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Non-Duality: No Mud, No Lotus | Thich Nhat Hanh (short teaching video)

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    Na nossa mente, temos
    uma tendência a discriminar.
  • 0:11 - 0:18
    Discriminamos contra,
    discriminamos entre
  • 0:20 - 0:22
    mente e matéria.
  • 0:23 - 0:26
    E é por isso que
    fazemos a pergunta:
  • 0:26 - 0:32
    Será que a mente é um produto da matéria?
  • 0:32 - 0:36
    E a matéria é um produto da mente?
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    O materialismo diz que
  • 0:41 - 0:45
    a nossa mente é um produto da matéria,
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    e o idealismo diz que
  • 0:50 - 0:54
    o que vemos como matéria
    é apenas a nossa mente.
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    Então, continuam
    a discutir e a discordar,
  • 0:59 - 1:03
    simplesmente porque
    usam a mente discriminatória
  • 1:03 - 1:05
    para olhar para as coisas.
  • 1:05 - 1:12
    Mas na tradição do Budismo,
    mente e matéria não são duas entidades separadas.
  • 1:13 - 1:17
    Às vezes manifestam-se como mente...
  • 1:19 - 1:22
    às vezes manifestam-se como matéria.
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    É como na física subatómica:
  • 1:29 - 1:35
    a partícula elementar, às vezes,
    expressa-se como uma partícula,
  • 1:35 - 1:38
    e outras vezes como uma onda.
  • 1:39 - 1:42
    Então, dizer que é uma partícula está errado,
  • 1:42 - 1:46
    e dizer que é uma onda também está errado.
  • 1:46 - 1:48
    É ambos.
  • 1:50 - 1:53
    E esta folha de papel,
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    que tem o 'lado esquerdo' e o 'lado direito'.
  • 2:00 - 2:04
    Sabemos que não podemos
    separar o 'esquerdo' do 'direito',
  • 2:04 - 2:07
    e o 'direito' do 'esquerdo'.
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    Não é possível pegar no 'direito'
    e levá-lo para Bordéus,
  • 2:10 - 2:12
    e no 'esquerdo' e levá-lo para Toulouse.
  • 2:12 - 2:17
    Não, estão sempre juntos.
    Não podemos separá-los um do outro.
  • 2:17 - 2:22
    E isso é o ensinamento do Interser no Budismo.
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    Interser significa que não podes
    existir sozinho, por ti mesmo.
  • 2:27 - 2:30
    Tens de inter-existir connosco.
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    O 'esquerdo' tem de inter-existir com o 'direito'.
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    O 'esquerdo' não é inimigo do 'direito'. (risada leve)
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    O 'esquerdo' precisa apoiar-se no 'direito'
    para se manifestar,
  • 2:42 - 2:50
    e o 'direito' precisa apoiar-se no 'esquerdo'
    para se manifestar.
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    Isto é a mente da não-discriminação.
  • 2:57 - 3:00
    Mas se continuarmos
    com a mente da discriminação,
  • 3:00 - 3:05
    distorcemos tudo. E...
    opomos matéria à mente,
  • 3:05 - 3:09
    esquerda à direita, e assim por diante. (tosse)
  • 3:12 - 3:15
    (Inspirando) E na semana passada
    também aprendemos que
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    o sofrimento e a felicidade
    não são inimigos. (risada leve)
  • 3:26 - 3:28
    Eles inter-são.
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    O sofrimento é feito de felicidade,
    e a felicidade é feita de sofrimento.
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    Se não há sofrimento,
    não há felicidade.
  • 3:45 - 3:48
    E se não há felicidade,
    não há sofrimento.
  • 3:49 - 3:52
    É como a flor de lótus e o lodo.
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    Se não houver lodo,
    não se pode cultivar lótus.
  • 3:56 - 4:00
    E o lótus permanece por algum tempo
    e volta a ser lodo.
  • 4:01 - 4:04
    Portanto, olhando para o lótus, vês o lodo,
  • 4:04 - 4:09
    e olhando para o lodo,
    vês o futuro lótus.
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    O sofrimento é assim.
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    Alguém que tem a capacidade
    de voltar-se para si mesmo,
  • 4:20 - 4:23
    de escutar o seu próprio sofrimento,
  • 4:25 - 4:29
