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Marcus Byrne: A dança do besouro rola-bosta

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    Isto é cocô,
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    e o que quero fazer hoje é compartilhar minha paixão
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    por cocô com vocês,
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    o que pode ser bem difícil,
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    mas penso que podem achar que o mais fascinante
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    é a forma como estes pequenos animais lidam com cocô.
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    Este animal aqui tem um cérebro
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    mais ou menos do tamanho de um grão de arroz, e ainda assim pode fazer coisas
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    que você e eu não poderíamos nem imaginar.
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    Basicamente ele é todo desenvolvido para lidar com sua fonte de comida,
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    que é estrume.
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    Portanto, a questão é: por onde começamos esta história?
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    E parece apropriado começar pelo fim,
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    porque isto é excremento que sai
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    de outros animais, mas ainda contém nutrientes,
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    e há nutrientes suficientes nele
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    para besouros rola-bosta basicamente viverem,
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    assim besouros rola-bosta comem excremento, e suas larvas
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    também se alimentam de excremento.
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    Elas se desenvolvem inteiramente em uma bola de esterco.
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    Na África do Sul, temos aproximadamente 800 espécies de besouro rola-bosta,
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    na África temos 2.000 espécies de besouro rola-bosta,
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    e no mundo temos cerca de 6.000 espécies de besouro rola-bosta.
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    Dessa forma, de acordo com besouros rola-bosta, excremento é muito bom.
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    A menos que você esteja preparado para ter estrume debaixo de suas unhas
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    e cavar através do próprio estrume, você nunca verá
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    90 por cento das espécies de besouro rola-bosta,
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    porque eles vão diretamente no esterco,
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    direto debaixo dele, então transitam
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    entre o esterco na superfície do solo
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    e um ninho subterrâneo que fazem.
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    Portanto a questão é: como eles lidam com esse material?
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    E a maioria dos besouros rola-bosta na verdade o embrulha em algum tipo de embalagem.
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    Dez por cento da espécie realmente fazem uma bola,
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    e essa bola eles rodam para longe da fonte de esterco,
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    geralmente a enterram num local distante da fonte de esterco,
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    e eles têm um comportamento muito específico
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    através do qual são capazes de rodar essas bolas.
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    Este é um proprietário muito orgulhoso de uma linda bola de esterco.
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    Você pode ver que é um macho
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    porque ele tem alguns pelos na parte de trás das pernas
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    e ele está claramente muito satisfeito com aquilo sobre o que está sentado ali.
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    Então ele vai se tornar uma vítima
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    de um cruel assaltante. (Risadas)
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    E esta é uma indicação clara
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    de que este é um recurso valioso.
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    E recursos tão valiosos têm que ser cuidados
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    e guardados de forma específica, e achamos
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    que o motivo por que eles rodam as bolas para longe é por causa disto,
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    por causa da competição que há
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    para agarrar aquele esterco.
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    Esta massa de esterco estava na verdade -- bem, era uma massa de esterco
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    15 minutos antes que esta fotografia fosse tirada,
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    e achamos que é a competição intensa
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    que faz os besouros tão bem adaptados
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    a rolar bolas de esterco.
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    Assim, o que você tem que imaginar aqui é este animal
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    movendo-se pela savana africana.
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    Sua cabeça está abaixada. Ele está caminhando para trás.
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    Na verdade, é a forma mais bizarra de transportar sua comida em qualquer direção específica,
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    e, ao mesmo tempo, ele tem que lidar com o calor.
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    Aqui é a África. É quente.
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    Assim, o que quero compartilhar com vocês agora
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    são alguns dos experimentos que eu mesmo e meus colegas
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    conduzimos para investigar como besouros rola-bosta
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    lidam com esses problemas.
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    Observe este besouro,
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    e há duas coisas para as quais gostaria que você atentasse.
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    A primeira é como ele lida com este obstáculo
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    que colocamos em seu caminho. Veja, ele faz uma pequena dança
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    e então continua exatamente na mesma direção
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    que tomou primeiramente.
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    Uma pequena dança, e então se encaminha para uma direção específica.
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    Portanto, nitidamente, este animal sabe para onde está indo
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    e sabe para onde quer ir,
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    e essa é uma coisa muito, muito importante,
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    porque, se você pensa sobre isso, você está na massa de estrume,
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    você agarrou este grande pedaço que quer levar para longe de todos os outros,
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    e a forma mais rápida de fazer isso é numa linha reta.
