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Keep the Naturalness and Aliveness of the Practice | Talk by Thich Nhat Hanh (EN subtitles)

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    Relativamente à terceira parte (da observação do corpo no corpo), ou seja, a observação das ações corporais,
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    precisamos de fazer o nosso melhor para aplicar esta parte...
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    na nossa vida quotidiana,
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    porque o nosso corpo está sempre...
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    em movimento.
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    Na palestra anterior,
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    a Irmã Giới Nghiêm...
  • 0:30 - 0:31
    deu um exemplo.
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    Ou seja, ela deixou cair um...
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    marcador no chão.
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    E quando o marcador caiu no chão,
  • 0:40 - 0:45
    ela sabia que o marcador tinha caído no chão.
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    E depois ela...
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    quis inclinar-se
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    para apanhar o marcador.
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    Então, quando o corpo se inclina assim,
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    estamos plenamente conscientes de que o corpo se está a inclinar.
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    E quando estendemos o braço
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    para apanhar o marcador,
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    estamos plenamente conscientes de que estamos a estender o braço
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    para apanhar o marcador.
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    Quando nos erguemos,
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    estamos plenamente conscientes de que nos estamos a erguer.
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    Isso é um...
  • 1:18 - 1:20
    um exemplo.
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    Na nossa prática no dia a dia,
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    devemos aplicar este ensinamento em todas as ações corporais.
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    Tudo o que fazemos,
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    fazemos com plena consciência
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    de...
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    disso
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    —do que estamos a fazer.
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    Por isso, em...
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    no "Sa Di Luật Nghi Yếu Lược" ou "Entrar na Liberdade",
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    vemos que há gathas para praticar a atenção plena.
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    Essas gathas servem para encarnar
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    este ensinamento do Buda.
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    Por exemplo, quando estendemos a mão
  • 2:07 - 2:10
    para tocar no interruptor da luz
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    para acender a luz,
  • 2:11 - 2:14
    precisamos de estar plenamente conscientes
    de que estamos a estender a mão
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    para tocar no interruptor da luz.
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    Em vez de o fazermos mecanicamente,
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    seguimos a gatha:
    "O esquecimento é a escuridão.
  • 2:25 - 2:27
    A atenção plena é a luz.
  • 2:27 - 2:30
    Trago a minha consciência
  • 2:30 - 2:32
    para iluminar toda a vida."
  • 2:32 - 2:34
    E então, ligamos a luz.
  • 2:34 - 2:37
    Quando o interruptor é ligado,
    a luz...
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    acende-se, começa a brilhar.
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    Vemos claramente que essa luz vem da lâmpada,
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    mas — ao mesmo tempo — também é a luz da atenção plena.
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    Um praticante precisa de praticar assim.
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    Não é uma questão de, sempre que nos apetece,
    ligarmos a luz por hábito automático.
  • 2:54 - 2:56
    Porque é assim que normalmente se faz lá fora.
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    Mas na prática espiritual, precisamos de
    ligar a luz de uma forma diferente.
  • 3:02 - 3:07
    As gathas que usamos para praticar a atenção plena
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    ajudam-nos a habitar pacificamente na atenção plena em cada ação corporal
  • 3:11 - 3:13
    na nossa vida quotidiana.
  • 3:15 - 3:18
    Quando tiramos o hábito,
  • 3:18 - 3:20
    quando vestimos uma camisola,
  • 3:20 - 3:23
    quando vamos à casa de banho, etc.,
  • 3:23 - 3:25
    todas estas ações corporais
  • 3:25 - 3:31
    precisam de ser acompanhadas por consciência plena.
  • 3:39 - 3:43
    Se quisermos ser capazes de fazer isso,
  • 3:44 - 3:46
    ou seja,
  • 3:46 - 3:53
    praticar de modo que a luz da atenção plena
    possa iluminar todas as ações corporais
  • 3:53 - 3:55
    na nossa vida quotidiana,
  • 3:55 - 3:58
    precisamos de praticar até que se torne um hábito.
