O ViroScan de Joe DeRisi soluciona mistérios médicos
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0:00 - 0:03Como é que, como nós podemos investigar
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0:03 - 0:08esta flora de vírus que nos rodeia, e ajudar a medicina?
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0:08 - 0:12Como nós podemos transformar nosso conhecimento cumulativo em virologia
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0:12 - 0:16em uma ferramenta de diagnóstico simples e portátil?
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0:16 - 0:19Eu quero transformar tudo que nós sabemos agora sobre a detecção de vírus
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0:19 - 0:21e sobre o espectro de vírus que está por aí
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0:21 - 0:24em, digamos, um pequeno chip.
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0:24 - 0:26Quando nós começamos a pensar sobre esse projeto --
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0:26 - 0:29como nós poderíamos fazer um único teste de diagnóstico
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0:29 - 0:32para procurar por todos os patógenos simultâneamente --
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0:32 - 0:34bem, existem alguns problemas com essa idéia.
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0:34 - 0:38Primeiro, os vírus são bem complexos,
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0:38 - 0:42mas eles também estão evoluíndo muito rapidamente.
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0:42 - 0:43Isso é um picornavirus.
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0:43 - 0:45Os Picornavirus -- essas são coisas que incluem
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0:45 - 0:48a gripe comum e a polio, coisas como essas.
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0:48 - 0:50Você está olhando para a casca exterior do vírus,
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0:50 - 0:53e a cor amarela aqui são aquelas partes do vírus
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0:53 - 0:55que estão evoluíndo muito, muito rapidamente,
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0:55 - 0:57e as partes azuis não estão evoluíndo muito rapidamente.
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0:57 - 1:00Quando as pessoas pensam em fazer reagentes de detecção pan-viral,
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1:00 - 1:04geralmente o problema maior é a evolução rápida,
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1:04 - 1:06porque como nós podemos detectar coisas se elas estão sempre se modificando?
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1:06 - 1:08Mas a evolução é um equilíbrio:
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1:08 - 1:12onde você tem a mudança rápida, você também tem a ultra-conservação --
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1:12 - 1:14coisas que quase nunca mudam.
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1:14 - 1:17E então nós olhamos para isso com um pouquinho mais de cuidado,
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1:17 - 1:18e eu vou mostrar dados para vocês agora.
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1:18 - 1:21Isto é apenas uma das coisas que você pode fazer no computador, da sua mesa.
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1:21 - 1:23Eu peguei alguns desses pequenos picornavirus,
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1:23 - 1:25como a gripe comum, a pólio e assim por diante,
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1:25 - 1:29e eu apenas os quebrei em pequenos segmentos,
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1:29 - 1:32e então pegue esse primeiro exemplo, que é chamado Coxsackievirus,
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1:32 - 1:34e apenas quebre-o em pequenas aberturas.
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1:34 - 1:36E eu estou colorindo essas pequenas aberturas de azul
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1:36 - 1:41se outro vírus compartilha de uma sequência idêntica à desse vírus
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1:41 - 1:42no seu genoma.
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1:42 - 1:44Essas sequências aqui ---
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1:44 - 1:46que não codificam para proteínas, por exemplo --
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1:46 - 1:49são praticamente absolutamente idênticas considerando todas elas,
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1:49 - 1:53assim eu poderia usar essa sequência como um marcador
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1:53 - 1:55para detectar um amplo espectro de vírus,
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1:55 - 1:58sem ter que fazer alguma coisa individual.
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1:58 - 2:00Agora, aqui existe grande diversidade:
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2:00 - 2:02é aí que as coisas estão evoluindo rapidamente.
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2:02 - 2:06Aqui você pode ver uma evolução mais lenta: menor diversidade.
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2:06 - 2:08Agora, quando nós chegarmos aqui, vamos dizer,
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2:08 - 2:10o vírus da paralisia aguda de abelhas --
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2:10 - 2:12provavelmente um vírus ruim se você for uma abelha --
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2:12 - 2:17esse vírus não compartilha quase nenhuma semelhança com o Coxackievirus,
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2:17 - 2:21mas eu posso garantir a vocês que as sequências que são mais preservadas
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2:21 - 2:23nestes vírus no lado direito da tela
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2:23 - 2:26estão em regiões idênticas aqui em cima.
