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Not Synced
Claro! Aqui está a tradução para português de Portugal:
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Not Synced
---
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Not Synced
Sabemos que
a prática
de estar plenamente consciente de todo o corpo
é uma prática muito importante.
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Not Synced
Quero dizer, estar plenamente consciente de todo o corpo
e acalmar todo o corpo
— ou estar plenamente consciente
de toda a formação física
e acalmar toda a formação física —
é de grande importância.
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Not Synced
No Discurso sobre a Plena Consciência da Respiração, como já sabemos,
relativamente ao corpo,
há 4 exercícios de respiração:
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Not Synced
1) Identificar a inspiração/expiração.
2) Identificar o comprimento da respiração (longa/curta).
3) Estar consciente de todo o corpo.
4) Acalmar todo o corpo.
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Not Synced
O termo “todo o corpo”, no texto original em sânscrito, é **Sarvakāya**.
**Sarvakāya** significa “todo o corpo”.
Também significa “todos os...
todos os...
órgãos e elementos do corpo.”
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Not Synced
Portanto,
“estar plenamente consciente de todo o corpo”
tem dois significados.
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Not Synced
O primeiro significado
é estar plenamente consciente
do corpo como um todo integrado.
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Not Synced
E o segundo significado é estar plenamente consciente do corpo
com todas as...
diferentes partes e elementos
desse corpo.
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Not Synced
Quando estudamos o Sutra sobre
os Quatro Fundamentos da Atenção Plena,
vemos com mais clareza.
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Not Synced
Significa que temos atenção plena
de todo o corpo quando caminhamos,
quando estamos de pé, quando nos sentamos e quando nos deitamos;
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Not Synced
quando realizamos ações corporais;
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Not Synced
quando meditamos e olhamos profundamente
para as diferentes partes do corpo;
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Not Synced
quando conseguimos ver
a verdadeira natureza do corpo —
os quatro elementos chamados **mahābhūta**, ou os quatro grandes elementos:
terra, água, fogo e ar.
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Not Synced
Também meditamos e observamos profundamente a natureza do corpo
como algo sujeito à decomposição,
ou seja, “as 9 fases
da decomposição”,
ou as 9 fases de decomposição
do corpo humano.
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Not Synced
Depois de conseguirmos
estar plenamente conscientes
de toda a formação física,
podemos abraçá-la,
podemos olhar profundamente para ela,
e com isso, obter compreensões profundas.
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Not Synced
Essas compreensões são:
a compreensão da impermanência,
a compreensão da não-existência de um eu,
a compreensão da interexistência,
e a compreensão de que:
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Not Synced
**"Este corpo não é meu.
Não devo apegar-me a ele.
Não devo identificar-me com ele.
Porque, se o fizer,
sofrerei."**
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Not Synced
Uma vez que haja essa compreensão,
começará a nascer em nós a noção de que,
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Not Synced
ao praticarmos atenção plena em Plum Village,
caminhando, estando de pé, sentando-nos,
ou deitando-nos; ao trabalharmos;
ao praticarmos relaxamento profundo e total;
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Not Synced
estamos, de facto, a incorporar
o que o Buda ensinou
no Sutra sobre os Quatro Fundamentos da Atenção Plena.
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Not Synced
Todas as...
meditações guiadas
do livro
**"O Florescer de um Lótus"**
têm como propósito
incorporar com determinação os ensinamentos do Buda
no Sutra sobre os Quatro Fundamentos da Atenção Plena,
e no Discurso sobre a
Plena Consciência da Respiração.
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Not Synced
Assim,
em relação aos dois últimos exercícios de respiração
relacionados com o corpo,
ou seja, o 3º e o 4º exercícios de respiração do
Discurso sobre a Plena Consciência da Respiração,
nomeadamente:
-
Not Synced
**estar plenamente consciente de todo o corpo**
e **acalmar todo o corpo**,
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Not Synced
— neste ponto, conseguimos compreendê-los melhor,
com mais detalhe, sobre como...
estar consciente de todo o corpo
e como acalmar todo o corpo.
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Not Synced
Podemos compreendê-los melhor
graças ao Sutra
sobre os Quatro Fundamentos da Atenção Plena,
isto é, o Discurso sobre os Quatro
Estabelecimentos da Atenção Plena.
