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O ViroScan de Joe DeRisi soluciona mistérios médicos

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    Como é que, como nós podemos investigar
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    esta flora de vírus que nos rodeia, e ajudar a medicina?
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    Como nós podemos transformar nosso conhecimento cumulativo em virologia
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    em uma ferramenta de diagnóstico simples e portátil?
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    Eu quero transformar tudo que nós sabemos agora sobre a detecção de vírus
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    e sobre o espectro de vírus que está por aí
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    em, digamos, um pequeno chip.
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    Quando nós começamos a pensar sobre esse projeto --
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    como nós poderíamos fazer um único teste de diagnóstico
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    para procurar por todos os patógenos simultâneamente --
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    bem, existem alguns problemas com essa idéia.
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    Primeiro, os vírus são bem complexos,
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    mas eles também estão evoluíndo muito rapidamente.
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    Isso é um picornavirus.
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    Os Picornavirus -- essas são coisas que incluem
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    a gripe comum e a polio, coisas como essas.
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    Você está olhando para a casca exterior do vírus,
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    e a cor amarela aqui são aquelas partes do vírus
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    que estão evoluíndo muito, muito rapidamente,
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    e as partes azuis não estão evoluíndo muito rapidamente.
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    Quando as pessoas pensam em fazer reagentes de detecção pan-viral,
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    geralmente o problema maior é a evolução rápida,
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    porque como nós podemos detectar coisas se elas estão sempre se modificando?
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    Mas a evolução é um equilíbrio:
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    onde você tem a mudança rápida, você também tem a ultra-conservação --
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    coisas que quase nunca mudam.
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    E então nós olhamos para isso com um pouquinho mais de cuidado,
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    e eu vou mostrar dados para vocês agora.
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    Isto é apenas uma das coisas que você pode fazer no computador, da sua mesa.
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    Eu peguei alguns desses pequenos picornavirus,
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    como a gripe comum, a pólio e assim por diante,
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    e eu apenas os quebrei em pequenos segmentos,
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    e então pegue esse primeiro exemplo, que é chamado Coxsackievirus,
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    e apenas quebre-o em pequenas aberturas.
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    E eu estou colorindo essas pequenas aberturas de azul
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    se outro vírus compartilha de uma sequência idêntica à desse vírus
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    no seu genoma.
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    Essas sequências aqui ---
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    que não codificam para proteínas, por exemplo --
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    são praticamente absolutamente idênticas considerando todas elas,
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    assim eu poderia usar essa sequência como um marcador
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    para detectar um amplo espectro de vírus,
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    sem ter que fazer alguma coisa individual.
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    Agora, aqui existe grande diversidade:
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    é aí que as coisas estão evoluindo rapidamente.
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    Aqui você pode ver uma evolução mais lenta: menor diversidade.
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    Agora, quando nós chegarmos aqui, vamos dizer,
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    o vírus da paralisia aguda de abelhas --
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    provavelmente um vírus ruim se você for uma abelha --
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    esse vírus não compartilha quase nenhuma semelhança com o Coxackievirus,
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    mas eu posso garantir a vocês que as sequências que são mais preservadas
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    nestes vírus no lado direito da tela
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    estão em regiões idênticas aqui em cima.
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    E então nós podemos encapsular essas regiões de ultra conservação
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    através da evolução -- como esses vírus evoluiram --
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    apenas escolhendo elementos de DNA ou de RNA
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    nessas regiões para representar em nosso chip como reagentes para detecção.
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    OK, isso é o que nós fizemos, mas como nós vamos fazer isso?
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    Bom, por um longo tempo, desde que eu fazia mestrado,
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    eu brincava de construir chips de DNA --
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    isto é, imprimindo DNA em vidro.
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    E isso é o que você vê aqui:
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    Essas pequenas manchas de sal são apenas DNA impresso em vidro,
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    e então eu posso colocar milhares desses em nosso chip de vidro
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    e usá-los como um reagente de detecção.