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    Então demos a eles mais algumas tarefas para resolver,
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    e o que fizemos aqui foi virar o mundo
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    sob os pés deles. E observe a resposta.
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    Assim, este animal teve, na verdade, o mundo
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    virado sob seus pés. Foi rodado em 90 graus.
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    Mas ele não vacila. Ele sabe exatamente para onde quer ir,
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    e se encaminha para aquela direção específica.
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    Nossa questão seguinte foi:
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    como eles estão fazendo isso?
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    O que estão fazendo? E havia uma pista disponível para nós.
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    Era que, de vez em quando, eles sobem no topo da bola
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    e dão uma olhada no mundo ao redor deles.
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    E para o que você acha que eles poderiam estar olhando
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    quando sobem no topo da bola?
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    Quais são as pistas óbvias que este animal poderia usar
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    para direcionar seus movimentos? E a mais óbvia
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    é olhar para o céu, então pensamos:
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    o que poderiam estar olhando no céu?
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    E a coisa óbvia para olhar é o sol.
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    Assim, um experimento clássico aqui,
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    no qual movemos o sol.
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    O que vamos fazer agora é esconder o sol com uma placa
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    e mover o sol com um espelho
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    para uma posição completamente diferente.
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    E olhe para o que o besouro faz.
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    Ele faz uma pequena dança dupla,
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    então se encaminha de volta exatamente para a mesma direção
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    em que ia primeiramente.
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    O que acontece agora? Claramente eles estão olhando para o sol.
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    O sol é uma sinalização muito importante no céu para eles.
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    Acontece que o sol nem sempre está disponível para você,
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    porque no crepúsculo ele desaparece abaixo do horizonte.
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    O que acontece no céu aqui
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    é que há um enorme padrão de luz polarizada no firmamento
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    que não podemos ver. É a forma como nossos olhos são feitos.
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    Mas o sol está no horizonte bem ali
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    e sabemos que, quando o sol está no horizonte,
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    não está deste lado,
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    há um norte-sul, um enorme caminho através do céu
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    de luz polarizada que não podemos ver,
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    mas os besouros podem ver.
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    Como testamos isso? Bem, isso é fácil.
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    O que fazemos é pegar um grande filtro de polarização,
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    colocar o besouro sob ele, e o filtro está no ângulo correto
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    com o padrão de polarização do céu.
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    O besouro sai debaixo do filtro
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    e vira à direita,
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    porque está novamente sob o céu
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    que originalmente o orientava
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    e então se reorienta
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    para a direção na qual ia inicialmente.
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    Então, obviamente, besouros podem ver luz polarizada.
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    Ok, o que temos até agora é:
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    o que os besouros estão fazendo? Estão rolando bolas.
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    Como estão fazendo isso? Bem, estão rolando-as em linha reta.
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    Como a estão mantendo em uma linha reta específica?
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    Bem, estão olhando para pistas no céu,
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    algumas das quais não podemos ver.
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    Mas como eles escolhem essas sinalizações celestes?
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    Isso era o que nos interessava a seguir.
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    E foi este pequeno comportamento específico, a dança,
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    que pensamos que era importante, porque, veja,
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    ele faz uma pausa de vez em quando,
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    e se encaminha na direção em que quer ir.
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    Então, o que estão fazendo quando executam essa dança?
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    Quanto podemos forçá-los antes que se reorientem?
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    E neste experimento aqui, o que fizemos foi empurrá-los
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    para um canal, e você pode ver que ele não foi
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    particularmente forçado neste canal específico,
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    e gradualmente deslocamos o besouro em 180 graus
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    até que esse indivíduo acaba indo exatamente na direção oposta
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    à que queria ir inicialmente.
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    Vamos ver qual é sua reação
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    enquanto é encaminhado para 90 graus aqui
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    e agora ele vai -- quando chegar aqui embaixo,
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    ele vai estar 180 graus na direção errada.
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    E veja qual é sua resposta.
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    Ele faz uma pequena dança, volta-se
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    e retorna. Ele sabe exatamente para onde vai.
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    Ele sabe exatamente qual é o problema
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    e sabe exatamente como lidar com isso,
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    e a dança é o comportamento de transição
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    que lhes permite se reorientar.
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    Então esta é a dança, mas depois de passar muitos anos
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    sentados em arbustos africanos observando besouros rola-bosta em belos dias quentes,
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    percebemos que havia um outro comportamento
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    associado com o da dança.
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    Vez por outra, quando sobem no topo da bola,
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    eles limpam a face.
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    E você o vê fazer isso de novo.
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    Pensamos: o que poderia estar acontecendo aqui?