    e de olhar profundamente para o seu sofrimento,
  • 4:29 - 4:34
    será capaz de compreender
    que o sofrimento dentro dele
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    carrega consigo
    o sofrimento do pai, da mãe,
  • 4:39 - 4:42
    dos seus antepassados.
  • 4:43 - 4:49
    E entrar em contacto com o sofrimento dentro de si
    ajuda-te a entender o teu próprio sofrimento.
  • 4:49 - 4:53
    E compreender o sofrimento
    faz surgir a compaixão.
  • 4:55 - 4:59
    E quando a compaixão surge,
    o sofrimento diminui imediatamente,
  • 5:01 - 5:09
    porque vês o caminho
    da transformação e da cura.
  • 5:09 - 5:16
    Se tiveres compreendido
    a natureza e as raízes do teu sofrimento,
  • 5:16 - 5:21
    então o caminho para
    a cessação do sofrimento
  • 5:21 - 5:24
    aparecerá diante de ti.
  • 5:24 - 5:28
    E ao veres o caminho,
    já não tens medo.
  • 5:28 - 5:33
    Sabes como fazer bom uso
    do sofrimento para criar felicidade.
  • 5:33 - 5:39
    É como os irmãos em Plum Village,
    que sabem como aproveitar bem o lodo
  • 5:39 - 5:42
    para produzir belas flores de lótus.
  • 5:43 - 5:50
    Ainda restam uma ou duas flores de lótus
    no Upper Hamlet e no Lower Hamlet.
  • 5:53 - 6:00
    Então... então... uma das coisas que aprendeste
    na semana passada é que precisamos do sofrimento.
  • 6:02 - 6:06
    O sofrimento pode ser... pode ser útil,
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    e podemos falar sobre
    os benefícios do sofrimento.
  • 6:09 - 6:14
    Porque... ao voltar, ouvir e compreender
  • 6:14 - 6:16
    e compreender o nosso sofrimento,
  • 6:16 - 6:25
    fazemos nascer
    a compaixão e o amor.
  • 6:26 - 6:31
    E quando a compaixão e o amor nascem,
    sofremos menos imediatamente.
  • 6:31 - 6:34
    Imagina que olhas para alguém,
  • 6:36 - 6:40
    mesmo que essa pessoa
    te tenha feito sofrer muito
  • 6:40 - 6:43
    durante muitos anos.
  • 6:45 - 6:48
    Não queres olhar para ele ou ela,
  • 6:48 - 6:53
    porque... porque... sempre que olhas
    para ele ou ela, sofres.
  • 6:53 - 6:58
    Talvez acredites que essa pessoa
    te fez sofrer tanto.
  • 6:58 - 7:03
    Mas agora, com a prática,
    tu és diferente.
  • 7:04 - 7:08
    Porque já compreendeste
    o teu próprio sofrimento.
  • 7:08 - 7:15
    É por isso que és capaz de reconhecer
    o sofrimento nele, nela.
  • 7:17 - 7:23
    E compreendes por que razão
    essa pessoa sofre tanto.
  • 7:24 - 7:26
    E essa pessoa sofre muito,
  • 7:26 - 7:29
    e não sabe
    como lidar com o sofrimento.
  • 7:29 - 7:33
    Por isso, o sofrimento dela
    se espalha por toda parte,
  • 7:33 - 7:35
    e tu és uma vítima.
  • 7:35 - 7:39
    Talvez ele ou ela
    não quisesse fazer-te sofrer.
  • 7:39 - 7:43
    Simplesmente porque não sabe como,
  • 7:43 - 7:46
    não sabe lidar com o sofrimento,
  • 7:46 - 7:48
    é por isso que continua a sofrer.
  • 7:48 - 7:52
    E porque ele ou ela sofre,
    tu também tens de sofrer.
  • 7:53 - 7:55
    Tu és a segunda vítima.
  • 7:55 - 7:59
    E ele ou ela é a primeira vítima
    do seu próprio sofrimento.
  • 7:59 - 8:03
    Então, ao compreenderes
    o teu próprio sofrimento,
  • 8:03 - 8:10
    tens compaixão, tens discernimento.
    E sofres menos.
  • 8:10 - 8:13
    E isso permite-te olhar para outra pessoa,
  • 8:13 - 8:18
    e quando consegues ver o sofrimento
    nele, nela,
  • 8:18 - 8:22
    e compreendes por que razão
    essa pessoa sofre assim,
  • 8:22 - 8:27
    já não ficas zangado com ela.
  • 8:27 - 8:29
    E isso é verdade.
  • 8:29 - 8:31
    Quando olhas para alguém,
  • 8:31 - 8:35
    e consegues ver o sofrimento
    nessa pessoa,
  • 8:35 - 8:39
    que ela não é capaz
    de lidar com esse sofrimento,
  • 8:39 - 8:42
    não a culpas mais.
  • 8:42 - 8:44
    Já não estás zangado com ela.
  • 8:45 - 8:48
    Em vez disso, queres fazer algo
    ou dizer algo
  • 8:48 - 8:50
    para que ela sofra menos.
  • 8:50 - 8:54
    Isso significa que tens
    compaixão no coração.
  • 8:55 - 9:01
    E a compaixão no teu coração
    já não te faz sofrer.
Title:
Non-Duality: No Mud, No Lotus | Thich Nhat Hanh (short teaching video)
Description:

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Video Language:
English
Duration:
09:04

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