As princesas da Disney e o cancro da mama | Amal Kouchkar | TEDxCasbah
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0:13 - 0:16Antes de entrar no assunto
e de falar no cancro da mama, -
0:16 - 0:19queria falar primeiro
um pouco sobre o órgão: -
0:19 - 0:20a mama propriamente dita.
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0:20 - 0:23É um órgão de alimentação, por excelência.
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0:23 - 0:25Esqueci-me de dizer
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0:25 - 0:27que esta palestra é interativa
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0:27 - 0:30por isso vou precisar que
me ajudem a certa altura -
0:30 - 0:32e que, sobretudo, se concentrem.
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0:32 - 0:34O que é que veem aqui?
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0:34 - 0:36O que é que esta imagem vos faz lembrar?
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0:37 - 0:40Uma árvore, claro,
mas para mim não é, é uma mama. -
0:40 - 0:41Aliás, vejo mamas por todo o lado.
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0:41 - 0:42(Risos)
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0:43 - 0:46As pequenas folhas nas pontas
serão as fábricas do leite. -
0:46 - 0:49Os pequenos ramos e os ramos grandes
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0:49 - 0:53serão os canais que vão juntar o leite
e o levam para o mamilo. -
0:53 - 0:55Portanto, a minha mama é esta.
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0:55 - 0:58Mais a sério, podemos
visualizar a mama assim: -
0:59 - 1:00um emaranhado de canais
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1:00 - 1:02que terminam todos ao nível do mamilo.
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1:02 - 1:04Se injetarmos um corante,
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1:04 - 1:07vemos que a mama é feita
de vários lobos diferentes -
1:07 - 1:09que terminam no mamilo.
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1:09 - 1:12Estas placas foram realizadas em 1840.
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1:12 - 1:16São de um atlas de anatomia
realizado por Sir Bart -
1:16 - 1:18que desenhou a mama.
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1:18 - 1:20Em 2004, não se fez melhor.
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1:20 - 1:23Isto é uma imagem digitalizada
que mostra os canais, -
1:23 - 1:26estes diversos canais e estes diversos lobos.
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1:26 - 1:28É no interior destes canais
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1:28 - 1:30que se vai desenvolver o cancro da mama.
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1:31 - 1:33Tenho umas imagens para vos mostrar.
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1:33 - 1:36São cortes da mama,
por transparência, a três dimensões. -
1:37 - 1:39Aqui, vemos o mamilo
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1:39 - 1:41e todos os grandes canais de que já falei
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1:41 - 1:43que chegam ao nível do mamilo.
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1:43 - 1:48Isto é um canal, visto com
um grande aumento, -
1:48 - 1:50onde vai circular o leite.
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1:50 - 1:52Falei-vos das pequenas fábricas de leite.
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1:52 - 1:54Pois bem, estão aqui.
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1:54 - 1:55Vejam, são imensas.
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1:55 - 1:57Despejam o leite pelos canais.
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1:57 - 1:59Como estamos a falar do cancro da mama,
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1:59 - 2:02eis uma imagem dum pequeno
cancro que tem 4 milímetros. -
2:02 - 2:04Eis o famoso cancro da mama.
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2:04 - 2:06Está situado não muito
longe da pele, que está aqui. -
2:07 - 2:11Ora bem, concebi o meu tema desta tarde
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2:11 - 2:14falando em primeiro lugar
da história do cancro da mama. -
2:14 - 2:17Na história, como era encarado
o cancro da mama? -
2:17 - 2:19Sabemos que já na Antiguidade
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2:19 - 2:21os médicos sábios tentavam
compreender a sua origem -
2:21 - 2:23e, sobretudo, como tratá-lo.
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2:23 - 2:26Recuando muito, à época
dos faraós e dos egípcios, -
2:26 - 2:28já o podíamos ver nos papiros,
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2:28 - 2:30que falam de oito casos
destes cancros da mama, -
2:30 - 2:32que, claro, não tinham cura.
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2:32 - 2:34Esta imagem mostra os
diversos instrumentos cirúrgicos -
2:35 - 2:37que os egípcios utilizavam nessa época.
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2:37 - 2:39É preciso saber
que foi graças a Hipócrates -
2:39 - 2:41que nos chegou o nome de "cancro"
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2:41 - 2:44porque ele comparou-o
a um caranguejo, "karkinoma", -
2:44 - 2:46daí o nome de cancro.