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Not Synced
No Discurso sobre a Plena Consciência da Respiração,
embora o Buda não tenha entrado em pormenor
para nos mostrar exatamente como meditar e
observar profundamente cada posição do corpo
e os elementos que compõem o corpo,
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Not Synced
isto é, os 32 órgãos corporais,
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Not Synced
no exercício de respiração chamado
“estar plenamente consciente de todo o corpo”,
vemos que
todas essas práticas estão incluídas,
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Not Synced
ou seja, estar consciente de todo o corpo,
e depois acalmar todo o corpo.
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Not Synced
No momento em que conseguimos
acolher o corpo com atenção plena,
bem,
podemos começar a treinar e a domar o corpo,
e o corpo começa a tornar-se um connosco.
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Not Synced
No início, quando a atenção plena ainda é fraca,
o nosso corpo é como um boi
— um boi selvagem.
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Not Synced
Portanto, a atenção plena é o pastor do boi.
E o nosso corpo é o corpo de um boi selvagem.
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Not Synced
Assim, o pastor
tem de se aproximar do boi
e, graças à prática da atenção plena,
o pastor começa a fazer amizade com o boi,
e, pouco a pouco,
conseguem treiná-lo e domá-lo.
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Not Synced
Eventualmente, o pastor
pode sentar-se nas costas do boi,
ou deitar-se sobre ele,
e o boi seguirá na direção
em que o pastor desejar.
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Not Synced
Claro! Aqui está a tradução para português de Portugal:
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Not Synced
---
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Not Synced
Essa é a imagem de...
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Not Synced
**Thập mục ngưu đồ (十牧牛圖)**,
ou os **Dez Quadros do Pastoreio do Boi**.
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Not Synced
Ao início, parece que
o boi é uma entidade separada,
e o pastor é
outra entidade separada.
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Not Synced
Os dois não caminham juntos.
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Not Synced
Mas, pouco a pouco,
o pastor começa a fazer amizade com o boi,
e o boi
começa a familiarizar-se cada vez mais
com o pastor.
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Not Synced
Eventualmente, o pastor
e o boi tornam-se um só.
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Not Synced
Vemos que,
no final, o pastor
pode sentar-se nas costas do boi a cantar.
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Not Synced
Não importa para onde o boi vá,
porque, onde quer que vá, irá sempre
exatamente para onde o pastor quiser que vá.
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Not Synced
Depois de se deitarem nas costas do boi,
o boi apenas os leva para casa.
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Not Synced
Se não conseguirmos treinar e domar o nosso corpo,
será difícil para nós
treinar e domar a mente.
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Not Synced
Assim,
a prática dos Quatro Fundamentos da Atenção Plena
começa com a observação do corpo no corpo:
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Not Synced
- tomar consciência da respiração;
- tomar consciência do corpo em cada posição:
ao caminhar, estar de pé, sentar e deitar;
- tomar consciência de todas as ações corporais,
como baixar-se, levantar-se,
entrar ou sair;
- ser capaz de ver as diferentes partes do corpo;
- sorrir-lhes;
- fazer amizade com elas;
- ser um com elas;
- cuidar delas genuinamente;
- ver os diferentes elementos que constituem o corpo.
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Not Synced
Estas são formas de prática muito...
muito importantes.
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Not Synced
Alguém pode dizer:
“Quando pratico, quero apenas praticar com a mente.”
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Not Synced
Ao dizer isso, essa pessoa não compreende verdadeiramente
o que significa “praticar com a mente”.
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Not Synced
É necessário também praticar com o corpo.
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Not Synced
O corpo é o objeto
da nossa prática e transformação.
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Not Synced
Temos de praticar e transformar as nossas posturas
e a forma como conduzimos o nosso corpo, primeiro.
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Not Synced
Devemos saber que, quando não conseguimos tomar consciência
dos nossos passos e da nossa respiração,
não conseguimos tomar consciência das nossas formações mentais.
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Not Synced
Só quando conseguimos tomar consciência
dos nossos passos e da nossa respiração,
só quando conseguimos tomar consciência das nossas ações corporais
no nosso dia a dia,
é que conseguimos tomar consciência das formações mentais
e compreendê-las.
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Not Synced
Só então, nós e o boi
nos tornamos verdadeiros amigos.
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Not Synced
Só então, o boi torna-se nós,
e nós tornamo-nos o nosso boi.
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Not Synced
Por isso é que o Buda
dizia sempre que
os seus ensinamentos
são para treinar e domar o corpo e a mente.
