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Como abordar a diversidade e a inclusão no local de trabalho

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    Todo mundo tem aquela amiga,
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    sabe, aquela que é determinada,
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    que, não importa qual seja a pergunta,
  • 0:10 - 0:14
    sempre dá um jeito de dar a resposta
    sobre uma coisa que ela é determinada.
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    Eu sou essa amiga.
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    (Risos)
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    E a coisa pela qual sou determinada
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    é o racismo.
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    Se alguém me perguntar: "Janet, tem planos
    para o feriado da independência?",
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    quero responder: "Sim, vou assistir
    a todos os episódios de 'Raízes'".
  • 0:30 - 0:31
    (Risos)
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    Ou, se disserem: "Janet,
    tenho uma piada pra você:
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    'Por que a galinha atravessou a estrada?'"
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    "Era uma galinha preta?
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    Talvez por causa da gentrificação."
  • 0:40 - 0:41
    (Risos)
  • 0:43 - 0:45
    (Aplausos)
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    Mas, para mim, a determinação
    não é apenas se importar com alguma coisa.
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    É se importar o bastante
    para fazer alguma coisa a respeito.
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    Não é só pensar, é fazer.
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    Não é só rezar, é se mexer.
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    Sou determinada a respeito do racismo
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    porque sei que a determinação
    pode destruí-lo.
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    Aprendi isso há muitos anos.
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    Em 1984, eu estudava na Davidson College,
    em Davidson, Carolina do Norte.
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    Davidson é uma cidadezinha do sul,
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    dividida por ferrovias:
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    Davidson branca de um lado
    e Davidson negra do outro.
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    Como os alunos negros moravam
    no lado branco dos trilhos,
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    ficamos acostumados
    a nos pararem no centro da cidade
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    e pedirem nossos documentos,
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    até a polícia memorizar nosso rosto.
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    Mas, felizmente, não durou muito tempo,
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    porque, de 1,2 mil alunos,
    apenas 52 de nós eram negros.
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    Havia um professor negro
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    e um reitor assistente negro.
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    As coisas não eram
    muito melhores no campus.
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    Eu não aceitava isso bem.
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    Então, comecei a escrever coisas.
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    Depois, comecei a gritar coisas.
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    Após cerca de três anos disso,
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    eu me cansei.
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    Então, decidi escrever mais uma coisa.
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    Escrevi uma coisa chamada "Project '87".
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    O Project '87 era realmente
    apenas um desafio para Davidson:
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    em três anos, até 1987,
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    matricular 100 alunos negros,
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    contratar dez professores negros,
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    criar cinco classes de estudos negros
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    e contratar um reitor negro.
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    Não parecia especialmente revolucionário,
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    mas a diferença
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    é que também desafiamos Davidson
    a dizer que, se você não fizer isso,
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    questionaremos seu compromisso
    com a diversidade.
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    Era um problema real.
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    Colocamos alguns números reais.
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    Demos algumas consequências reais.
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    O campus foi à loucura.
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    Mas, felizmente, no meio disso,
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    Davidson teve um novo presidente,
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    que também era determinado
    a respeito do racismo.
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    Então, ele criou uma força-tarefa
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    para abordar os assuntos do Project '87.
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    Vários meses depois,
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    produzimos um relatório de 77 páginas,
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    que foi a base para toda a mudança
    que veio a seguir.
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    Eu não estava lá para ver aquela mudança,
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    porque, na verdade, em 1985, eu me formei.
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    (Vivas) (Aplausos)
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    Vocês estão olhando para as três pessoas
    mais felizes do mundo naquele dia,
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    porque eu estava saindo.
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    (Risos)
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    No entanto, a mudança aconteceu de fato,
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    e, hoje, há 185 alunos negros,
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    16 professores negros ou multirraciais,
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    quatro reitores negros,
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    e há todo um departamento de estudos
    africanos que concede diplomas.
  • 3:49 - 3:51
    (Aplausos)
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    O Project '87 mudou Davidson.
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    Mas também me mudou, porque me ensinou
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    que há muito poder na determinação.
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    Hoje sou redatora executiva de discursos
    para uma das maiores empresas do mundo.
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    É uma profissão 92% branca
    e predominantemente masculina,
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    o que me torna um pouco um unicórnio.
  • 4:18 - 4:20
    Mas sou um unicórnio determinado.
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    (Risos)
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    A questão sobre redigir discursos
    é muito pessoal.
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    Passo muito tempo em conversas profundas
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    com o presidente da empresa
    e os executivos seniores,
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    e, muitas vezes, essas conversas
    se transformam em diversidade e inclusão,
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    sobre as quais, é claro,
    fico sempre feliz em conversar.
