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Meet John Doe ( 1941) Full Movie

  • 0:18 - 0:21
    Gary Cooper e Barbara Stanwyck
  • 0:23 - 0:26
    "Um João Ninguém"
    de Frank Capra
  • 1:01 - 1:02
    Banda Sonora de
  • 1:04 - 1:05
    Direção de
  • 1:12 - 1:14
    (Choro de bebés)
  • 1:18 - 1:22
    [1862 — The Bulletin
    Uma imprensa livre significa um povo livre]
  • 1:39 - 1:41
    [O novo Bulletin]
  • 1:42 - 1:44
    [Diretor]
  • 1:52 - 1:53
    (Assobio)
  • 1:57 - 1:59
    (Assobio) (Assobio) (Assobio)
  • 2:24 - 2:27
    Alô, D.B? Estou a fazer a limpeza.
  • 2:27 - 2:29
    Ok.
  • 2:29 - 2:32
    Mr. Connell, não posso ficar
    sem trabalho neste momento,
  • 2:32 - 2:33
    nem mesmo por um dia.
  • 2:33 - 2:35
    Tenho mãe e duas irmã pequenas...
  • 2:35 - 2:37
    Mais telegramas de felicidades.
  • 2:38 - 2:42
    Sabe como é.
    Tenho que trabalhar, não é?
  • 2:41 - 2:44
    Lamento. Mandaram-me para aqui
    para fazer a limpeza,
  • 2:44 - 2:46
    já lhe disse que não podia
    continuar com a sua coluna.
  • 2:46 - 2:48
    É lavana e rendas velhas.
  • 2:48 - 2:49
    Mande entrar as outras pessoas.
  • 2:49 - 2:51
    Eu digo-lhe o que vou fazer.
  • 2:51 - 2:54
    Recebo 30 dólares por semana.
    Aceito por 25, ou 20, se necessário.
  • 2:54 - 2:56
    - Faço tudo o que me mandar.
    - Não é um questão de dinheiro.
  • 2:56 - 2:59
    Queremos aumentar a tiragem.
  • 2:59 - 3:01
    Pessoas que causem sensação,
    provoquem discussões.
  • 3:01 - 3:03
    Eu posso fazer isso, conheço a cidade
    como as minhas mãos.
  • 3:03 - 3:05
    Por favor, dê-me uma hipótese.
  • 3:05 - 3:07
    Entrem, entrem!
  • 3:07 - 3:09
    O caixa já tem o seu cheque.
  • 3:09 - 3:10
    Quem são estas pessoas?
  • 3:10 - 3:12
    Gibbs, Crawley,
    Cunningham, Giles.
  • 3:13 - 3:14
    Espere aí!
  • 3:14 - 3:17
    Não se esqueça da última coluna
    antes de ir buscar o seu cheque.
  • 3:36 - 3:38
    Faltam-lhe agumas linhas nesta coluna.
  • 3:38 - 3:43
    Um ricaço como D.B. Norton compra
    um jornal e corta 40 cabeças.
  • 3:42 - 3:45
    - Também foi despedida?
    - Fui.
  • 3:45 - 3:46
    Você também?
  • 3:47 - 3:49
    Oh, Joe, lamento muito, amigo.
  • 3:50 - 3:52
    Vamos deitar abaixo este edifício.
  • 3:52 - 3:54
    Antes disso, é melhor acabar esta coluna.
  • 3:55 - 3:57
    "Lavanda e rendas velhas".
  • 3:59 - 4:01
    Espere, Joe, espere.
  • 4:04 - 4:07
    Querem sensações fortes, hem?
  • 4:07 - 4:09
    Ok.
  • 4:12 - 4:15
    (Som da máquina de escrever)
  • 4:26 - 4:27
    Pronto.
  • 4:28 - 4:31
    "Recebi esta carta hoje de manhã.
  • 4:31 - 4:34
    É um comentário sobre aquilo
    a que chamamos 'um mundo civilizado':
  • 4:34 - 4:38
    Querida Miss Mitchell, fui despedido
    do meu emprego há quatro anos.
  • 4:38 - 4:40
    Desde então, não arranjei trabalho.
  • 4:40 - 4:43
    A princípio, fiquei irritado
    com a administração
  • 4:43 - 4:47
    porque é por causa da porcaria da política
    que temos tanto desemprego.
  • 4:47 - 4:51
    Mas, olhando à minha volta,
    parece que estão todos fritos.
  • 4:51 - 4:55
    Como protesto, vou suicidar-me,
    saltando do telhado da Câmara.
  • 4:55 - 4:58
    Assinado: um cidadão americano
    desgostoso: John Doe".
  • 4:58 - 5:01
    Nota do editor:
    "Na opinião desta coluna
  • 5:01 - 5:04
    quem anda a saltar dos telhados
    são as pessoas erradas".
  • 5:05 - 5:07
    Ann, isto é inventado, não é?
  • 5:07 - 5:09
    Não interessa, avança.

    (Gargalhadas)
  • 5:31 - 5:35
    ... é por causa da porcaria da política
    que temos tanto desemprego.
  • 5:36 - 5:39
    Cá está. Um ataque aberto
    de D.B. ao Governador.
  • 5:39 - 5:42
    Calma, Jim, é apenas uma carta
    enfiada numa coluna.
  • 5:42 - 5:44
    Não, tenho a certeza. É o Norton.
  • 5:44 - 5:46
    Bom dia, meus senhores.
    Vieram muito cedo.
  • 5:47 - 5:50
    Governador, já viu o novo Bulletin?
  • 5:50 - 5:53
    Já, trouxeram-mo com o pequeno almoço.
  • 5:54 - 5:56
    - Jim pensa que é do D.B. Norton.
    - Claro que é.
  • 5:57 - 5:58
    Vá lá, Jim. Aquela coisinha?
  • 5:59 - 6:01
    D.B. Norton faz as coisas em grande.
  • 6:01 - 6:04
    É um ataque aberto contra si, Governador.
    Acredite em mim.
  • 6:04 - 6:06
    Para que é que ele comprou um jornal?
  • 6:06 - 6:09
    Porque é que ele contratou
    um editor de primeira como o Connell?
  • 6:09 - 6:12
    Ele está na idústria do petróleo,
    Governador, quer dar cabo de si.
  • 6:12 - 6:16
    Ok, Jim. Vê lá se tens uma congestão.
  • 6:16 - 6:18
    Eu vou averiguar.
  • 6:17 - 6:19
    Sim, Governador?
  • 6:19 - 6:22
    Por favor, ligue-me a Spencer,
    do Daily Chronicle.
  • 6:21 - 6:25
    Sim, Governador, já vi,
    Acho que é uma carta inventada.
  • 6:25 - 6:27
    Esse truque já tem barbas.
  • 6:28 - 6:31
    Ok. Vou pôr o Mayor
    e a Câmara do Comércio atrás deles.
  • 6:32 - 6:34
    Passe o telefone ao Mayor Lovett.
  • 6:34 - 6:36
    Lamento, mas o Mayor
    está a falar no outro telefone.
  • 6:36 - 6:40
    Sim, eu sei, Mrs. Brewster, é um fenómeno
    terrível na nossa cidade.
  • 6:40 - 6:41
    -Já recebi uma dúzia de chamadas.
    - É Spencer, do Chronicle.
  • 6:42 - 6:44
    Um instante.
  • 6:44 - 6:46
    Sim, Mrs. Brewster, estou a ouvir.
  • 6:46 - 6:50
    Insisto em que arranje imediatamente
    um trabalho para este John Doe.
  • 6:50 - 6:52
    Se não fizerem nada,
    chamo a Auxiliary toda
  • 6:52 - 6:56
    e a Junior Auxiliary, para uma reunião
    e veremos...
  • 6:57 - 6:59
    Sim, Spencer? Quem?!
  • 6:59 - 7:01
    O Governador?
  • 7:00 - 7:04
    Então e eu? Ele vai saltar do meu edifício!
    E eu quero ser reeleito!
  • 7:04 - 7:07
    O quê? Ligue para Connell do Bulletin.
  • 7:07 - 7:09
    Porquê, ele é capaz de me passar...
  • 7:09 - 7:11
    - O que foi aquilo?
    - O quê?
  • 7:11 - 7:13
    - A janela. Passou qualquer coisa a voar.
    - Não vejo nada.
  • 7:13 - 7:16
    Não fique aí parado, idiota.
    Vá ver. Abra a janela.
  • 7:17 - 7:19
    Porque é que ele
    foi escolher o meu edifício?
  • 7:19 - 7:23
    Há alguma multidão na rua? Não, senhor.
    Talvez tenha ficado preso num parapeito. Veja outra vez.
  • 7:24 - 7:27
    - Deve ter sido uma gaivota.
    - Uma gaivota?
  • 7:27 - 7:30
    O que é que uma gaivota
    anda a fazer em volta da Câmara?
  • 7:30 - 7:33
    - É um mau presságio, não é?
    - Não a gaivota é uma ave simpática.
  • 7:34 - 7:36
    Está tudo bem, Mrs. Brewster.
    É apenas uma gaivota.
  • 7:36 - 7:39
    Ainda não aconteceu nada. Estou atento.
  • 7:39 - 7:41
    Não se preocupe. Deixe isso comigo.
  • 7:41 - 7:43
    Spencer, eu depois ligo-lhe.
  • 7:43 - 7:45
    Alô, Connell?
  • 7:45 - 7:48
    Fala... O que é que está a fazer?
    Fala o Mayor.
  • 7:48 - 7:51
    Sim, Mayor Lovett.
    Quantas vezes é que me vai ligar?
  • 7:51 - 7:54
    Tenho toda a gente,
    mais o irmão e a irmã à procura dele.
  • 7:54 - 7:56
    Quer ver a caixa que vou publicar?
  • 7:57 - 8:01
    "Um apelo a John Doe,
    Pense bem, John.
  • 8:00 - 8:02
    A vida petcode ser bela, diz o Mayor.
  • 8:03 - 8:06
    Se precisa de emprego,
    contacte o editor deste jornal, etc. etc.
  • 8:06 - 8:09
    Ok, Mayor. Eu digo-lhe
    logo que tenha alguma coisa.
  • 8:09 - 8:11
    O quê?
  • 8:11 - 8:13
    Bem, baixe os estores.
  • 8:13 - 8:16
    Fui a casa de Miss Mitchell.
    Ela está muito em baixo.
  • 8:16 - 8:17
    - Onde é que ela está?
  • 8:17 - 8:20
    - Ela é que sustenta
    a mãe e duas crianças, não sabia?
  • 8:20 - 8:23
    - Encontrou-a?
    - Não, a mãe dela está preocupada.
  • 8:23 - 8:25
    Ela disse que ia apanhar uma piela,
    quer dizer, a rapariga.
  • 8:25 - 8:28
    Vá procurá-la e encontre-a.
  • 8:28 - 8:31
    Não lhe disse o melhor.
    O marido é o Dr. Mitchell, conhece-o?
  • 8:31 - 8:33
    Salvou a vida da minha mãe
    e não levou dinheiro por isso.
  • 8:34 - 8:36
    Ok, chefe. Vou procurá-la.
  • 8:39 - 8:43
    Com os diabos, Comissário.
    Dou-lhe 24 horas.
  • 8:43 - 8:46
    Ok, Hawkshaw, agarre num lápis.
    Cá vai mais uma vez.
  • 8:47 - 8:52
    Altura, 1,65 m, olhos castanhos,
    cabelo castanho...
  • 8:53 - 8:55
    e as pernas mais bonitas...
  • 8:56 - 8:58
    que já entraram neste escritório.
  • 9:01 - 9:02
    - Queria ver-me?
    - Não.
  • 9:03 - 9:06
    Tenho o exército e a marinha
    inteiros à sua procura.
  • 9:06 - 9:07
    porque é um jogo
    que jogamos todos os dias.
  • 9:07 - 9:09
    Lembro-me muito bem
    de que fui despedida.
  • 9:09 - 9:12
    É verdade, mas ficou com uma coisa
    que pertence a este jornal.
  • 9:13 - 9:14
    - Que coisa é?
    - A carta.
  • 9:15 - 9:16
    - Que carta?
    - A carta de John Doe.
  • 9:17 - 9:20
    A cidade está numa polvorosa,
    temos que o encontrar. É a única pista.
  • 9:21 - 9:23
    - Não há nenhuma carta.
    - Vamos arranjar um perito em carligrafia...
  • 9:24 - 9:26
    - O quê?!
    - Não há carta nenhuma.
  • 9:30 - 9:32
    - Diga lá isso outra vez.
    - Fui eu que a inventei.
  • 9:33 - 9:34
    Você é que a inventou.
  • 9:35 - 9:37
    Você disse que queria sensação!
  • 9:37 - 9:40
    Sabe que há nove empregos
    à espera desse tipo?
  • 9:40 - 9:42
    Há 22 famílias que lhe querem
    dar pensão de graça?
  • 9:42 - 9:46
    Há cinco mulheres que querem casar com ele
    e o Mayor está disposto a adotá-lo?
  • 9:46 - 9:49
    - Ligaram da morgue. Uma rapariga...
    - Cale-se!
  • 9:50 - 9:51
    Ann! Porque é que não...?