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    Nós levamos nossos chips para a Hewlett-Packard
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    e usamos a força atômica e microscópica deles em uma dessas manchas,
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    e isso é o que você vê:
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    você pode na verdade ver as bandas de DNA espalhadas no vidro aqui.
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    Então, o que nós estamos fazendo é apenas imprimindo DNA em vidro --
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    pequenas coisas achatadas -- e esses serão marcadores para patógenos.
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    OK, eu faço pequenos robôs no laboratório para fazer esses chips,
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    e eu sou um grande fã de disseminar tecnologias.
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    Se você tem dinheiro suficiente para comprar apenas um Camry,
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    você pode construir um desses, também,
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    e então nós colocamos um guia de como fazer na Web, completamente grátis,
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    com basicamente peças de pronta entrega --
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    você pode construir uma máquina que agrupa DNA na sua garagem.
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    Aqui está a seção do todo poderoso interruptor de parada de emergência.
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    (Risos)
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    Toda máquina importante tem que ter um grande botão vermelho.
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    Mas realmente, é muito robusta.
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    Você pode realmente estar fazendo chips de DNA na sua garagem,
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    e decodificando alguns programas genéticos bem rapidamente. É muito divertido.
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    (Risos)
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    E então o que a gente fez -- e esse é um projeto muito legal --
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    nós apenas começamos fazendo um chip de um vírus respiratório.
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    Eu falei sobre isso --
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    você sabe, aquela a situação quando você vai na clínica
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    e você não recebe um diagnóstico?
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    Bem, nós apenas colocamos basicamente todos os vírus respiratórios humanos
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    em um chip, e nós jogamos uns vírus de herpes para melhorar um pouco --
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    Quero dizer, por que não?
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    A primeira coisa que você faz como um cientista é,
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    você tem que ter certeza que a coisa funciona.
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    Então o que nós fizemos foi apenas pegar células de cultura de tecidos
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    e infectá-las com vários vírus,
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    e nós pegamos isso e marcamos fluorescentemente o ácido nucleico,
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    o material genético que sai dessas células de culturas de tecidos --
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    principalmente coisas virais -- e colamos no conjunto para ver onde ia colar.
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    Agora, se a sequencia de DNA combinar, eles irão colar juntos,
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    e então nós podemos olhar as manchas.
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    E se as manchas brilharem, nós sabemos que tem um certo vírus lá.
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    Isso é com o que um desses chips realmente se parece,
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    e essas manchas vermelhas são na verdade sinais vindos dos vírus.
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    E cada mancha representa uma família de vírus diferente
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    ou espécies de vírus
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    E então, esta é uma maneira dura de se ver as coisas,
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    então eu vou apenas codificar coisas como um pequeno código de barras,
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    agrupado por família, então você pode ver os resultados de uma maneira muito intuitiva.
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    O que nós fizemos foi, nós pegamos células de cultura de tecidos
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    e as infectamos com adenovírus,
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    e você pode ver esse pequeno código de barras amarelo perto dos adenovírus.
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    E, da mesma maneira, nós infectamos com parainfluenza-3 --
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    este é um paramyxovírus -- e você vê um pequeno código de barras aqui.
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    E então nós fizemos o vírus respiratório syncytial.
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    Isso é o que aflige as creches de todos os lugares --
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    é como a doença do bicho papão, basicamente.
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    (Risos)
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    Você pode ver -- você pode ver que esse código de barras é da mesma família,
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    mas é diferente de parainfluenza-3,
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    o que lhe causa uma gripe muito forte.
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    E então nós estamos conseguindo assinaturas únicas, uma impressão digital para cada vírus.
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    Polio e rhino: eles estão na mesma família, muito próximos um do outro.
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    Rhino é a gripe comum, e todos vocês sabem o que polio é,
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    e você pode ver que essas assinaturas são diferentes.
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    E vírus da herpes associado com sarcoma de Kaposi
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    mostra uma ótima assinatura aqui embaixo.
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    E então não é uma faixa qualquer ou qualquer coisa assim
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    que diz que eu tenho um vírus de um tipo específico aqui;
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    é o código de barras que em conjunto representa a coisa toda.
