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The body is a wild ox, and mindful awareness is the ox herder (EN subtitles)

  • 0:01 - 0:04
    Sabemos que
  • 0:05 - 0:08
    a prática
  • 0:08 - 0:11
    de estar plenamente consciente de todo o corpo
  • 0:15 - 0:19
    é uma prática muito importante.
  • 0:20 - 0:22
    Quero dizer, estar plenamente consciente de todo o corpo
  • 0:22 - 0:25
    e acalmar todo o corpo
  • 0:25 - 0:28
    — ou estar plenamente consciente
    de toda a formação física
  • 0:29 - 0:33
    e acalmar toda a formação física —
    é de grande importância.
  • 0:33 - 0:38
    No Discurso sobre a Plena Consciência da Respiração, como já sabemos,
  • 0:38 - 0:41
    relativamente ao corpo,
    há 4 exercícios de respiração:
  • 0:41 - 0:42
    1) Identificar a inspiração/expiração.
  • 0:42 - 0:44
    2) Identificar o comprimento da respiração (longa/curta).
  • 0:44 - 0:45
    3) Estar consciente de todo o corpo.
  • 0:45 - 0:48
    4) Acalmar todo o corpo.
  • 0:48 - 0:53
    O termo “todo o corpo”, no texto original em sânscrito, é Sarvakāya.
  • 0:53 - 0:57
    Sarvakāya significa “todo o corpo”.
  • 0:59 - 1:04
    Também significa “todos os...
  • 1:04 - 1:07
    todos os...
  • 1:07 - 1:10
    órgãos e elementos do corpo.”
  • 1:11 - 1:13
    Portanto,
  • 1:13 - 1:16
    “estar plenamente consciente de todo o corpo”
    tem dois significados.
  • 1:16 - 1:17
    O primeiro significado
  • 1:17 - 1:21
    é estar plenamente consciente
  • 1:21 - 1:25
    do corpo como um todo integrado.
  • 1:25 - 1:28
    E o segundo significado é estar plenamente consciente do corpo
  • 1:28 - 1:30
    com todas as...
  • 1:30 - 1:33
    diferentes partes e elementos
  • 1:35 - 1:37
    desse corpo.
  • 1:38 - 1:41
    Quando estudamos o Sutra sobre
    os Quatro Fundamentos da Atenção Plena,
  • 1:41 - 1:44
    vemos com mais clareza.
  • 1:44 - 1:49
    Significa que temos atenção plena
  • 1:52 - 1:56
    de todo o corpo quando caminhamos,
    quando estamos de pé, quando nos sentamos e quando nos deitamos;
  • 1:56 - 1:59
    quando
  • 1:59 - 2:03
    realizamos ações corporais;
  • 2:04 - 2:07
    quando
  • 2:07 - 2:11
    meditamos e olhamos profundamente
    para as diferentes partes do corpo;
  • 2:12 - 2:14
    quando conseguimos ver
  • 2:14 - 2:16
    a verdadeira natureza do corpo —
  • 2:16 - 2:21
    os quatro elementos chamados mahābhūta, ou os quatro grandes elementos:
  • 2:21 - 2:24
    terra, água, fogo e ar.
  • 2:24 - 2:29
    Também meditamos e observamos profundamente a natureza do corpo
    como algo sujeito à decomposição,
  • 2:29 - 2:32
    ou seja, “as 9 fases
  • 2:33 - 2:35
    da decomposição”,
  • 2:35 - 2:41
    ou as 9 fases de decomposição
    do corpo humano.
  • 2:46 - 2:49
    Depois de conseguirmos
  • 2:49 - 2:51
    estar plenamente conscientes
  • 2:52 - 2:54
    de toda a formação física,
  • 2:54 - 2:56
    podemos abraçá-la,
  • 2:56 - 3:00
    podemos olhar profundamente para ela,
  • 3:00 - 3:03
    e com isso, obter compreensões profundas.
  • 3:06 - 3:09
    Essas compreensões são: a compreensão da impermanência,
  • 3:09 - 3:10
    a compreensão da não-existência de um eu,
  • 3:10 - 3:12
    a compreensão da interexistência,
  • 3:12 - 3:14
    e a compreensão de que:
  • 3:14 - 3:16
    "Este corpo não é meu.
  • 3:16 - 3:18
    Não devo apegar-me a ele.