  • 3:58 - 4:00
    Mas este hábito
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    é mais facilmente cultivado nos retiros.
  • 4:03 - 4:05
    Porque nos retiros há muitas pessoas
  • 4:05 - 4:07
    e todos praticam como os outros.
  • 4:07 - 4:09
    Graças a isso, praticamos juntos.
  • 4:09 - 4:11
    Após alguns dias, torna-se um hábito.
  • 4:11 - 4:15
    E tudo o que fazemos, fazemos sempre
    com consciência plena.
  • 4:15 - 4:20
    Andar. Estar de pé. Sentar. Deitar.
    Comer. Beber. Trabalhar.
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    Esta prática encontra-se no Sutra Avataṃsaka
    (Kinh Hoa Nghiêm, 大方廣佛華嚴經).
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    No Sutra Avataṃsaka, há um capítulo chamado
    "Condutas Puras" (em vietnamita: "Tịnh Hạnh", ou em chinês: "净行品").
  • 4:34 - 4:36
    No capítulo "Condutas Puras",
    existem muitas gathas
  • 4:36 - 4:39
    que podemos recitar
    quando vestimos um hábito ou uma camisola,
  • 4:39 - 4:40
    quando defecamos,
  • 4:40 - 4:43
    quando...
  • 4:44 - 4:45
    atravessamos um rio,
  • 4:45 - 4:48
    quando lavamos os pés,
  • 4:48 - 4:50
    quando enxaguamos a boca.
  • 4:51 - 4:53
    Esta tradição da atenção plena
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    existe há muito tempo.
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    Tem origem no Sutra da Plena Atenção à Respiração.
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    É como quando...
  • 5:13 - 5:15
    acendemos uma vela.
  • 5:17 - 5:19
    Ao segurar a caixa de fósforos,
  • 5:19 - 5:22
    estamos plenamente conscientes de que estamos a segurar a caixa de fósforos.
  • 5:22 - 5:24
    Quando...
  • 5:24 - 5:28
    riscamos o fósforo na lateral da caixa
    para o acender,
  • 5:28 - 5:30
    estamos plenamente conscientes de que estamos a riscar o fósforo
  • 5:30 - 5:33
    e de que surge a chama.
  • 5:33 - 5:35
    Quando levamos o fósforo aceso à vela,
  • 5:35 - 5:39
    estamos plenamente conscientes de que
    estamos a levar o fósforo para acender a vela.
  • 5:39 - 5:42
    "Acendendo esta vela,
    ofereço luz a incontáveis Budas.
  • 5:42 - 5:47
    A paz e a alegria que sinto,
    iluminam a face da Terra."
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    Inspiramos ao recitar o primeiro verso.
  • 5:51 - 5:55
    Expiramos ao recitar o segundo verso.
  • 5:55 - 5:57
    Com isso,
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    reestabelecemos o corpo e a mente
    no círculo da atenção plena.
  • 6:02 - 6:06
    Isto cria a substância e o material belos
  • 6:06 - 6:08
    que fazem de alguém um monástico, um praticante.
  • 6:08 - 6:11
    Essa substância e material belos — essa substância e material da atenção plena,
  • 6:11 - 6:14
    geram concentração e compreensão profunda.
  • 6:14 - 6:18
    Por isso, cada ação corporal
  • 6:18 - 6:22
    deve ser iluminada pela luz da atenção plena.
  • 6:27 - 6:31
    Na tradição Theravāda,
    por vezes leva-se esta prática
  • 6:31 - 6:34
    ao ponto de se tornar bastante...
  • 6:35 - 6:38
    bastante meticulosa.
  • 6:44 - 6:45
    E…
  • 6:46 - 6:49
    por vezes, se praticarmos dessa maneira,
  • 6:50 - 6:54
    sentimos que
  • 6:54 - 6:56
    é um pouco forçado.
  • 6:56 - 6:59
    A vida já não se torna…
  • 7:00 - 7:03
    já não se torna natural.