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2:26 - 2:29E então nós podemos encapsular essas regiões de ultra conservação
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2:29 - 2:32através da evolução -- como esses vírus evoluiram --
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2:32 - 2:35apenas escolhendo elementos de DNA ou de RNA
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2:35 - 2:39nessas regiões para representar em nosso chip como reagentes para detecção.
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2:39 - 2:42OK, isso é o que nós fizemos, mas como nós vamos fazer isso?
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2:42 - 2:44Bom, por um longo tempo, desde que eu fazia mestrado,
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2:44 - 2:47eu brincava de construir chips de DNA --
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2:47 - 2:49isto é, imprimindo DNA em vidro.
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2:49 - 2:50E isso é o que você vê aqui:
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2:50 - 2:53Essas pequenas manchas de sal são apenas DNA impresso em vidro,
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2:53 - 2:56e então eu posso colocar milhares desses em nosso chip de vidro
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2:56 - 2:58e usá-los como um reagente de detecção.
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2:58 - 3:00Nós levamos nossos chips para a Hewlett-Packard
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3:00 - 3:02e usamos a força atômica e microscópica deles em uma dessas manchas,
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3:02 - 3:04e isso é o que você vê:
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3:04 - 3:07você pode na verdade ver as bandas de DNA espalhadas no vidro aqui.
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3:07 - 3:10Então, o que nós estamos fazendo é apenas imprimindo DNA em vidro --
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3:10 - 3:14pequenas coisas achatadas -- e esses serão marcadores para patógenos.
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3:14 - 3:17OK, eu faço pequenos robôs no laboratório para fazer esses chips,
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3:17 - 3:20e eu sou um grande fã de disseminar tecnologias.
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3:20 - 3:23Se você tem dinheiro suficiente para comprar apenas um Camry,
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3:23 - 3:25você pode construir um desses, também,
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3:25 - 3:29e então nós colocamos um guia de como fazer na Web, completamente grátis,
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3:29 - 3:31com basicamente peças de pronta entrega --
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3:31 - 3:34você pode construir uma máquina que agrupa DNA na sua garagem.
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3:34 - 3:37Aqui está a seção do todo poderoso interruptor de parada de emergência.
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3:37 - 3:39(Risos)
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3:39 - 3:42Toda máquina importante tem que ter um grande botão vermelho.
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3:42 - 3:44Mas realmente, é muito robusta.
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3:44 - 3:47Você pode realmente estar fazendo chips de DNA na sua garagem,
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3:47 - 3:51e decodificando alguns programas genéticos bem rapidamente. É muito divertido.
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3:51 - 3:52(Risos)
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3:52 - 3:56E então o que a gente fez -- e esse é um projeto muito legal --
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3:56 - 3:58nós apenas começamos fazendo um chip de um vírus respiratório.
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3:58 - 4:00Eu falei sobre isso --
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4:00 - 4:02você sabe, aquela a situação quando você vai na clínica
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4:02 - 4:04e você não recebe um diagnóstico?
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4:04 - 4:06Bem, nós apenas colocamos basicamente todos os vírus respiratórios humanos
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4:06 - 4:09em um chip, e nós jogamos uns vírus de herpes para melhorar um pouco --
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4:09 - 4:10Quero dizer, por que não?
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4:10 - 4:12A primeira coisa que você faz como um cientista é,
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4:12 - 4:13você tem que ter certeza que a coisa funciona.
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4:13 - 4:16Então o que nós fizemos foi apenas pegar células de cultura de tecidos
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4:16 - 4:18e infectá-las com vários vírus,
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4:18 - 4:22e nós pegamos isso e marcamos fluorescentemente o ácido nucleico,
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4:22 - 4:25o material genético que sai dessas células de culturas de tecidos --
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4:25 - 4:29principalmente coisas virais -- e colamos no conjunto para ver onde ia colar.
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4:29 - 4:31Agora, se a sequencia de DNA combinar, eles irão colar juntos,
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4:31 - 4:33e então nós podemos olhar as manchas.
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4:33 - 4:35E se as manchas brilharem, nós sabemos que tem um certo vírus lá.
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4:35 - 4:37Isso é com o que um desses chips realmente se parece,
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4:37 - 4:40e essas manchas vermelhas são na verdade sinais vindos dos vírus.
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4:40 - 4:43E cada mancha representa uma família de vírus diferente
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4:43 - 4:44ou espécies de vírus
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4:44 - 4:46E então, esta é uma maneira dura de se ver as coisas,
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4:46 - 4:48então eu vou apenas codificar coisas como um pequeno código de barras,
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4:48 - 4:52agrupado por família, então você pode ver os resultados de uma maneira muito intuitiva.