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Not Synced
E...
só quando alguém consegue seguir essas formas
de treinar e domar o seu corpo e a sua mente,
é que pode...
fazer as pazes e reconciliar-se
com o seu corpo e com a sua mente.
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Not Synced
Certa vez, havia um...
um treinador de cavalos
que veio visitar e treinar com o Buda.
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Not Synced
**“Điều mã sư”**, em sino-vietnamita,
significa “o treinador de cavalos”.
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Not Synced
Pois bem, depois de esse treinador
ter praticado algum tempo com o Buda,
um dia,
durante uma meditação com chá, o Buda perguntou:
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Not Synced
— "Caro amigo, como treinas e domas
os teus cavalos? Queres partilhar connosco?"
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Not Synced
O treinador respondeu:
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Not Synced
— “Alguns cavalos gostam de doçura,
então uso métodos suaves.
E consigo treiná-los e domá-los com facilidade.
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Not Synced
No entanto, há outros cavalos que gostam...
gostam de firmeza, gostam de medidas rígidas.
Então uso métodos rigorosos.
Com isso, também consigo treiná-los com sucesso.
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Not Synced
Há ainda outros cavalos
a quem tenho de aplicar tanto suavidade
como firmeza para os conseguir treinar.”
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Not Synced
Assim, há 3 tipos de caso.
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Not Synced
Então, o Buda sorriu gentilmente e perguntou:
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Not Synced
— “Vamos imaginar que há um cavalo
que, mesmo depois de aplicares esses três métodos,
não consegue ser treinado.
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Not Synced
Ser gentil não resulta.
Ser firme não resulta.
Ser os dois também não resulta.
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Not Synced
O que fazes nesse caso?”
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Not Synced
O treinador respondeu:
— “Nessa situação, tenho de matar o cavalo.
Tenho de o isolar e matar.
Porque não é seguro deixá-lo no rebanho.
Dá um mau exemplo ao resto do grupo.
E com isso, só traz prejuízo.”
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Not Synced
O treinador então voltou-se para o Buda e perguntou:
— “E tu? Como treinas os teus discípulos?
Porque vejo que, na tua comunidade,
também há elementos difíceis de treinar.”
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Not Synced
O Buda apenas se sentou em silêncio e sorriu,
sem dizer uma palavra.
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Not Synced
O treinador insistiu:
— “Por favor, Venerável Buda, diz-me como o fazes.”
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Not Synced
E o Buda respondeu:
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Not Synced
— “Bem, basicamente faço o mesmo.
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Not Synced
Alguns discípulos
precisam de doçura para serem treinados com sucesso.
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Not Synced
Outros só conseguem ser treinados
com medidas rigorosas.
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Not Synced
E há ainda outros
que precisam de ambos:
doçura e firmeza.”
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Not Synced
Inevitavelmente, o treinador acabou por fazer ao Buda
a mesma pergunta que o Buda lhe tinha feito:
-
Not Synced
— “Então, venerável Buda, e no caso
em que nenhum dos três métodos funciona,
como lidas com esse discípulo?”
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Not Synced
Claro! Aqui está a tradução para português de Portugal:
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Not Synced
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Not Synced
O Buda disse:
— “Faço o mesmo que tu.”
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Not Synced
— “O que queres dizer com ‘fazer o mesmo que eu’?”
perguntou o homem.
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Not Synced
— “Quero dizer que também ‘mato’ esse discípulo.”
-
Not Synced
Com os olhos bem abertos,
o treinador de cavalos exclamou:
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Not Synced
— “Mas... não tens observado
o preceito de ‘Não matar’?
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Not Synced
Como podes matar os teus discípulos?”
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Not Synced
O Buda respondeu:
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Not Synced
— “Quando digo ‘matar’,
não me refiro a matar com uma espada ou com uma arma.
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Not Synced
‘Matar’, aqui, significa
‘não permitir mais que essa pessoa continue a viver
na comunidade de prática’.
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Not Synced
Quando alguém deixa de ser autorizado a viver
e a treinar na comunidade de prática,
isso é considerado
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Not Synced
o fim da sua vida.
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Not Synced
É uma morte.
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Not Synced
Para aqueles que não conseguem ser treinados
após a aplicação do primeiro método,
do segundo método,
e do terceiro método,
existe apenas um caminho:
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Not Synced
não permitir que continuem a viver
e a praticar na comunidade.”