  • 3:18 - 3:21
    Não devo identificar-me com ele.
  • 3:21 - 3:23
    Porque, se o fizer,
  • 3:23 - 3:25
    sofrerei."
  • 3:30 - 3:33
    Uma vez que haja essa compreensão,
  • 3:33 - 3:35
    começará a nascer em nós a noção de que,
  • 3:35 - 3:38
    ao praticarmos atenção plena em Plum Village,
  • 3:39 - 3:42
    caminhando, estando de pé, sentando-nos,
    ou deitando-nos; ao trabalharmos;
  • 3:42 - 3:45
    ao praticarmos relaxamento profundo e total;
  • 3:48 - 3:50
    estamos, de facto, a incorporar
  • 3:50 - 3:52
    o que o Buda ensinou
  • 3:52 - 3:56
    no Sutra sobre os Quatro Fundamentos da Atenção Plena.
  • 3:58 - 4:00
    Todas as...
  • 4:01 - 4:02
    meditações guiadas
  • 4:02 - 4:05
    do livro
  • 4:06 - 4:10
    "O Florescer de um Lótus"
  • 4:10 - 4:13
    têm como propósito
  • 4:14 - 4:19
    incorporar com determinação os ensinamentos do Buda
    no Sutra sobre os Quatro Fundamentos da Atenção Plena,
  • 4:19 - 4:22
    e no Discurso sobre a
    Plena Consciência da Respiração.
  • 4:25 - 4:27
    Assim,
  • 4:29 - 4:31
    em relação aos dois últimos exercícios de respiração
    relacionados com o corpo,
  • 4:33 - 4:37
    ou seja, o 3º e o 4º exercícios de respiração do
    Discurso sobre a Plena Consciência da Respiração,
  • 4:37 - 4:39
    nomeadamente:
  • 4:39 - 4:42
    estar plenamente consciente de todo o corpo
  • 4:42 - 4:45
    e acalmar todo o corpo,
  • 4:45 - 4:47
    — neste ponto, conseguimos compreendê-los melhor,
  • 4:47 - 4:51
    com mais detalhe, sobre como...
  • 4:52 - 4:54
    estar consciente de todo o corpo
  • 4:54 - 4:57
    e como acalmar todo o corpo.
  • 4:57 - 5:00
    Podemos compreendê-los melhor
    graças ao Sutra
  • 5:00 - 5:02
    sobre os Quatro Fundamentos da Atenção Plena,
  • 5:02 - 5:06
    isto é, o Discurso sobre os Quatro
    Estabelecimentos da Atenção Plena.
  • 5:12 - 5:19
    No Discurso sobre a Plena Consciência da Respiração,
    embora o Buda não tenha entrado em pormenor
  • 5:20 - 5:26
    para nos mostrar exatamente como meditar e
    observar profundamente cada posição do corpo
  • 5:26 - 5:28
    e os elementos que compõem o corpo,
  • 5:28 - 5:32
    isto é, os 32 órgãos corporais,
  • 5:32 - 5:37
    no exercício de respiração chamado
    “estar plenamente consciente de todo o corpo”,
  • 5:37 - 5:39
    vemos que
  • 5:39 - 5:43
    todas essas práticas estão incluídas,
  • 5:43 - 5:48
    ou seja, estar consciente de todo o corpo,
    e depois acalmar todo o corpo.
  • 5:51 - 5:54
    No momento
  • 5:54 - 5:59
    em que conseguimos
    acolher o corpo com atenção plena,
  • 6:04 - 6:06
    bem,
  • 6:06 - 6:10
    podemos começar a treinar e a domar o corpo,
  • 6:15 - 6:21
    e o corpo começa a tornar-se um connosco.
  • 6:22 - 6:25
    No início, quando a atenção plena ainda é fraca,
  • 6:25 - 6:29
    o nosso corpo é como um boi
  • 6:29 - 6:32
    — um boi selvagem.
  • 6:35 - 6:40
    Portanto, a atenção plena é o pastor do boi.
  • 6:40 - 6:44
    E o nosso corpo é o corpo de um boi selvagem.
  • 6:44 - 6:46
    Assim, o pastor
  • 6:46 - 6:49
    tem de se aproximar do boi
  • 6:49 - 6:53
    e, graças à prática da atenção plena,
  • 6:53 - 6:57
    o pastor começa a fazer amizade com o boi,
  • 6:57 - 7:00
    e, pouco a pouco,
    conseguem treiná-lo e domá-lo.