  • 7:04 - 7:07
    Imaginemos que alguém está…
  • 7:08 - 7:10
    a apanhar um pedaço de comida com os pauzinhos
  • 7:10 - 7:13
    ou a levar uma colherada de comida,
    e a colocá-la na boca.
  • 7:14 - 7:16
    Quando se leva a colherada de comida, a pessoa…
  • 7:16 - 7:19
    repete em silêncio: "Colher. Colher. Colher."
  • 7:19 - 7:22
    Quando a aproxima da boca, diz:
    "Levar. Levar. Levar."
  • 7:22 - 7:24
    Quando coloca a comida na boca,
  • 7:24 - 7:26
    diz: "Colocar na boca. Colocar na boca. Colocar na boca."
  • 7:26 - 7:30
    Depois: "Mastigar. Mastigar. Mastigar. Mastigar. Mastigar."
  • 7:30 - 7:33
    A pessoa repete a descrição breve da ação a cada momento.
  • 7:33 - 7:36
    E por fim: "Engolir."
  • 7:36 - 7:40
    Provavelmente, a atenção plena está lá,
  • 7:40 - 7:44
    e a atenção plena é guiada por esse reconhecimento inicial,
  • 7:45 - 7:49
    guiada por essas pequenas frases.
  • 7:49 - 7:52
    "Colher. Colher.
    Levar. Levar. Levar.
  • 7:52 - 7:53
    Colocar na boca. Colocar na boca.
  • 7:53 - 7:55
    Mastigar. Mastigar. Mastigar. Mastigar. Mastigar.
  • 7:55 - 7:57
    E engolir."
  • 7:57 - 7:59
    É assim que, por vezes, se pratica.
  • 8:01 - 8:03
    Provavelmente, ao praticar assim,
  • 8:03 - 8:05
    está presente a…
  • 8:07 - 8:10
    vontade de praticar a atenção plena de forma diligente.
  • 8:11 - 8:16
    Mas podemos cair numa situação
    em que tudo se torna demasiado forçado e inflexível.
  • 8:16 - 8:18
    Não sentimos um sentido de vitalidade,
  • 8:18 - 8:21
    nem um sentimento de paz interior, de alegria, de contentamento,
  • 8:21 - 8:24
    nem um sentido de naturalidade nesta forma de prática.
  • 8:27 - 8:29
    Se alguma vez…
  • 8:30 - 8:33
    participaste…
  • 8:34 - 8:39
    num retiro assim, verás que, quando as pessoas caminham,
  • 8:42 - 8:45
    em vez de…
  • 8:49 - 8:51
    em vez de apenas reconhecer inicialmente:
  • 8:51 - 8:54
    "Este é o pé esquerdo a pisar.
  • 8:54 - 8:57
    Este é o pé direito a pisar.
  • 8:58 - 9:00
    Esta é a inspiração.
  • 9:02 - 9:04
    Esta é a expiração,"
  • 9:05 - 9:08
    as pessoas podem…
  • 9:08 - 9:11
    as pessoas podem praticar de forma muito mais meticulosa.
  • 9:11 - 9:13
    Eis como praticam:
  • 9:15 - 9:17
    Erguer.
  • 9:17 - 9:19
    Mover.
  • 9:19 - 9:20
    Colocar.
  • 9:20 - 9:21
    Erguer.
  • 9:21 - 9:23
    Mover.
  • 9:23 - 9:24
    Colocar.
  • 9:24 - 9:26
    Erguer.
  • 9:26 - 9:27
    Mover.
  • 9:27 - 9:28
    Colocar.
  • 9:28 - 9:29
    Erguer.
  • 9:29 - 9:30
    Mover.
  • 9:30 - 9:32
    Colocar.
  • 9:32 - 9:33
    Erguer.
  • 9:33 - 9:34
    Mover.
  • 9:34 - 9:35
    Colocar.
  • 9:35 - 9:39
    É assim que a prática da atenção plena é feita
  • 9:39 - 9:42
    em muitos retiros
  • 9:42 - 9:44
    da…
  • 9:46 - 9:48
    tradição Theravāda.