  • 9:52 - 9:55
    Hank! Só há uma coisa a fazer.
    Largue tudo e depressa.
  • 9:55 - 9:58
    Publique uma notícia.
    Diga que John Doe esteve aqui
  • 9:58 - 10:00
    e lamenta ter escrito a carta...
  • 10:00 - 10:03
    Certo. Veio aqui e eu convenci-o
    a mudar de ideias.
  • 10:03 - 10:06
    "Editor do Bulletin
    salva a vida de John Doe!" Perfeito.
  • 10:06 - 10:07
    Vou pedir ao Ned para a escrever.
  • 10:07 - 10:10
    - Ned, tenho uma notícia...
    - Espere aí.
  • 10:10 - 10:13
    Oiça, seu grande génio de jornalista.
  • 10:13 - 10:16
    Você acaba de injetar um pouco de vida
    neste jornal moribundo.
  • 10:16 - 10:19
    Toda a cidade está curiosa
    por causa de John Doe e, bum!
  • 10:19 - 10:20
    Você vai enterrá-lo.
  • 10:20 - 10:24
    Há potencial suficiente neste homem
    para provocar a falta de tinta.
  • 10:24 - 10:25
    - Em que homem?
    - John Doe.
  • 10:25 - 10:28
    - Que John Doe?
    - O nosso. O que eu inventei.
  • 10:28 - 10:30
    Oiça, génio. Repare.
  • 10:30 - 10:34
    Suponha que um John Doe entrava
    neste gabinete. O que é que fazia, hem?
  • 10:34 - 10:37
    Arranjava-lhe um emprego e esquecia tudo, hem?
  • 10:37 - 10:39
    Eu cá não, eu fazia um acordo com ele.
  • 10:39 - 10:40
    Um acordo?
  • 10:40 - 10:43
    Não se deixa cair uma bomba para vender
    batatas como se fosse uma batata quente.
  • 10:43 - 10:46
    Isto dá para uns meses.
    Sabe o que é que eu faria?
  • 10:46 - 10:50
    Entre hoje e o Natal, quando ele vai saltar,
    eu publicava uma notícia diária.
  • 10:50 - 10:52
    A começar pela sua infância,
    os estudos, o primeiro emprego.
  • 10:52 - 10:55
    Um jovem de vistas largas,
    perante um mundo caótico.
  • 10:55 - 10:58
    O problema do homem médio,
    são todos John Does.
  • 10:58 - 11:01
    Depois, chega o drama.
    Fica desencorajado.
  • 11:01 - 11:03
    Descobre que o mundo tem pés de barro,
    os seus ideais desabam.
  • 11:03 - 11:06
    O que é que ele faz? Decide suicidar-se
  • 11:06 - 11:09
    como protesto
    contra o estado da civilização.
  • 11:09 - 11:11
    Pens no rio, mas não.
    Tem uma ideia melhor:
  • 11:11 - 11:14
    A Câmara. Porquê?
    Quer atrair as atenções.
  • 11:14 - 11:17
    Quer aliviar o coração
    e é a única maneira de ser ouvido.
  • 11:17 - 11:18
    - E depois?
    - E depois?
  • 11:18 - 11:21
    Escreve-me uma carta
    e eu aperto com ele.
  • 11:21 - 11:24
    Ele abre-me a sua alma.
    A partir de agora, citamos:
  • 11:24 - 11:26
    "Protesto", de John Doe.
  • 11:26 - 11:28
    Protesta contra todos os males do mundo.
  • 11:28 - 11:32
    A ganância, a luxúria, o ódio, o medo.
    Todas s desumanidades de homem para homem.
  • 11:32 - 11:35
    Vão começar as discussões.
    Deverá suicidar-se ou não?
  • 11:35 - 11:37
    As pessoas vão escrever, implorando-lhe.
    Mas não!
  • 11:37 - 11:39
    John Doe vai manter-se inflexível.
  • 11:39 - 11:43
    Na véspera do Natal, a quente ou a frio,
    ele aparece, está a ver?
  • 11:45 - 11:48
    Muito bonito, muito bonito, Miss Mitchell.
  • 11:48 - 11:52
    Mas importa-se de me dizer
    quem aparece na véspera de Natal?
  • 11:52 - 11:53
    - John Doe.
    - Que John Doe?!
  • 11:53 - 11:55
    O que nós contratarmos
    para essa tarefa, cabeça de abóbora.
  • 11:55 - 11:58
    Espere aí. Deixe ver se o meu miserável
    cérebro percebeu bem.
  • 11:58 - 12:02
    Contratamos uma pessoa para dizer
    que vai suicidar-se na véspera do Natal?
  • 12:02 - 12:04
    Agora já está a apanhar a coisa.
  • 12:04 - 12:07
    - Quem, por exemplo?
    - Qualquer um. Pode ser o Beany.
  • 12:07 - 12:10
    Claro. Quem, eu? Saltar dum...
  • 12:10 - 12:13
    Em qualquer altura, menos no Natal.
    Sou supersticioso.
  • 12:18 - 12:19
    Faça-me um favor. Vá-se embora,
    case-se, tenha bebés, mas...
  • 12:19 - 12:22
    mantenha-se longe do mundo jornalístico.
  • 12:22 - 12:25
    É melhor ter essa notícia à mão.
    Está a fazer-se tarde.
  • 12:26 - 12:27
    Julgava que você era um tipo esperto.
  • 12:27 - 12:31
    Se estivessem a chover notas de 1000 dólares,
    você andava à procura de um cêntimo, perdido algures.
  • 12:31 - 12:35
    Vida a minha! A perder tempo a ouvir esta louca.
  • 12:35 - 12:38
    Olhem o que o Chronicle anda a publicar sobre John Doe.
    Dizem que é tudo falso.
  • 12:38 - 12:39
  • 12:40 - 12:43
    "A história de John Doe, jornalismo amador,
  • 12:43 - 12:46
    É tão falso que é para admirar
    que alguém a leve a sério."
  • 12:46 - 12:48
    - O que é que pensa destes tipos?
    - Ótimo. Ótimo.
  • 12:48 - 12:51
    Agora caia nas mãos deles. Avance.
  • 12:51 - 12:53
    Diga que John Doe apareceu e cancelou tudo.
  • 12:53 - 12:56
    Sabe bem o que isso vai parecer.
  • 12:56 - 12:58
    - É tudo, Ned. Obrigado.
    - Certo.
  • 12:59 - 13:01
    Jornalismo amador, hem?
  • 13:01 - 13:04
    Ese bando de aprendizes.
  • 13:04 - 13:07
    - Eu podia ensinar-lhes mais...
    - Chefe! Veja isto.
  • 13:07 - 13:08
    - O que é?
    - Olhe.
  • 13:12 - 13:13
    O que é que eles querem?
  • 13:13 - 13:16
    - Estão a dizer que escreveram a carta.
    - Sim, fui eu que a escrevi, chefe!
  • 13:16 - 13:18
    Todos eles escreveram a carta.
  • 13:21 - 13:22
    Diga-lhes que esperem.
    Um deles é o seu John Doe.
  • 13:22 - 13:24
    Estão desesperados e farão tudo
    por uma chávena de café.
  • 13:24 - 13:27
    Escolha um e pode fazer
    o Chronicle engolir o que disse.
  • 13:27 - 13:29
    Estou a começar a gostar disto.
  • 13:29 - 13:32
    Se quer saber, Hank,
    está a brincar com dinamite.
  • 13:32 - 13:33
    Não, a rapariga tem razão.
  • 13:33 - 13:35
    Não podemos deixar
    que o Chronicle se ria de nós.
  • 13:35 - 13:37
    Agora temos que arranjar um John Dow.
  • 13:37 - 13:40
    Jornalismo amador, hem?
    Eu mostro-lhes.
  • 13:40 - 13:42
    Claro, e eles não vão descobrir a verdade,
  • 13:42 - 13:45
    porque, naturalmente, eu não abro a boca.
  • 13:47 - 13:50
    - Ok, está de volta ao seu lugar.
    - Mais um bonus.
  • 13:50 - 13:53
    - Que bónus?
    - Oh, o bónus de 1000 dólares...
  • 13:52 - 13:55
    que o Chronicle me ia pagar
    por este documento:
  • 13:56 - 13:59
    "Eu, Ann Mitchell, certifico que a carta
    de John Doe foi criada por mim..."
  • 13:59 - 14:01
    - Eu sei ler, eu sei ler.
    - Desculpe.
  • 14:03 - 14:05
    Acha que isto vale 1000 dólares?
  • 14:05 - 14:07
    O Chronicle havia de achar
    que era muito barato.
  • 14:08 - 14:10
    Toma e embrulha, incluindo uma pistola.
  • 14:10 - 14:14
    Ok, está combinado.
    Vamos ver os candidatos.
  • 14:14 - 14:16
    O que escolhermos terá que ser
    o homem médio, comum,
  • 14:16 - 14:18
    o americano típico,
    que saiba manter a boca fechada.
  • 14:19 - 14:22
    Mostre-me um americano que consiga
    manter a boca fechada e eu como-o.
  • 14:23 - 14:25
    Beany, traga-me um de cada vez.
  • 15:29 - 15:31
    Foi você que escreveu a carta a Miss Mitchell?
  • 15:32 - 15:34
    - Não, não fui eu.
    - Então o que é que está aqui a fazer?
  • 15:35 - 15:39
    O jornal diz que há alguns empregos.
    Talvez sobre algum.
  • 15:39 - 15:40
    Tem estudos?
  • 15:41 - 15:42
    Tenho. Um pouco.
  • 15:43 - 15:44
    O que é que faz quando trabalha?
  • 15:44 - 15:46
    - Era lançador.
    - Beisebol?
  • 15:47 - 15:49
    Sim, até o meu braço ficar magoado.
  • 15:50 - 15:53
    - Onde é que jogava?
    - Ligas de segunda ordem, quase sempre.
  • 15:54 - 15:56
    - Família? Tem família?
    - Não.
  • 15:56 - 15:59
    - Está só de passagem, hem?
    - Estou.
  • 15:59 - 16:02
    Eu e um amigo meu. Ele é suplente.
  • 16:06 - 16:08
    - Parece bem.
    - É perfeito. Um jogador de beisebol.
  • 16:08 - 16:10
    O que é que podia ser mais americano?
  • 16:11 - 16:13
    - Seria bom se tivesse família.
    - Assim é menos complicado.
  • 16:14 - 16:15
    Olhe para aquela cara. É ótimo.
  • 16:15 - 16:18
    Vão acreditar nele. Vamos.
  • 16:19 - 16:22
    - Como é que se chama?
    - John Willoughby
  • 16:22 - 16:24
    John Willoughby, o Comprido,
    como me chamavam no beisebol.
  • 16:24 - 16:27
    Quer ganhar dinheiro?
  • 16:29 - 16:31
    Quero... talvez.
  • 16:32 - 16:36
    Está disposto a dizer que escreveu
    aquela carta e manter essa afirmação?
  • 16:40 - 16:42
    Estou a perceber.
  • 16:44 - 16:45
    Sim. Talvez.
  • 16:49 - 16:51
    É o nosso homem. Foi feito de encomenda.
  • 16:52 - 16:54
    Não sei, não me parece ser
    um tipo que se encaixe.
  • 16:54 - 16:57
    Quando estamos desesperados por dinheiro,
    fazemos muitas coisas.
  • 16:57 - 16:59
    Digo-lhe que é o nosso homem,
    Ele vai desmaiar.
  • 17:00 - 17:02
    Vá buscar água, depressa.
  • 17:02 - 17:03
    Despache-se. Hop.
  • 17:03 - 17:05
    Venha para aqui. Sente-se.
  • 17:05 - 17:07
    - Sente-se bem?
    - Sim, estou bem.
  • 17:08 - 17:10
    Quantos são? Seis?
  • 17:19 - 17:21
    Bastante esfomeado, não é?
  • 17:23 - 17:26
    Na minha opinião, esta história de John Doe é muito estranha.
  • 17:26 - 17:28
    Ninguém pediu a tua opinião.
  • 17:28 - 17:31
    Tentar melhorar o mundo, saltando dum edifício.
  • 17:31 - 17:33
    Não podes melhorar o mundo se os edifícios saltassem em cima de ti.
  • 17:35 - 17:37
    Não liguem ao Coronel. Ele odeia as pessoas.
  • 17:37 - 17:38
    Gosta de ti o suficiente para andar contigo.
  • 17:38 - 17:40
    Isso é porque ambos tocamos gaita.
  • 17:42 - 17:44
    Encontrei-o num vagão há uns anos.
  • 17:44 - 17:47
    Eu andava a vaguear com a minha harmónica e ele veio ter comigo.
  • 17:48 - 17:49
    Nunca mais o larguei.
  • 18:11 - 18:14
    - Ok, rapazes, ele está aqui.
    - Não, não podem tirar-lhe fotografias
  • 18:14 - 18:16
    a comer uma sanduíche
    e de barba por fazer.
  • 18:16 - 18:18
    - Ele vai saltar de um edifício.
    - Não é por não ter emprego.
  • 18:18 - 18:21
    Isso não são notícias. Ele vai saltar
    por uma questão de princípio.
  • 18:21 - 18:22
    Talvez tenha razão.