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    Tá certo, eu posso ver um rhinovírus --
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    e aqui está ampliado pequeno código de barras do rhinovírus --
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    mas e esses rhinovirus diferentes?
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    Como eu sei qual rhinovirus eu tenho?
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    Existem 102 variações conhecidas da gripe comum,
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    e existem apenas 102 porque as pessoas se cansaram de coletá-los:
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    existem variações novas todos os anos.
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    E então, aqui estão quatro rhinovirus diferentes,
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    e você pode ver, mesmo com seus próprios olhos,
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    sem qualquer programa de computador que combine os padrões
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    com algorítimos de reconhecimento,
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    que você pode distinguir cada um desses códigos de barras um dos outros.
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    Agora, isso é tipo um golpe baixo,
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    porque eu sei qual é a sequência genética de todos esses rhinovirus,
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    e na verdade eu desenvolvi o chip
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    expressamente para ser capaz de separá-los,
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    mas e os rhinovirus que nunca viram um sequenciador genético?
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    Nós não sabemos qual é a sequência; nós apenas a pegamos do ambiente.
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    Então, aqui estão quatro rhinovirus
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    dos quais nós nunca soubemos nada --
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    ninguém nunca os sequenciou -- e você também pode ver
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    que você tem padrões únicos e distinguíveis.
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    Você pode imaginar a construção de uma biblioteca, seja ela real ou virtual,
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    de impressões digitais de essencialmente todos os vírus.
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    Mas isto é, de novo, um golpe baixo, né?
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    Você tem células de culturas de tecidos: tem um montão de vírus.
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    E as pessoas reais?
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    Você não pode controlar pessoais reais, como você provavelmente sabe.
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    Você não tem idéia do que alguém vai tossir em um copo,
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    e isso é provavelmente complexo, certo?
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    Poderia ter montes de bacterias, poderia ter mais de um vírus,
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    e certamente tem material genético do hospedeiro,
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    então como nós lidamos com isso?
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    E como nós fazemos o controle positivo aqui?
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    Bom, é bem simples.
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    Esse sou eu, recebendo uma lavagem nasal.
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    E a idéia é, vamos inocular pessoas experimentalmente com vírus
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    então nós -- isso é tudo aprovado pelo IRB, na verdade; eles foram pagos.
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    E basicamente nós experimentalmente inoculamos pessoas
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    com o vírus da gripe comum.
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    Ou, ainda melhor, vamos apenas pegar pessoas
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    direto do pronto socorro --
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    infecções do trato respiratório indefinidas, adquiridas na comunidade.
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    Você não tem idéia do que entra pela porta.
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    Então, vamos começar com o controle positivo primeiro,
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    onde nós sabemos que a pessoa era saudável.
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    Eles receberam uma dose de vírus pelo nariz,
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    vamos ver o que acontece.
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    Dia zero: Nada acontece.
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    Eles estão saudáveis; eles estão limpos -- é impressionante.
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    Na verdade, nós pensávamos que o trato nasal estaria cheio de vírus
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    mesmo quando você está andando por aí todo saudável.
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    É muito claro. Se você está saudável, você está muito saudável.
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    Dia dois: nós pegamos um padrão muito robusto de rhinovirus,
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    e é muito semelhante ao que a gente consegue no laboratório
  • 7:54 - 7:55
    com o nosso experimento de cultura de tecidos.
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    Então isso é ótimo, mas ainda assim, tiro no escuro, certo?
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    Nós colocamos um montão de vírus no nariz desse cara. Nós --
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    (Risos)
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    -- Quero dizer, nós queremos que funcione. Quer dizer, ele realmente tinha uma gripe.
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    Então, o que acontece com as pessoas que estão andando nas ruas?
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    Então aqui estão dois indivíduos representados pelos seus códigos de identidade anônimos.
  • 8:11 - 8:15
    Ambos têm rhinovirus; nós nunca vimos esse padrão no laboratório.
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    Nós sequenciamos parte dos vírus deles;
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    eles são novos rhinovirus que ninguém nunca viu.