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    Mas, depois de algumas dessas conversas,
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    cheguei a uma conclusão:
  • 4:44 - 4:47
    acredito que as empresas
    estejam em condições de fazer algo
  • 4:47 - 4:49
    que nenhuma outra entidade possa fazer.
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    As empresas podem acabar com o racismo.
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    As faculdades não podem.
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    Há 5 mil delas nos Estados Unidos
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    e apenas 20 milhões de alunos
    se matricularam.
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    As igrejas também não podem.
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    Apenas 35% de nós vamos
    à igreja com frequência,
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    e, quando vamos,
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    11 horas da manhã de domingo é
    "a hora de maior segregação" nos EUA.
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    Mas, as empresas?
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    Há 162 milhões de pessoas
    apenas na força de trabalho dos EUA,
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    pessoas de todas as raças,
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    unidas no espírito de querer um salário
    e ter que aparecer para recebê-lo.
  • 5:25 - 5:27
    (Risos)
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    Tenho consciência de que a diversidade
    é maior do que a raça,
  • 5:31 - 5:34
    e de que o racismo é maior do que os EUA.
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    Mas a discriminação racial
    é a forma mais proeminente,
  • 5:37 - 5:40
    e Deus sabe que os EUA
    são absolutamente os melhores nisso.
  • 5:40 - 5:44
    Mas, e se
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    trabalhássemos em ambientes
    diversos e inclusivos
  • 5:49 - 5:51
    com os quais tivéssemos algo para fazer?
  • 5:52 - 5:56
    Já que passamos um terço
    de nossa vida no trabalho,
  • 5:56 - 5:59
    que tal se fizéssemos isso com as pessoas
    que não se parecem conosco?
  • 5:59 - 6:03
    Acho que o mundo seria um lugar
    totalmente diferente fora do trabalho.
  • 6:04 - 6:08
    Isso pode acontecer se as empresas
    forem determinadas a respeito do racismo.
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    Mas a pergunta é:
    "Como isso deve acontecer?"
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    Creio que há três coisas que as empresas
    podem utilizar do Project '87:
  • 6:16 - 6:17
    problemas reais,
  • 6:17 - 6:18
    números reais,
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    consequências reais.
  • 6:21 - 6:23
    Gostemos ou não,
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    a diversidade não é realmente
    um problema para as empresas, ainda.
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    É uma coisa boa de se ter,
    é a coisa certa a fazer,
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    mas, há décadas, tentamos defender
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    que a diversidade alimenta a inovação
    e o insight do consumidor.
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    Neste momento, é meio óbvio,
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    parece um pouco com ouvir
    um alarme de incêndio soando
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    e ficar de pé com a mão na porta quente,
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    esperando por alguns dados para lhe dizer
    que sua casa está em chamas.
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    Porque os dados já estão lá.
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    Empresas com diversidade étnica
    têm um desempenho 33% melhor que a média.
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    Os melhores locais de trabalho
    para a diversidade da Forbes
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    têm um crescimento de receita 24% maior.
  • 7:03 - 7:07
    No entanto, aqui estamos em 2018,
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    e há apenas três presidentes de empresa
    negros na lista da Fortune 500.
  • 7:12 - 7:14
    E, se seu nome for Molly ou Connor,
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    você terá 14% a mais de chances de obter
    um retorno sobre o seu currículo
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    do que se seu nome for Shanice ou DeShawn.
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    Tudo isso, apesar do fato de que até 2045,
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    há uma projeção de que os Estados Unidos
    serão um país de maioria minoritária.
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    Este é o fato:
  • 7:33 - 7:37
    o caso das empresas para a diversidade,
    como encontra-se hoje,
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    não indica realmente qualquer problema.
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    A única maneira de as empresas
    mostrarem determinação
  • 7:42 - 7:44
    a respeito da diversidade racial
  • 7:44 - 7:47
    é se tiverem um problema urgente
  • 7:47 - 7:50
    e referente a alguém
    além das pessoas de cor.
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    Tenho um:
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    que tal os empregados e os consumidores?
  • 7:55 - 7:57
    Porque não importa
    em que empresa estivermos,
  • 7:57 - 7:59
    iremos precisar deles, certo?
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    Vamos falar sobre alguns números reais.
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    Se você tem empregados e consumidores,
    será que não faria sentido
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    se eles se parecessem um pouco
    com as pessoas que trabalham para você?
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    Se for esse o caso, talvez sua base
    de empregados devesse ser de 13% de negros
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    e de 18% de hispânicos,
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    porque é assim que a população se parece.
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    Talvez seja assim que sua base
    de consumidores se pareça.