  • 18:23 - 18:25
    Vamos lavá-lo, pô-lo num hotel
    com um guarda-costas. Manter o mistério.
  • 18:26 - 18:28
    - Falou com Mr. Norton?
    - Ele acha que é terrífico.
  • 18:28 - 18:31
    Quer que a gente faça uma fogueira
    debaixo de cada fotografia no estado.
  • 18:31 - 18:33
    - Ótimo, é esse o contrato?
    - É.
  • 18:34 - 18:36
    - O que é que aquele está aqui a fazer?
    - É amigo dele. Tocam em dueto.
  • 18:37 - 18:38
    Um dueto? Podemos confiar nele?
  • 18:39 - 18:40
    Eu confio.
  • 18:40 - 18:43
    Você confia nele, hem?
    Suponho que ele também confia em si.
  • 18:43 - 18:45
    Não se preocupe. Ele é de confiança.
  • 18:45 - 18:48
    Ok, só não queremos
    mais de cem pessoas metidas nisto.
  • 18:48 - 18:51
    Primeiro, quero uma cópia exata
    da carta de John Doe
  • 18:51 - 18:52
    escrita pelo seu punho.
  • 18:53 - 18:54
    Já a tenho. Está aqui.
  • 18:54 - 18:55
    Está bem.
  • 18:56 - 18:58
    Agora, assine este acordo.
  • 18:58 - 19:02
    Dá-nos a história exclusiva, sob o seu nome, dia a dia.
  • 19:02 - 19:04
    a partir de agora e até ao Natal.
  • 19:04 - 19:07
    No dia 26 de dezembro, recebe um bilhete de comboio
  • 19:07 - 19:08
    para sair da cidade.
  • 19:08 - 19:11
    O Bulletin paga para tratar do seu braço. É isso que quer, não é?
  • 19:11 - 19:13
    É, mas tem que ser o endireita Brown.
  • 19:13 - 19:16
    Ok. seja o endireita Brown. Aqui, assine aqui,
  • 19:16 - 19:18
    Entretanto, tem aqui 50 dólares para despesas.
  • 19:19 - 19:21
    Está ótimo. Beany?
  • 19:21 - 19:24
    Encarrega-te dele. Arranja uma suite no Imperial e guarda-costas.
  • 19:25 - 19:26
    E roupas novas.
  • 19:26 - 19:28
    - É melhor despiolhá-lo?
    - Sim, claro.
  • 19:29 - 19:33
    -A ambos?
    - Sim, mas não os percas de vista.
  • 19:32 - 19:34
    - Beany, um fato cinzento, hem?
    - Está bem.
  • 19:35 - 19:36
    Ok, meus amigos.
  • 19:42 - 19:44
    Descontrai-te, John Doe.
  • 19:47 - 19:50
    E você, comece a martelar na máquina de escrever.
  • 19:50 - 19:53
    Oh, isto é fantástico!
    Nenhuma responsabilidade da nossa parte.
  • 19:53 - 19:55
    São só declarações de John Doe e lavamos as nossas mãos.
  • 19:55 - 19:59
    Antes de deitar foguetes,
    não se esqueça do cheque dos 1000.
  • 20:00 - 20:01
    Está bem.
  • 20:03 - 20:07
    Ok, meus amigos, vocês ficam lá fora e ninguém entra.
  • 20:07 - 20:08
    Vocês dois ficam aqui.
  • 20:08 - 20:10
    Hei, muito elegante, hem?
  • 20:12 - 20:14
    - Não penses que eu vou ficar aqui.
    - Claro que vais.
  • 20:14 - 20:18
    Não. Para mim, chega ficar debaixo da ponte, onde dormimos a noite passada.
  • 20:18 - 20:21
    - Onde é que ponho esta bagagem?
    - Meta-a no quarto.
  • 20:21 - 20:22
    Dê cá a minha. Eu não fico aqui.
  • 20:24 - 20:26
    Nós íamos para a região do rio Columbia
  • 20:26 - 20:29
    antes desta história do John Doe. Lembras-te disso, não lembras?
  • 20:29 - 20:30
    Claro que me lembro.
  • 20:30 - 20:33
    Os teus ouvidos deram estalidos quando subimos no elevador? Os meus deram.
  • 20:33 - 20:35
    Oh John, digo-te uma coisa. Isto não é nada bom.
  • 20:35 - 20:37
    Vais habituar-te a muitas coisas que te vão destruir,
  • 20:37 - 20:40
    Essas 50 notas no teu bolso já começaram a fazer efeito.
  • 20:40 - 20:42
    E não me venhas com isso.
  • 20:43 - 20:44
    Deixa de resmungar. Vou tratar do meu braço.
  • 20:45 - 20:47
    Olha, uns charutos que o chefe nos mandou. Tirem um,
  • 20:48 - 20:49
    - Coronel?
    - Não.
  • 20:59 - 21:01
    Aposto que nem os jogadores principais não gozam duma coisa destas.
  • 21:02 - 21:04
    Ponha-se à vontade. Um jornal?
  • 21:04 - 21:07
    Não leio jornais e também não oiço rádio.
  • 21:08 - 21:11
    O mundo é barbeado por um barbeiro bêbado. Não preciso de ler.
  • 21:14 - 21:16
    Já tenho visto gajos como tu mergulhar.
  • 21:16 - 21:20
    Gajos que nunca tiveram uma preocupação,
    arranjaram algum dinheiro e ficaram idiotas.
  • 21:20 - 21:22
    A primeira coisa que acontece a um gajo...
  • 21:22 - 21:24
    - Dá uma vista de olhos ao quarto.
    - Não.
  • 21:24 - 21:28
    A primeira coisa que acontece é querer ir a restauranres
  • 21:28 - 21:32
    comer saladas, bolinhos e chá.
  • 21:33 - 21:35
    O que é que esse tipo de comida faz ao nosso sistema?
  • 21:40 - 21:43
    O que o parvo quer a seguir, é um quarto.
  • 21:43 - 21:45
    Um quarto com aquecimento,
  • 21:45 - 21:47
    com cortinados e tapetes.
  • 21:47 - 21:50
    Vai amolecendo até já não conseguir dormir se não tiver uma cama.
  • 21:50 - 21:53
    Não te preocupes, Coronel.
    Não são 50 dólares que me vão arruinar.
  • 21:53 - 21:55
    Já vi muitos tipos começarem com 50 dólares
  • 21:55 - 21:57
    e acabarem com uma conta no banco.
  • 21:57 - 21:59
    Já agora, qual é o problema com uma conta no banco?
  • 21:59 - 22:03
    Eu explico-te, John, quando tiveres uma conta no banco,
  • 22:03 - 22:06
    eles têm-te na mão. Sim, amigo, têm-te na mão.
  • 22:08 - 22:09
    - Quem é que o tem na mão?
    - Os hilotas.
  • 22:10 - 22:11
    Quem?
  • 22:11 - 22:13
    Hei! Aquela é a Câmara, de onde eu vou saltar, supostamente.
  • 22:14 - 22:15
    Ainda é mais alta do que aqui.
  • 22:15 - 22:18
    - Quem é que o tem na mão?
    - Os hilotas.
  • 22:19 - 22:21
    - Uuuh!
    - Espere aí.
  • 22:21 - 22:23
    Não pode saltar antes da véspera de Natal!
  • 22:23 - 22:25
    Quer-me meterem sarilhos?
  • 22:25 - 22:28
    Se isso o mete em sarilhos, eu faço-lhe um favor, não salto.
  • 22:30 - 22:33
    Quando te tiverem na mão, nunca mais podes ser um coelho na estrada.
  • 22:34 - 22:35
    Quem é que vai tê-lo na mão?
  • 22:35 - 22:38
    Isto aqui é um daqueles sítios em que tocamos uma campainha se queremos qualquer coisa?
  • 22:38 - 22:41
    - Sim, pode usar o telefone.
    - Sempre quis fazer isso.
  • 22:41 - 22:43
    Hei, Doc, olha.
  • 22:44 - 22:47
    Diga-me lá outra vez. Quem é que o vai ter na mão?
  • 22:47 - 22:49
    Os hilotas.
  • 22:49 - 22:50
    Quem é que são esses?
  • 22:51 - 22:54
    - Oiça, já alguma vez esteve falido?
    - Quase sempre.
  • 22:54 - 22:55
    Ok.
  • 22:55 - 22:59
    Vai a caminhar, sem um cêntimo, livre como o vento, ninguém o chateia.
  • 22:59 - 23:01
    Passam por si centenas de coisas, de todo o tipo,
  • 23:01 - 23:04
    sapatos, chapéus, automóveis, rádios, móveis, tudo.
  • 23:05 - 23:07
    Todas as pessoas são simpáticas, mas deixam-no sozinho.
  • 23:08 - 23:09
    Acha isso bem?
  • 23:09 - 23:12
    Depois, arranja alguma massa e o que é que acontece?
  • 23:13 - 23:16
    Todas aquelas pessoas simpáticas, doces, amorosas,
  • 23:17 - 23:19
    tornam-se hilotas. Um monte de heels!
  • 23:20 - 23:23
    Começam a colar-se. A tentar vender-nos coisas.
  • 23:24 - 23:27
    Têm garras compridas e estrangulam-nos.
  • 23:27 - 23:29
    Nós esbracejamos e agachamo-nos
  • 23:29 - 23:31
    e vociferamos, mas não temos hipóteses.
  • 23:32 - 23:33
    Eles têm-nos na mão.
  • 23:33 - 23:37
    Quando damos por isso, temos coisas. Um carro, por exemplo.
  • 23:37 - 23:40
    A nossa vida começa a ficar cheia de coisas.
  • 23:40 - 23:43
    Arranjamos taxas de licenças, e chapas de matrículas,
  • 23:44 - 23:45
    gasoline, impostos e seguros,
  • 23:46 - 23:48
    e cartões de identificação e cartas
  • 23:48 - 23:50
    e contas e pneus carecas e amolgadelas
  • 23:50 - 23:52
    e bilhetes de trânsito e polícias motorizados
  • 23:52 - 23:56
    e tribunais, advogados, multas e um milhão de outras coisas.
  • 23:57 - 23:58
    O que é que acontece?
  • 24:00 - 24:02
    Deixamos de ser o tipo livre e feliz que éramos.
  • 24:02 - 24:05
    Temos que arranjar dinheiro para pagar essas coisas todas.
  • 24:05 - 24:08
    Por isso imitamos o que os outros fazem
  • 24:08 - 24:11
    e pronto, passamos a ser hilotas também.
  • 24:20 - 24:21
    Ganhou, Coronel,
    tome lá cinquenta.
  • 24:21 - 24:26
    - Saia e gaste-os.
    - Pode apostar. O mais depressa que possa.
  • 24:26 - 24:30
    Vou comprar comida enlatada,
    uma cana de pesca, o resto vou deitar for a.
  • 24:30 - 24:32
    Deitar fora?
  • 24:32 - 24:35
    Arranje-me uma luva de beisebol.
    Tenho que praticar.
  • 24:36 - 24:38
    Olhem, ele vi deitá-los fora.
    Podia dar-me alguns.
  • 24:39 - 24:41
    Venha cá, seu hilota.
  • 24:43 - 24:46
    Mande vir cinco hamburgueres,
    com todos os acompanhamentos.
  • 24:47 - 24:49
    Cinco gelados
  • 24:49 - 24:51
    e cinco fatias de tarte de maçã.
  • 24:52 - 24:55
    Não, de maçã. Com queijo.
  • 24:55 - 24:56
    Sim, obrigado.
  • 25:10 - 25:11
    Olá!
  • 25:13 - 25:15
    Bem, bem.
  • 25:15 - 25:18
    Olhem quem aqui está.
  • 25:18 - 25:19
    Tudo em ordem, Miss Ann.
  • 25:21 - 25:22
    Oh, sim. Vamos.
  • 25:24 - 25:26
    Vejamos. Queremos ação com estes fotos.
  • 25:26 - 25:27
    Ação?
  • 25:30 - 25:31
    Ação!
  • 25:31 - 25:33
    Não, não. Este homem vai saltar de um telhado.
  • 25:34 - 25:37
    Esperem um instante. Deixe-me arranjar-lhe o cabelo. Sente-se.
  • 25:41 - 25:43
    Pronto, assim está melhor.
  • 25:50 - 25:52
    Sabem, ele tem uma cara simpatico, não tem?
  • 25:52 - 25:54
    Pois tem, é bonito!
  • 25:56 - 25:58
    Sente-se. Calma, idiota.
  • 25:59 - 26:01
    Agora, uma expressão séria.
  • 26:01 - 26:04
    - Não posso. Sinto-me muito bem.
    - Vá lá, isto é a sério.
  • 26:04 - 26:07
    Você é um homem desgostoso com toda a civilização.
  • 26:07 - 26:10
    - Com toda?
    - Claro, você está zangado com o mundo.
  • 26:10 - 26:12
    - Um tipo rabugento, hem?
    - Sim.
  • 26:15 - 26:16
    Não, não!
  • 26:18 - 26:19
    Não
  • 26:22 - 26:23
    Oiça...
  • 26:23 - 26:25
    Não tem que ???
  • 26:28 - 26:30
    - Com estes tipos a olhar.
    - Esqueça esses tipos.
