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O que sentimos quando estamos mortos?

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    (despertar do Sino)
  • 0:10 - 0:22
    (Sino)
  • 0:28 - 0:31
    (Holandês)
    O que sentimos quando estamos mortos?
  • 0:35 - 0:39
    Como te sentes quando morres?
  • 0:42 - 0:46
    (Risos na plateia)
  • 0:53 - 0:59
    A questão é: "Depois de morrermos ainda
    temos sentimentos? Certo?"
  • 1:00 - 1:05
    "Como te sentes quando morreste?"
    Certo?
  • 1:13 - 1:17
    Esta é uma questão muito importante e profunda.
  • 1:19 - 1:29
    Supõe que fazes a mesma pergunta
    a uma núvem que paira no céu?
  • 1:31 - 1:35
    "Minha querida núvem,
    eu sei que tu vais morrer um dia."
  • 1:36 - 1:39
    "Deixarás de ser uma núvem."
  • 1:40 - 1:47
    Então o que é que sentes agora e
    o que sentirás depois de morrer?"
  • 1:48 - 1:51
    "Depois de morreres,
    terás sentimentos?"
  • 1:52 - 1:53
    Perguntamos à núvem.
  • 1:55 - 2:03
    E se escutarmos atentamente
    talvez ouçamos uma resposta.
  • 2:05 - 2:08
    Achas que uma núvem tem medo de morrer?
  • 2:14 - 2:17
    Estás a pairar no céu.
  • 2:17 - 2:21
    Mas sabes que um dia
    terás que... desaparecer.
  • 2:22 - 2:24
    Terás que morrer.
  • 2:30 - 2:33
    O mesmo acontece
    com os homens e as mulheres.
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    Esta não é uma questão de uma criança,
    mas de um filósofo.
  • 2:53 - 2:56
    E se a núvem sabe como
    praticar meditação...
  • 2:58 - 2:59
    - quem sabe? -
  • 3:01 - 3:05
    a núvem vai descobrir que
    nunca pode morrer.
  • 3:08 - 3:10
    Nunca pode morrer.
  • 3:11 - 3:14
    Porque "morrer" significa que
    te transformas em nada.
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    De alguma coisa, transformas-te em nada.
  • 3:19 - 3:22
    É isso que se entende por "morrer".
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    Estás lá e de repente
    já não estás lá.
  • 3:27 - 3:28
    Isso é "morrer".
  • 3:29 - 3:32
    Mas é possível que uma núvem morra?
  • 3:35 - 3:37
    É possível que uma núvem se transforme em nada?
  • 3:38 - 3:39
    Não!
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    Uma núvem pode transformar-se em
    chuva, neve, gelo ou nevoeiro.
  • 3:44 - 3:48
    Mas uma núvem não se pode transformar em nada.
  • 3:53 - 3:56
    Com os seres humanos acontece o mesmo.
  • 3:57 - 4:02
    Parece que nós morremos
    mas de facto nós não podemos morrer.
  • 4:03 - 4:09
    Nós continuamos sempre,
    não desta forma, mas de outras formas.
  • 4:12 - 4:14
    Consegues ver isso?
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    De facto, há muitas núvens em nós.
  • 4:17 - 4:20
    Todos os dias bebemos muitas núvens.
  • 4:20 - 4:25
    Aqui está uma núvem!
    Eu estou a beebr uma núvem.
  • 4:26 - 4:29
    Por isso, 70% do meu corpo é núvem.
  • 4:33 - 4:36
    E se a núvem não morre,
    eu não morrerei!
  • 4:37 - 4:38
    Eu continuo sempre!
  • 4:40 - 4:44
    Por isso quando és uma núvem,
    sentes como uma núvem.
  • 4:45 - 4:49
    Mas quando já não és uma núvem
    podes ser chuva e sentir como chuva.
  • 4:53 - 5:01
    Por isso continuará a haver sentimentos
    depois da núvem se transformar em chuva.
  • 5:02 - 5:08
    E depois da dissolução deste corpo
    não sentes com este corpo,
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    mas sentes com
    outros corpos que se seguirão.
  • 5:14 - 5:18
    Lembra-te, é impossível
    que algo morra.
  • 5:18 - 5:21
    Esse é o ensinamento de Buda.
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    E não apenas de Buda,
    muitos cientistas também.
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    Há um cientista Francês que disse:
    "Nada se cria, nada se perde."
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    O seu nome é Antoine...
  • 5:39 - 5:44
    Lavoisier,
    Antoine-Laurent Lavoisier.
  • 5:44 - 5:47
    'Rien ne se crée. Rien ne se perd.'
  • 5:47 - 5:51
    Significa que "nada nasce nem
