-
Larry aqui novamente.
-
Sessão quatro.
-
Vamos decidir por nós mesmos,
-
tirar um momento para fazer escolhas
sobre onde colocar a nossa atenção, com sabedoria,
-
nas vozes, comunicações e mensagens
que temos recebido ou estamos a receber agora.
-
Este é o processo de rega seletiva.
-
Quais sementes, quais sementes saudáveis,
-
quais influências saudáveis
queremos fortalecer no espaço da nossa mente,
-
nos nossos corpos,
com a sua energia e vibrações?
-
Quais vozes nos elevarão
-
a níveis mais altos e profundos
na nossa prática de compaixão e sabedoria?
-
Estava a pensar, outro dia, num— num anúncio curioso—
não engraçado, mas estranho,
-
que já vi mais de uma vez,
-
em que faziam uma pergunta
que às vezes as pessoas ouvem:
-
se estivesses numa ilha,
quem gostarias de ter lá contigo?
-
E penso que essa é a questão desta sessão.
-
Sabemos que temos uma prática
na tradição de Plum Village
-
chamada de voltar à minha ilha,
retornar à minha ilha interior,
-
e Thầy sempre nos encorajou,
e nos guiou na meditação,
-
a construir a nossa ilha.
-
O que queremos na nossa ilha?
-
Que recursos?
-
Que visões queremos viver
na nossa ilha interior?
-
E, neste sentido,
o que estamos a observar aqui é
-
quais energias ou pessoas queremos
ter ao nosso redor como uma sangha interior?
-
Não apenas como conhecidos,
amigos ou mentores,
-
embora tudo isso seja bom e maravilhoso,
-
mas isto vai mais fundo ao fazer uma escolha
para trazer intencionalidade à sua sangha interior.
-
E pode ser que já tenhas descoberto,
ou não, que a tua sangha interior está distante de ti.
-
Pode ser que tenhas descoberto
que é difícil reconhecê-la,
-
difícil ou complicado nomeá-la.
-
É importante lembrar que dar um nome
não é um julgamento,
-
é uma descrição,
e— e se tiveres uma descrição, como, por exemplo,
-
o meu tio Jake,
que era um trabalhador esforçado, sempre que me lembro dele.
-
Ele trabalhava na construção
a construir estradas e outras coisas,
-
e sempre que eu precisava fazer trabalhos físicos,
o que fiz muitas vezes em aldeias pelo mundo,
-
o tio Jake, de vez em quando,
surgia na minha mente enquanto eu cavava uma latrina.
-
E— e ele trabalhava arduamente,
então eu não me sentia estranho por trabalhar arduamente.
-
Sentia que estava a honrar aquilo que tinha aprendido,
-
sobre estar presente no mundo,
de uma forma útil.
-
E isso é apenas uma—
uma mensagem familiar,
-
que achei útil
e inspiradora muitas vezes, então...
-
quem são os teus conselheiros?
-
Se tivesses um conselho
de cuidado para a tua comunidade interior,
-
quem faria parte desse conselho?
-
Ou outra imagem:
a mesa redonda.
-
Se tivesses uma mesa redonda
-
onde pudesses ter perguntas e respostas,
sem culpas, sem julgamentos,
-
quem estarias— quem gostarias
de ter à mesa, neste momento,
-
com base no que está, de facto,
a acontecer na tua vida,
-
e nas questões que estão a surgir
para ti como praticante?
-
De quem a presença, o pensamento,
a linguagem e o comportamento
-
seriam nutritivos para estares na presença
dessa sangha interior?
-
Claro, assim como na sangha exterior,
-
mas estás contigo mesmo o tempo todo,
-
e por isso é realmente importante
com quem estás em diálogo
-
enquanto o teu pensamento é moldado e remodelado,
-
enquanto a tua fala é moldada e remodelada,
-
e enquanto o teu comportamento é moldado e remodelado.
-
E sei que há
muitas palavras neste processo que estamos a fazer
-
e, erm, há muitas palavras,
-
mas todos somos inteligentes o suficiente
como praticantes para saber que as palavras apontam para a energia.
-
Elas não são algo especial
em si mesmas,
-
exceto que são úteis,
ou podem ser úteis.
-
Então, de vez em quando, faz uma sessão de perguntas e respostas
com a tua sangha interior, e vê o que surge.
-
Podes ficar surpreendido
com as ideias e questões que surgem,
-
que ainda tens,
que podem ter estado inconscientes,
-
podem ter estado enterradas
na tua "casa de armazenamento",
-
devido à tua dor,
ao teu sofrimento ou à tua ocupação.