  • 26:30 - 26:31
    Levante-se.
  • 26:31 - 26:34
    Vejamos como se porta quando protesta.
  • 26:34 - 26:37
    - Contra o quê?
    - Contra qualquer coisa, proteste apenas.
  • 26:39 - 26:40
    Estou tramado.
  • 26:40 - 26:42
    Oiça, eu sou o árbitro.
  • 26:42 - 26:45
    Você marca um golo, bem metido e eu anulo-o.
  • 26:45 - 26:48
    - O que é que você faz?
    - Você anula-o, hem?
  • 26:48 - 26:51
    Porque é que não o validou?
    Cabeça de burro! ???
  • 26:51 - 26:52
    Apanhe-o, Eddy. Apanhe-o.
  • 27:18 - 27:21
    Extra! Extra!
  • 27:25 - 27:28
    Leiam tudo! Extra!
  • 27:45 - 27:48
    Não me interessa de quem é o retrato que eles estão a publicar.
  • 27:48 - 27:51
    Continuo a dizer que este John Doe é um mito.
  • 27:51 - 27:53
    Podem citar o que eu digo.
  • 27:53 - 27:56
    Vou insistir que ele seja detido para um interrogatório.
  • 27:57 - 27:59
    Sabem tão bem como eu que tudo isto
  • 27:59 - 28:02
    está a ser cozinhado por um homem manhoso
  • 28:02 - 28:04
    com um objetivo manhoso.
  • 28:04 - 28:05
    Mr. D.B. Norton.
  • 28:28 - 28:31
    Mr. Connell e Miss Mitchell estão em casa.
  • 28:31 - 28:33
    Ah, estão? Ok, venham.
  • 28:35 - 28:37
    Pessoalmente, acho que é uma estupidez abandona isto agora.
  • 28:37 - 28:41
    O correio dos fãs é de milhares.
    Está a avançar como um incêndio numa casa.
  • 28:41 - 28:44
    De que é que tem medo, Connell?
    A tiragem duplicou.
  • 28:44 - 28:47
    Mas está toda a gente irritada,
  • 28:47 - 28:49
    Andam a publicar anúncios. O Governador está a iniciar um processo de calúnia.
  • 28:49 - 28:52
    Toda a gente sabe que ele é uma invenção e insistem em conhecê-lo.
  • 28:52 - 28:55
    Querem vê-lo? Nós vamos deixá-los escutá-lo.
  • 28:55 - 28:57
    Você tem uma estação de rádio. Porque é que não o põe no ar?
  • 28:57 - 29:00
    Tenha cuidado com esta senhora, D.B., ela vai pô-lo maluco.
  • 29:00 - 29:02
    Não podemos deixar que eles comecem a apertar este amador.
  • 29:02 - 29:06
    Não sabemos o que aquele maluco pode fazer.
  • 29:06 - 29:08
    Fui lá ontem, ele estava em cima da mesa com uma cana de pesca,
  • 29:08 - 29:10
    a apanhar moscas.
  • 29:10 - 29:13
    Tirem-no da cidade antes que esta coisa expluda na nossa cara.
  • 29:13 - 29:16
    Faça isso e sera tão pateta quanto ele. Desculpe.
  • 29:16 - 29:19
    - Você arranjou uma fonte de receita.
    - Sim, reconheço...
  • 29:19 - 29:23
    mas também é um lucro inesperado para Mr. Norton que quer entrar na política.
  • 29:23 - 29:26
    Não foi por isso que comprou o jornal, para chegar a muita gente?
  • 29:26 - 29:29
    Ponha John Doe no ar e vai chegar a 130 milhões.
  • 29:29 - 29:31
    Ele pode dizer tudo o que quiser.
  • 29:31 - 29:35
    Esqueça o Governador e o Mayor e toda essa arraia miúda.
  • 29:35 - 29:36
    Isto pode despertar o interesse nacional.
  • 29:36 - 29:39
    Se ele aqui o consegue, pode consegui-lo em todo o país.
  • 29:39 - 29:42
    E será o senhor quem puxará os cordelinhos, Mr. Norton.
  • 29:45 - 29:47
    Trate de arranjar tempo na radio.
  • 29:47 - 29:49
    - D.B. ...
    - Logo que possível.
  • 29:53 - 29:55
    Ok. Eu só entrei para me aquecer.
  • 29:56 - 29:58
    Venha, toca a andar.
  • 29:58 - 30:00
    Não vá ainda. Quero falar consigo.
  • 30:07 - 30:08
    Sente-se.
  • 30:26 - 30:28
    Esse John Doe. A ideia foi sua, não foi?
  • 30:29 - 30:30
    Foi, sim senhor.
  • 30:37 - 30:39
    - Quanto dinheiro recebe?
    - 30 dólares.
  • 30:39 - 30:41
    30 dólares.
  • 30:42 - 30:45
    Bem, o que é que pretende? Quer dizer...
  • 30:45 - 30:48
    - Quer uma carreira jornalítica?
    - Dinheiro.
  • 30:49 - 30:52
    Dinheiro. Ainda bem que oiço alguém confessar isso.
  • 30:55 - 30:59
    Pode escrever um discurso para a rádio para aquele tipo ler?
  • 31:00 - 31:02
    - Claro que posso.
    - Faça isso e dou-lhe 100 dólares por semana.
  • 31:02 - 31:05
    - 100 dólares!
    - Só para começar.
  • 31:05 - 31:08
    Joque bem as suas cartas e nunca mais se preocupará com dinheiro.
  • 31:10 - 31:10
    Eu bem sabia.
  • 31:11 - 31:13
    Sempre que há uma mulher bonita por aí...
  • 31:13 - 31:15
    Este é o meu sobrinho, Ted Shelton.
    Miss Mitchell.
  • 31:15 - 31:17
    - Como vai?
    - Como vai?
  • 31:17 - 31:20
    Dou-te folga, Casanova. Arranja um carro para Miss Mitchell ir para casa.
  • 31:20 - 31:22
    Está sempre a ler os meus pensamentos.
  • 31:23 - 31:25
    Obrigada por tudo.
  • 31:25 - 31:27
    E, Miss Mitchell,
  • 31:27 - 31:30
    a partir de agora, é melhor trabalhar diretamente comigo.
  • 31:30 - 31:32
    Certamente.
  • 32:07 - 32:10
    - Julgava que vocês estavam a dormer.
    - Queremos dar as boas noites.
  • 32:11 - 32:14
    Suas marotas, só estão a fazer tempo.
  • 32:15 - 32:17
    Vamos, meninas. Já passa da hora de dormer.
  • 32:18 - 32:19
    Oh, está bem.
  • 32:19 - 32:22
    Vamos, vamos.
  • 32:22 - 32:24
    Se o Scootch me vê, estou feita.
  • 32:25 - 32:26
    Nunca conseguirei fazer este discurso.
  • 32:27 - 32:29
    Consegues,sim, querida Ann. Tu és muito inteligente.
  • 32:29 - 32:30
    Sim, eu sei. De que é que estás à procura?
  • 32:31 - 32:33
    A tua bolsa. Preciso de dez dólares.
  • 32:33 - 32:35
    Para quê? Dei-te cinquenta outro dia.
  • 32:36 - 32:39
    Eu sei, mas Mrs. Burke teve o bebé ontem. Quatro quilos e meio.
  • 32:39 - 32:41
    Não havia nada lá em casa.
  • 32:41 - 32:43
    Então, chegou a senhora do Cofre da Comunidade.
  • 32:44 - 32:45
    E os 50 dólares foram-se. Para quem são os 10 dólares?
  • 32:46 - 32:47
    - Os Websters.
    - Os Websters.
  • 32:47 - 32:50
    Lembras-te daquelas pessoas amorosas que o teu pai costumava tratar?
  • 32:50 - 32:52
    Pensei que lhes podia comprar algumas coisas de mercearia.
  • 32:52 - 32:55
    Ann, é uma pena que aquelas pobres...
  • 32:55 - 32:57
    Tu és maravilhosa, tal como o pai também era.
  • 32:58 - 33:00
    Já te esqueceste que há umas semanas não tínhamos que chegasse para comer?
  • 33:00 - 33:04
    Mas essas pessoas precisam tanto e agora nós temos abundância.
  • 33:04 - 33:06
    Se estás a falar dos 1000 dólares, esquece. Já praticamente sumiram.
  • 33:07 - 33:08
    Nós devíamos a toda a gente na cidade.
  • 33:08 - 33:10
    Tens que deixar de dar dinheiro a toda a gente.
  • 33:11 - 33:12
    Oh, querida Ann.
  • 33:12 - 33:15
    Desculpa, Mãe. Não me ligues.
  • 33:15 - 33:18
    Acho que ando muito preocupada com tudo isto.
  • 33:18 - 33:21
    Aqui estou eu com uma grande oportunidade para chegar a qualquer parte
  • 33:21 - 33:24
    para te dar segurança duma vez por todas e estou encalhada.
  • 33:24 - 33:27
    Se eu conseguir acabar isto, Mrs. Burke pode ter seis bebés.
  • 33:27 - 33:31
    - O discurso que estás a escrever?
    - Sim. Não consigo que saia.
  • 33:31 - 33:34
    Criei uma pessoa que vai suicidar-se por uma questão de princípio.
  • 33:34 - 33:37
    Milhares de pessoas vão ouvi-lo pela rádio,
  • 33:37 - 33:39
    e se ele não disser qualquer coisa sensacional,
  • 33:39 - 33:41
    não serve de nada.
  • 33:41 - 33:45
    Não sei que tipo de discurso é que vais escrever
  • 33:45 - 33:49
    mas pelas amostras que já li, acho que ninguém vai ouvir.
  • 33:49 - 33:50
    O quê?
  • 33:50 - 33:54
    Há tantos discursos politicos com queixas.
  • 33:54 - 33:57
    As pessoas estão cansadas de ouvir desgraças e desespero na rádio.
  • 33:58 - 34:01
    Se queres que ele diga alguma coisa,
  • 34:01 - 34:03
    porque não arranjas uma coisa simples e real, com alguma esperança?
  • 34:05 - 34:08
    Se o teu pai estivesse vivo, ele saberia.
  • 34:08 - 34:09
    Pois.
  • 34:09 - 34:11
    O pai havia de saber.
  • 34:12 - 34:14
    Espera aí.
  • 34:31 - 34:33
    Isto é o diário do teu pai, Ann.
  • 34:33 - 34:36
    Do pai...?
    Não sabia que ele tinha um diário.
  • 34:37 - 34:39
    Chega para 100 discursos.
  • 34:39 - 34:41
    Coisas que as pessoas deviam escutar hoje em dia.
  • 34:41 - 34:43
    Tem cuidado com ele, ouviste?
  • 34:44 - 34:46
    Sempre me ajudou a manter o teu pai vivo.
  • 34:46 - 34:48
    Claro que vou, Mãe.
  • 34:49 - 34:51
    Queremos vê-lo!
  • 34:51 - 34:54
    Esperem aí, John Doe não quer dar autografos.
  • 34:54 - 34:57
    - O que é que faz durante o dia todo?
    - O que é que faz durante o dia todo?
  • 34:57 - 35:00
    - Está a escrever as suas memórias.
    - Por favor!
  • 35:01 - 35:03
    Lamento, minha senhora. Não pode ver Mr. Doe. Ele quer estar sozinho.
  • 35:03 - 35:07
    Não, ele mantém-se sentado o dia todo e fala sozinho.
  • 35:13 - 35:14
    Bola!
  • 35:24 - 35:27
    Não sei como é que ele se vai aguentar aqui até depois do Natal.
  • 35:31 - 35:33
    Há duas semanas que não ouves o apitar dum comboio.
  • 35:42 - 35:43
    Em cheio!
  • 35:56 - 35:58
    Eu seu porque é que te aguentas.
  • 36:05 - 36:07
    Estás embeiçado pela rapariga.
  • 36:10 - 36:13
    Tudo o que um tipo precisa é de estar embeiçado por uma mulher.
  • 36:30 - 36:31
    Ele acertou?
  • 36:32 - 36:34
    O primeiro base deixou cair a bola.
  • 36:35 - 36:36
    Dedos de manteiga!
  • 36:36 - 36:38
    Azar, pá.
  • 36:44 - 36:46
    Um tipo tem uma mulher nas mãos,
  • 36:46 - 36:49
    a primeira coisa que vê é que a vida dele fica cheia de coisas.
  • 36:50 - 36:51
    Mobília.
  • 37:02 - 37:03
    Apanhaste-a?
  • 37:05 - 37:06
    Estás for a!
  • 37:06 - 37:09
    - Isto é o fim do 8.º?
    - Do 9.º.
  • 37:14 - 37:17
    Beany, há uns tipos do Chronicle a espiolhar por aí.
  • 37:21 - 37:22
    Vá lá, Cara de Anjo.
  • 37:24 - 37:28
    - Qual é a pontuação, Cara de Anjo?
    - 3 a 2, a nosso favor.
  • 37:28 - 37:29
    - Isso é ótimo.
  • 37:36 - 37:38
    Estás em boa forma. Deves ter sido um bom lançador.
  • 37:39 - 37:42
    Bastante bom? Eu já estava preparado para a liga principal quando lesionei
  • 37:42 - 37:45
    um osso do ombro. Foi num jogo de 19 rondas.