  • 9:50 - 9:53
    Vemos claramente que há uma intenção de aplicar com rigor
  • 9:53 - 9:55
    os ensinamentos do Buda.
  • 9:57 - 10:00
    Algumas pessoas vão ainda mais longe:
  • 10:00 - 10:01
    "Querendo erguer.
  • 10:01 - 10:02
    Preparando-se para erguer.
  • 10:02 - 10:04
    Tendo erguido.
  • 10:04 - 10:05
    Querendo
  • 10:05 - 10:06
    avançar.
  • 10:06 - 10:08
    Avançando.
  • 10:08 - 10:09
    Tendo avançado.
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    Preparando-se para pousar o pé.
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    Tendo pousado o pé no chão."
  • 10:12 - 10:15
    Dividem tudo em…
  • 10:15 - 10:17
    frações de segundo, em…
  • 10:17 - 10:20
    momentos minúsculos assim.
  • 10:20 - 10:22
    Vemos que há esta determinação
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    em seguir muito de perto
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    cada ação do corpo,
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    e há o desejo de o fazer muito bem, da melhor forma possível.
  • 10:31 - 10:34
    Mas podemos cair no erro
  • 10:34 - 10:36
    de tornar a nossa prática da atenção plena
    forçada e inflexível,
  • 10:36 - 10:39
    privando-a de vida.
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    Entretanto, a tradição em Plum Village
  • 10:44 - 10:46
    está muito bem definida,
  • 10:46 - 10:47
    ou seja, praticamos a atenção plena de tal forma
  • 10:47 - 10:50
    que, durante toda a prática, há vida,
  • 10:50 - 10:53
    há este sentido de estarmos presentes,
  • 10:53 - 10:55
    há vitalidade,
  • 10:56 - 10:58
    e há também alegria e felicidade.
  • 10:58 - 10:59
    Porque é assim?
  • 10:59 - 11:02
    Porque a vida está cheia de maravilhas.
  • 11:02 - 11:05
    Essas maravilhas estão dentro de nós
  • 11:05 - 11:06
    e ao nosso redor.
  • 11:06 - 11:09
    Quando há atenção plena,
    quando há plena consciência,
  • 11:09 - 11:13
    conseguimos entrar em contacto com essa vida
  • 11:13 - 11:15
    e com essas maravilhas.
  • 11:15 - 11:17
    Por isso, a atenção plena
  • 11:17 - 11:19
    gera alegria,
  • 11:19 - 11:20
    paz interior, felicidade,
  • 11:20 - 11:22
    e vida.
  • 11:22 - 11:25
    Esse é o princípio de Plum Village.
  • 11:25 - 11:27
    Se disseres:
  • 11:27 - 11:30
    "levantar, mover, pousar"
  • 11:30 - 11:32
    e "levantar, mover, pousar,"
  • 11:32 - 11:34
    e caminhares assim durante uma hora,
  • 11:34 - 11:37
    sem sentires qualquer alegria,
    sem estares em contacto com a vida,
  • 11:37 - 11:42
    essa prática é feita apenas por aparência.
  • 11:42 - 11:44
    Podemos dizer que o mais importante
  • 11:44 - 11:50
    é treinarmo-nos para ter concentração…
  • 11:50 - 11:53
    para termos atenção plena e concentração.
  • 11:53 - 11:56
    Onde há atenção plena e concentração, há entendimento.
  • 11:56 - 11:58
    Podemos afirmar isso.
  • 12:00 - 12:04
    No entanto, atenção plena…
  • 12:07 - 12:09
    este tipo de atenção plena
  • 12:16 - 12:21
    é aquela que faz surgir a vida, o sentido de estarmos vivos.
  • 12:25 - 12:28
    Todos queremos praticar muito bem,
  • 12:28 - 12:30
    e
  • 12:30 - 12:32
    praticar…
  • 12:32 - 12:35
    de forma muito perfeita.
