Thomas Hirschhorn: "Gramsci Monument" | Art21 "Extended Play"

Thomas Hirschhorn: "Monumento do Gramsci"

Forest Houses, Bronx, Nova York

"Monumento Gramsci" (2013)

Inauguração do "Monumento Gramsci"

Certo. Desculpe por interromper.

Este é o cara do momento.

Este é o cara, além do Erik,
que trouxe tudo isso para nós.

[YASMIL RAYMOND] O Thomas
acredita que "mais é mais".

Ao contrário de Mies van der Rohe,
que diz: "menos é mais".

E essa filosofia de "mais é mais"
do Thomas Hirschhorn,

significa um grande número de atividades,
o tempo todo,

quase confundindo tudo
o que está acontecendo.

O que o está fazendo por esta comunidade
e tudo o mais...

Eu não estou...

Não estou fazendo algo pela comunidade.

Eu acredito que faço pela arte...

[HARRY DRAKE] Certo.

[HIRSCHHORN] E pela compreensão da arte.
Este é o meu...

Meu objetivo é esse.

[LEX BROWN] Algo que Thomas sempre diz

é que ele não veio aqui
para ajudar as pessoas,

ele veio para o Forest Houses
e pediu para as pessoas daqui

ajudarem ele a fazer obras de arte.

E esta é uma grande diferença.

Há uma grande diferença
entre essas duas coisas.

O Thomas me pediu para traduzir os relatos
da prisão de Gramsci para o espanhol.

E foi uma grande oportunidade para mim,

então deixei a aposentadoria de lado
e comecei a trabalhar com a arte dele.

Agora estou aqui, dois meses depois,
curtindo a cada dia mais

e me sinto bem melhor.

[JANET BETHEA] Eu era bem mais forte
do que os homens por aqui.

Construí as instalações.

Colocamos as rodinhas embaixo, no piso.

Fiz tudo com os rapazes.

Menos o telhado,
pois tenho medo de altura.

Meu nome é "Stan, o cara".

"Stan, o cara"?

É, "Stan, o cara".

Vi seu cartaz.

É isso aí.

E trabalho por amor.

Sabemos disso.

Não é sobre pagar contas.

Não mexo com...

Não ligo para o dinheiro.

Tudo que faço é de coração.

Porque não...

Sabe, quando se ama o que faz

o dinheiro aparece.

Por isso eu entrei no monumento,
por que é tipo arte.

Comida é tipo arte.

Sabe, tipo cozinhar.

Fazer algo do nada.

Fazer pratos parecerem bons.

Tipo, cara, que merda bonita.

Vamos ver se é gostoso.

Quando te perguntam o que é esse projeto,
o que você diz?

[DANNION JORDAN] Digo para
voltarem para escola.

É o monumento de algo...

[FREDDY VELEZ] Um lugar positivo
para arte e estudo.

[DANNION JORDAN] Eles tem smoothie...

[JANET BETHEA] Podem ler na biblioteca.

[DANNION JORDAN] Tem sinal de WiFi...

[ERIK FARMER] Um monumento é sempre,

você sabe, algo imóvel.

Este é um monumento temporário,
eu nunca vi isso,

mas o Thomas me explicou
o que ele queria fazer

e como ele queria integrar
os moradores ao monumento,

dando emprego para eles

e ensinando arte para as crianças.

[DANNION JORDAN] Ele não quer
que nada interfira no monumento,

Seja a chuva, o Dia,

ou NYCHA...

Ele não quer que nada
interfira no projeto.

Se não interferir no projeto dele,
está tudo bem.

E se alguém interferir?

[risos]

Sabe como é, ele fica louco.

Começa a gritar, apontar o dedo,
essas coisas...

Domingo, Domingo também...

[YASMIL RAYMOND] Sempre estou aqui
Sábado e Domingo...

Eu sou o artista!

Olho antes se ninguém está sentado lá.

Sou o artista.

Ele diz: "Não."

[MARCELLA PARADISE] Se não ficar
até às três ou quatro horas,

mas sempre ficamos até as quatro,

você é expulso da sala.

Certo? Não somo observadores.

Não há observador.

O Thomas não é branco e não é europeu.

Ele é negro.

[MARCUS GREEN] Fiquei muito inspirado
pelo cartaz do Thomas.

e no cartaz está escrito:
"Todos os humanos são intelectuais".

Por isso quero começar
com a primeira citação,

que foi feita a partir dessa noção.

[LEX BROWN] A ideia do Gramsci
de que todos são intelectuais

é uma ideia muito importante.

É parte enorme do projeto,

e diz respeito a cada parte dele.

[ADAM GUESSONGO] Meu nome é Adam.

Faço grafite, desenho,

e faço esculturas.

Como isso aqui, que não terminei ainda.

Não terminei, mas eu queria fazer
o personagem de um jogo.

Você está aprendendo, ensinando,

mas as pessoas entendem, sabe,
que o Thomas está aqui.

Tem a ver com a reunião de pessoas,
aprendendo umas com as outras.

Porque eu não conheço bem
todos os caras com quem trabalho,

eu so conheço eles através dos outros.

Você passa a conhecer os outros,
a aprender com os outros,

e, sabe, é basicamente isso.

[A DESTRUIÇÃO É DIFÍCIL;
MAIS DO QUE A CRIAÇÃO. (GRAMSCI)]

Isso aqui é histórico.

E é histórico porque
nunca fizeram isso antes.