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2:46 - 2:48No tempo dos romanos, o senhor Celsius,
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2:48 - 2:51que não se ocupou só da temperatura,
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2:51 - 2:54foi o primeiro a falar-nos
da noção de metástase, -
2:54 - 2:57ou seja, o avanço de um cancro
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2:57 - 2:59a outros locais do corpo,
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2:59 - 3:01o que torna mais grave a doença.
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3:01 - 3:06Um outro romano
incriminou a teoria da bílis. -
3:08 - 3:10Esta teoria hoje parece-nos absurda
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3:10 - 3:12mas, naquela época, foi bem aceite.
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3:12 - 3:15Utilizavam muitas mistelas
para tratar este cancro. -
3:16 - 3:17Foi também o primeiro
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3:17 - 3:20a introduzir a noção da
alimentação como fator de risco. -
3:20 - 3:22Chegou à conclusão
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3:22 - 3:24que as mulheres que viviam
no norte da Europa -
3:24 - 3:27tinham menos cancros do que as
que viviam no norte de África. -
3:27 - 3:29Hoje, é exatamente o contrário.
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3:29 - 3:32Essas europeias do norte
comiam muitos laticínios -
3:33 - 3:35enquanto que as senhoras
que viviam no norte de África -
3:35 - 3:37comiam muita carne.
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3:37 - 3:41Daí deduziu essa noção de risco alimentar.
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3:42 - 3:45Chegamos à época árabe-muçulmana
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3:45 - 3:49em que vários sábios e médicos
árabes, cirurgiões entre outros, -
3:49 - 3:53traçaram as bases da cirurgia moderna.
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3:53 - 3:58Al Razi alertou contra uma
excisão incompleta do cancro. -
3:58 - 4:02Abulcassis aconselhava
uma excisão na fase inicial. -
4:02 - 4:04E Ibn Sina ou Avicena
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4:04 - 4:08não recomendava a realização
duma intervenção cirúrgica. -
4:08 - 4:11Na época do Renascimento,
como isso estava na moda, -
4:11 - 4:15muitos pintores desenharam, sem o saber,
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4:15 - 4:18mulheres que tinham cancro da mama,
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4:18 - 4:20Mas eles não sabiam.
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4:20 - 4:23Essas pinturas, que estão
expostas no mundo inteiro, -
4:23 - 4:24mostram-nos seios.
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4:24 - 4:26Vemos por exemplo neste seio
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4:26 - 4:28que há uma retração
do mamilo com uma estria. -
4:28 - 4:31Esta dama tinha um cancro
da mama mas não sabia. -
4:31 - 4:32Esta também não.
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4:32 - 4:35O seio parece rígido, não está flexível.
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4:36 - 4:39Naquele tempo, o tratamento era cirúrgico
-
4:39 - 4:40mas sem anestesia.
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4:40 - 4:43E agora vejam estas imagens
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4:43 - 4:45de instrumentos, aliás bastante bárbaros.
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4:45 - 4:47Os remédios naturais eram vários.
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4:47 - 4:49Nem vale a pena referi-los.
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4:49 - 4:51Depois, com a chegada do século XIX,
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4:51 - 4:54foi inventado o microscópio.
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4:54 - 4:57Descobriu-se que era
uma patologia celular. -
4:57 - 4:59A causa era a célula.
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4:59 - 5:01Portanto, tivemos a cirurgia,
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5:01 - 5:03o aparecimento da patologia,
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5:03 - 5:06e Sir Belson, em1896,
descobriu acidentalmente -
5:06 - 5:08- é sempre assim, na ciência -
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5:08 - 5:10quando fez uma castração.
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5:10 - 5:12Ao retirar os ovários a uma mulher
com cancro da mama, -
5:12 - 5:15o cancro entrou em remissão,
deixou de progredir. -
5:15 - 5:18Daí surgiu-lhe a ideia que
há uma dependência hormonal, -
5:18 - 5:21que as hormonas são
a causa destes cancros. -
5:21 - 5:24Em 1937, foi a chegada da radioterapia,
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5:24 - 5:26da quimioterapia nos anos 50
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5:26 - 5:28e, no início de 2000,
das terapias orientadas, -
5:28 - 5:31ou seja, medicamentos ou drogas
que são administradas, -
5:31 - 5:33que vão atingir a célula cancerosa,
-
5:33 - 5:36matá-la, e não matam o resto das células,
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5:36 - 5:39como acontece com a quimioterapia.
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5:39 - 5:42Agora chegamos à história
do cancro da mama. -
5:42 - 5:45Vou apresentá-la duma certa maneira.
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5:45 - 5:46O que é que sabemos?
