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Aprendemos em vídeos
anteriores que
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relativa ao plano
orbital em torno do sol
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ou o plano da órbita
da Terra em torno do Sol,
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a Terra demonstra
uma certa inclinação.
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Deixe-me desenhar a inclinação
da Terra relativa ao plano orbital.
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Se isto é o plano orbital,
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então estamos olhando
lateralmente para ele,
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para esse plano orbital
que desenhei em laranja
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e talvez neste ponto da órbita
da Terra, o Sol esteja à esquerda,
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portanto os raios solares
estão vindo nesta direção.
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Aprendemos que a Terra
apresenta uma certa inclinação.
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A Terra é inclinada,
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que significa que se
pensarmos no eixo de rotação,
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ele não é perpendicular
ao plano orbital.
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Forma-se um ângulo.
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Deixe-me desenhar.
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Se desenharmos uma seta
saindo do pólo Norte,
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ela seria assim--
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melhor desenhar uma
seta saindo do Pólo Sul.
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A Terra gira nesta direção
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e podemos perceber que o
eixo sobre o qual desenhei a seta
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não é perpendicular,
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ele faz um ângulo de,
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ele faz um ângulo de 23,4º
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com o eixo vertical,
perpendicular.
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Aprendemos como isso é a causa
primária das estações do ano
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e que quando o Hemisfério
Norte está apontado para o Sol,
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ele recebe uma quantidade
desproporcional de radiação solar,
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pois o que quer que
atravesse a atmosfera,
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atravessará
menos atmosfera,
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assim o Hemisfério Norte
receberá mais luz do dia.
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Quando a Terra está
do outro lado do Sol,
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o Hemisfério Norte aponta
para para longe do Sol,
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então ocorre a situação oposta
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e o reverso é verdadeiro
para o Hemisfério Sul.
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Mas naquele vídeo quando conversamos
sobre como a inclinação pode afetar
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as estações,
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também dei a sugestão
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de que esta é a inclinação atual
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e por longos períodos
de tempo até mudar.
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Particularmente,
ela vai variar e
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mesmo os limites dessa
variação são diferentes
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no milhão de anos
passados e assim
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serão para o próximo
milhão de anos,
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mas varia aproximadamente
entre 22,1º e 24,5º.
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Só para deixar claro que ela não está
cambaleando pra frente e para trás.
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Só para visualizar,
22,1º contra 24,5º
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não é uma grande diferença.
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Então, se esse é 23,4º--
não estou medindo exatamente--
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talvez o 22,1º aponte
nesta direção
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ou algo semelhante--
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de fato eu exagerei--
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e talvez o 24,5º seja algo assim.
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Não é uma grande diferença,
mas ela é suficiente,
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logo acreditamos que tenha
um impacto significativo
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no clima e nas
estações do ano,
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especialmente em termos de
probabilidade de diferentes partes
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do planeta congelarem e não
congelarem, por exemplo,
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ou o quanto de luz solar
vão receber e tudo mais.
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Existe algum impacto,
mas que fique claro que
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leva longos
períodos de tempo,
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na verdade 41 mil anos
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para passar de uma inclinação mínima
para a máxima e de volta para a mínima.
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41 mil anos.
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Atualmente, na
inclinação de 23,4º,
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estamos bem no intervalo,
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e acredita-se que a última
mínima-- perdão-- a última máxima
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ocorreu em 8700 A.C., antes
da Era Comum, antes de Cristo
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e que a próxima mínima, quando
a inclinação for a menor,
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será no ano de 11800.
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Logo, não é algo que aconteça
da noite para o dia.
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Porém, é algo que pode afetar nosso
clima em longos períodos de tempo
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Esse é apenas um fator.
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Muitas vezes, para essa
mudança na inclinação
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dá-se o nome de obliquidade,
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mas esse é apenas uma nome
mais chique para inclinação.