  • 37:45 - 37:47
    - 19?
    - Sim.
  • 37:47 - 37:49
    Havia um olheiro da liga principal a observar.
  • 37:49 - 37:51
    Depois apareceu com um contrato.
  • 37:52 - 37:55
    Sabem que mais? Não consegui levanter o braço para o assinar.
  • 37:56 - 37:59
    - Vou ficar bem depois de tratar dele.
    - É pena.
  • 38:00 - 38:01
    O que é que isso quer dizer, "é pena"?
  • 38:03 - 38:05
    Que nunca mais voltas a jogar.
  • 38:05 - 38:08
    O que é que estás a dizer? Eu já te disse...
  • 38:08 - 38:11
    Sabes como eles são no basebol. Se um tipo se mete num escândalo.
  • 38:11 - 38:13
    Escândalo? O que é que queres dizer com isso?
  • 38:13 - 38:16
    Estava a pensar nessa história do John Doe.
  • 38:16 - 38:19
    Logo que se venha a saber que é tudo falso,
  • 38:19 - 38:22
    ficas arrumado para o basebol, não é?
  • 38:24 - 38:25
    Pois.
  • 38:27 - 38:30
    Estou feito, nunca tinha pensado nisso.
  • 38:36 - 38:38
    - Bolas!
    - E os miúdos?
  • 38:39 - 38:41
    Os miúdos que idolatram os jogadores?
  • 38:41 - 38:43
    O que é que eles vão pensar de ti?
  • 38:44 - 38:45
    Pois é.
  • 38:46 - 38:47
    Hei, Colonel.
  • 38:50 - 38:51
    Ouviste aquilo?
  • 38:52 - 38:54
    Tenho que arranjar forma de sair disto.
  • 38:54 - 38:56
    Os elevadores ainda estão a funcionar.
  • 38:58 - 39:00
    - Eu sei uma forma de o poderes fazer.
    - Como é?
  • 39:01 - 39:03
    Quando chegares à rádio,
  • 39:03 - 39:06
    basta dizeres que tudo isto é uma montagem.
  • 39:06 - 39:08
    Ficas a ser um herói, tão certo como teres nascido.
  • 39:09 - 39:11
    Pois é, mas como é que eu vou tratar do braço?
  • 39:11 - 39:13
    Isso é fácil.
  • 39:13 - 39:17
    Conheço uma pessoa que te dará 5000 dólares para dizeres a verdade na rádio.
  • 39:18 - 39:20
    5000 dólares?
  • 39:20 - 39:23
    Sim, 5000 dólares e recebe-os imediatamente.
  • 39:23 - 39:24
    Não precisa de esperar pelo Natal.
  • 39:25 - 39:28
    Cuidado, Long John, estão a apertar-te.
  • 39:29 - 39:32
    Diz-me cá, quem é que está a propor essa massa?
  • 39:32 - 39:34
    O tipo que dirige o Chronicle.
  • 39:35 - 39:38
    Está aqui o discurso que tens que fazer, escrito para ti
  • 39:40 - 39:42
    5000 dólares.
  • 39:43 - 39:45
    Santo Deus! Estou a ver os hilotas a aparecer.
  • 39:45 - 39:47
    Todo um exército.
  • 39:49 - 39:51
    Está esgotado.
  • 40:02 - 40:05
    Não, lamento, todos os bilhetes para a emissão de rádio estão esgotados.
  • 40:05 - 40:06
    Telefone ao Bulletin.
  • 40:07 - 40:08
    Lamento, já não há bilhetes.
  • 40:20 - 40:23
    Tudo a postos para a grande noite? Ótimo!
  • 40:23 - 40:25
    - Volte-se. Agora fique quieto.
    - Aguente, Mr. Doe.
  • 40:26 - 40:27
    Um grande sorriso, Mr. Doe.
  • 40:27 - 40:31
    - Ok, Beany, já chega.
    - Está bem, agora desandem.
  • 40:32 - 40:34
    John, tem aqui o discurso. Está em maiúsculas e com espaço a duas linhas.
  • 40:34 - 40:36
    Não vai ter dificuldade em lê-lo.
  • 40:36 - 40:38
    - Não está nervoso, pois não?
    - Não.
  • 40:38 - 40:42
    - Claro que não, não vai estar.
    - Quem?
    - John Doe, Aquele ali.
  • 40:42 - 40:44
    Não fique com os joelhos a tremer.
    Ouve-se no microfone.
  • 40:44 - 40:46
    Não precisa de ficar nervoso. Trate de ser sincero.
  • 40:47 - 40:49
    - É para si, Miss Mitchell.
    - Ok.
  • 40:49 - 40:51
    Alô? Sim, mãe. Obrigada, querida.
  • 40:52 - 40:55
    Cá está ele, o pobrezinho.
  • 40:56 - 40:59
    Muitas felicidades, Mr. Doe. Estamos todas a torcer por si.
  • 40:59 - 41:03
    As raparigas todas decidiram que você não vai saltar de nenhum telhado.
  • 41:03 - 41:04
  • 41:06 - 41:08
    - Tem o discurso que eu lhe dei?
    - Tenho.
  • 41:09 - 41:12
    Eu dou o dinheiro ao Colonel
  • 41:12 - 41:14
    logo que você comece.
  • 41:14 - 41:16
    - Temos um carro à sua espera na entrada lateral.
    - Ok.
  • 41:16 - 41:18
    Como é que entrou aqui dentro?
  • 41:18 - 41:21
    - Vim só desejar-lhe boa sorte.
    - Saia! Saia!
  • 41:21 - 41:23
    A minha mãe também lhe deseja boa sorte.
  • 41:23 - 41:26
    John, quando ler o discurso, por favor acredite em cada palavra.
  • 41:27 - 41:29
    - Vai ser uma pessoa maravilhosa.
    - Quem?
  • 41:29 - 41:31
    - John Doe, o do discurso.
    - Oh!
  • 41:31 - 41:35
    Sabe uma coisa? Eu apaixonei-me por ele.
  • 41:36 - 41:38
    Está bem, aqui está ele,
  • 41:38 - 41:40
    - Qual é a ideia?
    - Não, isso é demais.
  • 41:40 - 41:43
    Não, assim não. Agora venha.
  • 41:44 - 41:46
    Isto não é altura para publicidade barata, Mr. Connell.
  • 41:46 - 41:48
    Se este tipo põe um ovo, também quero uma parte.
  • 41:49 - 41:51
    Tenho preparada uma Jane Doe.
  • 41:51 - 41:53
    Vamos lá, meus amigos! Deixem-me respirar.
  • 41:54 - 41:56
    Só mais uma, por favor?
  • 41:56 - 41:57
    Boa, querido, vá à frente.
  • 41:57 - 41:58
    Como vai?
  • 41:59 - 42:01
    Tudo bem, Beany, manda-os entrar.
  • 42:01 - 42:03
    Fumo sagrado! Meio hilota.
  • 42:04 - 42:07
    Cá estão eles, chefe. Os símbolos da arraia miúda.
  • 42:07 - 42:09
    - Ok, de pé.
    - Tudo bem, arraia miúda.
  • 42:09 - 42:12
    Isto é ridículo, Mr. Connell. Ele vai para o ar daqui a minutos.
  • 42:13 - 42:16
    Pode tirar esses retratos todos depois.
  • 42:16 - 42:17
    Vamos lá, Ed.
  • 42:18 - 42:20
    Vamos. Tudo bem.
  • 42:20 - 42:22
  • 42:24 - 42:25
    Vamos, Snooks. É melhor pirares.te.
  • 42:26 - 42:27
    Adeus, Mr. Doe.
  • 42:28 - 42:30
    - Beany!
    - Ok, ok.
  • 42:32 - 42:34
    Etá pronto? Falta um minuto.
  • 42:34 - 42:36
  • 42:36 - 42:39
    Agora, por favor, John. Não me vai deixar ficar mal, pois não?
  • 42:41 - 42:42
    Pois não?
  • 42:43 - 42:45
    Claro que não.
  • 42:45 - 42:47
    Se pensar que é o verdadeiro John Doe...
  • 42:49 - 42:52
    Tudo nesse discurso são coisas em que um homem acreditou.
  • 42:52 - 42:55
    Era o meu pai, John.
  • 42:55 - 42:57
    Quando ele falava, as pessoas escutavam.
  • 42:57 - 42:59
    E também o vão ouvir a si.
  • 43:00 - 43:01
    Tem piada...
  • 43:01 - 43:04
    Sabe o que é que a minha mãe disse?
  • 43:04 - 43:08
    Disse-me para olhar para os seus olhos, que encontraria aí o meu pai.
  • 43:10 - 43:13
    - O que é que está a dizer?
    - Ok, eles estão a chegar.
  • 43:14 - 43:18
    Oiça, John, Você é um lançador. Entre ali e lance.
  • 43:20 - 43:21
    Felicidades.
  • 43:21 - 43:23
    Deixem-no passar.
  • 43:37 - 43:40
    Vamos sair daqui para fora.
    A porta é já ali.
  • 43:40 - 43:42
    - O que é que vocês estão aqui a fazer?
    - Isso era o que eu gostava de saber.
  • 43:42 - 43:44
    - Vá lá, saiam!
    - Ele é meu amigo.
  • 43:44 - 43:46
    Não interessa. Deixem-no em paz.
  • 43:48 - 43:50
    Eu vou ficar ali a torcer por si.
  • 43:54 - 43:56
    Não, John, por aqui.
  • 44:01 - 44:01
    Prepare-se.
  • 44:33 - 44:36
    Telefone ao Chronicle. Diga-lhes para fazerem sair o Extra.
  • 44:59 - 45:03
    Boa noite, Kenneth Fry a falar para o New Bulletin.
  • 45:03 - 45:04
    Esta noite vamos dar-vos uma coisa totalmente nova e diferente.
  • 45:04 - 45:07
    Ao pé de mim, o jovem que declarou publicamente
  • 45:08 - 45:10
    que na véspera do Natal se vai suicidar
  • 45:11 - 45:13
    dando como razão, passo a citar:
  • 45:13 - 45:15
    "Protesto contra o estado da civilização".
  • 45:15 - 45:16
    Fim de citação.
  • 45:16 - 45:19
    Senhoras e cavalheiros, o New Bulletin apresenta
  • 45:19 - 45:22
    o homem que está a tornar-se rapidamente na pessoa de quem mais se fala
  • 45:22 - 45:25
    no pais, John Doe.
  • 45:48 - 45:51
    Senhoras e cavalheiros...
  • 45:53 - 45:56
    eu sou o homem que todos conhecem como John Doe.
  • 45:57 - 46:00
    Assumi este nome porque parece descrever...
  • 46:03 - 46:05
    porque parece descrever
  • 46:05 - 46:08
    o homem comum, que sou eu.
  • 46:09 - 46:10
    Sou eu.
  • 46:13 - 46:17
    Ou seja, era eu antes de dizer que ia saltar
  • 46:17 - 46:19
    do telhado da City Hall na véspera do Natal.
  • 46:20 - 46:23
    Acho que já deixei de ser um homem comum.
  • 46:24 - 46:28
    Agora, sou alvo de todo o tipo de atenção, de pessoas importantes também.
  • 46:28 - 46:29
    Fomos duplamente atraiçoados.
  • 46:30 - 46:34
    O Mayor e o Governador, por exemplo, não gostam dos artigos que eu escrevi.
  • 46:34 - 46:35
    Você é um impostor, jovem!
  • 46:35 - 46:37
    É um monte de mentiras o que está a contar!
  • 46:38 - 46:40
    Quem é que lhe escreveu esse discurso?
  • 46:43 - 46:44
    Beany, apanha esse tipo!
  • 46:50 - 46:51
    ... truque publicitário para o Bulletin.
  • 46:53 - 46:54
    Spencer.
  • 46:54 - 46:56
    Senhoras e cavalheiros, a perturbação que acabam de ouvir
  • 46:56 - 47:00
    foi causada por alguém da assistência que interrompeu Mr. Doe.
  • 47:01 - 47:02
    O discurso vai continuar.
  • 47:07 - 47:10
    Bem, pessoas como o Governador...
  • 47:10 - 47:14
    pessoas como o Governador e aquele tipo andam muito preocupados.
  • 47:14 - 47:18
    Mas eu vou falar deles, vou falar de nós,
  • 47:18 - 47:22
    das pessoas comuns, dos John Does.
  • 47:22 - 47:25
    Se alguma vez vos perguntarem como é o John Doe comum
  • 47:25 - 47:29
    não é possível responder porque ele é mil e uma coisa diferentes.
  • 47:29 - 47:32
    Ele é o Sr. Grande e o Sr. Pequeno.
  • 47:32 - 47:34
    Ele é simples e é sábio.
  • 47:34 - 47:38
    É intrinsecamente honesto mas tem um traço de ratoneiro no coração.
  • 47:38 - 47:40
    Raras vezes entra numa cabina telefónica
  • 47:40 - 47:44
    sem enfiar o dedo na ranhura pare ver se alguém deixou uma moeda. (Risos)
  • 47:55 - 47:58
    É o homem para quem se dirige a publicidade,
  • 47:58 - 48:01
    o tipo a quem todos querem vender coisas.