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4:52 - 4:54O que nós fizemos foi, nós pegamos células de cultura de tecidos
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4:54 - 4:56e as infectamos com adenovírus,
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4:56 - 5:00e você pode ver esse pequeno código de barras amarelo perto dos adenovírus.
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5:00 - 5:03E, da mesma maneira, nós infectamos com parainfluenza-3 --
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5:03 - 5:05este é um paramyxovírus -- e você vê um pequeno código de barras aqui.
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5:05 - 5:08E então nós fizemos o vírus respiratório syncytial.
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5:08 - 5:10Isso é o que aflige as creches de todos os lugares --
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5:10 - 5:12é como a doença do bicho papão, basicamente.
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5:12 - 5:13(Risos)
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5:13 - 5:17Você pode ver -- você pode ver que esse código de barras é da mesma família,
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5:17 - 5:19mas é diferente de parainfluenza-3,
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5:19 - 5:21o que lhe causa uma gripe muito forte.
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5:21 - 5:24E então nós estamos conseguindo assinaturas únicas, uma impressão digital para cada vírus.
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5:24 - 5:27Polio e rhino: eles estão na mesma família, muito próximos um do outro.
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5:27 - 5:29Rhino é a gripe comum, e todos vocês sabem o que polio é,
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5:29 - 5:32e você pode ver que essas assinaturas são diferentes.
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5:32 - 5:35E vírus da herpes associado com sarcoma de Kaposi
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5:35 - 5:37mostra uma ótima assinatura aqui embaixo.
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5:37 - 5:39E então não é uma faixa qualquer ou qualquer coisa assim
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5:39 - 5:41que diz que eu tenho um vírus de um tipo específico aqui;
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5:41 - 5:45é o código de barras que em conjunto representa a coisa toda.
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5:45 - 5:47Tá certo, eu posso ver um rhinovírus --
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5:47 - 5:49e aqui está ampliado pequeno código de barras do rhinovírus --
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5:49 - 5:51mas e esses rhinovirus diferentes?
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5:51 - 5:53Como eu sei qual rhinovirus eu tenho?
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5:53 - 5:56Existem 102 variações conhecidas da gripe comum,
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5:56 - 5:59e existem apenas 102 porque as pessoas se cansaram de coletá-los:
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5:59 - 6:01existem variações novas todos os anos.
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6:01 - 6:03E então, aqui estão quatro rhinovirus diferentes,
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6:03 - 6:05e você pode ver, mesmo com seus próprios olhos,
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6:05 - 6:07sem qualquer programa de computador que combine os padrões
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6:07 - 6:09com algorítimos de reconhecimento,
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6:09 - 6:12que você pode distinguir cada um desses códigos de barras um dos outros.
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6:12 - 6:14Agora, isso é tipo um golpe baixo,
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6:14 - 6:17porque eu sei qual é a sequência genética de todos esses rhinovirus,
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6:17 - 6:18e na verdade eu desenvolvi o chip
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6:18 - 6:20expressamente para ser capaz de separá-los,
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6:20 - 6:24mas e os rhinovirus que nunca viram um sequenciador genético?
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6:24 - 6:26Nós não sabemos qual é a sequência; nós apenas a pegamos do ambiente.
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6:26 - 6:28Então, aqui estão quatro rhinovirus
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6:28 - 6:30dos quais nós nunca soubemos nada --
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6:30 - 6:33ninguém nunca os sequenciou -- e você também pode ver
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6:33 - 6:35que você tem padrões únicos e distinguíveis.
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6:35 - 6:38Você pode imaginar a construção de uma biblioteca, seja ela real ou virtual,
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6:38 - 6:40de impressões digitais de essencialmente todos os vírus.
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6:40 - 6:43Mas isto é, de novo, um golpe baixo, né?
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6:43 - 6:45Você tem células de culturas de tecidos: tem um montão de vírus.
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6:45 - 6:47E as pessoas reais?
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6:47 - 6:49Você não pode controlar pessoais reais, como você provavelmente sabe.
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6:49 - 6:53Você não tem idéia do que alguém vai tossir em um copo,
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6:53 - 6:56e isso é provavelmente complexo, certo?