  • 7:00 - 7:05
    Eventualmente, o pastor
    pode sentar-se nas costas do boi,
  • 7:05 - 7:06
    ou deitar-se sobre ele,
  • 7:06 - 7:11
    e o boi seguirá na direção
    em que o pastor desejar.
  • 7:11 - 7:14
    Essa é a imagem de...
  • 7:16 - 7:24
    Thập mục ngưu đồ (十牧牛圖),
    ou os Dez Quadros do Pastoreio do Boi.
  • 7:25 - 7:29
    Ao início, parece que
    o boi é uma entidade separada,
  • 7:29 - 7:31
    e o pastor é
    outra entidade separada.
  • 7:31 - 7:34
    Os dois não caminham juntos.
  • 7:34 - 7:37
    Mas, pouco a pouco,
    o pastor começa a fazer amizade com o boi,
  • 7:37 - 7:39
    e o boi
  • 7:39 - 7:41
    começa a familiarizar-se cada vez mais
    com o pastor.
  • 7:41 - 7:45
    Eventualmente, o pastor
    e o boi tornam-se um só.
  • 7:45 - 7:48
    Vemos que,
  • 7:48 - 7:51
    no final, o pastor
  • 7:51 - 7:54
    pode sentar-se nas costas do boi a cantar.
  • 7:54 - 7:56
    Não importa para onde o boi vá,
  • 7:56 - 8:01
    porque, onde quer que vá, irá sempre
    exatamente para onde o pastor quiser que vá.
  • 8:01 - 8:06
    Depois de se deitarem nas costas do boi,
    o boi apenas os leva para casa.
  • 8:07 - 8:11
    Se não conseguirmos treinar e domar o nosso corpo,
  • 8:11 - 8:15
    será difícil para nós
    treinar e domar a mente.
  • 8:15 - 8:17
    Assim,
  • 8:17 - 8:20
    a prática dos Quatro Fundamentos da Atenção Plena
  • 8:20 - 8:23
    começa com a observação do corpo no corpo:
  • 8:23 - 8:25
    - tomar consciência da respiração;
  • 8:25 - 8:30
    - tomar consciência do corpo em cada posição:
    ao caminhar, estar de pé, sentar e deitar;
  • 8:30 - 8:34
    - tomar consciência de todas as ações corporais,
  • 8:34 - 8:38
    como baixar-se, levantar-se,
  • 8:38 - 8:41
    entrar ou sair;
  • 8:43 - 8:46
    - ser capaz de ver as diferentes partes do corpo;
  • 8:46 - 8:48
    - sorrir-lhes;
  • 8:48 - 8:50
    - fazer amizade com elas;
  • 8:50 - 8:52
    - ser um com elas;
  • 8:53 - 8:55
    - cuidar delas genuinamente;
  • 8:55 - 8:57
    - ver os diferentes elementos que constituem o corpo.
  • 8:57 - 9:00
    Estas são formas de prática
  • 9:00 - 9:02
    muito...
  • 9:03 - 9:06
    muito importantes.
  • 9:06 - 9:10
    Alguém pode dizer:
    “Quando pratico, quero apenas praticar com a mente.”
  • 9:10 - 9:15
    Ao dizer isso, essa pessoa não compreende verdadeiramente
    o que significa “praticar com a mente”.
  • 9:15 - 9:17
    É necessário também praticar com o corpo.
  • 9:17 - 9:20
    O corpo é o objeto
    da nossa prática e transformação.
  • 9:20 - 9:26
    Temos de praticar e transformar as nossas posturas
    e a forma como conduzimos o nosso corpo, primeiro.
  • 9:27 - 9:32
    Devemos saber que, quando não conseguimos tomar consciência
    dos nossos passos e da nossa respiração,
  • 9:32 - 9:36
    não conseguimos tomar consciência das nossas formações mentais.
  • 9:36 - 9:39
    Só quando conseguimos tomar consciência
    dos nossos passos e da nossa respiração,
  • 9:39 - 9:41
    só quando conseguimos tomar consciência das nossas ações corporais
    no nosso dia a dia,
  • 9:41 - 9:44
    é que conseguimos tomar consciência das formações mentais
    e compreendê-las.