  • 48:01 - 48:04
    É esse o John Doe, a maior marioneta do mundo,
  • 48:04 - 48:07
    e a maior força do mundo.
  • 48:16 - 48:18
    Sim, senhores...
  • 48:18 - 48:21
    Sim, senhores, somos uma grande família, os John Does.
  • 48:21 - 48:25
    Somos os pobres que.. supostamente herdamos a terra.
  • 48:26 - 48:28
    Podem encontrar-nos por toda a parte.
  • 48:28 - 48:32
    Nós fazemos as colheitas, escavamos as minas, trabalhamos nas fábricas
  • 48:32 - 48:34
    guardamos os livros, pilotamos os aviões e guiamos os autocarros.
  • 48:34 - 48:39
    Quando um polícia grita; "Para trás!"
    está a falar connosco, com os John Does.
  • 48:39 - 48:41
    Que tipo de discurso é este?
    Leste-o?
  • 48:41 - 48:44
    Existimos desde que os tempos começaram.
  • 48:44 - 48:47
    Construímos as pirâmides, vimos Cristo crucificado,
  • 48:47 - 48:49
    puxámos os remos dos imperadores romanos,
  • 48:49 - 48:52
    vogámos nos barcos com Colombo
  • 48:52 - 48:54
    recuámos de Moscovo com Napoleão,
  • 48:54 - 48:57
    e gelámos com Washington em Valley Forge
  • 49:00 - 49:02
    Sim, senhores,
  • 49:02 - 49:03
    estivemos lá, esquivando-nos a anzóis traiçoeiros
  • 49:03 - 49:06
    ainda antes de a História começar a andar.
  • 49:06 - 49:09
    Na nossa luta pela liberdade muitas vezes fomos vencidos
  • 49:09 - 49:12
    mas recuperámos sempre porque somos o povo e somos duros. (Aplausos)
  • 49:18 - 49:22
    Tem-se dalado muito de as pessoas livres ficarem moles, de não podermos aguentar.
  • 49:22 - 49:24
    Mas issso é um absurdo!
  • 49:24 - 49:28
    As pessoas livres podem vencer o mundo desde a guerra ao jogo da pulga
  • 49:28 - 49:31
    se todos puxarmos na mesma direção.
  • 49:38 - 49:41
    Sei que muitos de vós estão a dizer: O que é que eu posso fazer?
  • 49:41 - 49:44
    Sou apenas um pobre tipo, não conto.
  • 49:44 - 49:46
    Estão muito enganados.
  • 49:46 - 49:49
    Os pobres tipos sempre contaram porque, afinal de contas,
  • 49:49 - 49:53
    o carácter duma nação é o somatório do carácter dos seus pobres tipos. (Aplausos)
  • 50:00 - 50:02
    Mas temos que nos envolver todos e arremessar.
  • 50:02 - 50:06
    Não podemos ganhar o velho jogo da bola a não ser que tenhamos uma equipa,
  • 50:06 - 50:09
    e é aí que entra cada um dos John Does.
  • 50:09 - 50:12
    É ele que tem que se juntar ao colega da sua equipa
  • 50:12 - 50:14
    e a vossa equipa, meus amigos,
  • 50:14 - 50:16
    é o rapaz da casa ao lado.
  • 50:16 - 50:20
    O vosso vizinho é um tipo extremamente importante.
  • 50:21 - 50:24
    Ele e vocês precisam um do outro, por isso chamem-no.
  • 50:24 - 50:26
    Se ele estiver doente, telefonem-lhe.
  • 50:26 - 50:28
    Se ele tiver fome, deem-lhe de comer.
  • 50:28 - 50:31
    Se ele estiver desempregado, arranjem-lhe trabalho.
  • 50:31 - 50:33
    Para a maioria de nós, o vizinho é um estranho.
  • 50:33 - 50:36
    Um tipo com um cão que ladra e uma vedação alta à sua roda.
  • 50:36 - 50:40
    Não podemos ser estranhos para um tipo que pretence à nossa equipa.
  • 50:40 - 50:42
    Portanto, deitem abaixo a vedação que vos separa.
  • 50:42 - 50:47
    Deitem-na abaixo e deitarão abaixo muitos ódios e preconceitos.
  • 50:47 - 50:50
    Deitem abaixo todas as vedações
  • 50:50 - 50:51
    e terão um verdadeiro espírito de equipa. (Aplausos)
  • 50:59 - 51:02
    Conheço muitos como vós que estão a pensar:
  • 51:02 - 51:04
    "Ele está a pedir um milagre.
  • 51:04 - 51:06
    "Está à espera que as pessoas mudem de repente".
  • 51:07 - 51:08
    Estão muito enganados.
  • 51:08 - 51:10
    Não é milagre nenhum. Não é milagre...
  • 51:10 - 51:14
    porque eu vejo isso acontecer uma vez por ano e vocês também têm visto
  • 51:14 - 51:16
    na altura do Natal.
  • 51:16 - 51:19
    Há qualquer coisa de formidável no espírito do Natal.
  • 51:19 - 51:22
    Ver o que ele faz às pessoas, a todo o tipo de pessoas.
  • 51:23 - 51:26
    Ora bem, porque é que esse espírito,
  • 51:26 - 51:29
    esse mesmo espírito cristão, não pode durar o ano inteiro?
  • 51:29 - 51:30
    Meu Deus!
  • 51:31 - 51:35
    Se isso acontecesse, se todos os John Does
  • 51:35 - 51:38
    fizessem durar esse espírito 365 dias,
  • 51:38 - 51:40
    desenvolveríamos uma tal força,
  • 51:40 - 51:43
    criaríamos uma onda tão grande de boa vontade
  • 51:43 - 51:45
    que nenhuma força humana poderia contrariar.
  • 51:46 - 51:48
    Sim, meus amigos,
  • 51:49 - 51:52
    os pobres só podem herder a terra
  • 51:52 - 51:54
    quando os John Does começarem a amar os seus vizinhos.
  • 51:55 - 51:57
    O melhor é começar imediatamente.
  • 51:57 - 52:00
    Não esperem até que o jogo acabe por causa da escuridão.
  • 52:02 - 52:05
    Acorda, John Doe, és a esperança do mundo!
  • 52:13 - 52:15
    John, foi maravilhoso!
  • 52:16 - 52:18
    Bravo! Bravo!
  • 52:23 - 52:25
    - Vamos sair daqui
    - isso é que é falar.
  • 52:33 - 52:35
    Corredor, hilotas!
  • 52:44 - 52:46
    Eu sabia que acabarias por acordar mais cedo ou mais tarde.
  • 52:47 - 52:49
    Rapaz, ainda bem que te livraste daquela trapalhada.
  • 52:50 - 52:54
    Eu tinha aqueles 5000 dólares garantidos. Podíamos ter ido ao Doc Brown.
  • 52:56 - 52:59
    "És um lançador", disse ela. "Vai e lança".
  • 52:59 - 53:01
    Que truxa!
  • 53:01 - 53:04
    Ela é uma hilota, como os outros. É uma sorte teres-te livre dela.
  • 53:04 - 53:07
    Aliás, o que é eu estava a fazer, a fazer um discurso? Eu?
  • 53:08 - 53:11
    - Quanto mais penso nisso...!
    - Deitar abaixo todas as vedações,
  • 53:11 - 53:14
    Se deitares um só pau abaixo da vedação do teu vizinho, ele processa-te.
  • 53:15 - 53:17
    Tinha na mão 5000 dólares.
  • 53:17 - 53:19
    O que é que queres dizer "ele fugiu"?
  • 53:19 - 53:22
    Encontra-o. Esse homem é precioso.
  • 53:30 - 53:32
    Rio Columbia, cá estamos nós!
  • 54:19 - 54:21
    -
    - Sim.
  • 54:23 - 54:26
    - Quanto dinheiro nos resta?
    - Quatro dólares.
  • 54:26 - 54:28
    - O melhor é trocá-los por donutes, hem?
    - Sim.
  • 54:40 - 54:42
    O que é que vai ser, pessoal?
  • 54:42 - 54:44
    Têm dois bifes daqueles grandes e altos?
  • 54:45 - 54:49
    Sim, com batatinhas e tomate e tarte de maçã...
  • 54:49 - 54:52
    - ...e gelado e café?
    - e donutes, já sei.
  • 54:52 - 54:54
    Hei, Mãe! Dois bifes.
  • 54:55 - 54:56
    Dois bifes. Sai já.
  • 54:57 - 54:58
  • 55:04 - 55:05
    Olha para aquilo.
  • 55:06 - 55:08
    Juntem-se ao Clube John Doe.
  • 55:10 - 55:11
    Clube John Doe?
  • 55:21 - 55:22
    Você é o John Doe?
  • 55:22 - 55:23
    - Quem?
    - John Doe?
  • 55:23 - 55:25
    Precisas de usar óculos, rapaz.
  • 55:25 - 55:27
    Mas é a imagem escarrapachada do John Doe.
  • 55:27 - 55:29
    Sim, mas chama-se Willoughby.
  • 55:29 - 55:31
    Sou John Willoughby. Sou jogador de basebol.
  • 55:31 - 55:35
    Não, reconhecia essa voz onde quer que fosse. Não me engana.
  • 55:35 - 55:36
    Você é o John Doe.
  • 55:37 - 55:38
    Mãe!
  • 55:38 - 55:40
    Mãe! Está ali o John Doe!
  • 55:40 - 55:43
    - John Doe?
    - Sim, ali sentado, vivinho da silva.
  • 55:43 - 55:46
    - Quem é que disse que era?
    - John Doe. Aquele grandalhão ali.
  • 55:48 - 55:50
    Aquele é john Doe.
  • 55:50 - 55:51
    É o John Doe!
  • 55:52 - 55:54
    John Doe!
  • 55:56 - 55:58
    John Doe!
  • 55:59 - 56:02
    Operadora, Dan Beaver,
    Ligue a toda a gente da cidade.
  • 56:02 - 56:06
    John Doe esteve aqui neste local.
    Sim, pediu donutes.
  • 56:20 - 56:22
    Vocês estão todos aqui para ver John Doe e são todos vizinhos,
  • 56:22 - 56:24
    mas o meu gabinete está cheio como sardinhas em lata.
  • 56:24 - 56:26
    Como é que John Doe se parece, Sr. Mayor?
  • 56:26 - 56:29
    É um desses homens altos, grandes, tipo ar livre.
  • 56:29 - 56:32
    Não, você não pode vê-lo, você não votou em mim. O que é que estão a fazer?
  • 56:32 - 56:34
    Saiam daqui, de frente da entrada. Mr. Norton já chegou?
  • 56:35 - 56:38
    Porque é que não aparece? Já devia aqui estar há 15 minutos.
  • 56:38 - 56:39
    Lá vem ele.
  • 56:43 - 56:44
    Toda a gente com ar digno.
  • 56:44 - 56:47
    Não desgracem a nossa cidade. Temos que ter compostura.
  • 56:50 - 56:51
    É melhor deixar-me falar com ele.
  • 56:51 - 56:54
    Ok. Apresente-o como uma grande causa para o homem comum.
  • 56:54 - 56:56
    Cá vem ele. Deixem passer.
  • 56:58 - 57:01
    Lá vêm eles. Este é Mr. Norton.
  • 57:01 - 57:04
    Como está, Mr. Norton?
    Eu sou o Mayor.
  • 57:04 - 57:05
    A multidão que está aqui!
  • 57:06 - 57:08
    Deixe-me passar, seu idiota. Eu sou o Mayor.
  • 57:09 - 57:12
    Sou o Mayor Hawkins! O seu gabinete telefonou-me para eu o deter.
  • 57:13 - 57:15
    - Ótimo. Como é que ele está?
    - Está ótimo. Está no meu gabinete.
  • 57:16 - 57:18
    É uma grande honra ter John Doe aqui, e a si também.
  • 57:18 - 57:20
    Não tínhamos tanta excitação desde que ardeu a antiga City Hall.
  • 57:20 - 57:23
    As pessoas estão tão excitadas que quase lhe arrancaram a roupa.
  • 57:23 - 57:26
    Matilda, telefone para os jornais. Diga-lhes que está cá Mr. Norton.
  • 57:26 - 57:28
    Entre no meu gabinete, Mr, Norton.
  • 57:28 - 57:30
    Deve estar confortável. Instalei ar condicionado há pouco tempo.
  • 57:30 - 57:33
    Deixem passar Mr. Norton.
  • 57:34 - 57:35
    Abram alas, abram alas.
  • 57:35 - 57:38
    Os vizinhos estão a servir-lhe um almoço ligeiro.
  • 57:38 - 57:39
    Olá, John.
  • 57:41 - 57:42
    Olá.
  • 57:43 - 57:45
    Mr. Mayor, se não se importa, gostávamos de falar com ele a sós.
  • 57:46 - 57:48
    Claro. Toda a gente lá para fora!
  • 57:48 - 57:50
    Toda a gente, depressa. Venham.
  • 57:53 - 57:54
    Venham.
  • 57:55 - 57:57
    É assim mesmo. Venham.
  • 57:59 - 58:01
    Não discutas comigo aqui. Espera até chegarmos a casa.
  • 58:01 - 58:04
    Não podes empurrar-me, apesar de eu ser tua mulher!