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6:56 - 6:59Poderia ter montes de bacterias, poderia ter mais de um vírus,
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6:59 - 7:01e certamente tem material genético do hospedeiro,
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7:01 - 7:02então como nós lidamos com isso?
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7:02 - 7:04E como nós fazemos o controle positivo aqui?
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7:04 - 7:06Bom, é bem simples.
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7:06 - 7:08Esse sou eu, recebendo uma lavagem nasal.
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7:08 - 7:13E a idéia é, vamos inocular pessoas experimentalmente com vírus
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7:13 - 7:18então nós -- isso é tudo aprovado pelo IRB, na verdade; eles foram pagos.
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7:18 - 7:21E basicamente nós experimentalmente inoculamos pessoas
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7:21 - 7:22com o vírus da gripe comum.
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7:22 - 7:24Ou, ainda melhor, vamos apenas pegar pessoas
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7:24 - 7:25direto do pronto socorro --
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7:25 - 7:29infecções do trato respiratório indefinidas, adquiridas na comunidade.
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7:29 - 7:31Você não tem idéia do que entra pela porta.
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7:31 - 7:34Então, vamos começar com o controle positivo primeiro,
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7:34 - 7:36onde nós sabemos que a pessoa era saudável.
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7:36 - 7:38Eles receberam uma dose de vírus pelo nariz,
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7:38 - 7:39vamos ver o que acontece.
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7:39 - 7:41Dia zero: Nada acontece.
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7:41 - 7:43Eles estão saudáveis; eles estão limpos -- é impressionante.
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7:43 - 7:45Na verdade, nós pensávamos que o trato nasal estaria cheio de vírus
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7:45 - 7:46mesmo quando você está andando por aí todo saudável.
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7:46 - 7:48É muito claro. Se você está saudável, você está muito saudável.
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7:48 - 7:52Dia dois: nós pegamos um padrão muito robusto de rhinovirus,
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7:52 - 7:54e é muito semelhante ao que a gente consegue no laboratório
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7:54 - 7:55com o nosso experimento de cultura de tecidos.
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7:55 - 7:58Então isso é ótimo, mas ainda assim, tiro no escuro, certo?
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7:58 - 8:00Nós colocamos um montão de vírus no nariz desse cara. Nós --
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8:00 - 8:01(Risos)
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8:01 - 8:05-- Quero dizer, nós queremos que funcione. Quer dizer, ele realmente tinha uma gripe.
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8:05 - 8:09Então, o que acontece com as pessoas que estão andando nas ruas?
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8:09 - 8:11Então aqui estão dois indivíduos representados pelos seus códigos de identidade anônimos.
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8:11 - 8:15Ambos têm rhinovirus; nós nunca vimos esse padrão no laboratório.
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8:15 - 8:17Nós sequenciamos parte dos vírus deles;
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8:17 - 8:20eles são novos rhinovirus que ninguém nunca viu.
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8:20 - 8:22Lembre-se, nossas sequências conservadas com a evolução
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8:22 - 8:24as quais estamos usando nesse conjunto para detectar
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8:24 - 8:26menos vírus novos ou não caracterizados,
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8:26 - 8:30porque nós escolhemos o que está conservado através da evolução.
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8:30 - 8:33Aqui está outro cara. Você pode brincar do jogo do diagnóstico você mesmo.
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8:33 - 8:35Esses blocos diferentes representam
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8:35 - 8:37os diferentes vírus na família dos paramyxovirus,
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8:37 - 8:38então você pode continuar procurando
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8:38 - 8:40e ver onde o sinal está, você sabe.
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8:40 - 8:43Bem, não tem o vírus CDV canino, o que é provavelmente bom.
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8:43 - 8:45(Risos)
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8:45 - 8:47Mas até você conseguir bloquear nove,
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8:47 - 8:49você vai ver aquele vírus respiratório syncytial.
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8:49 - 8:52Talvez eles tenham filhos. E aí você pode ver, também,
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8:52 - 8:54o membro da família que está relacionado: o RSVB está aparecendo aqui.
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8:54 - 8:55Então, isso é ótimo.
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8:55 - 8:58Aqui está outro indivíduo, amostrado em dois dias diferentes --
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8:58 - 9:00visitas repetidas à clínica.
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9:00 - 9:03Este indívíduo tem parainfluenza-1,
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9:03 - 9:05e você pode ver que existe uma pequena faixa aqui
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9:05 - 9:08para o vírus Sendai: isso é parainfluenza de ratos.