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A mudança na obliquidade
ou mudança na inclinação
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é uma dessas mudanças na rotação da Terra
ou da órbita terrestre em torno do Sol
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que podem ter ciclos de longo prazo
ou afetar o clima e talvez
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contribuir para ocorrência
de algumas Eras do Gelo
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quando atuam juntos
sobre certos ciclos.
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Em geral, esta classe
inteira de ciclos
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é chamada de ciclos
de Milankovitch.
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Milankovitch foi
um cientista sérvio
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que teorizou que essas
mudanças na órbita da Terra
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devem ser responsáveis por
mudanças climáticas de longo prazo
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ou alguns ciclos quando entramos
na Era do Gelo e depois saimos
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ou temos climas mais extremos
e menos extremos.
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Esses são os ciclos
de Milankovitch.
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As mudanças na inclinação
ou obliquidade são
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apenas um dos fatores possíveis
atuando nos ciclos de Milankovitch.
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O que quero fazer nesse
vídeo e nos próximos
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é falar sobre esses fatores
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ou ao menos resumir
todos os diferentes fatores.
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Esse fator é bem intuitivo,
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que a inclinação pode mudar,
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mas outro que é menos
intuitivo quando pensamos
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nele de primeira é
o chamado precessão.
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Precessão.
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A ideia por trás da precessão,
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acho que a melhor analogia
que posso pensar
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é imaginarmos um pião.
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Imagine a Terra como um pião
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que está girando nesta direção
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e a obliquidade nos diz
essencialmente o quanto está oscilando.
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Na verdade. vamos
pensar deste jeito:
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imaginem um pião
cambaleando.
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Ele gira assim, inclinado
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e também,
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se imaginarmos que
este é o polo, que essa seta
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é de verdade
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e que está saindo do polo,
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então a própria seta está girando,
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por isso a melhor forma de
pensar é um pião cambaleante.
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Se pensarmos que em algum
momento ele vai oscilar
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então ficará desta maneira:
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a seta agora apontando
para esta direção
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e se esperarmos mais uns segundos
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pode ser que a seta
aponte para fora
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e mais alguns segundos
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aponte para dentro, nesta direção.
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Portanto, neste tempo todo
a obliquidade não variou.
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A obliquidade
podemos ver como
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o quão distante é a inclinação,
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o quão distante da
vertical é a inclinação
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e não importa em que
ponto está a rotação,
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ela não se altera.
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Podemos imaginar
a precessão como
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em que ponto está a inclinação.
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É um pouco difícil de visualizar
e com esperança,
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ao pensarmos de diferentes
formas e com diferentes diagramas,
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tudo fique mais claro.
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Mas quero esclarecer
que leva muito tempo
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para que a inclinação varie do valor
mínimo para o valor máximo e de volta.
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Leva muito tempo
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para que a precessão da Terra
varie de forma significativa.
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Portanto, se imaginarmos
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esta seta saindo,
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para que ela trace
uma volta completa
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leva 26 mil anos.
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26 mil anos para termos um
ciclo de precessão completo.
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O que quero fazer agora
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é, dado que a precessão
está ocorrendo,
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quero discutir como ela
pode afetar as estações do ano
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e como poderia afetar a forma que
pensamos o ano, ou o calendário.
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Vamos desenhar a órbita
da Terra em torno do Sol.
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Aqui está o Sol
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e aqui a órbita da Terra.
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Não vou pensar muito,
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vou assumir que é
quase circular neste vídeo
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e em futuros vídeos falamos de como a
excentricidade ou quão elíptica é a órbita
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pode também afetar
os ciclos de Milankovitch
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ou atuar sobre os
ciclos de Milankovitch.
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Deixe-me desenhar
a órbita da Terra,
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deixe-me desenhá-la
em torno do Sol.
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Podemos imaginar que
a Terra está neste ponto
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e que está inclinada
na direção do Sol.
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Está inclinada para Sol,
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portanto no Hemisfério Norte--
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estou assumindo que esta
seta sai do Polo Norte--
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é verão.
