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    As cordas dedilhadas e percutidas
    são outra vertente dos instrumentos de cordas.
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    Há uma história interessantíssima
    para iniciar essa ideia da corda dedilhada.
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    Disse Dalila de Apolo,
    ou Lila de Mercúrio,
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    a mitologia fala que Mercúrio roubou
    uma vaca de Apolo
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    e se escondeu em uma caverna
    temendo represálias de Apolo, o dono da vaca.
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    O tempo foi passando
    e Mercúrio comeu a vaca.
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    O tempo foi passando
    e Mercúrio viu uma tartaruga caminhando
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    pela entrada daquela caverna
    onde se escondia,
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    ele foi lá,
    matou e comeu a tartaruga.
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    Mas ele pensou que não podia ficar
    escondido pelo resto de sua eternidade.
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    O que ele fez?
    Ele pegou o couro da vaca de Apolo,
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    colocou sobre o casco da tartaruga,
    junto a dois galhos de junco,
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    e esticou as tripas da vaca de Apolo
    já morta naquele galho de junco.
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    Segundo a mitologia grega, aí surgiu
    o primeiro instrumento de corda dedilhada.
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    Veja o vídeo.
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    Sendo verdade ou não,
    só mitologia ou não,
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    certamente os instrumentos de corda também
    vieram lá dos países árabes,
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    essa é uma boa ilustração para entender
    o que é um instrumento de corda dedilhada.
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    Mas vamos começar com um bem conhecido,
    aquele que você já deve ter visto
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    certamente em vários lugares.
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    Lembra-se de um banquinho e um violão?
    Então ouça o timbre do violão.
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    O timbre do violão é muito conhecido.
    O violão também tem uma trajetória longa.
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    Vem do instrumento árabe chamado alaúde,
    que daqui a pouco vamos ouvir.
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    Mas, por questões religiosas,
    o instrumento árabe na retomada cristã
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    acabou sendo transformado
    em outro instrumento tipicamente espanhol
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    chamado "vihuela".
    Depois vai para o norte de Portugal
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    e vem para o Brasil durante o período
    de dominação, de colonização.
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    Bom, todos os instrumentos de cordas
    dedilhadas que se apoiam sobre as pernas
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    vão vir desses instrumentos originários.
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    Mas vamos pensar agora
    em um dos instrumentos
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    que foram desdobrados
    no período da colonização,
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    quando a "vihuela", aquele instrumento
    criado no sul da Península Ibérica
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    para substituir o alaúde,
    que era um instrumento árabe,
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    na reconquista cristã, esse instrumento,
    que subiu para o norte de Portugal,
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    se tornou a viola de Amarante,
    viola braguesa,
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    veio para o Brasil
    e manteve os 5 pares de cordas.
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    E se tornou a viola caipira,
    que certamente você já ouviu.
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    Ouça o timbre da viola caipira tocando
    o belíssimo tema de "Game of Thrones".
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    Agora chegamos naquele instrumento
    que eu disse para vocês,
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    que talvez seja a origem de tudo,
    o instrumento árabe chamado alaúde.
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    O alaúde é um instrumento muito engraçado.
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    Você vai perceber sua forma
    nesse clipe logo a seguir.
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    Alaúde é uma palavra já aportuguesada
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    do termo originário na língua árabe:
    "al'ud", instrumento feito de madeira,
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    que vem da madeira.
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    Então, o "al'ud", ou simplesmente "oud",
    virou "lud", "laud",
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    ou seja, chegou ao que em português
    chamamos de alaúde.
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    Ele tem 5 pares de cordas.
    E sabe o que mais ele tem?
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    Ele tem a cravelha,
    onde se prendem as cordas.
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    Só que ele não é como o violão, reto.
    Essa cravelha está virada para trás.
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    Ele tem um ângulo de até 90° para trás.
    Perceba essa sonoridade.
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    Quem nunca viu uma harpa?
    Não são somente os anjos que tocam harpas.
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    Todos que estudarem um instrumento
    podem tocar harpa.
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    Além do que se chama de dom,
    é preciso muito mais técnica e persistência.
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    A harpa é daqueles instrumentos de cordas
    que mais precisam de dedicação.
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    Perceba o som da harpa.
    Ouça como é belíssimo.
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    Você já ouviu um cravo?
    Sim, certamente.
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    Talvez não soubesse o nome
    desse instrumento.
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    O cravo é também um instrumento
    de corda dedilhada.
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    O cravo tem o formato de um piano
    do final do século XVII e início do XVIII.
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    Ou seja, aquele instrumento de teclado
    que tem também um corpo que se estende.
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    Mas, ao contrário do piano, o cravo,
    quando você aciona as teclas,
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    ele belisca uma corda,
    dá um som típico e muito lindo.
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    Na verdade, o cravo foi a representação
    da aristocracia europeia
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    do final do século XVI até mais ou menos
    a primeira metade do século XVIII.
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    Depois, as coisas mudaram.
    Mas ouça o som do cravo.
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    Quando existe uma corda, um outro material
    que possa percutir nessa corda,
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    vamos chamá-las de cordas percutidas.
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    Ou seja, determinado instrumentista
    pega uma corda ou um instrumento de corda
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    e pode bater com teclas.
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    Esses instrumentos tiveram origem
    em um instrumento
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    até hoje muito popular na Hungria
    e na Polônia
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    chamado kantele e/ou cimbalom.
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    É aquele instrumento de forma trapezoidal
    enorme que se apoia sobre a mesa
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    e se bate com baquetas especiais,
    mas com o mesmo princípio das baquetas
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    para tarol ou caixa clara.
    Estou falando do piano.
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    O piano foi inventado
    no início do século XVIII
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    por um italiano chamado
    Bartolomeo Cristofori, de Pádua.
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    O que ele fez?
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    Ele viu o cimbalom
    e a disposição das cordas do cravo,
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    e, então, criou o piano.
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    No início,
    por causa do cruzamento dessa invenção,
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    no italiano, o piano tinha o nome
    de "gravicembalo col piano e forte",
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    que significa um cravo com piano e forte.
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    E depois o instrumento virou "fortepiano",
    até chegar ao piano.
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    Escute o piano, que é bem familiar.
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    Escutaram?
    Esses instrumentos são importantes.
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    Estamos falando de timbres.
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    Quando se pensar em trilha,
    tem que se pensar em timbre.
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    Qual timbre é mais interessante
    para representar "A Pantera Cor-de-Rosa"?
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    Será que é realmente aquele saxofone?
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    Qual timbre é mais interessante
    para representar o leitmotif de Darth Vader?
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    Será que são realmente os metais?
    Pense bem.
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    O timbre também é uma das opções
    que o compositor tem na hora de escolher
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    como compor uma trilha, identificar
    e julgar moralmente um personagem.
Title:
vimeo.com/.../272217129
Video Language:
Portuguese, Brazilian
Duration:
09:09

Portuguese, Brazilian subtitles

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