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    Lembre-se, nossas sequências conservadas com a evolução
  • 8:22 - 8:24
    as quais estamos usando nesse conjunto para detectar
  • 8:24 - 8:26
    menos vírus novos ou não caracterizados,
  • 8:26 - 8:30
    porque nós escolhemos o que está conservado através da evolução.
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    Aqui está outro cara. Você pode brincar do jogo do diagnóstico você mesmo.
  • 8:33 - 8:35
    Esses blocos diferentes representam
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    os diferentes vírus na família dos paramyxovirus,
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    então você pode continuar procurando
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    e ver onde o sinal está, você sabe.
  • 8:40 - 8:43
    Bem, não tem o vírus CDV canino, o que é provavelmente bom.
  • 8:43 - 8:45
    (Risos)
  • 8:45 - 8:47
    Mas até você conseguir bloquear nove,
  • 8:47 - 8:49
    você vai ver aquele vírus respiratório syncytial.
  • 8:49 - 8:52
    Talvez eles tenham filhos. E aí você pode ver, também,
  • 8:52 - 8:54
    o membro da família que está relacionado: o RSVB está aparecendo aqui.
  • 8:54 - 8:55
    Então, isso é ótimo.
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    Aqui está outro indivíduo, amostrado em dois dias diferentes --
  • 8:58 - 9:00
    visitas repetidas à clínica.
  • 9:00 - 9:03
    Este indívíduo tem parainfluenza-1,
  • 9:03 - 9:05
    e você pode ver que existe uma pequena faixa aqui
  • 9:05 - 9:08
    para o vírus Sendai: isso é parainfluenza de ratos.
  • 9:08 - 9:12
    As relações genéticas são muito próximas aqui. Isso é muito divertido.
  • 9:12 - 9:13
    Então, nós construímos o chip.
  • 9:13 - 9:17
    Nós fizemos um chip que tem todos os tipos de vírus já conhecidos e descobertos.
  • 9:17 - 9:20
    Por que não? Cada vírus de planta, cada vírus de inseto, cada vírus marinho.
  • 9:20 - 9:22
    Tudo que nós podemos pegar do GenBank --
  • 9:22 - 9:24
    isto é, o repositório nacional de sequências.
  • 9:24 - 9:27
    Agora nós estamos usando esse chip. E para que nós estamos usando ele?
  • 9:27 - 9:29
    Bem, primeiro de tudo, quando você tem um chip grande como esse,
  • 9:29 - 9:31
    você precisa de um pouco mais de informática,
  • 9:31 - 9:33
    então nós desenvolvemos o sistema para fazer diagnósticos automáticos.
  • 9:33 - 9:36
    E a idéia é, nós simplesmente temos padrões virtuais --
  • 9:36 - 9:38
    porque nós nunca vamos ter amostras de todos os vírus;
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    e isto seria praticamente impossível. Mas nós podemos ter padrões virtuais,
  • 9:41 - 9:43
    e compará-los com nossos resultados observados,
  • 9:43 - 9:47
    o que é uma mistura muito complexa, e vem com um tipo de escore
  • 9:47 - 9:50
    da probabilidade de que seja um rhinovirus ou algo assim.
  • 9:50 - 9:52
    E isso é com que isso se parece.
  • 9:52 - 9:54
    Se, por exemplo, você usar uma cultura de células
  • 9:54 - 9:56
    que está cronicamente infectada com papiloma,
  • 9:56 - 9:58
    você tem uma pequena leitura de computador aqui,
  • 9:58 - 10:02
    e nosso algoritmo diz que é provavelmente papiloma tipo 18.
  • 10:02 - 10:04
    E isto é, de fato, com o que essas culturas de células em particular
  • 10:04 - 10:06
    estão cronicamente infectadas.
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    Então vamos fazer algo um pouco mais complicado.
  • 10:08 - 10:09
    Nós colocamos um bip na clínica.
  • 10:09 - 10:12
    Quando alguém aparece, e o hospital não sabe o que fazer
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    por que eles não conseguem diagnosticar, eles ligam para nós.
