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Algumas pessoas podem pensar
ok, não consigo ter
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uma boa postura porque tenho esta dor ou
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esta dificuldade. E estou a dizer que toda a gente
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precisa de se sentar na posição de lótus completa?
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De todo. Acho que as partes mais importantes
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honestamente, da nossa postura são, sabes?
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Desde o pescoço e a posição
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da nossa cabeça em relação à coluna
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e realmente o tronco do nosso corpo. Portanto é
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a verticalidade da nossa coluna ou o
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alongamento da nossa coluna. A nossa coluna estar
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alinhada, como algumas pessoas dizem, e os nossos
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ombros estarem abertos. E isso é
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possível quer estejamos sentados em lótus completo,
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meio lótus, numa cadeira ou até mesmo
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deitados. Portanto, se por acaso estivermos deitados,
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há formas de alongar
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a coluna e abrir os nossos ombros.
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Por exemplo, abrindo as palmas das mãos e
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alongando a parte de trás do pescoço
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enquanto estamos deitados. Por exemplo, se
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tivermos dores crónicas nas costas e precisarmos de fazer
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a nossa prática de meditação de concentração numa
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posição deitada. Se estivermos numa cadeira, como é que
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podemos sentar-nos de forma a ficarmos sobre os ossos
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do assento. Para que possamos sentir que as costas
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estão totalmente direitas e a sustentar o seu próprio peso.
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Portanto, basicamente, estou a dizer que
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não se pode fazer meditação sentada num sofá
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ou numa poltrona, é mais ou menos isso que estou
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a dizer aqui. Porque isso iria curvar
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a tua coluna, hmm, e não terias a
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verticalidade. Que é uma das
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qualidades fundamentais da
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meditação para nós, em Plum Village. Nós achamos
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que a posição dos joelhos é
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importante, porque queremos ter uma espécie de
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tripé, para que os nossos joelhos
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toquem mesmo o chão, de modo a
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ter estabilidade. E há várias
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formas de conseguir isso.
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Mas o ponto principal é que o tronco
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deve estar aberto, e devemos ter uma
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suavidade na zona do peito, para que os nossos
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pulmões e a respiração possam cumprir a sua função
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profunda e misteriosa, e para que os nossos
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ombros também possam libertar a tensão.
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Enquanto praticamos,
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estes são alguns dos elementos essenciais do que
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estou a descrever, e acho que
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o segredo aqui é sentir que isto é um
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caminho, é uma jornada, é algo que
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pode ser desenvolvido — e não dizer a
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nós próprios “ah, não consigo sentar-me assim”
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ou “não consigo sentar-me assado” — e acabamos
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por desistir. Mas sim desafiar-nos
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continuamente.
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Talvez as minhas costas possam estar mais
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direitas, os meus ombros mais abertos,
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os meus braços mais relaxados — e ver
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como podemos desenvolver isso com o tempo, e
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não desistir. No mosteiro,
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isso faz parte do nosso cultivo.
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Mas há momentos em que as pessoas têm dores
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nas costas, e podem sentar-se numa cadeira,
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ou deitar-se de costas, ou até praticar caminhada
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lenta. Se houver dor a mais, então
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há sempre espaço para cuidar do
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nosso corpo. Mas este caminho de cultivo
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pode ser tão gratificante — por isso é algo em que vale
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a pena investir.