no MIT, montamos
    um tanque enorme que bombeia as ondas,
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    e colocamos geometrias debaixo d'água.
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    Tentamos todo tipo diferente de geometria.
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    As ondas interagem com ela,
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    e depois criam turbulência
    e começam a acumular a areia
  • 4:11 - 4:14
    que passa a formar os bancos.
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    Nesta vista aérea, à esquerda,
    vemos a praia aumentando.
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    Ao centro, vemos o banco
    de areia que se formou.
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    Essas são geometrias que colaboram
    com a força da onda para construir.
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    Começamos então a fabricar uma
    em fevereiro, em Boston.
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    Usamos grandes rolos de lona.
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    É um material biodegradável,
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    superbarato e fácil de trabalhar.
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    Em seguida, costuramos
    essas bexigas grandes,
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    e depois voamos até lá.
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    Sei que devem estar pensando,
    mas este não é o Fyre Festival.
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    (Risos)
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    É a vida real.
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    Voamos para lá com estas bexigas
    de lona em nossas malas,
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    ficamos queimados de sol,
    pois era inverno em Boston,
  • 4:52 - 4:55
    e então nós as enchemos de areia
    e as imergimos na água.
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    Essas são exatamente as mesmas
    geometrias que viram no tanque,
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    elas estão apenas em escala humana.
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    Grandes objetos cheios de areia,
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    que imergimos na água;
    são geometrias bem simples.
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    Na frente delas, vemos a água limpa.
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    As ondas estão se quebrando.
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    A água está bem translúcida.
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    E na parte de trás, vemos a turbulência.
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    A água e a areia se misturam,
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    causando o transporte de sedimentos,
    e a areia vai se acumulando.
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    Vemos algumas arraias amigáveis
    aqui que vieram nos visitar.
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    À esquerda é o primeiro dia,
    à direita o terceiro.
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    Vemos as ondas de areia nas áreas claras,
    onde ela está se acumulando
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    após apenas dois dias.
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    Isso foi em fevereiro passado,
    e é um trabalho muito contínuo.
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    É apenas o começo desta pesquisa.
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    Durante o próximo ano e mais,
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    vamos estudar isso
    através de imagens de satélite
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    e dados de batimetria,
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    para entender quais são os impactos
    a curto e a longo prazo
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    da acumulação natural
    de areia no ambiente.
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    Mas nossa visão maior é querer
    construir geometrias submersas,
  • 5:53 - 5:56
    quase como submarinos,
    que possamos afundar e flutuar.
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    Como recifes artificiais adaptáveis,
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    que poderíamos posicionar
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    caso haja uma tempestade
    vinda de qualquer direção
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    ou se as estações estiverem mudando,
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    é possível utilizar estas
    estruturas de recife adaptáveis
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    usando a força das ondas
    para acumular areia.
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    Acreditamos que possa ser usado
    em muitas regiões costeiras
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    e em nações insulares pelo mundo.
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    Mas quando pensamos em construir
    ambientes mais inteligentes,
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    como edifícios, carros
    ou roupas mais inteligentes,
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    isso normalmente significa
    adicionar mais energia,
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    mais baterias, dispositivos,
    custo, complexidade
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    e, finalmente, mais fracasso.
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    Sempre tentamos pensar em como construir
    coisas mais inteligentes com menos?
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    Como construí-las para que sejam simples?
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    Estamos propondo no laboratório
    e, com este projeto especificamente,
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    usar materiais simples como areia
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    que colabora com forças
    no ambiente como ondas
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    para se acumular e se adaptar.
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    E gostaríamos que colaborassem conosco,
    para desenvolver, escalar e aplicar
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    essa maneira de pensar.
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    Acreditamos ser um modelo diferente
    para as mudanças climáticas,
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    que tem a ver com adaptação e resiliência
    ao invés de resistência e medo.
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    Então nos ajudem a transformar
    destruição natural em construção natural.
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    Obrigado.
  • 7:10 - 7:12
    (Aplausos)
Title:
Uma nova maneira de "cultivar" ilhas e litorais
Speaker:
Skylar Tibbits
Description:

E se pudéssemos aproveitar o movimento do oceano para proteger as comunidades costeiras do aumento do nível do mar? O designer e bolsista TED, Skylar Tibbits, mostra como seu laboratório está criando um sistema dinâmico e adaptável de estruturas subaquáticas que usam a energia das ondas do oceano para acumular areia e salvar a costa da erosão, trabalhando com as forças da natureza para construir e não para destruir.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
07:27

Portuguese, Brazilian subtitles

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