  • 9:44 - 9:49
    Só então, nós e o boi
    nos tornamos verdadeiros amigos.
  • 9:49 - 9:50
    Só então, o boi torna-se nós,
  • 9:50 - 9:54
    e nós tornamo-nos o nosso boi.
  • 9:59 - 10:04
    Por isso é que o Buda
    dizia sempre que
  • 10:04 - 10:06
    os seus ensinamentos
  • 10:06 - 10:09
    são para treinar e domar o corpo e a mente.
  • 10:11 - 10:12
    E...
  • 10:12 - 10:16
    só quando alguém consegue seguir essas formas
    de treinar e domar o seu corpo e a sua mente,
  • 10:16 - 10:18
    é que pode...
  • 10:18 - 10:21
    fazer as pazes e reconciliar-se
  • 10:21 - 10:24
    com o seu corpo e com a sua mente.
  • 10:24 - 10:28
    Certa vez, havia um...
  • 10:28 - 10:30
    um treinador de cavalos
  • 10:30 - 10:33
    que veio visitar e treinar com o Buda.
  • 10:33 - 10:39
    “Điều mã sư”, em sino-vietnamita,
    significa “o treinador de cavalos”.
  • 10:43 - 10:45
    Pois bem, depois de esse treinador
  • 10:45 - 10:48
    ter praticado algum tempo com o Buda,
  • 10:48 - 10:49
    um dia,
  • 10:49 - 10:51
    durante uma meditação com chá, o Buda perguntou:
  • 10:51 - 10:57
    — "Caro amigo, como treinas e domas
    os teus cavalos? Queres partilhar connosco?"
  • 10:57 - 10:59
    O treinador respondeu:
  • 10:59 - 11:01
    — “Alguns cavalos gostam de doçura,
  • 11:01 - 11:04
    então uso métodos suaves.
  • 11:04 - 11:06
    E consigo treiná-los e domá-los com facilidade.
  • 11:07 - 11:11
    No entanto, há outros cavalos que gostam...
  • 11:12 - 11:15
    gostam de firmeza, gostam de medidas rígidas.
  • 11:15 - 11:19
    Então uso métodos rigorosos.
  • 11:19 - 11:21
    Com isso, também consigo treiná-los com sucesso.
  • 11:21 - 11:24
    Há ainda outros cavalos
  • 11:24 - 11:31
    a quem tenho de aplicar tanto suavidade
    como firmeza para os conseguir treinar.”
  • 11:31 - 11:34
    Assim, há 3 tipos de caso.
  • 11:34 - 11:37
    Então, o Buda sorriu gentilmente e perguntou:
  • 11:37 - 11:41
    — “Vamos imaginar que há um cavalo
  • 11:41 - 11:46
    que, mesmo depois de aplicares esses três métodos,
  • 11:46 - 11:48
    não consegue ser treinado.
  • 11:48 - 11:51
    Ser gentil não resulta.
    Ser firme não resulta.
  • 11:51 - 11:54
    Ser os dois também não resulta.
  • 11:54 - 11:56
    O que fazes nesse caso?”
  • 11:56 - 12:00
    O treinador respondeu:
    — “Nessa situação, tenho de matar o cavalo.
  • 12:00 - 12:02
    Tenho de o isolar e matar.
  • 12:02 - 12:06
    Porque não é seguro deixá-lo no rebanho.
    Dá um mau exemplo ao resto do grupo.
  • 12:06 - 12:10
    E com isso, só traz prejuízo.”
  • 12:10 - 12:13
    O treinador
  • 12:18 - 12:24
    então voltou-se para o Buda e perguntou:
    — “E tu? Como treinas os teus discípulos?
  • 12:24 - 12:30
    Porque vejo que, na tua comunidade,
    também há elementos difíceis de treinar.”
  • 12:30 - 12:33
    O Buda apenas se sentou em silêncio e sorriu,
    sem dizer uma palavra.
  • 12:33 - 12:35
    O treinador insistiu:
    — “Por favor, Venerável Buda, diz-me como o fazes.”
  • 12:35 - 12:39
    E o Buda respondeu:
  • 12:39 - 12:41
    — “Bem, basicamente faço o mesmo.
  • 12:41 - 12:44
    Alguns discípulos
    precisam de doçura para serem treinados com sucesso.
  • 12:44 - 12:48
    Outros só conseguem ser treinados
    com medidas rigorosas.