-
E assim, ser capaz de olhar
para ti mesmo no espelho desta forma,
-
com amor, respeito,
ternura e habilidade,
-
pode ajudar-nos a aprofundar o caminho
e a prática dos quatro esforços corretos,
-
que é outra forma de descrever
sobre o que é esta série:
-
diligência correta, como cuidar.
-
Uma das coisas que Thầy disse
nos últimos anos é:
-
o que significa cuidar bem da tua sangha,
-
o que significa cuidar bem
da tua continuação?
-
E uma parte da tua continuação,
das minhas continuações, está dentro de nós.
-
O eremita no poço,
que estava lá para Thầy, está em mim, em ti.
-
A Escola de Serviço Social no Vietname,
-
onde os nossos irmãos e irmãs
foram assassinados, está em nós.
-
Memórias preciosas de amor,
compaixão e sabedoria em ação.
-
Mais uma coisa sobre a sangha interna
que aprendi e experienciei ao longo de 40 anos:
-
a qualidade da minha sangha interna
influencia a qualidade da minha sangha externa.
-
Quando a minha sangha interna
não está feliz (risos),
-
é difícil para mim
trazer felicidade para a minha sangha externa.
-
Quando a minha sangha interna
não está calma, pacífica,
-
é difícil para mim trazer essa energia,
-
a energia elevada dessa paz
para a minha sangha, para—
-
quem quer que eu esteja numa relação diária,
-
a minha família, o meu parceiro,
a minha comunidade, os meus filhos, os meus pais,
-
quem quer que esteja próximo de mim.
-
Então, estas práticas não são apenas,
uh, para, uh, uma experiência isolada,
-
mas para uma prática diária de reconhecimento
-
e, não, quem, com quem
deves comunicar o teu agradecimento?
-
A quem precisas de escrever uma nota,
ou enviar um cartão, ou fazer um telefonema,
-
expressando gratidão
pelo apoio à tua vida interior?
-
Quem é essa pessoa que nutre
as tuas sementes de alegria, felicidade, coragem e diligência?
-
Deixa que saibam disso.
-
Deixa que saibam disso.
-
E alguns dos nossos,
-
alguns dos meus, membros influentes da sangha
não estão vivos neste momento.
-
Alguns nunca estiveram vivos,
alguns são fictícios,
-
mas, uh, admito que
Dom Quixote está na minha sangha interna.
-
A mensagem de marchar para o inferno
por uma causa celestial ressoa no meu coração.
-
Então, encontra para ti mesmo
o que ressoa das mensagens no teu coração,
-
e lembra-te, sei que fazes isto,
-
mas lembra-te de proteger
os teus limites, guarda os teus sentidos.
-
Não te debruces sobre todas as mensagens
que recebes do mundo exterior.
-
Aprende a proteger-te,
-
reconhecendo instantaneamente
esta mensagem, a energia desta mensagem,
-
não é útil, saudável ou sábia para mim.
-
E quanto mais aprendes a resposta
do teu corpo e mente à comunidade interna,
-
mais podes reconhecer
o que é útil e o que não é útil
-
nas mensagens externas que recebes,
-
porque estás em contacto com
as sensações de energia e alegria do teu corpo.
-
Portanto, esta não é uma comunidade interna
para fazer uma reunião,
-
erm, sabes que ninguém gosta de reuniões,
que eu saiba, externamente,
-
então por que gostarias de uma reunião interna?
-
Portanto, não pode ser um formato de reunião.
-
Se quiseres um diálogo,
podes fazer um a um, podes chamar um trio.
-
Eu, muitas vezes, chamo cinco,
-
a estrutura do panchayat em aldeias na Índia
tem cinco membros, er, e os membros podem mudar.
-
Às vezes preciso ter
a minha avó sentada lá,
-
às vezes não, erm, e está tudo bem.
-
Mas deves saber quem está sempre lá.
-
Sei que Thầy está sempre lá para mim.
-
Sei que Joseph Matthews está sempre lá para mim.
-
E— e ser capaz de saborear essa conexão,
-
er, respeitar essa conexão,
-
honrar essa conexão,
porque isso te nutre.
-
A última coisa que diria é:
-
na tradição cristã,
há uma música sobre Jesus,
-
há muitas,
-
mas uma que quero apontar agora
é sobre o poder desta prática,
-
a música "Ele caminha comigo,
e fala comigo, e diz-me que sou dele".
-
É isso que estás à procura
num membro da tua sangha interna.
-
Thầy é isso para mim.
-
E a bênção de ter a sangha,
a comunidade nobre dentro de nós, é inestimável.
-
Obrigado.
-
(Som do sino)