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Eu sou Charles Prober (CP).
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Eu sou Morgan Theis (MT).
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Hoje vamos falar sobre
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a fisiopatologia da tuberculose,
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que é como a tuberculose
faz as pessoas adoecerem,
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Neste desenho tem uma pessoa infectada
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mostrada aqui na esquerda.
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Ela está tossindo ou espirrando,
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e esses pontinhos brancos
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são partículas saindo da
boca dessa pessoa.
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Essa pessoa na direita é uma pessoa
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incauta que está susceptível a
contrair TB.
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Quando a pessoa da esquerda tosse,
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se ela está com tuberculose no organismo,
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alguns dos bacilos serão expelidos
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e vai contaminar as pessoas que
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entram em contato com ela pelas gotículas.
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Uma parte dessas gotículas infectadas,
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estimado em ser cerca de 10%, desce toda
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nas vias aéreas de indivíduos susceptíveis
e se alojam no pulmão.
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Eles tem que ser bem, bem pequenos
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para atingir as partes mais
distantes do pulmão
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chamados de alvéolos.
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Eles têm cerca de 5 a 10
microns de diâmetro.
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Uma vez que o bacilo entra
no pulmão de uma pessoa,
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o hospedeiro, o sistema imune da pessoa,
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é ativado em nível local.
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A 1a parte so sistema imune
a receber esses bacilos
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são macrófagos que revestem
as vias aéreas pulmonares.
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Esses macrófagos prendem os bacilos
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e dentro dos macrófagos os
bacilos podem se reproduzir,
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o que aumenta em números.
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O macrófago pode liberar os bacilos.
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Outros macrófagos vão prender eles, e
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eventualmente a pessoa
tem um número de células
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na parte mais distante do pulmão
que estão infectadas.
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Quando esses macrófagos se agrupam
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e a destruição do pulmão
acontece nessa mistura,
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eles acabam formando um
tipo peculiar de lesão
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no pulmão chamado de granuloma.
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Um granuloma, que é muitas vezes usado
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no contexto de infecção TB,
é também chamado
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um tuberculoma, sendo
um grupo de macrófagos
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e outras células inflamatórias que são
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a reação a uma infecção TB.
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Uma vez o granuloma se
torna grande o suficiente
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para podermos ver, se um patologista
estiver olhando
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para o pulmão, isso é chamado de
foco de Gohn (ou nódulo de Gohn)
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por causa do Dr. Gohn.
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Depois que a infecção local nos macrófagos
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acontece e o granuloma ter se formado,
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Se a infecção não for controlada
neste lugar localizado,
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Haverá proliferação da infecção
para os nódulos
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linfáticos regionais, que são os
nódulos linfáticos no pulmão.
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Esses nódulos linfáticos regionais
têm uma reação imune.
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Os nódulos linfáticos regionais mais
o granuloma infectado
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é chamado de complexo de Gohn.
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Isto pode ser evidente num Raio X de tórax
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que uma pessoa faça por rotina
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ou por qualquer outra razão.
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Um radiologista vendo isso dirá,
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"Oh, isto parece uma infecção prévia
com tuberculose."
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Vamos mostrar depois um exemplo
tanto de granuloma
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e um complexo de Gohn em radiografias.
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Toda essa infecção, a pessoa que
agora está infectada,
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se refere à uma infecção primária.
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O indivíduo está infectado
com tuberculose.
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Para muitos indivíduos,
este é o fim da linha.
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A tuberculose fica no que se refere
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a um estado latente e se mantém latente
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para o resto da vida da pessoa sem
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causar nenhum problema.
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MT: Eles realmente se livram
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da bacteria totalmente?
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CP: Não está claro se a bactéria
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está totalmente morta ou não
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Há alguma evidência que, de fato,
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alguns se livram da bacteria, mas sob o
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ponto de vista clínico, temos que assumir
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que uma vez sendo
infectado com tuberculose,
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ela estará com voce para sempre
e pode causa problemas
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subsequentes, que vamos
falar daqui a pouco.
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Para 90% das pessoas, é como se a história
terminasse ali.
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Porém isso deixa 10%.
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Cerca de metade desses 10%, então 5%,
sua infecção primária
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é progressiva, então ela continua
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e ela desenvolve um problema logo depois
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eles foram infectados com tuberculose.
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Este problema pode ser representado como
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uma progressão local da infecção, então
aquele nódulo de Gohn
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pulmonar na verdade
fica maior e maior,
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e eles terminam com uma tuberculose
pulmonar,
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uma doença pulmonar causada
por tuberculose.
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E elas podem se espalhar ainda mais.
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A infecção pode se disseminar amplamente,
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indo para vários outros órgãos no corpo,
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mais especificamente o fígado,
outras partes do pulmão,
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ou mesmo no cérebro e outros órgãos.
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Cerca de 5% dos pacientes apresentarão
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progressão local ou disseminação.
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Um padrão que tem sido associado com essa
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disseminação, e não é o único padrão, é
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quando a infecção atinge múltiplos órgãos
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do organismo com pequenas manchinhas
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chamadas de "milhinho"
porque são muito pequenos,
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e isso é chamado de tuberculose miliar.
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Na maioria das vezes ela é
reconhecida nos pulmões
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onde vemos esses pequenos pontinhos
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espelhados pelo pulmão.