  • 12:35 - 12:38
    Mas sabemos que
  • 12:38 - 12:41
    os ensinamentos do Buda foram pronunciados…
  • 12:41 - 12:43
    pela boca do Buda:
  • 12:43 - 12:45
    "Os meus ensinamentos
  • 12:45 - 12:47
    trazem paz e felicidade
  • 12:47 - 12:49
    durante todo o tempo da prática,
  • 12:49 - 12:52
    no presente e no futuro.
  • 12:52 - 12:54
    O meu ensinamento, a minha prática,
  • 12:54 - 12:57
    são belos no início,
  • 12:57 - 12:58
    no meio,
  • 12:58 - 13:00
    e no fim."
  • 13:01 - 13:03
    A paz interior, a alegria e a felicidade de hoje
  • 13:03 - 13:07
    trazem paz interior, alegria e felicidade para amanhã.
  • 13:07 - 13:09
    Se hoje não houver paz interior, alegria e felicidade,
  • 13:09 - 13:12
    como poderão existir paz interior, alegria e felicidade amanhã?
  • 13:12 - 13:13
    A paz e felicidade de hoje
  • 13:13 - 13:15
    tornam possível a paz e felicidade de amanhã.
  • 13:15 - 13:19
    Por isso, na prática, tem de haver vida,
  • 13:19 - 13:21
    e tem de haver…
  • 13:22 - 13:24
    paz interior, felicidade e bem-estar.
  • 13:24 - 13:28
    Se na nossa prática não encontramos vida,
  • 13:28 - 13:31
    nem paz interior, nem felicidade,
    nem bem-estar,
  • 13:31 - 13:34
    sabemos que, segundo os critérios
    definidos pelo Buda,
  • 13:34 - 13:36
    ainda não é o verdadeiro Dharma,
  • 13:36 - 13:40
    ainda não é o "Dharma vivo."
  • 13:41 - 13:43
    E sabemos que, em qualquer religião,
  • 13:43 - 13:48
    as pessoas facilmente misturam algum formalismo.
  • 13:48 - 13:53
    Por isso devemos evitar cair no formalismo.
  • 13:57 - 14:00
    Tomemos o exemplo de comer.
  • 14:01 - 14:05
    Deve haver paz interior e felicidade em nós durante todo o tempo em que comemos.
  • 14:05 - 14:09
    Essa paz interior e felicidade surgem do facto de estarmos realmente presentes
  • 14:09 - 14:12
    durante todo o tempo em que comemos com a sangha, a comunidade.
  • 14:12 - 14:15
    Entramos em contacto com a comida
  • 14:15 - 14:17
    — o presente da Terra e do Céu.
  • 14:17 - 14:21
    E entramos em contacto com a comunidade
    que está sentada à nossa volta.
  • 14:21 - 14:23
    Se ruminamos o passado,
  • 14:23 - 14:28
    ou nos preocupamos com o futuro,
    se estamos sentados mas não estamos realmente presentes,
  • 14:28 - 14:29
    então,
  • 14:29 - 14:33
    a nossa prática não tem sucesso.
  • 14:33 - 14:36
    Se não conseguimos estar plenamente conscientes de que estamos sentados aqui,
  • 14:36 - 14:38
    de que estamos vivos,
  • 14:38 - 14:40
    a comer estes alimentos
  • 14:40 - 14:42
    e rodeados por uma comunidade querida de praticantes,
  • 14:42 - 14:44
    a vida não está disponível,
  • 14:44 - 14:46
    e a alegria e a felicidade não estão disponíveis.
  • 14:46 - 14:49
    E se…
  • 14:50 - 14:52
    se praticamos atenção plena mas…
  • 14:52 - 14:55
    ficamos presos a coisas como: "isto é 'pegar na colher, pegar na colher';
  • 14:55 - 14:57
    'isto é 'levar à boca, levar à boca';
  • 14:57 - 14:59
    'isto é 'pôr na boca, pôr na boca';
  • 14:59 - 15:01
    'isto é 'mastigar, mastigar, mastigar, mastigar';
  • 15:01 - 15:03
    'e isto é 'engolir',”
  • 15:03 - 15:08
    talvez, em termos de forma exterior,
    seja indiscutivelmente a prática da atenção plena.