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5:46 - 5:49Sabemos que uma mulher em
cada oito vai ter cancro da mama. -
5:49 - 5:52Certo. Então, destas heroínas da Disney
-
5:52 - 5:55qual delas corre o risco
de ter um cancro da mama? -
5:55 - 5:57É o que vamos ver todos juntos.
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5:57 - 5:59Se escolhermos a Jasmine e a Mulan,
-
5:59 - 6:01elas correrão menos riscos
de ter um cancro da mama. -
6:01 - 6:02Porquê?
-
6:02 - 6:06Porque pertencem a regiões do mundo
em que a incidência é mais fraca. -
6:06 - 6:09Sabemos que, a nível da Europa ocidental,
-
6:09 - 6:10dos EUA, da Austrália,
-
6:10 - 6:12a incidência é muito forte,
-
6:12 - 6:15enquanto que no resto
do mundo é muito menor. -
6:15 - 6:16A idade:
-
6:16 - 6:18É raro antes dos 30 anos
-
6:18 - 6:21e o risco aumenta depois dos 50,
-
6:21 - 6:23depois da menopausa.
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6:23 - 6:24Quanto à alimentação:
-
6:24 - 6:27Como para todos os outros cancros,
a alimentação é importante. -
6:27 - 6:29A obesidade e o consumo
de gorduras saturadas, -
6:29 - 6:33o álcool e o tabaco em conjunto,
e os pesticidas, são responsáveis. -
6:33 - 6:35Portanto, infelizmente
para a Branca de Neve, -
6:35 - 6:36embora ela coma uma maçã
-
6:37 - 6:39- cinco frutas e legumes
por dia, faz bem - -
6:39 - 6:40mas essa maçã era tóxica.
-
6:40 - 6:43Penso que o risco dela
vai aumentar um pouco mais. -
6:43 - 6:45Ontem, a minha filha de 11 anos,
-
6:45 - 6:47ao ver-me passar os "slides", disse-me:
-
6:47 - 6:49"Mamã! A Branca de Neve
pode ter um cancro da mama?" -
6:49 - 6:51Eu disse-lhe: "Não, é só..."
-
6:51 - 6:54"Nunca mais olho para a Branca de Neve
da mesma maneira. Acabou!" -
6:54 - 6:56Quanto à atividade física:
-
6:56 - 6:59Parece que isso diminui
o risco do cancro em 35 %. -
6:59 - 7:01Descobri que o exemplo da Pocahontas,
-
7:01 - 7:03que fazia canoagem
e que corria na floresta, -
7:03 - 7:05era adequado.
-
7:05 - 7:06O índice antropométrico:
-
7:06 - 7:09As mulheres que têm
uma altura de mais de 10 cm, -
7:09 - 7:10em relação à média,
-
7:10 - 7:13também correm o risco de
desenvolver este cancro. -
7:13 - 7:14Quanto aos antecedentes familiares:
-
7:15 - 7:17Uma história familiar,
qualquer que seja o ramo -
7:17 - 7:18paterno ou materno,
-
7:18 - 7:20irmã, tia, mãe ou avó,
-
7:20 - 7:23aumenta o risco do cancro da mama,
-
7:23 - 7:25sobretudo se certos genes
sofreram mutações. -
7:25 - 7:27Lembram-se da Angelina Jolie?
-
7:27 - 7:31Foi obrigada a extirpar as duas mamas,
por mastectomia profilática, -
7:31 - 7:33porque a mãe dela tinha cancro da mama
-
7:33 - 7:35e tinha um gene que sofrera mutação.
-
7:35 - 7:38Portanto, há uma anomalia no gene.
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7:38 - 7:41Os fatores hormonais:
Há bocado falámos de hormonas. -
7:41 - 7:44As mulheres que têm regras precoces
e uma menopausa tardia -
7:44 - 7:46terão um risco mais elevado.
-
7:46 - 7:48Pelo contrário,
se tiverem gravidezes múltiplas -
7:48 - 7:50e antes dos 30 anos,
-
7:50 - 7:52estão mais protegidas
contra o cancro da mama. -
7:52 - 7:54Quanto ao aleitamento,
aos contracetivos orais, -
7:54 - 7:56e aos tratamentos
hormonais de substituIção, -
7:56 - 8:00há debates e os trabalhos
não estão validados. -
8:00 - 8:03Quando se fala de cancro da mama,
fala-se da mulher. -
8:03 - 8:04Estamos todos de acordo.