  • 58:04 - 58:07
    Mr. Norton, é preciso lata para mandar esta gente ter-nos aqui detidos.
  • 58:09 - 58:12
    Ninguém o está a deter, Mr. Doe.
    É natural que você...
  • 58:12 - 58:15
    Nesse caso, vamos andando.É
  • 58:15 - 58:17
    A propósito, não me chamo Doe, chamo-me Willoughby.
  • 58:18 - 58:20
    Oiça, John. Aconteceu uma coisa muito importante.
  • 58:20 - 58:23
    Estão a formar Clubes John Doe. Já sabemos de oito e andam a dizer...
  • 58:23 - 58:25
    Clubes John Doe? Para quê?
  • 58:25 - 58:27
    Para pôr em prática os princípios do discurso da rádio.
  • 58:28 - 58:31
    Não me interessa, estou a caminho e não gosto de ser travado.
  • 58:31 - 58:33
    Mas você não sabe a dimensão disto.
  • 58:33 - 58:37
    Devia ver os milhares de telegramas que recebemos, o que dizem sobre si..
  • 58:37 - 58:40
    Oiça, isto começou como um truque para aumentar a tiragem, não foi?
  • 58:40 - 58:43
    Já têm essa tiragem. Porque é que não me deixam em paz?
  • 58:43 - 58:45
    Começou como um truque para aumentar a tiragem, mas ja não é.
  • 58:45 - 58:49
    Mr. Norton quer dar-lhes apoio, patrocinar os clubes por todo o país.
  • 58:49 - 58:51
    Quer enviá-lo numa digressão de palestras.
  • 58:52 - 58:53
    A mim?
  • 58:53 - 58:55
    Claro. Com a sua capacidade de influenciar as pessoas,
  • 58:56 - 58:58
    pode aumentar até ser um movimento glorioso.
  • 58:58 - 59:00
    Vamos pôr as coisas em pratos limpos.
  • 59:01 - 59:02
    Eu não quero participar nisto.
  • 59:02 - 59:06
    Se vocês julgam que eu vou fazer palestras, devem estar doidos.
  • 59:06 - 59:08
    O basebol é a minha raqueta e vou manter-me agarrado a ela,
  • 59:09 - 59:11
    Vamos, Colonel, vamos sair daqui.
  • 59:11 - 59:12
    John, por favor!
  • 59:12 - 59:15
    Eu acabei de me livrar duma multidão.
  • 59:15 - 59:18
    Por favor, Mr. Mayor, diga-lhe que o Clube John Doe
  • 59:18 - 59:19
    quer falar com ele.
  • 59:19 - 59:21
    Deixe-os entrar, Mr. Mayor.
  • 59:21 - 59:24
    Ok, mas tenham maneiras. Nada de bater com os pés.
  • 59:24 - 59:27
    Andem devagar, como fazem quando vêm pagar os impostos.
  • 59:35 - 59:36
    Ok, Deem-me licence.
  • 59:36 - 59:38
    Avance.
  • 59:40 - 59:42
    Chamo-me Bert Hansen, Mr. Doe.
  • 59:42 - 59:45
    Sou um mero servidor de soda na loja Schwabacher.
  • 59:46 - 59:47
    Bem...
  • 59:47 - 59:50
    eu e a minha mulher, ouvimos o seu discus na rádio
  • 59:50 - 59:53
    e gostámos muito dele, em especial a minha mulher.
  • 59:53 - 59:56
    Passou a noite toda a dizer: "Aquele homem tem razão, querido.
  • 59:56 - 59:59
    O problema é que ninguém se rala com o vizinho.
  • 59:59 - 60:02
    É por isso que toda a gente na cidade anda azeda e rritada uns com os outros".
  • 60:02 - 60:05
    Eu disse: "Está bem, mas como é que um tipo
  • 60:05 - 60:07
    vai andar por aí a amar o tipo de vizinhos que temos?"
  • 60:08 - 60:09
    O velho Sourpuss, por exemplo.
  • 60:10 - 60:14
    Sourpuss Smithers é um tipo que vive sozinho na casa ao lado da nossa.
  • 60:14 - 60:17
    É um velhote excêntrico que tem a loja de mobília em segunda mão.
  • 60:17 - 60:19
    Há anos que não falávamos com ele.
  • 60:20 - 60:23
    Eu julgava que ele era um velho teimoso que odiava o mundo
  • 60:23 - 60:26
    porque estava sempre a atirar com a porta da garagem
  • 60:26 - 60:30
    e tocava o rádio tão alto que não deixava dormer os vizinhos.
  • 60:31 - 60:35
    Adiante, na manhã seguinte eu estava a regar o jardim
  • 60:35 - 60:36
    e lá estava o velho Sourpuss,
  • 60:36 - 60:39
    a arranjar uma mossa na vedação.
  • 60:40 - 60:43
    A minha mulher gritou-me da janela:
  • 60:43 - 60:45
    "Vá lá, fala com ele, Bert".
  • 60:45 - 60:49
    Achei que não tinha nada a perder, por isso gritei-lhe:
  • 60:49 - 60:53
    "Bom dia, Mr. Smithers".
    Ele continuous a martelar na vedação.
  • 60:53 - 60:57
    Fiquei lixado! Virei-me para a minha mulher e ela disse:
  • 60:58 - 61:00
    "Mais alto, ele não te ouviu".
  • 61:01 - 61:03
    Então, num tom que se podia ouvir no condado ao lado, eu disse:
  • 61:03 - 61:05
    "Bom dia, Mr. Smithers!"
  • 61:07 - 61:10
    Bem, podiam deitar-me ao chão com uma pena.
  • 61:10 - 61:13
    O velho Sourpuss virou-se, admirado,
  • 61:14 - 61:15
    fez um grande sorriso,
  • 61:15 - 61:19
    aproximou-se, agarrou-me na mão, como um irmão e disse:
  • 61:19 - 61:21
    "Bom dia, Hansen,
  • 61:21 - 61:24
    há anos que queria falar consigo, mas julgava que não gostava de mim".
  • 61:25 - 61:27
    Depois pôs-se a conversar como uma criança feliz.
  • 61:27 - 61:29
    Tinha os olhos brilhantes...
  • 61:30 - 61:34
    Bem, antes de continuar, descobri que Smithers
  • 61:34 - 61:37
    é um bom tipo mas é muito surdo, o que explica os barulhos.
  • 61:38 - 61:41
    Diz que é uma pena sabermos tão pouco sobre os vizinhos.
  • 61:41 - 61:43
    Depois teve uma ideia. Disse: "Que tal...
  • 61:43 - 61:45
    convidar toda a gente para um sítio qualquer onde possamos todos
  • 61:45 - 61:48
    juntar-nos e conhecermo-nos um pouco melhor.
  • 61:49 - 61:51
    Senti-me tão bem, aderi logo à ideia.
  • 61:51 - 61:54
    Então, Smithers foi pelo bairro
  • 61:54 - 61:56
    a convidar toda a gente para uma reunião na escolar.
  • 61:56 - 61:58
    E eu digo a toda a gente que entra lá na loja,
  • 61:58 - 62:01
    incluindo o meu patrão.
  • 62:01 - 62:03
    - Estou a falar demais.
    - Não, não está,
  • 62:04 - 62:05
    Continue.
  • 62:06 - 62:09
    Diabos me levem se não vão aparecer umas 40 pessoas.
  • 62:09 - 62:11
    Claro que nenhum de nós sabe o que fazer,
  • 62:11 - 62:14
    mas descobrimos que toda a gente estava contente
  • 62:14 - 62:16
    só por dizer olá uns aos outros.
  • 62:16 - 62:18
    Querido, conta-lhe sobre fazer Sourpuss president.
  • 62:18 - 62:21
    Oh, sim, fizemos Sourpuss presidente
  • 62:21 - 62:23
    e decidimos chamar-nos o Clube John Doe.
  • 62:23 - 62:26
    Já agora, esta é a minha mulher. Anda cá, querida,
  • 62:26 - 62:28
    Esta é a minha mulher, Mr. Doe.
  • 62:28 - 62:30
    Como vai, Mr. Doe?
  • 62:30 - 62:33
    - Sourpus também está aqui.
    - Ai está?
  • 62:35 - 62:39
    Este é Sourpuss. Desculpe-me, Mr. Smithets, Mr. Doe.
  • 62:39 - 62:41
    Se não me chamasse Sourpuss, não parecia natural.
  • 62:44 - 62:45
    Bem, acho...
  • 62:45 - 62:48
    que veio toda a gente do bairro, exceto os Delaneys,
  • 62:48 - 62:52
    Vivem numa grande casa com uma vedação de ferro em volta
  • 62:52 - 62:54
    e têm sempre as persianas fechadas.
  • 62:54 - 62:58
    Pensámos que ele era um velho avarento
  • 62:58 - 63:01
    sentado lá dentro a contra o seu dinheiro, por isso porquê convidá-lo?
  • 63:01 - 63:04
    Até que o leiteiro Grimes disse:
  • 63:04 - 63:06
    !Vocês não conhecem os Delaneys"
  • 63:08 - 63:11
    Depois disse-nos que cancelaram o leite a semana passada.
  • 63:11 - 63:14
    e encontrou uma nota na garrafa,
  • 63:14 - 63:17
    ficou curioso e espreitou pelas persianas
  • 63:17 - 63:19
    e descobriu que a casa estava vazia.
  • 63:19 - 63:21
    "Na minha opinião", disse, "eles estão a passer fome".
  • 63:21 - 63:25
    O Delaney tem-me trazido a mobília à noite,
  • 63:25 - 63:27
    um móvel de cada vez e vende-a.
  • 63:28 - 63:31
    Meia dúzia de nós fomos lá buscá-lo
  • 63:31 - 63:33
    e trouxemo-lo para a reunião.
  • 63:33 - 63:36
    Toda a gente apertou as mãos e cumprimentaram-nos alegremente.
  • 63:36 - 63:38
    Por fim...
  • 63:38 - 63:41
    Mr. e Mrs. Delaney sentaram-se e choraram.
  • 63:42 - 63:44
    Então começámos a descobrir muitas coisas sobre outras pessoas.
  • 63:44 - 63:47
    - Claro, Grubbel, por exemplo.
    - Grubbel está aqui.
  • 63:47 - 63:49
    - Veem-no?
    - Sim, é ele.
  • 63:50 - 63:52
    Claro. vocâ não conhece Grubbel, mas...
  • 63:53 - 63:55
    é o homem que toda a gente julgava
  • 63:55 - 63:58
    ser o pior do bairro
  • 63:58 - 64:00
    porque vivia como um eremita.
  • 64:00 - 64:02
    Ninguém tinha nada a ver com ele
  • 64:02 - 64:05
    até que o carteiro Murphy nos contou a verdade.
  • 64:05 - 64:08
    Grubbel, disse, vive dos caixotes do lixo
  • 64:08 - 64:12
    porque não aceita caridade que lhe daria cabo do seu amor próprio.
  • 64:13 - 64:15
    Tal como você disse na radio, Mr. Doe.
  • 64:16 - 64:18
    Uma dúzia de famílias juntaram-se e arranjaram trabalho para Grubbel
  • 64:19 - 64:20
    a regar os jardins.
  • 64:21 - 64:23
    Depois arranjámos trabalho para mais seis pessoas
  • 64:23 - 64:25
    e todas elas conseguiram algum alívio.
  • 64:25 - 64:26
    E o meu chefe, Mr. Schwabacher,
  • 64:27 - 64:29
    arranjou trabalho no armazém para o velhote Delaney.
  • 64:29 - 64:32
    - E deu-te um aumento de 5 dólares.
    - Sim, Não foi bom?
  • 64:34 - 64:35
    Bert...
  • 64:35 - 64:39
    Sinto-me desprezado. Gostava de alinhar, mas ninguém me convida.
  • 64:40 - 64:44
    Lamento, Mayor, mas deliberámos que não entrava nenhum politico.
  • 64:44 - 64:46
    Só os John Does do bairro.
  • 64:46 - 64:48
    Você sabe como são os politicos.
  • 64:52 - 64:56
    A razão por que queríamos contra-lhe isto, Mr. Doe,
  • 64:56 - 64:59
    era dar-lhe uma ideia do que o senhor desencadeou.
  • 64:59 - 65:01
    Na minha opinião,
  • 65:01 - 65:04
    não vejo razão nenhuma para o senhor saltar dum edifício.
  • 65:04 - 65:06
    Não!
  • 65:07 - 65:08
    Bem, obrigado por nos ter ouvido.
  • 65:09 - 65:11
    Adeus, Mr. Doe.
  • 65:12 - 65:14
    O senhor é um homem maravilhoso.
  • 65:14 - 65:17
    Acho que seria muito útil se andasse por aqui durante algum tempo.
  • 65:18 - 65:20
    Adeus, Mr. Doe.
  • 65:28 - 65:30
    Eu sou Mrs. Delaney, Mr. Doe.
  • 65:30 - 65:33
    Deus o abençoe, meu filho.
  • 66:07 - 66:08
    Estou muito confuse.
  • 66:12 - 66:14
    Não percebo.
  • 66:16 - 66:19
    Estas pessoas todas pensam que eu vou saltar de um edifício.