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Se não houver precessão,
absolutamente nenhuma,
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neste outro ponto
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ainda teremos a mesma
direção da inclinação--
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deixe-me fazer em azul--
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ainda teremos a mesma
direção da inclinação,
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estaremos apontando
para a mesma parte do universo
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e ainda teremos a mesma Estrela do Norte.
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Neste ponto ainda estamos inclinados
para a mesma direção relativa ao universo,
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mas a inclinação é
para longe do Sol,
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portanto seria inverno
no Hemisfério Norte.
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Continuaríamos a volta
e se não houvesse precessão,
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quando voltássemos
a esse ponto aqui,
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ainda estaríamos
inclinados na mesma direção.
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Se a obliquidade, se a
inclinação mudar um pouco,
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podemos mover um pouco para cima e
para baixo, para o Sol ou para longe dele.
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Mas isso assumindo que
não existe precessão.
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Agora vamos pensar no que
acontece quando há precessão.
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O que ocorre quando
há precessão é que
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ao darmos uma volta
em torno do Sol,
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quando atingimos este
ponto novamente,
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não estaremos apontando
exatamente para a mesma direção,
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a seta estará apontando para
um pouco mais longe--
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deixe-me desenhar maior.
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Esta é a Terra
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e esta é aquela seta.
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É difícil de visualizar,
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pelo menos para mim.
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Uma vez que entendemos
fica fácil visualizar,
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mas da primeira vez que tentei
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foi difícil compreender como
a precessão era diferente de obliquidade
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ou inclinação.
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Obliquidade é quão
distante estamos da vertical.
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Assim , se não
houvesse precessão
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estaríamos apontando exatamente
para a mesma direção todo ano.
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Somente com a precessão
o que ocorre é que
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a cada ano esta seta está
lentamente traçando um círculo,
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lentamente traçando um círculo assim.
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Vou exagerar de forma que
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possamos visualizar melhor.
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Portanto, após muitos anos
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quando estivermos no mesmo
ponto em relação ao Sol,
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no mesmo lugar no Sistema Solar,
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a seta não mais estará
apontando naquela direção,
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pois já traçou um
pouco mais do círculo,
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então está apontando
nesta direção.
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Se agora está
apontando nesta direção,
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no mesmo lugar
no Sistema Solar,
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no mesmo ponto
em relação ao Sol,
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no exato mesmo
ponto da órbita,
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ainda será verão no
Hemisfério Norte?
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Não mais será, pois agora
a seta não aponta diretamente,
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não está mais quase
todo inclinada para o Sol.
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Devia estar quase toda apontada
para o Sol um pouco mais cedo no ano,
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ou um pouco antes na órbita.
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Pode ser que estivesse quase
toda apontada para o sol
-
neste ponto.
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Na verdade, levaria
milhares de anos para
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que a precessão
se alterasse assim.
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Talvez neste ponto,
-
estivesse mais apontado
para o Sol.
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Então, o real efeito da precessão
sobre as estações do ano
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e sobre como sentimos o ano
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é que a cada ano em relação
à órbita da Terra,
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em razão da Terra
ser como um pião
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que lentamente gira,
traçando um círculo
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com seu polo,
poderíamos dizer;
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o que ela faz é
tornar a inclinação
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em direção ao Sol
ou para longe desse
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um pouco mais
cedo a cada ano.
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Sei que é difícil de visualizar,
mas vocês podem
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pegar um pião e usar uma
bola de basquete como Sol,
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assim brincando podem
ver como funciona.
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A precessão é um
desses fatores que
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afetam, que atuam sobre
os ciclos de Milankovitch.
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O que veremos é que quando
combinamos precessão--
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devo dizer mudanças
na precessão--
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com as mudanças
na inclinação
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e combinamos com
a órbita e quanto ela é
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circular ou elíptica
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e como ela também muda,
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então teremos uma forma
aceitável para explicar
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ou tentar explicar
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o porquê da Terra entrar
nesses ciclos climáticos
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por dezenas
de milhares de anos.