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Esta é uma forma de infecção disseminada.
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Esta é infecção primária e é 5%.
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5-10% adicionais dos pacientes emergem
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do estado latente da infecção
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e eles desenvolvem o que chamamos
de doença secundária.
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isto representa uma reativação de uma
infecção
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latente anterior, ou uma infecção
dormente anterior.
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Novamente, a estimativa é de cerca de 5%
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do total da população infectada
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continua e têm essa doença reativada.
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MT:Isso acontece em qualquer
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ponto da sua vida?
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CP:Isso pode acontecer a qualquer
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momento da sua vida; tanto dentro de
alguns meses
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da infecção ou muitos, muitos anos depois.
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Este reativação é conhecida como
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tuberculose secundária em oposto
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à infecção primária.
Isto é infecção secundária.
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A chance que alguém possa reativar
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é na verdade influenciada
por vários fatores
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incluindo o estado imune do hospedeiro.
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Isto é, se o hospedeiro, a pessoa que tem
TB latente,
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tem imunidade diminuída,
especialmente redução da
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imunidade mediada por células,
a chance deles
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reativarem é bem alta,
relativamente falando.
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Alguns dos fatores imunes que são
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reconhecidos como causadores do aumento
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das chances de reativação são co-infecção
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com virus de imunodeficiência humana.
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Conhecido mundialmente como HIV.
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Um outro é se o indivíduo recebeu
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transplante ou está fazendo quimioterapia
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por alguma outra razão,
como por exemplo, cancer.
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MT: No caso do transplante, na verdade
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estamos dando drogas
inibidoras da imunidade
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para evitar rejeição do órgão,
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mas isso os coloca em risco.
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CP:Isso derruba as células
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T e com isso há um grande risco.
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E pacientes que abusam de
drogas intravenosas
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também estão num risco maior,
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um risco bem maior.
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Este grupo juntos, cada um deles está
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com uma chance 10x maior do que a
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população geral de reativação.
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Há outros fatores do hospedeiro
que também influencia
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a reativação numa dimenção menor.
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Eles podem ter 2-3vezes a chance aumentada
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de reativação comparada
com a população em geral.
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Isso inclui pacientes que estão
malnutridos.
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Pode incluir pacientes diabéticos.
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Mesmo pacientes cujo único
fator de risco,
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e eu não devia dizer "único", seja fumar.
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Todos esses podem aumentar a chance da
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tuberculose surgir do seu estado latente
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ou estado dormente e se tornar reativada.
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MT: Qual o aumento para HIV,
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transplante, uso de drogas IV?
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CP: Talvez cerca de 10x ou
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pelo menos 10x.
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Algum deles são estimados de
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ser até 70x, mas com certeza
maior do que 10x.
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A última coisa que quero falar sobre
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tuberculose secundária é que muito
dela resulta
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da doença reativada, mas pode se ter
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tuberculose secundária por reinfecção.
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Isso significa que não é
sua própria TB latente
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que é reativada e provoca
a doença secundária,
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mas voce pode ter sido exposto
a uma outra pessoa
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infectada com tuberculose
e sua doença
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secundária resulta dessa reinfecção,
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dessa nova exposição.
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MT:Então uma vez que se recebe
uma nova exposição
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ou a reativação da sua própria TB latente,
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então pode-se progredir no mesmo
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caminho de sintomas, é isso?
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CP: Exato.
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Voce pode ter progressão local,
como voce tem indicado,
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ou se voce estiver severamente
diminuindo imunologicamente,
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voce pode pegar mais da
infecção disseminada,
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incluindo o padrão miliar em diante.
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Só para terminar, quero mostrar
as duas figuras prometidas.
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A figura que é toda rosa é uma ampliação
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do microscópio de um granuloma.
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Há alguns pontos para destacar.
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Inicialmente, no meio desse granuloma,
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é muito rosa, material muito homogêneo
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que provavelmente representa
macrófagos mortos
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e outros debris que eventualmente
foram reabsorvidos
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e formam esse núcleo denso.
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Algumas vezes isso se calcifica
com o tempo
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e pode aparecer num raio-X,
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como a figura que mostro aqui,
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como uma mancha calcificada, uma mancha
branca, no pulmão.
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Vamos voltar nisso.
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A outra parte do granuloma a destacar
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é esta reação inflamatória ocorrendo
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ao redor desse meio denso.
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Todas as células mostradas em azul
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são linfócitos e monócitos e macrófagos,
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e isso é a reação à infecção
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por bacilo tubercular.
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As vezes isto se torna bem
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necrosado no centro.
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Não vemos muito isso aqui.
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Nos referimos a isso como caseação
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porque parece leite talhado.
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A outra figura, a figura do raio-X,
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mostra o granuloma calcificado.
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Isto deveria ser o granuloma original,
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o nódulo de Gohn, e ele mostra
também uma inflamação
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dos nódulos linfáticos nas
bordas do coração.
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Como citado previamente, essa reação dos
nódulos linfáticos
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junto com aqueles nódulos de Gohn,
juntos formam
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o complexo de Gohn.
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Isto é evidência, evidência radiográfica,
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de que este indivíduo foi previamente
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infectado por tuberculose,
latentemente infectado,
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sob o risco de subsequente ativação.
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Traduzido por Liliana Kawase Gonçalves