  • 8:24 - 8:25
    Mas sejamos claros:
  • 8:25 - 8:29
    diversidade e inclusão
    não significam as mesmas coisas.
  • 8:29 - 8:32
    Diversidade é um jogo de números.
  • 8:32 - 8:34
    Inclusão trata-se de impacto.
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    As empresas podem autorizar a diversidade,
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    mas têm que cultivar a inclusão.
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    Se você busca inclusão,
  • 8:42 - 8:45
    tem que calcular alguns números
    um pouco diferentes.
  • 8:45 - 8:48
    Que tal 30%?
  • 8:48 - 8:51
    Porque esse é o ponto
    em que a pesquisa mostra
  • 8:51 - 8:56
    que as vozes das minorias
    começam realmente a ser ouvidas.
  • 8:56 - 8:58
    Se você quiser um problema real,
  • 8:58 - 9:00
    precisará de números reais pra resolvê-lo,
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    e, se não quiser estabelecer
    números reais,
  • 9:02 - 9:06
    talvez você não seja realmente sério
    a respeito de diversidade e inclusão.
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    Isso me traz ao meu terceiro ponto:
  • 9:09 - 9:11
    consequências reais.
  • 9:11 - 9:12
    Pensem nisto:
  • 9:12 - 9:16
    se o pessoal de vendas esquece o que deve
    fazer e não apresenta bons resultados,
  • 9:16 - 9:17
    o que fazemos?
  • 9:17 - 9:20
    Damos a eles um pouco de tempo,
    talvez algum treinamento.
  • 9:20 - 9:23
    Mas, se acabarem
    não alcançando os resultados,
  • 9:23 - 9:24
    nós os despedimos.
  • 9:24 - 9:28
    No entanto, quando começamos a falar
    sobre diversidade e inclusão,
  • 9:28 - 9:30
    usamos termos como "responsabilidade".
  • 9:30 - 9:34
    Talvez repreendemos e restringimos
    um incentivo ou dois.
  • 9:34 - 9:36
    Mas sabem qual é o melhor incentivo?
  • 9:36 - 9:37
    Um emprego.
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    E sabem qual é o melhor desincentivo?
  • 9:40 - 9:41
    A perda do emprego.
  • 9:41 - 9:45
    Se as empresas realmente
    quiserem responsabilidade,
  • 9:45 - 9:47
    deveriam assumir que isso é um fato.
  • 9:47 - 9:48
    As consequências
  • 9:48 - 9:51
    são o que acontece quando você não faz
    o que está sob sua responsabilidade.
  • 9:52 - 9:54
    Imaginem isto:
  • 9:54 - 10:01
    um lugar em que pessoas
    de todas as cores e raças
  • 10:01 - 10:06
    estejam presentes e subindo
    cada degrau da escada corporativa;
  • 10:06 - 10:08
    em que essas pessoas sintam-se seguras
  • 10:08 - 10:13
    e, de fato, espera-se delas que tragam
    seu "eu" autêntico, não representado,
  • 10:13 - 10:15
    para o trabalho todos os dias,
  • 10:15 - 10:20
    porque a diferença que elas trazem
    é tanto reconhecida como respeitada.
  • 10:20 - 10:25
    Imaginem um lugar em que as lições
    que aprendemos sobre a diversidade
  • 10:25 - 10:26
    no trabalho,
  • 10:26 - 10:28
    na verdade, transformam as coisas
  • 10:28 - 10:32
    que fazemos, pensamos
    e dizemos fora do trabalho.
  • 10:32 - 10:35
    Isso é o que irá acontecer
    se todos nós trabalharmos juntos
  • 10:35 - 10:37
    para consertar o que está quebrado.
  • 10:37 - 10:40
    Isso é o que acontece se pararmos de rezar
    para que as mudanças aconteçam
  • 10:40 - 10:43
    e começarmos realmente
    a nos mexer para fazer isso.
  • 10:43 - 10:46
    Esse é o poder da determinação.
  • 10:46 - 10:47
    Obrigada.
  • 10:47 - 10:49
    (Vivas) (Aplausos)
Title:
Como abordar a diversidade e a inclusão no local de trabalho
Speaker:
Janet Stovall
Description:

Imagine um local de trabalho em que pessoas de todas as cores e raças possam subir cada degrau da escada corporativa, e em que as lições que aprendemos sobre a diversidade no trabalho realmente transformem as coisas que fazemos, pensamos e dizemos fora do local de trabalho. Como chegamos lá? Nesta palestra franca, a defensora da inclusão Janet Stovall compartilha um plano de ação de três partes para criar locais de trabalho em que as pessoas sintam-se seguras e que espera-se que sejam seu "eu" autêntico, não representado.

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
11:04

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