  • 10:14 - 10:16
    Essa é a idéia, e nós estamos estabelecendo isso perto de San Fransisco.
  • 10:16 - 10:18
    E então, esse relato de caso aconteceu três semanas atrás.
  • 10:18 - 10:21
    Nós temos uma mulher saudável de 28 anos, sem histórico de viagem,
  • 10:21 - 10:24
    (inaudível), não fuma, não bebe.
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    10 dias de histórico de febre, suores noturnos, catarro com sangue --
  • 10:28 - 10:30
    ela está tossindo sangue -- dor muscular.
  • 10:30 - 10:34
    Ela foi para a clínica, e eles lhe deram antibióticos, certo,
  • 10:34 - 10:35
    e depois a mandaram para casa.
  • 10:35 - 10:39
    Ela voltou depois de dez dias de febre, certo -- ainda tem febre --
  • 10:39 - 10:42
    e ela está hipoxica -- ela não tem muito oxigênio nos seus pulmões.
  • 10:42 - 10:43
    Eles fizeram uma tomografia.
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    Um pulmão normal estaria meio escuro e preto aqui.
  • 10:47 - 10:49
    Toda essa parte branca -- não é bom.
  • 10:49 - 10:52
    Essa formação parecida com uma árvore e brotos indica que tem uma inflamação;
  • 10:52 - 10:54
    provavelmente tem uma infecção.
  • 10:54 - 10:57
    OK. Então, o paciente foi tratado na época
  • 10:57 - 11:01
    com um antibiótico de terceira geração cefalosporina, e doxiciclina,
  • 11:01 - 11:05
    e no terceiro dia, não ajudou: ela continuou até falência aguda.
  • 11:05 - 11:08
    Eles tiveram que entubá-la, então eles colocaram um tubo na garganta dela
  • 11:08 - 11:09
    e eles começaram a ventilá-la mecanicamente.
  • 11:09 - 11:11
    Ela não podia mais respirar sozinha.
  • 11:11 - 11:13
    O que fazer depois? Não sei.
  • 11:13 - 11:16
    Mudar os antibióticos, então eles trocaram para outro antibiótico,
  • 11:16 - 11:18
    e Tamiflu, que --
  • 11:18 - 11:20
    não está claro porque eles acharam que ela tinha a gripe --
  • 11:20 - 11:22
    mas eles trocaram para Tamiflu.
  • 11:22 - 11:24
    E no sexto dia, eles basicamente pediram arrego.
  • 11:24 - 11:28
    Você faz uma biópsia de pulmão aberto quando você não tem nenhuma outra opção.
  • 11:28 - 11:30
    Existe uma taxa de mortalidade de oito por cento apenas por realizar esse procedimento,
  • 11:30 - 11:33
    e então basicamente -- e o que eles aprenderam com isso?
  • 11:33 - 11:35
    Você está olhando para a biopsia de pulmão aberto dela.
  • 11:35 - 11:37
    E eu não sou patologista, mas você pode dizer muito a partir disso.
  • 11:37 - 11:40
    Tudo o que você pode dizer é, existe muito inchaço: bronquiolite.
  • 11:40 - 11:43
    Não era revelador: esse foi o relatório do patologista.
  • 11:43 - 11:46
    E então, para o que ela foi testada?
  • 11:46 - 11:47
    Eles têm seus próprios testes, claro,
  • 11:47 - 11:50
    e então eles a testaram para mais de 70 diferentes combinações,
  • 11:50 - 11:53
    para cada tipo de bactéria e fungos e combinações de vírus
  • 11:53 - 11:55
    que você pode comprar na pronta entrega.
  • 11:55 - 11:58
    SARS, metapneumovirus, HIV, RSV -- todos esses.
  • 11:58 - 12:02
    Todos foram negativos. Mais de 100.000 dólares gastos com exames.
  • 12:02 - 12:05
    Quero dizer, eles fizeram o máximo por essa mulher.
  • 12:05 - 12:08
    E basicamente no oitavo dia de hospitalização, eles nos chamaram.