    nada morre".
  • 5:53 - 5:58
    Isso aplica-se à núvem.
    A núvem não nasceu.
  • 5:59 - 6:05
    Na nossa mente, pensamos que "nascer" significa
    que do nada de repente nos transformamos em algo.
  • 6:06 - 6:09
    Mas uma núvem não veio do nada.
  • 6:10 - 6:15
    Antes de existir a núvem,
    existia outra coisa,
  • 6:15 - 6:20
    como a água no Oceano,
    o calor gerado pelo Sol.
  • 6:21 - 6:25
    Por isso, antes de haver núvem,
    havia outra coisa.
  • 6:25 - 6:27
    Ela não veio do nada.
  • 6:27 - 6:33
    Por isso, sabemos que
    é impossível uma núvem nascer.
  • 6:33 - 6:37
    É impossível uma núvem morrer.
  • 6:37 - 6:39
    E os seres humanos são assim.
  • 6:40 - 6:42
    Tu não vieste do nada.
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    No momento em que nasceste
    já lá estavas.
  • 6:51 - 6:58
    Antes de a tua mãe te conceber
    no seu ventre, tu já existias,
  • 6:59 - 7:02
    metade no teu pai e
    metade na tua mãe.
  • 7:03 - 7:08
    E a metade no teu pai
    conheceu a metade na tua mãe
  • 7:08 - 7:11
    e tornou-se num pequeno tu,
    muito minúsculo.
  • 7:12 - 7:18
    Então o momento da concepção não é
    o começo. Não há começo.
  • 7:20 - 7:22
    Não há fim.
  • 7:26 - 7:31
    Então...
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    A tua natureza é como a natureza
    da núvem: não nasces, nem morres.
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    Não te preocupes.
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    E a meditação ajuda-nos a ver
    a natureza do não-nascimento e não-morte
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    e a remover o medo da morte,
    o medo do não-ser.
  • 7:50 - 7:53
    Isso é um ensinamento
    muito profundo de Buda.
  • 7:53 - 7:57
    E quando cresceres,
    continua a meditar
  • 7:57 - 8:01
    e tocarás a verdade de
    não haver nascimento, nem morte.
  • 8:01 - 8:03
    E já não terás medo.
  • 8:06 - 8:10
    E os cientistas também já descobriram
    esta mesma verdade.
  • 8:12 - 8:18
    Esta manhã havia
    uma questão dentro do sino:
  • 8:18 - 8:21
    "O que pensas sobre o Big Bang?"
  • 8:23 - 8:27
    O Big Bang é o
    começo do mundo.
  • 8:31 - 8:36
    Mas neste ensinamento, nesta prática
    não há começo.
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    Se há um Big Bang,
    então haverá um Big Crunch.
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    Este é um assunto
    muito interessante para meditarmos.
  • 8:57 - 9:01
    As pessoas inventaram a teoria do Big Bang
  • 9:01 - 9:08
    porque sentem a necessidade de
    explicar a forma como o mundo começou.
  • 9:08 - 9:13
    Mas se elas tocarem a verdade de
    não haver início, nem fim
  • 9:13 - 9:18
    então elas não precisam de
    criar uma teoria assim
  • 9:18 - 9:19
    para explicar o mundo.
  • 9:20 - 9:26
    Porque se tu achas que há um Big Bang
    tens que acreditar num Big Crunch.
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    E violas a primeira lei
    da termodinâmica.
  • 9:37 - 9:44
    Violas a lei que diz:
    nada se cria, nada se perde.
  • 9:48 - 9:52
    Tens que continuar a meditar
    neste assunto profundo.
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    Por isso, a minha resposta é:
    há um sentimento quando és uma núvem
  • 9:58 - 10:02
    e haverá sentimentos
    quando te transformares em chuva.
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    Há um sentimento quando tens este corpo,
  • 10:05 - 10:10
    e haverá sentimentos depois
    de te tornares outros corpos.
  • 10:11 - 10:12
    Ok?
  • 10:15 - 10:17
    Que questão!
  • 10:17 - 10:19
    (Risos na plateia)
  • 10:21 - 10:23
    (Despertar do Sino)
  • 10:26 - 10:37
    (Sino)
Title:
O que sentimos quando estamos mortos?
Description:

Thay responde a questões a 21 Junho 2014. Questão 1

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Video Language:
English
Duration:
10:59

Portuguese subtitles

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