  • 66:19 - 66:21
    Isso nunca me passou pela cabeça.
  • 66:23 - 66:24
    Bolas!
  • 66:24 - 66:28
    Um tipo tem que ser um bom exemplo para contar aos outros...
  • 66:29 - 66:31
    O que aconteceu a noite passada foi da responsabilidade de Miss Mitchell.
  • 66:32 - 66:33
    Ela é que escreveu aquilo.
  • 66:33 - 66:35
    Você não vê que isto pode ser uma coisa maravilhosa?
  • 66:36 - 66:38
    - Nós precisamos de si, John.
    - Você é uma vigarista.
  • 66:38 - 66:41
    Eu já sabia. Eles apanharam-te. Para mim, chega.
  • 66:44 - 66:47
    Há três anos que estou a tentar levar-te para o Rio Columbia.
  • 66:47 - 66:51
    Primeiro, foi o teu braço, depois a radio, agora os clubes de John Doe.
  • 66:51 - 66:53
    Não vou esperar nem mais um minute.
  • 66:55 - 66:57
    Rua, hilotas!
  • 67:00 - 67:02
    Colonel, espera aí!
  • 67:03 - 67:04
    Hei, Colonel!
  • 67:04 - 67:06
    Quero que vás com John Doe e Miss Mitchell
  • 67:07 - 67:08
    e trates da imprensa e da rádio.
  • 67:08 - 67:10
    - Eu?
    - Sim. Não quero corer riscos.
  • 67:10 - 67:11
    - E Johnson.
    - Sim, D.B.?
  • 67:12 - 67:14
    Segue John por todas as cidades,
  • 67:14 - 67:17
    vê se se organizam clubes e se aprovam os estatutos.
  • 67:18 - 67:19
    Só há ali oito bandeiras, por agora.
  • 67:19 - 67:22
    Quero ver este mapa coberto, antes de continuarmos.
  • 68:28 - 68:32
    Isto aumentou como um incêndio. Eu até percebia exigências
  • 68:32 - 68:33
    mas os John Does não pedem nada.
  • 68:35 - 68:38
    As pessoas estão por conta propria. Se isto continua, vou para o desemprego.
  • 68:38 - 68:40
    Quando John Does estiver muito forte, vamos saber o que é que ele quer,
  • 68:40 - 68:43
    Trinta todas as sextas-feiras, sessenta a sessenta!
  • 68:43 - 68:45
    Quem sabe o quê?
  • 68:45 - 68:48
    Lamento, chefe, não deixam ninguém falar de política com ele. É de doidos!
  • 68:49 - 68:50
    Temos que conseguir chegar até eles.
  • 68:50 - 68:52
    Representam milhões de votos.
  • 69:01 - 69:04
    Senhoras e cavalheiros, isto tem sido fogo numa pradaria.
  • 69:05 - 69:07
    Recebemos tantos pedidos para estatutos John Doe
  • 69:07 - 69:09
    que não conseguimos dar vasão.
  • 69:09 - 69:11
    Detestaria ter esses alfinetes todos espetados em mim.
  • 69:11 - 69:15
    Esta convenção John Doe vai pôr a nossa cidade no mapa.
  • 69:15 - 69:19
    Imaginem, mais de 2400 clubes John Doe estão a enviar delegados!
  • 69:19 - 69:23
    Mr. Mayor, o senhor vai ser o anfitrião oficial. Enfeite a cidade, desfiles,
  • 69:23 - 69:25
    e uma receção a John Doe, quando ele voltar para casa.
  • 69:25 - 69:27
    E não ponha o chapéu alto.
  • 69:27 - 69:29
    - O chapéu alto, não?
    - O chapéu alto, não.
  • 69:29 - 69:32
    E Connell, quero uma edição John Doe especial todos os dias
  • 69:32 - 69:34
    até a convenção terminar.
  • 69:34 - 69:36
    Agora, façam o favor, passem para o outro gabinete
  • 69:36 - 69:40
    e façam um sorriso porque estão lá os fotógrafos.
  • 69:40 - 69:42
    Não se preocupe, D.B., trataremos de tudo.
  • 69:42 - 69:44
    Isto não é maravilhoso?
  • 69:46 - 69:48
    Mr. Mayor, venha para a frente, por favor.
  • 69:48 - 69:50
    As senhoras, aproximem-se dele.
  • 69:50 - 69:52
    - Não estou a perceber.
    - A perceber o quê?
  • 69:52 - 69:55
    D.B. eu devia saber o que ando para aqui a fazer.
  • 69:55 - 69:57
    Este movimento de John Doe está a custar-lhe uma fortuna.
  • 69:58 - 69:59
    A convenção vai sair muito cara.
  • 70:00 - 70:01
    E então?
  • 70:01 - 70:04
    Estou encalhado com 2 + 2 e não consigo chegar a 4.
  • 70:05 - 70:06
    Onde é que você entra?
  • 70:09 - 70:11
    Tenho a satisfação de saber
  • 70:11 - 70:14
    que o meu dinheiro está a ser gasto por uma boa causa.
  • 70:15 - 70:17
    Estou a perceber. É melhor eu limitar-me a dirigir o jornal, não é?
  • 70:18 - 70:19
    Acho melhor.
  • 70:23 - 70:24
    Connell.
  • 70:25 - 70:27
    Gostava de ter o contrato de John Doe,
  • 70:27 - 70:30
    todos os recibos do dinheiro que avançámos para a carta de Miss Mitchell
  • 70:30 - 70:32
    pela qual lhe dei 1000 dólares.
  • 70:33 - 70:34
    Sim, certamente.
  • 70:36 - 70:38
    Partimos para o aeroporto dentro de meia hora.
  • 70:38 - 70:40
    Ali é o quarto do Johnny? É melhor apressá-lo.
  • 70:40 - 70:42
    Ele vai estar pronto. Está a fazer a mala.
  • 70:42 - 70:45
    - Ótimo. Viu a foto dele na capa da Time?
    - Vi.
  • 70:45 - 70:47
    Tenho que dar-lhe os parabéns, Annie.
  • 70:47 - 70:49
    Tratei de muitas grandes promoções no meu tempo,
  • 70:50 - 70:52
    desde a Feira Mundial ao nadador do Canal,
  • 70:52 - 70:54
    mas isto pôs-me a cabeça a andar à roda.
  • 70:55 - 70:57
    E agora, uma convenção John Doe, uau!
  • 71:00 - 71:03
    Se o puser a saltar do City Hall na véspera do Natal,
  • 71:04 - 71:06
    garanto-lhe que estará lá meio milhão de pessoas.
  • 71:06 - 71:08
    - Charlie.
    - Hmmm?
  • 71:08 - 71:09
    Que pensa dele?
  • 71:10 - 71:11
    Do Johnny?
  • 71:12 - 71:16
    Bem, não sei qual é o ângulo que quer, mas digo-lhe já.
  • 71:16 - 71:19
    Número um, tem um grande encanto provinciano, mas é um bom tipo.
  • 71:20 - 71:23
    Número dois, está a começar a acreditar que escrever a carta de suicídio
  • 71:23 - 71:24
    que você inventou.
  • 71:24 - 71:27
    Número três. pensa que você é a Joana d'Arc ou coisa parecida.
  • 71:27 - 71:28
    Sim, eu sei.
  • 71:29 - 71:30
    Número quatro, bem...
  • 71:31 - 71:33
    Você sabe o que é o número quatro. Está doidinho por si.
  • 71:33 - 71:35
    Vê-se logo nos olhos dele.
  • 71:35 - 71:38
    Esqueceu-se do número cinco.
    Somos todos uns trafulhas, em especial eu.
  • 71:39 - 71:40
    Meu Deus!
  • 71:41 - 71:42
    Entre.
  • 71:48 - 71:49
    Já fiz a mala.
  • 71:49 - 71:51
    Ótimo. Vou buscar o Beany.
  • 71:52 - 71:54
    Ok, Charlie.
  • 72:07 - 72:08
    Posso ajudá-la a fazer a mala?
  • 72:09 - 72:10
    Não, obrigada.
  • 72:20 - 72:22
    - Posso sentar-me aqui?
    - Pode.
  • 72:33 - 72:34
    Sabe,
  • 72:34 - 72:37
    tive um sonho maluco a noite passada.
  • 72:39 - 72:40
    Era sobre si.
  • 72:41 - 72:43
    Sobre mim?
  • 72:43 - 72:45
    Era mesmo maluco.
  • 72:45 - 72:47
    Sonhei que eu era seu pai.
  • 72:53 - 72:56
    Havia qualquer coisa que eu queria impedir que fizesse.
  • 72:56 - 72:59
    Por isso, saí da cama,
  • 73:00 - 73:04
    atravessei a parede, e entrei no seu quarto.
  • 73:04 - 73:06
    Sabe como são os sonhos.
  • 73:06 - 73:08
    Você estava na cama,
  • 73:09 - 73:11
    mas era uma miúda, com cerca de 10 anos
  • 73:12 - 73:13
    e muito bonita, também.
  • 73:15 - 73:17
    Abanei-a e...
  • 73:18 - 73:20
    quando você abriu os olhos, saltou da cama
  • 73:20 - 73:22
    e começou a correr como uma louca. De camisa de noite!
  • 73:22 - 73:25
    Correu pela janela fora, pelo topo dos edifícios
  • 73:26 - 73:28
    e dos telhados, durante quilómetros e eu atrás de si.
  • 73:30 - 73:33
    Enquanto andava a correr, ia crescendo
  • 73:33 - 73:35
    cada vez mais.
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    Depressa ficou como é agora, está a ver? Adulta.
  • 73:40 - 73:41
    E durante esse tempo todo
  • 73:42 - 73:45
    eu pensava: "Porque é que estou a persegui-la?"
  • 73:45 - 73:47
    E não sabia.
  • 73:48 - 73:49
    Não é delirante?
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    Adiante, você correu para um sítio qualquer e eu atrás de si.
  • 73:55 - 73:59
    Quando lá cheguei, você estava a casar-se.
  • 74:02 - 74:04
    A camisa de noite tinha-se transformado
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    num belo vestido de noiva.
  • 74:08 - 74:10
    Estava muito bonita.
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    Depois, percebi do que é que estava a tentar impede-la.
  • 74:16 - 74:18
    Os sonhos são malucos, não são?
  • 74:18 - 74:19
    Bem,
  • 74:21 - 74:23
    quer saber com quem é que se ia casar?
  • 74:25 - 74:28
    Um Ubangi alto e bonito, parece-me.
  • 74:29 - 74:32
    Não era assim tão mau. Era o tipo que lhe manda flores todos os dias.
  • 74:32 - 74:35
    Como é que se chama? O sobrinho de Mr. Norton.
  • 74:36 - 74:38
    - Ted Sheldon.
    - Sim, esse mesmo.
  • 74:40 - 74:41
    Mas esta é a melhor parte.
  • 74:42 - 74:45
    Eu era o tipo que estava a fazer o casamento,
  • 74:45 - 74:47
    - Juiz da Paz, ou coisa parecida.
    - Ai era?
  • 74:47 - 74:49
    Julgava que estava a perseguir-me.
  • 74:49 - 74:52
    Sim, nessa altura eu era o seu pai.
  • 74:52 - 74:55
    mas o verdadeiro eu, John Doe, quer dizer...
  • 74:55 - 74:59
    John Willoughby era o tipo com um livro.
  • 75:00 - 75:02
    - Sabe a que é que me refiro=
    - Acho que sim.
  • 75:02 - 75:03
    E depois, o que é que aconteceu?
  • 75:04 - 75:08
    Bem, pu-la em cima dos meus joelhos e comecei a bater-lhe.
  • 75:09 - 75:10
    Quer dizer, não fiz isso...
  • 75:10 - 75:14
    Quer dizer, fiz mesmo. Eu, nessa altura, era o seu pai.
  • 75:14 - 75:17
    Pu-la nos meus joelhos e disse:
  • 75:18 - 75:18
    "Annie,
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    "Não permit que cases com esse homem
  • 75:22 - 75:24
    "que só é rico
  • 75:24 - 75:27
    "ou que manda a secretária enviar-te flores.
  • 75:27 - 75:31
    "O homem com quem casares tem que nadir rios para te merecer,
  • 75:31 - 75:34
    "trepar montanhas, matar dragões, para te merecer.
  • 75:34 - 75:38
    "Tem que realizar façanhas espantosas para te merecer!"
  • 75:38 - 75:42
    Durante todo esse tempo, o tipo com o livro, eu,
  • 75:42 - 75:43
    ficou ali a acenar com a cabeça e disse:
  • 75:44 - 75:47
    "Continue, bata-lhe.
  • 75:47 - 75:49
    "Era o que também me apetecia fazer".
  • 75:50 - 75:53
    Ele diz: "Venha cá e bata-lhe você".
  • 75:53 - 75:56
    Eu avancei e dei-lhe uma grande palmada.
  • 75:56 - 75:59
    Está a ver? Ele bateu-lhe e eu bati-lhe.
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    Começámos os dois a bater-lhe.
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Title:
Meet John Doe ( 1941) Full Movie
Description:

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Video Language:
English
Team:
Film & TV
Duration:
02:02:52

Portuguese subtitles

Incomplete

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