Return to Video

Kabuki: A arte dramática do povo — Amanda Mattes

  • 0:07 - 0:09
    Muitos elementos
    da cultura tradicional japonesa,
  • 0:09 - 0:11
    tais como a cozinha
  • 0:11 - 0:12
    e as artes marciais
  • 0:12 - 0:14
    são bem conhecidos em todo o mundo.
  • 0:14 - 0:16
    O Kabuki, uma forma de teatro clássico,
  • 0:16 - 0:19
    pode não ser tão bem compreendido
    no Ocidente
  • 0:19 - 0:21
    mas evoluiu durante mais de 400 anos
  • 0:21 - 0:25
    e mantém a sua influência e popularidade
    até aos dias de hoje.
  • 0:25 - 0:28
    A palavra "Kabuki"
    deriva do verbo japonês "kabuku",
  • 0:28 - 0:32
    que significa "fora do vulgar"
    ou "bizarro".
  • 0:32 - 0:35
    A sua história começou na cidade de Quioto
    do início do século XVII,
  • 0:35 - 0:38
    onde uma donzela de um santuário
    chamada Izumo no Okuni
  • 0:38 - 0:41
    usava o leito seco do rio Kamo como palco
  • 0:41 - 0:44
    para interpretar danças invulgares
    para os transeuntes,
  • 0:44 - 0:47
    que achavam as suas atrevidas paródias
    dos monges budistas em oração
  • 0:47 - 0:49
    tão divertidas quanto fascinantes.
  • 0:49 - 0:52
    Em breve outras trupes de teatro
    começaram a atuar no mesmo estilo,
  • 0:52 - 0:53
    e o Kabuki fez história
  • 0:53 - 0:56
    como a primeira forma
    de atuação dramática do Japão
  • 0:56 - 0:58
    apresentada às pessoas comuns.
  • 0:58 - 1:00
    Dependendo da maquilhagem ou "keshou",
  • 1:00 - 1:02
    e das expressões faciais
    em vez de máscaras
  • 1:02 - 1:05
    e concentrando-se
    em acontecimentos históricos
  • 1:05 - 1:07
    e no quotidiano das pessoas
    em vez de em contos populares,
  • 1:07 - 1:09
    o Kabuki separou-se
  • 1:09 - 1:11
    da forma de teatro dançado da classe alta
  • 1:11 - 1:12
    conhecido como Nô
  • 1:12 - 1:15
    e proporcionou um comentário único
    na sociedade
  • 1:15 - 1:16
    durante a Era Edo.
  • 1:17 - 1:19
    No início, a dança era praticada
    apenas por mulheres
  • 1:19 - 1:22
    e habitualmente referida como
    Onna-Kabuki.
  • 1:22 - 1:25
    Depressa evoluiu para uma atuação
    em grupo
  • 1:25 - 1:28
    tornando-se uma atração regular
    nas casas de chá,
  • 1:28 - 1:30
    atraindo audiências
    vindas de todas as classes sociais.
  • 1:30 - 1:33
    Neste ponto, o Onna-Kabuki
    era frequentemente arriscado
  • 1:33 - 1:35
    pois as "geishas" atuavam não só
    para exibirem
  • 1:35 - 1:37
    os seus dotes de canto e dança
  • 1:37 - 1:41
    mas também para publicitarem
    os seus corpos para potenciais clientes.
  • 1:41 - 1:45
    Uma proibição do xogunato conservador
    Tokugawa, em 1629,
  • 1:45 - 1:48
    levou ao aparecimento do Wakashu-Kabuki
  • 1:48 - 1:50
    com jovens rapazes como atores.
  • 1:50 - 1:53
    Mas quando também isto foi proibido
    por razões semelhantes,
  • 1:53 - 1:55
    houve uma transição para Yaro-Kabuki.
  • 1:55 - 1:57
    interpretado por homens,
  • 1:57 - 1:59
    que necessitavam de fatos e maquilhagem
    elaborados
  • 1:59 - 2:01
    para a interpretação dos papéis femininos,
  • 2:01 - 2:02
    ou "onnagata".
  • 2:02 - 2:05
    As tentativas do governo
    para controlar o Kabuki
  • 2:05 - 2:07
    não terminaram com as proibições
  • 2:07 - 2:08
    relativas ao sexo e idade dos atores.
  • 2:08 - 2:10
    O grupo militar Tokugawa,
  • 2:10 - 2:11
    ou Bakufu,
  • 2:11 - 2:13
    era inflamado pelos ideiais de Confúcio
  • 2:13 - 2:14
    e emitia frequentemente sanções
  • 2:14 - 2:16
    sobre os tecidos dos fatos,
  • 2:16 - 2:17
    as armas,