  • 12:08 - 12:10
    Eles nos deram uma aspiração endotraqueal --
  • 12:10 - 12:12
    você sabe, um pouco de fluido da garganta,
  • 12:12 - 12:14
    deste tubo que eles colocaram lá -- e eles nos deram isto.
  • 12:14 - 12:19
    Nós colocamos no chip; o que nós vimos? Bem, nós vimos parainfluenza-4.
  • 12:19 - 12:21
    Bem, que diabos é parainfluenza-4?
  • 12:21 - 12:24
    Ninguém testa para parainfluenza-4. Ninguém liga para isso.
  • 12:24 - 12:27
    Na verdade, não é nem muito sequenciada.
  • 12:27 - 12:29
    Existe apenas um pedacinho dela que é sequenciado.
  • 12:29 - 12:31
    Quase não existe nenhum estudo epidemiológico para ela.
  • 12:31 - 12:33
    Ninguém nunca consideraria,
  • 12:33 - 12:36
    porque ninguém tinha idéia que poderia causar falência respiratória.
  • 12:36 - 12:39
    E por que isso? Apenas senso comum. Não existem dados --
  • 12:39 - 12:43
    nenhum dado para determinar se causa uma doença severa ou leve.
  • 12:43 - 12:46
    Claramente, nós temos um caso de uma pessoa saudável que está piorando.
  • 12:46 - 12:49
    OK, este é um relato de caso.
  • 12:49 - 12:51
    Eu vou dizer a vocês uma última coisa nestes últimos dois minutos
  • 12:51 - 12:54
    isto não é publicado -- irá sair amanhã --
  • 12:54 - 12:57
    e é um caso interessante de como você pode usar esse chip
  • 12:57 - 12:59
    para encontrar algo novo e abrir uma nova porta.
  • 12:59 - 13:03
    Câncer de próstata. Eu não preciso mostrar muita estatística para vocês
  • 13:03 - 13:06
    sobre câncer de próstata. A maioria de vocês já conhece:
  • 13:06 - 13:08
    a terceira principal causa de fatalidades nos EUA.
  • 13:08 - 13:10
    Vários fatores de risco,
  • 13:10 - 13:14
    mas aqui está uma predisposição genética para o câncer de próstata.
  • 13:14 - 13:16
    Para talvez cerca de 10 por cento dos câncers de próstata,
  • 13:16 - 13:18
    existem pessoas que são predispostas a ele.
  • 13:18 - 13:22
    E o primeiro gene que foi mapeado nos estudos de associação
  • 13:22 - 13:26
    para isso, câncer de próstata que ocorre prematuramente, foi esse gene chamado RNASEL.
  • 13:26 - 13:29
    O que é isso? É uma enzima de defesa antiviral.
  • 13:29 - 13:31
    Então, nós estamos sentados pensando,
  • 13:31 - 13:33
    Por que os homens que têm essa mutação,
  • 13:33 - 13:38
    um defeito no sistema de defesa antiviral, têm câncer de próstata?
  • 13:38 - 13:41
    Não faz sentido -- a não ser que, talvez, exista um vírus.
  • 13:41 - 13:47
    Então, nós colocamos tumores -- e agora nós temos mais de 100 tumores -- na nossa coleção.
  • 13:47 - 13:50
    E nós sabemos quem tem defeitos em RNASEL e quem não tem.
  • 13:50 - 13:53
    E eu estou mostrando para vocês o sinal do chip aqui,
  • 13:53 - 13:57
    e eu estou mostrando para vocês o bloco dos oligos de retrovírus.
  • 13:57 - 13:59
    E o que eu estou dizendo para vocês aqui a partir deste sinal é,
  • 13:59 - 14:03
    que homens que têm uma mutilação nesta enzima de defesa antiviral,
  • 14:03 - 14:07
    e quem tem um tumor, geralmente tem -- 40 por cento das vezes --
  • 14:07 - 14:11
    uma assinatura que revela um novo retrovirus.
  • 14:11 - 14:14
    OK, isso é bem louco. O que é isso?