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8:04 - 8:06Mas fiquem a saber que
os homens podem ser atingidos -
8:06 - 8:10e que 1% dos homens
pode ter cancro da mama. -
8:11 - 8:12Quando apresentei um trabalho
-
8:13 - 8:15na Argélia, sobre o cancro
da mama no homem, -
8:15 - 8:17o presidente da sessão disse-me:
-
8:17 - 8:21"Minha senhora, ficámos todos arrepiados!"
-
8:21 - 8:24A sala estava cheia
de médicos patologistas. -
8:24 - 8:26Assim, pergunto-me qual vai ser a reação
-
8:26 - 8:28dos homens aqui na sala esta tarde.
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8:28 - 8:30(Risos)
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8:30 - 8:3415 a 20% dos homens atingidos
têm uma história de família. -
8:34 - 8:37Se tiverem uma irmã que
foi atingida, o risco é maior, -
8:37 - 8:39e se a mãe e a irmã forem
atingidas ao mesmo tempo, -
8:39 - 8:41o risco multiplica por dez.
-
8:42 - 8:43Na Argélia,
-
8:43 - 8:46o primeiro centro anticanceroso na Argélia
-
8:46 - 8:49é o CPMC, o Centro
Pierre-et-Marie-Curie d'Alger. -
8:49 - 8:54Era aí que se drenavam e tratavam
todos os cancros da mama do país. -
8:54 - 8:56Mas há alguns anos houve
uma certa descentralização -
8:56 - 8:59e são tratados um pouco por todo o lado.
-
8:59 - 9:02Porquê? Simplesmente
porque a taxa de incidência -
9:02 - 9:04continua a aumentar aqui.
-
9:04 - 9:06Reparem na curva: ela fala por si mesma.
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9:06 - 9:07Daqui a poucos anos
-
9:07 - 9:11vamos atingir a taxa de
incidência dos ocidentais. -
9:11 - 9:13É o único momento em que nós, os argelinos
-
9:13 - 9:15vamos apanhar os ocidentais
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9:15 - 9:17mas infelizmente, não é no bom sentido.
-
9:17 - 9:19(Risos)
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9:19 - 9:21Na Argélia temos uma particularidade,
-
9:21 - 9:22é a idade.
-
9:22 - 9:26Na nossa terra, as mulheres
que desenvolvem um cancro da mama, -
9:26 - 9:29são dez anos mais novas do que as outras.
-
9:29 - 9:31Argelinas, tunisinas, marroquinas,
no norte de África -
9:31 - 9:34têm cancros entre os 45 e os 55 anos,
-
9:34 - 9:37enquanto que na Europa,
é entre os 55 e os 65 anos. -
9:37 - 9:40Não se sabe porquê,
ainda não há explicação. -
9:40 - 9:41As pessoas investigam.
-
9:42 - 9:43Resumindo:
-
9:43 - 9:45Quais são as mulheres
que terão menor risco -
9:45 - 9:47de desenvolver um cancro?
-
9:47 - 9:50Jovens, asiáticas e africanas,
sem antecedentes familiares, -
9:50 - 9:52regras tardias, muitas gravidezes,
que aleitam os filhos, -
9:53 - 9:54baixas e delgadas.
-
9:54 - 9:55Agora, é a vossa vez.
-
9:55 - 9:57Digam lá, entre estas oito
-
9:58 - 10:02qual terá menor risco de desenvolver
um cancro da mama? -
10:03 - 10:04Quem?
-
10:05 - 10:06Nenhuma?
-
10:06 - 10:07Sim, todas elas.
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10:08 - 10:09Audiência: Pocahontas.
-
10:09 - 10:12Pocahontas, só porque fazia canoagem?
-
10:12 - 10:15Não, eu cá optei por Jasmine.
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10:15 - 10:16É baixinha...
-
10:16 - 10:18- há na sala quem tenha ganho?
-
10:18 - 10:20É baixinha, é delgada.
-
10:20 - 10:22Como vem de um mundo árabe-muçulmano,
-
10:22 - 10:24vai certamente casar-se cedo,
-
10:24 - 10:26ter muitos filhos, amamentá-los,
-
10:26 - 10:28Portanto, isto são fatores que ajudam.
-
10:28 - 10:29Obrigada.
-
10:29 - 10:31(Aplausos)
- Title:
- As princesas da Disney e o cancro da mama | Amal Kouchkar | TEDxCasbah
- Description:
-
Para ilustrar os fatores que aumentam o risco de contrair o cancro da mama, a Dra. Kouchkar convida-nos a adivinhar qual a princesa da Disney que está mais sujeita a este cancro. Conclui a sua palestra, alertando-nos para o facto de que "os príncipes" também podem ser vítimas desta doença.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- French
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
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