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9:08 - 9:12As relações genéticas são muito próximas aqui. Isso é muito divertido.
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9:12 - 9:13Então, nós construímos o chip.
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9:13 - 9:17Nós fizemos um chip que tem todos os tipos de vírus já conhecidos e descobertos.
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9:17 - 9:20Por que não? Cada vírus de planta, cada vírus de inseto, cada vírus marinho.
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9:20 - 9:22Tudo que nós podemos pegar do GenBank --
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9:22 - 9:24isto é, o repositório nacional de sequências.
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9:24 - 9:27Agora nós estamos usando esse chip. E para que nós estamos usando ele?
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9:27 - 9:29Bem, primeiro de tudo, quando você tem um chip grande como esse,
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9:29 - 9:31você precisa de um pouco mais de informática,
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9:31 - 9:33então nós desenvolvemos o sistema para fazer diagnósticos automáticos.
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9:33 - 9:36E a idéia é, nós simplesmente temos padrões virtuais --
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9:36 - 9:38porque nós nunca vamos ter amostras de todos os vírus;
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9:38 - 9:41e isto seria praticamente impossível. Mas nós podemos ter padrões virtuais,
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9:41 - 9:43e compará-los com nossos resultados observados,
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9:43 - 9:47o que é uma mistura muito complexa, e vem com um tipo de escore
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9:47 - 9:50da probabilidade de que seja um rhinovirus ou algo assim.
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9:50 - 9:52E isso é com que isso se parece.
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9:52 - 9:54Se, por exemplo, você usar uma cultura de células
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9:54 - 9:56que está cronicamente infectada com papiloma,
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9:56 - 9:58você tem uma pequena leitura de computador aqui,
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9:58 - 10:02e nosso algoritmo diz que é provavelmente papiloma tipo 18.
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10:02 - 10:04E isto é, de fato, com o que essas culturas de células em particular
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10:04 - 10:06estão cronicamente infectadas.
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10:06 - 10:08Então vamos fazer algo um pouco mais complicado.
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10:08 - 10:09Nós colocamos um bip na clínica.
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10:09 - 10:12Quando alguém aparece, e o hospital não sabe o que fazer
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10:12 - 10:14por que eles não conseguem diagnosticar, eles ligam para nós.
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10:14 - 10:16Essa é a idéia, e nós estamos estabelecendo isso perto de San Fransisco.
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10:16 - 10:18E então, esse relato de caso aconteceu três semanas atrás.
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10:18 - 10:21Nós temos uma mulher saudável de 28 anos, sem histórico de viagem,
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10:21 - 10:24(inaudível), não fuma, não bebe.
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10:24 - 10:2810 dias de histórico de febre, suores noturnos, catarro com sangue --
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10:28 - 10:30ela está tossindo sangue -- dor muscular.
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10:30 - 10:34Ela foi para a clínica, e eles lhe deram antibióticos, certo,
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10:34 - 10:35e depois a mandaram para casa.
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10:35 - 10:39Ela voltou depois de dez dias de febre, certo -- ainda tem febre --
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10:39 - 10:42e ela está hipoxica -- ela não tem muito oxigênio nos seus pulmões.
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10:42 - 10:43Eles fizeram uma tomografia.
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10:43 - 10:47Um pulmão normal estaria meio escuro e preto aqui.
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10:47 - 10:49Toda essa parte branca -- não é bom.
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10:49 - 10:52Essa formação parecida com uma árvore e brotos indica que tem uma inflamação;
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10:52 - 10:54provavelmente tem uma infecção.
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10:54 - 10:57OK. Então, o paciente foi tratado na época
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10:57 - 11:01com um antibiótico de terceira geração cefalosporina, e doxiciclina,
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11:01 - 11:05e no terceiro dia, não ajudou: ela continuou até falência aguda.
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11:05 - 11:08Eles tiveram que entubá-la, então eles colocaram um tubo na garganta dela
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11:08 - 11:09e eles começaram a ventilá-la mecanicamente.
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11:09 - 11:11Ela não podia mais respirar sozinha.
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11:11 - 11:13O que fazer depois? Não sei.
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11:13 - 11:16Mudar os antibióticos, então eles trocaram para outro antibiótico,
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11:16 - 11:18e Tamiflu, que --
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11:18 - 11:20não está claro porque eles acharam que ela tinha a gripe --
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11:20 - 11:22mas eles trocaram para Tamiflu.