  • 14:14 - 14:15
    Então, nós clonamos o vírus inteiro.
  • 14:15 - 14:19
    Primeiro de tudo, eu vou dizer a vocês o que uma pequena predição automática nos disse
  • 14:19 - 14:21
    que era muito semelhante à um vírus de rato.
  • 14:21 - 14:22
    Mas isso não nos diz muita coisa,
  • 14:22 - 14:24
    então nós clonamos a coisa toda.
  • 14:24 - 14:26
    E o genoma viral que eu estou mostrando para vocês aqui?
  • 14:26 - 14:29
    É um clássico gamma retrovirus, mas é totalmente novo;
  • 14:29 - 14:30
    ninguém tinha visto isso antes.
  • 14:30 - 14:33
    Seu parente mais próximo é, na verdade, de ratos,
  • 14:33 - 14:37
    e então nós chamariamos isso de um retrovirus xenotropico,
  • 14:37 - 14:40
    porque está infectando uma espécie que não é ratos.
  • 14:40 - 14:42
    E esta é uma pequena árvore filogenética
  • 14:42 - 14:44
    para ver como ele é relacionado a outros vírus.
  • 14:44 - 14:47
    E então o que nós fizemos para muitos pacientes agora,
  • 14:47 - 14:50
    e nós podemos dizer que elas são todas infecções independentes.
  • 14:50 - 14:51
    Eles todos têm o mesmo vírus,
  • 14:51 - 14:54
    mas eles são diferentes o suficiente para que não haja nenhuma razão para acreditar
  • 14:54 - 14:56
    que eles foram adquiridos independentemente.
  • 14:56 - 14:58
    Está realmente no tecido? E eu vou finalizar com isso. Sim.
  • 14:58 - 15:01
    Nós pegamos pedaços dessas biópsias do tecido do tumor
  • 15:01 - 15:03
    e usamos materiais para localizar o vírus,
  • 15:03 - 15:07
    e nós encontramos células aqui com partículas virais nelas.
  • 15:07 - 15:09
    Esses caras realmente têm esses vírus.
  • 15:09 - 15:11
    Esse vírus causa o câncer de próstata?
  • 15:11 - 15:15
    Nada do que eu estou dizendo aqui implica em casualidade. Eu não sei.
  • 15:15 - 15:17
    É um link para a oncogênese? Eu não sei.
  • 15:17 - 15:21
    É o caso acreditar que esses caras são mais susceptíveis aos vírus?
  • 15:21 - 15:24
    Pode ser. E isso pode não ter nada a ver com o câncer.
  • 15:24 - 15:25
    Mas agora é uma porta.
  • 15:25 - 15:28
    Nós temos uma forte associação entre a presença deste vírus
  • 15:28 - 15:31
    e uma mutação genética que está relacionada com o câncer.
  • 15:31 - 15:32
    É aqui que nós estamos.
  • 15:32 - 15:36
    Então, tenho medo que isso gere mais perguntas do que respostas,
  • 15:36 - 15:38
    mas isso é para o que, você sabe, a ciência é muito boa.
  • 15:38 - 15:40
    Isto tudo feito por pessoas no laboratório;
  • 15:40 - 15:41
    Eu não posso ficar com os créditos pela a maioria disso.
  • 15:41 - 15:42
    Isto é uma colaboração entre mim e Don.
  • 15:42 - 15:45
    Este é o cara que começou esse projeto no meu laboratório,
  • 15:45 - 15:47
    e este é o cara que vem fazendo as coisas de próstata.
  • 15:47 - 15:50
    Muito obrigado.
Title:
O ViroScan de Joe DeRisi soluciona mistérios médicos
Speaker:
Joe DeRisi
Description:

O bioquímico Joe DeRisi fala sobre impressionantes novas maneiras de diagnosticar vírus (e tratar as doenças que eles causam) usando DNA. Seu trabalho pode nos ajudar a compreender malária, SARS, gripe aviária -- e as 60 por cento das infecções virais que não são diagnosticadas todos os dias.

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English
Team:
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Project:
TEDTalks
Duration:
15:48
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