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Not Synced
Nesse momento, o treinador de cavalos
começou a compreender
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Not Synced
o significado da palavra “matar”
utilizada pelo Buda.
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Not Synced
Porque o Buda disse de forma muito clara
que significa “não permitir que a pessoa continue
a viver na comunidade,
tendo de se afastar da comunidade.”
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Not Synced
Portanto, a nossa vida —
a nossa vida monástica,
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Not Synced
o nosso ideal monástico —
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Not Synced
falha.
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Not Synced
Isso equivale a uma morte.
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Not Synced
Claro que, numa comunidade de prática,
numa sangha,
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Not Synced
há compaixão,
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Not Synced
há proteção,
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Not Synced
há abraço amoroso.
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Not Synced
E...
a comunidade de prática aplica
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Not Synced
a inclusividade,
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Not Synced
ou seja, “abraçar sem excluir ninguém,
sem empurrar ninguém para fora.”
-
Not Synced
Contudo, se todos na comunidade de prática
fizeram o melhor que podiam,
mas esse elemento
não fez o seu melhor,
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Not Synced
então a comunidade fica
sem outra escolha.
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Not Synced
Foi isso que o Buda quis dizer.
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Not Synced
Mas a energia
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Not Synced
do Buda e da comunidade de prática
é muito poderosa.
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Not Synced
Pela experiência do Buda,
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Not Synced
se os cavalos mais agressivos e teimosos
conseguirem ser treinados e domados,
tornar-se-ão os melhores cavalos.
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Not Synced
O mesmo se passa com os elefantes.
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Not Synced
Se os elefantes mais violentos e difíceis
forem treinados e domados,
tornar-se-ão os melhores elefantes de guerra.
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Not Synced
Assim,
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Not Synced
os treinadores de cavalos capazes
e os treinadores de elefantes capazes
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Not Synced
sabem isto muito bem.
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Not Synced
Às vezes usam correntes de ferro.
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Not Synced
Às vezes usam até martelos.
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Not Synced
Mas o uso destas ferramentas
não é para punir os cavalos ou os elefantes.
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Not Synced
É para incentivar os cavalos
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Not Synced
a quebrar os hábitos agressivos de comportamento
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Not Synced
que adquiriram vivendo na floresta.
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Not Synced
Com sabedoria e destreza,
com doçura suficiente,
e com firmeza suficiente,
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Not Synced
esse treinador de cavalos ou de elefantes
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Not Synced
pode...
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Not Synced
pode treinar e domar esse cavalo
ou esse elefante.
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Not Synced
E esse cavalo e esse elefante tornar-se-ão...
talentos cruciais.
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Not Synced
*[Tocando o sino]*
*[Sino]*
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Not Synced
Se o treinador de cavalos
tiver determinação suficiente,
terá também paciência suficiente,
e usará todos os meios ao seu dispor
para treinar e domar este...
este cavalo indomável.
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Not Synced
Mas treinar e domar
não significa punir.
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Not Synced
Treinar e domar significa ajudar este cavalo
a quebrar os hábitos de comportamento
que adquiriu na floresta,
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Not Synced
para que possa cultivar hábitos benéficos.
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Not Synced
Por isso, por vezes é necessário usar um poste,
uma corrente de ferro,
um alicate ou um martelo.
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Not Synced
Mas o uso dessas coisas
não significa que o treinador seja uma pessoa cruel.
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Not Synced
O que importa
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Not Synced
não é a disciplina.
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Not Synced
O que mais importa
não é a disciplina.
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Not Synced
O que mais importa
é a bondade amorosa e a compaixão,
e a sabedoria do treinador de cavalos.
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Not Synced
Essa compaixão tem de ser expressa
de muitas formas.
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Not Synced
Mas a verdadeira essência
da bondade amorosa e da compaixão
é a paciência.
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Not Synced
Onde há paciência,
há amor e compaixão.
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Not Synced
Se nos falta paciência,
isso significa que o nosso amor e compaixão
ainda não são fortes nem sólidos.
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Not Synced
Por isso, lidar com um cavalo malcriado
ou um cavalo hostil
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Not Synced
exige ainda mais tempo,
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Not Synced
e ainda mais amor e compaixão.
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Not Synced
Se conseguirmos,
será uma realização profunda.
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Not Synced
Segundo o Buda,
se essa qualidade existir —
a qualidade da paciência,
ou seja, a essência da compaixão —
estamos destinados a conseguir,
em quase todos os casos.