  • 15:08 - 15:10
    No entanto, em termos de espírito e conteúdo da prática,
  • 15:10 - 15:12
    isto continua a ser um problema porque…
  • 15:12 - 15:15
    — segundo a nossa definição,
  • 15:15 - 15:17
    atenção plena correta significa…
  • 15:17 - 15:20
    estar plenamente presente…
  • 15:21 - 15:23
    estar plenamente presente…
  • 15:24 - 15:26
    estar plenamente presente…
  • 15:27 - 15:30
    e estar em contacto com a vida.
  • 15:30 - 15:32
    Ser atento
  • 15:32 - 15:35
    é estar totalmente
  • 15:35 - 15:37
    presente.
  • 15:41 - 15:45
    Ser atento é estar totalmente presente,
  • 15:45 - 15:49
    é tocar a vida a cada segundo,
  • 15:51 - 15:54
    e experimentar as maravilhas da vida
  • 15:54 - 15:57
    a cada segundo. Essa é a nossa definição.
  • 15:57 - 16:01
    Ser atento significa tornarmo-nos verdadeiramente presentes
  • 16:01 - 16:05
    em cada momento da nossa vida quotidiana,
  • 16:08 - 16:10
    com corpo e mente em perfeita unidade.
  • 16:10 - 16:13
    Ser atento significa ser capaz
    de estar em contacto com a vida
  • 16:13 - 16:17
    e com as maravilhas da vida que estão disponíveis
  • 16:17 - 16:19
    neste momento presente.
  • 16:19 - 16:21
    Por isso, quando praticamos atenção plena de forma mecânica,
  • 16:21 - 16:26
    provavelmente não conseguimos entrar em contacto com esses milagres.
  • 16:27 - 16:28
    Quando caminhamos e dizemos:
  • 16:28 - 16:31
    "Levantar, levantar, levantar;
  • 16:31 - 16:33
    já levantado;
  • 16:33 - 16:36
    mover, mover, mover;
  • 16:36 - 16:39
    pousar o pé, pousar o pé;
    já pousado,"
  • 16:39 - 16:41
    isso pode ser considerado um sucesso
  • 16:41 - 16:44
    em termos de…
  • 16:45 - 16:47
    seguir de perto cada ação corporal.
  • 16:47 - 16:52
    Mas essa ação do corpo
    deixa de ser uma ação natural.
  • 16:53 - 16:56
    Deixa de ser uma ação natural do corpo.
  • 16:56 - 16:59
    Perdemos a nossa naturalidade.
  • 16:59 - 17:02
    Isso pode fazer com que não estejamos verdadeiramente presentes,
  • 17:02 - 17:05
    porque ficamos tão presos à forma exterior.
  • 17:07 - 17:08
    Com isso,
  • 17:08 - 17:11
    não conseguimos estar em contacto com a vida.
  • 17:11 - 17:14
    Na tradição de Plum Village,
    podemos ver muito claramente
  • 17:14 - 17:16
    que, em cada momento da nossa vida quotidiana,
  • 17:16 - 17:18
    a vida tem de estar presente.
  • 17:18 - 17:20
    Nós temos de estar presentes
  • 17:21 - 17:22
    — temos de estar verdadeiramente presentes.
  • 17:22 - 17:25
    Só assim a vida estará verdadeiramente presente.
  • 17:25 - 17:28
    Quando estas duas coisas — nós e a vida — estão verdadeiramente presentes,
  • 17:28 - 17:33
    de forma muito natural, entramos em contacto com as maravilhas da vida.
  • 17:33 - 17:35
    Estando vivos, temos consciência de que estamos vivos.
  • 17:35 - 17:38
    A comer, temos consciência de que estamos a comer.