  • 12:48 - 12:53
    E há ainda outros que precisam de ambos:
    doçura e firmeza.”
  • 12:53 - 12:56
    Inevitavelmente, o treinador acabou por fazer ao Buda
    a mesma pergunta que o Buda lhe tinha feito:
  • 12:56 - 12:58
    — “Então, venerável Buda, e no caso
  • 12:58 - 13:02
    em que nenhum dos três métodos funciona,
  • 13:02 - 13:06
    como lidas com esse discípulo?”
  • 13:08 - 13:12
    O Buda disse:
    — “Faço o mesmo que tu.”
  • 13:12 - 13:17
    — “O que queres dizer com ‘fazer o mesmo que eu’?”
    perguntou o homem. — “Quero dizer que também ‘mato’ esse discípulo.”
  • 13:17 - 13:21
    Com os olhos bem abertos,
    o treinador de cavalos exclamou:
  • 13:21 - 13:23
    — “Mas... não tens observado
    o preceito de ‘Não matar’?
  • 13:23 - 13:27
    Como podes matar os teus discípulos?”
  • 13:28 - 13:29
    O Buda respondeu:
  • 13:29 - 13:33
    — “Quando digo ‘matar’,
    não me refiro a matar com uma espada ou com uma arma.
  • 13:33 - 13:37
    ‘Matar’, aqui, significa ‘não permitir mais que essa pessoa continue a viver
    na comunidade de prática’.
  • 13:38 - 13:42
    Quando alguém deixa de ser autorizado a viver
    e a treinar na comunidade de prática,
  • 13:42 - 13:45
    isso é considerado
  • 13:45 - 13:47
    o fim da sua vida.
  • 13:47 - 13:49
    É uma morte.
  • 13:50 - 13:55
    Para aqueles que não conseguem ser treinados
    após a aplicação do primeiro método,
  • 13:55 - 13:56
    do segundo método,
  • 13:56 - 13:58
    e do terceiro método,
  • 13:58 - 14:01
    existe apenas um caminho:
  • 14:01 - 14:05
    não permitir que continuem a viver
    e a praticar na comunidade.”
  • 14:05 - 14:08
    Nesse momento, o treinador de cavalos
    começou a compreender
  • 14:08 - 14:13
    o significado da palavra “matar”
    utilizada pelo Buda.
  • 14:13 - 14:15
    Porque o Buda disse de forma muito clara
  • 14:15 - 14:18
    que significa “não permitir que a pessoa continue
    a viver na comunidade,
  • 14:18 - 14:19
    tendo de se afastar da comunidade.”
  • 14:19 - 14:24
    Portanto, a nossa vida —
    a nossa vida monástica,
  • 14:24 - 14:27
    o nosso ideal monástico —
  • 14:27 - 14:29
    falha.
  • 14:29 - 14:33
    Isso equivale a uma morte.
  • 14:37 - 14:41
    Claro que, numa comunidade de prática,
    numa sangha,
  • 14:41 - 14:43
    há compaixão,
  • 14:43 - 14:44
    há proteção,
  • 14:44 - 14:47
    há abraço amoroso.
  • 14:49 - 14:51
    E...
  • 14:51 - 14:54
    a comunidade de prática aplica
  • 14:54 - 14:57
    a inclusividade,
  • 14:57 - 14:59
    ou seja, “abraçar sem excluir ninguém,
  • 14:59 - 15:02
    sem empurrar ninguém para fora.”
  • 15:02 - 15:08
    Contudo, se todos na comunidade de prática
    fizeram o melhor que podiam,
  • 15:08 - 15:09
    mas esse elemento
  • 15:09 - 15:12
    não fez o seu melhor,
  • 15:12 - 15:13
    então a comunidade fica
    sem outra escolha.
  • 15:13 - 15:17
    Foi isso que o Buda quis dizer.
  • 15:18 - 15:21
    Mas a energia
  • 15:21 - 15:25
    do Buda e da comunidade de prática
    é muito poderosa.
  • 15:26 - 15:29
    Pela experiência do Buda,
  • 15:29 - 15:34
    se os cavalos mais agressivos e teimosos
    conseguirem ser treinados e domados,
  • 15:34 - 15:38
    tornar-se-ão os melhores cavalos.
  • 15:38 - 15:40
    O mesmo se passa com os elefantes.