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    Obviamente o chão é muito quente, e quando o chão está quente,
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    eles dançam com mais frequência e, quando fazem esta dança específica,
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    limpam a base da face.
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    Achamos que isso poderia ser um comportamento termorregulador.
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    Pensamos que talvez o que estejam fazendo é tentar
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    escapar do solo quente e também lançando saliva na face
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    para resfriar a cabeça.
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    Assim, o que fizemos foi desenhar um par de arenas,
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    uma era quente, outra, fria.
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    Sombreamos esta. Deixamos a outra no calor.
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    Daí o que fizemos foi filmá-los com uma câmera térmica.
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    Então o que estão vendo aqui é a imagem de calor
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    do sistema, e o que podem ver aqui, emergindo
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    do cocô é uma bola refrigerada de estrume.
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    Na verdade, se você olha para a temperatura bem aqui,
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    estrume é fresco. (Risadas)
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    Tudo que nos interessa aqui é comparar a temperatura
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    do besouro com o plano de fundo.
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    O plano de fundo aqui está por volta de 50 graus centígrados.
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    O besouro e a bola estão provavelmente de
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    30 a 35 graus centígrados,
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    portanto esta é uma grande bola de sorvete
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    que este besouro está transportando através da savana quente.
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    Ele não está subindo. Ele não está dançando, porque
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    sua temperatura corporal é, na verdade, relativamente baixa.
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    É mais o menos a mesma de vocês e minha.
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    E o que interessa aqui é que o pequeno cérebro está bastante refrescado.
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    Mas, por outro lado, agora o que acontece em um meio ambiente quente,
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    olhe para a temperatura do solo.
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    É de 55 a 60 graus centígrados.
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    Observe com que frequência o besouro dança.
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    E olhe para suas pernas dianteiras. Estão extremamente quentes.
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    E a bola deixa uma pequena sombra térmica
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    e o besouro sobe no topo da bola
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    e limpa a face, e o tempo todo está tentando refrescar-se,
  • 10:43 - 10:49
    achamos, e evitar a areia quente na qual está caminhando.
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    O que fizemos a seguir foi colocar pequenas botas nessas pernas,
  • 10:53 - 10:56
    porque esta foi a forma de testar se as pernas
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    estavam envolvidas na percepção da temperatura do solo.
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    E se você olhar bem aqui, com botas eles sobem na bola
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    com muito menos frequência do que quando estão sem botas.
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    Portanto descrevemos estas como botas refrescantes.
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    Foi um composto dentário que usamos para fazer essas botas.
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    E também refrescamos a bola de estrume,nós
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    colocamos a bola na geladeira, demos a eles uma bela bola de estrume fresca,
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    e eles subiram nessa bola muito menos frequentemente
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    do que quando tinham uma bola quente.
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    Isso é chamado andar com pernas de pau. É um comportamento térmico
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    que você e eu fazemos se cruzamos a praia,
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    pulamos em uma toalha, alguém tem essa toalha --
  • 11:31 - 11:33
    "Desculpe, pisei em sua toalha." --
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    e você se apressa para a toalha de mais alguém,
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    e dessa forma não queima seus pés.
  • 11:37 - 11:40
    E isso é exatamente o que os besouros estão fazendo aqui.
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    Contudo, há mais uma história que gostaria de compartilhar com vocês,
  • 11:43 - 11:45
    e é esta espécie em particular.
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    É do gênero chamado Pachysoma.
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    Há 13 espécies no gênero, e elas têm
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    um comportamento específico que, penso, acharão interessante.
  • 11:57 - 12:02
    Este é um besouro rola-bosta. Observe o que ele está fazendo.
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    Consegue perceber a diferença?
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    Eles normalmente não vão tão devagar. Está em câmera lenta.
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    Mas ele está caminhando para a frente,
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    e na verdade está carregando uma bolinha de estrume seco.
  • 12:13 - 12:15
    Esta é uma espécie diferente no mesmo gênero,
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    mas com exatamente o mesmo comportamento na alimentação.
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    Há um aspecto mais interessante do
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    comportamento deste besouro que achamos bastante fascinante,
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    que é ele se alimenta e provê um ninho.
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    Então, observe este indivíduo aqui, o que ele está tentando fazer
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    é construir um ninho.
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    Ele não gosta dessa primeira localização
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    e surge com uma segunda,
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    e, mais ou menos 50 minutos depois, o ninho está pronto,
  • 12:43 - 12:47
    e ele ele se encaminha, para alimentar-se e conseguir provisões,
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    para um monte de bolinhas de estrume seco.