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11:22 - 11:24E no sexto dia, eles basicamente pediram arrego.
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11:24 - 11:28Você faz uma biópsia de pulmão aberto quando você não tem nenhuma outra opção.
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11:28 - 11:30Existe uma taxa de mortalidade de oito por cento apenas por realizar esse procedimento,
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11:30 - 11:33e então basicamente -- e o que eles aprenderam com isso?
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11:33 - 11:35Você está olhando para a biopsia de pulmão aberto dela.
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11:35 - 11:37E eu não sou patologista, mas você pode dizer muito a partir disso.
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11:37 - 11:40Tudo o que você pode dizer é, existe muito inchaço: bronquiolite.
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11:40 - 11:43Não era revelador: esse foi o relatório do patologista.
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11:43 - 11:46E então, para o que ela foi testada?
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11:46 - 11:47Eles têm seus próprios testes, claro,
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11:47 - 11:50e então eles a testaram para mais de 70 diferentes combinações,
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11:50 - 11:53para cada tipo de bactéria e fungos e combinações de vírus
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11:53 - 11:55que você pode comprar na pronta entrega.
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11:55 - 11:58SARS, metapneumovirus, HIV, RSV -- todos esses.
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11:58 - 12:02Todos foram negativos. Mais de 100.000 dólares gastos com exames.
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12:02 - 12:05Quero dizer, eles fizeram o máximo por essa mulher.
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12:05 - 12:08E basicamente no oitavo dia de hospitalização, eles nos chamaram.
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12:08 - 12:10Eles nos deram uma aspiração endotraqueal --
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12:10 - 12:12você sabe, um pouco de fluido da garganta,
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12:12 - 12:14deste tubo que eles colocaram lá -- e eles nos deram isto.
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12:14 - 12:19Nós colocamos no chip; o que nós vimos? Bem, nós vimos parainfluenza-4.
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12:19 - 12:21Bem, que diabos é parainfluenza-4?
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12:21 - 12:24Ninguém testa para parainfluenza-4. Ninguém liga para isso.
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12:24 - 12:27Na verdade, não é nem muito sequenciada.
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12:27 - 12:29Existe apenas um pedacinho dela que é sequenciado.
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12:29 - 12:31Quase não existe nenhum estudo epidemiológico para ela.
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12:31 - 12:33Ninguém nunca consideraria,
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12:33 - 12:36porque ninguém tinha idéia que poderia causar falência respiratória.
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12:36 - 12:39E por que isso? Apenas senso comum. Não existem dados --
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12:39 - 12:43nenhum dado para determinar se causa uma doença severa ou leve.
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12:43 - 12:46Claramente, nós temos um caso de uma pessoa saudável que está piorando.
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12:46 - 12:49OK, este é um relato de caso.
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12:49 - 12:51Eu vou dizer a vocês uma última coisa nestes últimos dois minutos
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12:51 - 12:54isto não é publicado -- irá sair amanhã --
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12:54 - 12:57e é um caso interessante de como você pode usar esse chip
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12:57 - 12:59para encontrar algo novo e abrir uma nova porta.
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12:59 - 13:03Câncer de próstata. Eu não preciso mostrar muita estatística para vocês
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13:03 - 13:06sobre câncer de próstata. A maioria de vocês já conhece:
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13:06 - 13:08a terceira principal causa de fatalidades nos EUA.
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13:08 - 13:10Vários fatores de risco,
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13:10 - 13:14mas aqui está uma predisposição genética para o câncer de próstata.
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13:14 - 13:16Para talvez cerca de 10 por cento dos câncers de próstata,
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13:16 - 13:18existem pessoas que são predispostas a ele.
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13:18 - 13:22E o primeiro gene que foi mapeado nos estudos de associação
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13:22 - 13:26para isso, câncer de próstata que ocorre prematuramente, foi esse gene chamado RNASEL.
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13:26 - 13:29O que é isso? É uma enzima de defesa antiviral.
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13:29 - 13:31Então, nós estamos sentados pensando,
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13:31 - 13:33Por que os homens que têm essa mutação,
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13:33 - 13:38um defeito no sistema de defesa antiviral, têm câncer de próstata?
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13:38 - 13:41Não faz sentido -- a não ser que, talvez, exista um vírus.
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13:41 - 13:47Então, nós colocamos tumores -- e agora nós temos mais de 100 tumores -- na nossa coleção.