  • 15:40 - 15:45
    Se os elefantes mais violentos e difíceis
    forem treinados e domados,
  • 15:45 - 15:51
    tornar-se-ão os melhores elefantes de guerra.
  • 15:51 - 15:53
    Assim,
  • 15:54 - 16:00
    os treinadores de cavalos capazes
    e os treinadores de elefantes capazes
  • 16:00 - 16:02
    sabem isto muito bem.
  • 16:02 - 16:04
    Às vezes usam correntes de ferro.
  • 16:04 - 16:07
    Às vezes usam até martelos.
  • 16:07 - 16:12
    Mas o uso destas ferramentas
    não é para punir os cavalos ou os elefantes.
  • 16:12 - 16:14
    É para incentivar os cavalos
  • 16:14 - 16:19
    a quebrar os hábitos agressivos de comportamento
  • 16:19 - 16:22
    que adquiriram vivendo na floresta.
  • 16:23 - 16:25
    Com sabedoria e destreza,
  • 16:25 - 16:27
    com doçura suficiente,
  • 16:27 - 16:29
    e com firmeza suficiente,
  • 16:29 - 16:33
    esse treinador de cavalos ou de elefantes
  • 16:33 - 16:35
    pode...
  • 16:35 - 16:37
    pode...
  • 16:39 - 16:41
    pode treinar e domar esse cavalo
  • 16:41 - 16:44
    ou esse elefante.
  • 16:44 - 16:49
    E esse cavalo e esse elefante tornar-se-ão...
  • 16:49 - 16:54
    talentos cruciais.
  • 16:56 - 16:58
    [Tocando o sino]
  • 17:01 - 17:05
    [Sino]
  • 17:22 - 17:26
    Se o treinador de cavalos
  • 17:27 - 17:32
    tiver determinação suficiente,
  • 17:32 - 17:36
    terá também paciência suficiente,
  • 17:36 - 17:42
    e usará todos os meios ao seu dispor
    para treinar e domar este...
  • 17:42 - 17:44
    este cavalo indomável.
  • 17:44 - 17:47
    Mas treinar e domar
    não significa punir.
  • 17:47 - 17:52
    Treinar e domar significa ajudar este cavalo
    a quebrar os hábitos de comportamento que adquiriu na floresta,
  • 17:52 - 17:56
    para que possa cultivar hábitos benéficos.
  • 17:56 - 17:59
    Por isso, por vezes é necessário usar um poste,
  • 17:59 - 18:00
    uma corrente de ferro,
  • 18:00 - 18:02
    um alicate ou um martelo.
  • 18:02 - 18:07
    Mas o uso dessas coisas
    não significa que o treinador seja uma pessoa cruel.
  • 18:09 - 18:12
    O que importa
  • 18:14 - 18:17
    não é a disciplina.
  • 18:17 - 18:19
    O que mais importa
    não é a disciplina.
  • 18:19 - 18:22
    O que mais importa
    é a bondade amorosa e a compaixão,
  • 18:22 - 18:26
    e a sabedoria do treinador de cavalos.
  • 18:26 - 18:32
    Essa compaixão tem de ser expressa
  • 18:32 - 18:34
    de muitas formas.
  • 18:34 - 18:39
    Mas a verdadeira essência
    da bondade amorosa e da compaixão é a paciência.
  • 18:39 - 18:42
    Onde há paciência,
    há amor e compaixão.
  • 18:42 - 18:49
    Se nos falta paciência, isso significa que o nosso amor e compaixão
    ainda não são fortes nem sólidos.
  • 18:49 - 18:52
    Por isso, lidar com um cavalo malcriado
  • 18:52 - 18:54
    ou um cavalo hostil
  • 18:54 - 18:56
    exige ainda mais tempo,
  • 18:56 - 18:58
    e ainda mais amor e compaixão.
  • 18:58 - 19:01
    Se conseguirmos,
  • 19:01 - 19:04
    será uma realização profunda.
  • 19:04 - 19:10
    Segundo o Buda,
    se essa qualidade existir —
    a qualidade
  • 19:10 - 19:17
    da paciência, ou seja, a essência da compaixão —
    estamos destinados a conseguir, em quase todos os casos.
Title:
The body is a wild ox, and mindful awareness is the ox herder (EN subtitles)
Description:

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Duration:
19:20

Portuguese subtitles

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