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    E o que quero que observem é o caminho de ida
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    e o de volta para casa e comparem os dois.
  • 12:57 - 13:00
    No geral, você verá que o caminho de volta para casa
  • 13:00 - 13:03
    é muito mais direto que o caminho de ida.
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    No caminho de ida, ele está sempre à procura
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    de uma nova bola de esterco.
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    No caminho de casa, ele sabe onde a casa está
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    e quer chegar direto a ela.
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    A coisa importante aqui é que está não é uma viagem única,
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    como na maioria dos besouros rola-bosta. A viagem aqui é repetida,
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    ida e volta, entre o local de provisão e o local do ninho.
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    E observe, você vai ver
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    um outro crime sul-africano acontecendo agora. (Risadas)
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    E o vizinho rouba uma de suas bolinhas de estrume.
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    O que estamos vendo aqui
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    é um comportamento chamado caminho de integração.
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    O que está acontecendo é que o besouro
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    conseguiu um local para a casa, ele sai num caminho tortuoso
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    procurando por comida; quando encontra comida,
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    ele se encaminha direto para casa. Ele sabe exatamente onde está sua casa.
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    Há duas maneiras pelas quais ele poderia fazer isso,
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    e podemos testar isso deslocando o besouro
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    para uma nova posição quando ele está no local de provisão.
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    Se ele estiver usando pontos de referência, achará sua casa.
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    Se estiver usando algo chamado caminho de integração,
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    não encontrará a casa. Chegará ao local errado,
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    e o que está fazendo aqui, se estiver usando caminho de integração,
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    é contar seus passos ou medir a distância nesta direção.
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    Ele sabe o rumo de casa e sabe que deveria estar naquela direção.
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    Se você o desloca, ele acaba no lugar errado.
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    Então vejamos o que acontece quando colocamos este besouro
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    em teste com um experimento semelhante.
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    Aqui está nosso esperto pesquisador.
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    Ele desloca o besouro,
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    e agora temos que ver o que vai acontecer.
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    O que temos é uma toca. Ali é onde estava o alimento.
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    O alimento foi deslocado para uma nova posição.
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    Se ele estiver usando orientação por pontos de referência,
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    ele deverá conseguir encontrar a toca,
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    porque será capaz de reconhecer os marcos ao seu redor.
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    Se estiver usando caminho de integração,
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    acabará no lugar errado bem aqui.
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    Vejamos o que acontece
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    quando colocamos o besouro no teste completo.
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    Lá está ele.
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    Vai se encaminhar para casa, e veja o que acontece.
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    Pena.
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    Ele não tem pistas.
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    Começa a procurar por sua casa na distância correta
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    do alimento, mas está nitidamente perdido.
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    Assim, sabemos agora que este animal usa caminho de integração
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    para encontrar sua rota, e o pesquisador insensível
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    guia-o para cima, à esquerda, e o deixa lá. (Risadas)
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    O que observamos aqui é um grupo de animais
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    que usa uma bússola, e usam o sol como uma bússola
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    para encontrar sua rota,
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    e eles têm algum tipo de sistema
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    para medir essa distância,
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    e sabemos que esta espécie aqui na verdade
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    conta os passos. É o que usam como um hodômetro,
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    um sistema de contagem de passos, para encontrar seu caminho de volta para casa.
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    Não sabemos ainda o que besouros rola-bosta usam.
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    O que aprendemos desses animais
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    com o cérebro que é do tamanho de um grão de arroz?
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    Bem, sabemos que podem rolar bolas em linha reta
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    usando indicações celestes.
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    Sabemos que a dança é um comportamento de orientação
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    e também é um comportamento termorregulador
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    e ainda sabemos que usam o sistema de integração do caminho
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    para encontrar a rota para casa.
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    Bem, de um pequeno animal que lida com uma substância repugnante,
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    podemos aprender grande quantidade de coisas,
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    apresentando comportamentos que você e eu provavelmente não teríamos.
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    Obrigado. (Aplausos)
Title:
Marcus Byrne: A dança do besouro rola-bosta
Speaker:
Marcus Byrne
Description:

Um besouro rola-bosta tem o cérebro do tamanho de um grão de arroz e ainda assim demonstra uma tremenda quantidade de inteligência quando se trata de rolar sua fonte de comida -- excremento animal -- para casa. Como? Tudo se resume a uma dança. (Filmado em TEDxWitsUniversity.)

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:08

Portuguese, Brazilian subtitles

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