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13:47 - 13:50E nós sabemos quem tem defeitos em RNASEL e quem não tem.
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13:50 - 13:53E eu estou mostrando para vocês o sinal do chip aqui,
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13:53 - 13:57e eu estou mostrando para vocês o bloco dos oligos de retrovírus.
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13:57 - 13:59E o que eu estou dizendo para vocês aqui a partir deste sinal é,
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13:59 - 14:03que homens que têm uma mutilação nesta enzima de defesa antiviral,
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14:03 - 14:07e quem tem um tumor, geralmente tem -- 40 por cento das vezes --
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14:07 - 14:11uma assinatura que revela um novo retrovirus.
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14:11 - 14:14OK, isso é bem louco. O que é isso?
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14:14 - 14:15Então, nós clonamos o vírus inteiro.
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14:15 - 14:19Primeiro de tudo, eu vou dizer a vocês o que uma pequena predição automática nos disse
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14:19 - 14:21que era muito semelhante à um vírus de rato.
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14:21 - 14:22Mas isso não nos diz muita coisa,
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14:22 - 14:24então nós clonamos a coisa toda.
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14:24 - 14:26E o genoma viral que eu estou mostrando para vocês aqui?
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14:26 - 14:29É um clássico gamma retrovirus, mas é totalmente novo;
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14:29 - 14:30ninguém tinha visto isso antes.
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14:30 - 14:33Seu parente mais próximo é, na verdade, de ratos,
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14:33 - 14:37e então nós chamariamos isso de um retrovirus xenotropico,
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14:37 - 14:40porque está infectando uma espécie que não é ratos.
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14:40 - 14:42E esta é uma pequena árvore filogenética
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14:42 - 14:44para ver como ele é relacionado a outros vírus.
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14:44 - 14:47E então o que nós fizemos para muitos pacientes agora,
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14:47 - 14:50e nós podemos dizer que elas são todas infecções independentes.
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14:50 - 14:51Eles todos têm o mesmo vírus,
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14:51 - 14:54mas eles são diferentes o suficiente para que não haja nenhuma razão para acreditar
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14:54 - 14:56que eles foram adquiridos independentemente.
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14:56 - 14:58Está realmente no tecido? E eu vou finalizar com isso. Sim.
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14:58 - 15:01Nós pegamos pedaços dessas biópsias do tecido do tumor
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15:01 - 15:03e usamos materiais para localizar o vírus,
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15:03 - 15:07e nós encontramos células aqui com partículas virais nelas.
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15:07 - 15:09Esses caras realmente têm esses vírus.
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15:09 - 15:11Esse vírus causa o câncer de próstata?
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15:11 - 15:15Nada do que eu estou dizendo aqui implica em casualidade. Eu não sei.
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15:15 - 15:17É um link para a oncogênese? Eu não sei.
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15:17 - 15:21É o caso acreditar que esses caras são mais susceptíveis aos vírus?
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15:21 - 15:24Pode ser. E isso pode não ter nada a ver com o câncer.
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15:24 - 15:25Mas agora é uma porta.
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15:25 - 15:28Nós temos uma forte associação entre a presença deste vírus
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15:28 - 15:31e uma mutação genética que está relacionada com o câncer.
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15:31 - 15:32É aqui que nós estamos.
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15:32 - 15:36Então, tenho medo que isso gere mais perguntas do que respostas,
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15:36 - 15:38mas isso é para o que, você sabe, a ciência é muito boa.
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15:38 - 15:40Isto tudo feito por pessoas no laboratório;
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15:40 - 15:41Eu não posso ficar com os créditos pela a maioria disso.
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15:41 - 15:42Isto é uma colaboração entre mim e Don.
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15:42 - 15:45Este é o cara que começou esse projeto no meu laboratório,
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15:45 - 15:47e este é o cara que vem fazendo as coisas de próstata.
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15:47 - 15:50Muito obrigado.
- Title:
- O ViroScan de Joe DeRisi soluciona mistérios médicos
- Speaker:
- Joe DeRisi
- Description:
-
O bioquímico Joe DeRisi fala sobre impressionantes novas maneiras de diagnosticar vírus (e tratar as doenças que eles causam) usando DNA. Seu trabalho pode nos ajudar a compreender malária, SARS, gripe aviária -- e as 60 por cento das infecções virais que não são diagnosticadas todos os dias.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:48