    A caminhar, temos consciência de que estamos a caminhar.
  • 17:38 - 17:40
    Isso significa que temos consciência desperta.
  • 17:40 - 17:44
    Chama-se despertar.
  • 17:44 - 17:47
    Uma pessoa que caminha,
    mas não tem consciência de que está a caminhar,
  • 17:47 - 17:52
    é um sonâmbulo.
  • 17:54 - 17:58
    Uma pessoa que come,
    mas não tem consciência de que está a comer,
  • 17:58 - 18:01
    é um “comedor adormecido.”
  • 18:02 - 18:07
    Uma pessoa que está sentada, mas não tem consciência
    de que está sentada, é um “sentado adormecido.”
  • 18:08 - 18:10
    Por essa razão, precisamos de ser hábeis,
  • 18:10 - 18:12
    sábios e…
  • 18:12 - 18:16
    com os pés bem assentes na terra ao treinarmo-nos.
  • 18:19 - 18:23
    Digamos que organizamos
    um retiro de 3, 5 ou 7 dias.
  • 18:23 - 18:27
    Nesse retiro, todos…
  • 18:27 - 18:29
    se treinam de tal forma
  • 18:29 - 18:31
    que
  • 18:32 - 18:36
    estar atentamente conscientes de cada ação do corpo
    se torna uma segunda natureza.
  • 18:36 - 18:38
    Todos praticam o mesmo.
  • 18:39 - 18:43
    Ao dar um passo, estamos plenamente conscientes
    de que estamos a dar um passo.
  • 18:43 - 18:45
    A mastigar…
  • 18:45 - 18:50
    arroz e tofu, estamos plenamente conscientes
    de que estamos a mastigar arroz e tofu.
  • 18:50 - 18:54
    A nossa mente, a nossa atenção, está ali mesmo.
  • 18:55 - 18:57
    Isso,
  • 18:57 - 19:01
    no Cristianismo, chama-se “tâm tại,”
    que significa “mente presente.”
  • 19:01 - 19:05
    Mas, quando fazemos algo
    sem estarmos conscientes de o fazer,
  • 19:05 - 19:08
    quando a nossa mente e atenção estão noutro lugar,
    chama-se “tâm bất tại” (“mente ausente”).
  • 19:08 - 19:11
    - a tua mente não está presente
  • 19:13 - 19:15
    [Tocando o sino]
  • 19:19 - 19:23
    [Sino]
  • 19:40 - 19:43
    Por isso, não devemos seguir a prática
  • 19:43 - 19:46
    chamada “dividir um fio de cabelo em quatro partes,
  • 19:47 - 19:50
    e depois dividir uma dessas partes em mais quatro.”
  • 19:50 - 19:51
    Ao praticar assim,
  • 19:51 - 19:54
    embora exista a boa intenção de praticar
    os ensinamentos do Buda o melhor possível,
  • 19:54 - 19:57
    provavelmente falharemos em praticar
    no espírito ensinado pelo Buda.
  • 19:57 - 20:00
    “Dividir um fio de cabelo em quatro partes”
  • 20:02 - 20:06
    — a tendência de sobreanalisar,
  • 20:06 - 20:09
    existe há milénios.
  • 20:09 - 20:14
    Na literatura do Abhidharma (A Tỳ Đàm),
  • 20:14 - 20:16
    também existe essa tendência,
  • 20:16 - 20:20
    que analisa um fio de cabelo
    em quartos, e depois em oitavos.
  • 20:20 - 20:22
    Se na nossa prática fizermos o mesmo,
  • 20:22 - 20:26
    teme-se que, dessa forma de praticar,
  • 20:26 - 20:28
    acabemos por ser privados
  • 20:28 - 20:33
    da essência e da vitalidade da prática.
Title:
Keep the Naturalness and Aliveness of the Practice | Talk by Thich Nhat Hanh (EN subtitles)
Description:

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Video Language:
English
Duration:
20:36

Portuguese subtitles

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