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Qual é a coisa mais fria do mundo? - Lina Marieth Hoyos

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    Os materiais mais frios do mundo
    não estão localizados na Antártica.
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    Nem no topo do monte Everest
    ou enterrados em uma geleira.
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    Estão dentro de laboratórios de física:
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    nuvens de gases a poucas frações
    de um grau acima do zero absoluto.
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    Isso é 395 milhões de vezes
    mais frio do que a sua geladeira,
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    100 milhões de vezes mais frio
    que o nitrogênio líquido
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    e 4 milhões de vezes mais frio
    que o espaço sideral.
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    A temperaturas tão baixas, os cientistas
    compreendem o funcionamento da matéria
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    e os engenheiros constroem
    aparelhos incrivelmente sensíveis,
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    que nos ensinam sobre tudo,
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    da nossa localização exata no planeta
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    ao que acontece nas regiões
    mais distantes do universo.
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    Como criamos temperaturas tão extremas?
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    Em resumo, ao desacelerar as partículas
    que estão em movimento.
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    Quando falamos sobre temperatura,
    na verdade estamos falamos em movimento.
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    Os átomos que fazem parte
    dos sólidos, dos líquidos e dos gases
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    estão em constante movimento.
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    Quando os átomos se movem mais rápido,
    entendemos a matéria como quente.
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    Quando se movem mais devagar,
    entendemos a matéria como fria.
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    No dia a dia, para esfriar
    um objeto ou gás quente,
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    nós o colocamos em um ambiente
    mais frio, como a geladeira.
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    Uma parte do movimento atômico
    no objeto quente
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    se transfere para o ambiente e ele esfria.
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    Mas existe um limite:
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    até mesmo o espaço sideral é quente demais
    para criar temperaturas muito baixas.
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    Em vez disso, os cientistas
    descobriram uma maneira
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    de desacelerar os átomos
    de forma direta, com um laser.
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    Na maioria das circunstâncias,
    a energia do laser aquece as coisas.
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    Mas, se for usado de forma muito precisa,
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    o impulso do raio pode retardar
    os átomos em movimento, esfriando-os.
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    É o que ocorre num aparelho chamado
    de armadilha magneto-ótica.
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    Os átomos são injetados
    numa câmera de vácuo
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    e o campo magnético
    os atrai para o centro.
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    Um laser apontado para o meio da câmara
    é ajustado na frequência exata
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    em que um átomo que se mova na sua direção
    absorva um de seus fótons e desacelere.
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    O efeito de desaceleração advém
    da transferência de impulso
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    entre o átomo e o fóton.
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    Um total de seis raios,
    em um arranjo perpendicular,
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    garantem que os átomos se movendo
    em todas as direções serão interceptados.
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    No centro, onde os raios se cruzam,
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    os átomos se movem bem devagar,
    como se presos num líquido denso,
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    um efeito que os pesquisadores
    descreveram como "melado ótico".
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    Uma armadilha magneto-ótica pode
    esfriar os átomos até poucos microkelvins,
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    ou cerca de menos 273 graus Celsius.
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    Essa técnica foi desenvolvida nos anos 80,
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    e os cientistas que a desenvolveram
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    ganharam o Prêmio Nobel de Física,
    em 1997, pela descoberta.
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    Desde então,
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    o resfriamento a laser foi refinado
    para atingir temperaturas mais baixas.
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    Mas para que resfriar tanto os átomos?
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    Primeiro, átomos frios
    são excelentes detectores.
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    Com tão pouca energia,
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    eles se tornam incrivelmente sensíveis
    a flutuações no ambiente.
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    São usados em aparelhos para encontrar
    depósitos de óleos e minerais subterrâneos
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    e também servem como
    relógios atômicos muito precisos,
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    como os utilizados em satélites
    de posicionamento global.
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    Segundo, átomos frios têm um bom potencial
    para explorar as fronteiras da física.
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    A extrema sensibilidade
    faz com que sejam candidatos
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    ao uso na detecção de ondas gravitacionais
    em futuros detectores no espaço.
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    Também são úteis no estudo
    dos fenômenos atômicos e subatômicos,
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    que necessitam da medição de flutuações
    mínimas na energia dos átomos.
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    Elas ficam minimizadas
    nas temperaturas normais,
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    quando os átomos se movem
    a centenas de metros por segundo.
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    O resfriamento a laser pode desacelerar
    os átomos para centímetros por segundo,
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    o suficiente para que o movimento causado
    pelos efeitos quânticos se torne óbvio.
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    Os átomos superfrios já permitiram
    que os cientistas estudassem fenômenos
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    como o condensado de Bose-Einstein,
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    em que os átomos são resfriados
    até quase atingir o zero absoluto
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    e se tornam um raro e novo
    estado da matéria.
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    Enquanto os pesquisadores continuarem
    a jornada para entender as leis da física
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    e desvendar os mistérios do Universo,
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    contarão com a ajuda dos átomos
    mais frios que existem nele.
Title:
Qual é a coisa mais fria do mundo? - Lina Marieth Hoyos
Speaker:
Lina Marieth Hoyos
Description:

Veja a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/what-is-the-coldest-thing-in-the-world-lina-marieth-hoyos

Os materiais mais frios do mundo não estão localizados na Antártica ou no topo do monte Everest. Eles estão dentro de laboratórios de física: nuvens de gases a poucas frações de um grau acima do zero absoluto. Lina Marieth Hoyos explica como temperaturas tão baixas permitem que os cientistas tenham um vislumbre do funcionamento interno da matéria e que os engenheiros construam aparelhos incrivelmente sensíveis para nos ensinar mais sobre o universo.

Lição de Lina Marieth Hoyos, animação de Adriatic Animation.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:27

Portuguese, Brazilian subtitles

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