  • 2:17 - 2:19
    e o tema central
    de cada peça teatral.
  • 2:19 - 2:20
    Ao mesmo tempo,
  • 2:20 - 2:22
    o Kabuki tornou-se intimamente associado
  • 2:22 - 2:24
    e influenciado pelo Bunraku,
  • 2:24 - 2:26
    uma forma elaborada
    de teatro de marionetas.
  • 2:26 - 2:28
    Devido a estas influências,
  • 2:28 - 2:30
    a outrora espontânea dança de um só ato,
  • 2:30 - 2:33
    evoluiu para peças
    estruturadas em cinco atos,
  • 2:33 - 2:37
    frequentemente baseadas
    nas doutrinas da filosofia de Confúcio.
  • 2:37 - 2:41
    Antes de 1868,
    quando o xogunato de Tokugawa caiu
  • 2:41 - 2:43
    e o Imperador Meiji recuperou o poder,
  • 2:43 - 2:46
    o Japão praticava o isolamento
    dos outros países,
  • 2:46 - 2:47
    ou "Sakoku".
  • 2:47 - 2:49
    Deste modo, o desenvolvimento
    do Kabuki
  • 2:49 - 2:52
    tinha sido modelado, na sua maior parte,
    por influências internas.
  • 2:52 - 2:54
    Mas até já antes desta era,
  • 2:54 - 2:56
    artistas europeus, como Claude Monet,
  • 2:56 - 2:59
    tinham-se interessado e inspirado
    pelas artes japonesas,
  • 2:59 - 3:01
    como a xilogravura,
  • 3:01 - 3:02
    ou a atuação ao vivo.
  • 3:03 - 3:05
    Depois de 1868, outros,
    tal como Vincent van Gogh
  • 3:05 - 3:07
    e o compositor Claude Debussy
  • 3:07 - 3:10
    começaram a incorporar as influências
    do Kabuki nas suas obras,
  • 3:10 - 3:13
    enquanto o próprio Kabuki
  • 3:13 - 3:15
    sofreu muitas alterações
    e experiências
  • 3:15 - 3:16
    para se adaptar
    à nova era moderna.
  • 3:16 - 3:19
    Tal como outras formas de arte
    tradicionais,
  • 3:19 - 3:20
    o Kabuki perdeu popularidade
  • 3:20 - 3:22
    no eclodir da II Guerra Mundial.
  • 3:22 - 3:23
    Mas inovações de artistas
  • 3:23 - 3:26
    como o diretor Tetsuji Takechi,
  • 3:26 - 3:28
    permitiram o seu ressurgimento
    pouco tempo depois.
  • 3:28 - 3:31
    Na verdade, o Kabuki
    foi mesmo considerado
  • 3:31 - 3:32
    uma forma popular de entretenimento
  • 3:32 - 3:35
    entre as tropas norte-americanas
    estacionadas no Japão
  • 3:35 - 3:37
    apesar da censura inicial dos EUA
  • 3:37 - 3:38
    das tradições japonesas.
  • 3:38 - 3:40
    Hoje, o Kabuki continua a viver
  • 3:40 - 3:43
    como parte integral do rico património
    cultural do Japão,
  • 3:43 - 3:45
    estendendo a sua influência
    para além do palco,
  • 3:45 - 3:46
    para a televisão,
  • 3:46 - 3:46
    cinema,
  • 3:46 - 3:47
    e cinema de animação.
  • 3:47 - 3:50
    A forma de arte criada por Okuni
  • 3:50 - 3:51
    continua a deliciar audiências
  • 3:51 - 3:54
    com a elaborada maquilhagem dos atores,
  • 3:54 - 3:57
    com a extravagância e delicadeza
    dos fatos bordados,
  • 3:57 - 3:58
    e com o inconfundível melodrama
  • 3:58 - 4:00
    das histórias contadas no palco.
Title:
Kabuki: A arte dramática do povo — Amanda Mattes
Speaker:
Amanda Mattes
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/kabuki-the-people-s-dramatic-art-amanda-mattes

Kabuki, arte japonesa de dança e teatro, deriva da palavra "kabuku", que significa "fora do vulgar". Este termo provém das ruas de Quioto do século XVII. O kabuki tornou-se uma arte dramática para o povo, usando pinturas e expressões faciais em vez de máscaras, e fazendo uma interpretação divertida dos acontecimentos do momento. Amanda Mattes mostra a evolução do kabuki e o seu lugar na rica herança cultural do Japão.

Lição de Amanda Mattes, animação de Tom Gran.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:16

Portuguese subtitles

Revisions