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A muçulmana no avião | Amal Kassir | TEDxMileHighWomen

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    Sempre que eu viajo,
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    levo uma latinha de pastilhas de hortelã,
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    porque, depois de um voo
    de quatro horas, às sete da manhã,
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    o mau hálito é inevitável,
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    e quase todo mundo vai aceitar a pastilha
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    da muçulmana no avião.
  • 0:31 - 0:33
    (Risos)
  • 0:33 - 0:38
    E eu sei que deu certo quando
    a pessoa ao meu lado vira e pergunta:
  • 0:38 - 0:41
    "Então, qual o seu nome?"
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    Veja bem, mesmo se houvesse
    um elefante na sala,
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    eu seria esse elefante.
  • 0:49 - 0:50
    Isso mesmo!
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    Se um elefante lhe oferecer
    pastilhas em um avião,
  • 0:54 - 0:56
    tenho certeza de que não será
    tão fácil aceitar,
  • 0:56 - 1:00
    então, quando um bravo curioso
    me pergunta qual o meu nome,
  • 1:00 - 1:02
    eu me esforço para fazer valer a pena.
  • 1:03 - 1:04
    (Risos)
  • 1:04 - 1:06
    Meu nome é Amal.
  • 1:07 - 1:10
    Significa "esperança" em árabe.
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    Na maioria dos dias, meu nome é garçonete
    no restaurante da minha família,
  • 1:16 - 1:20
    universitária em tempo integral,
    ou, às vezes, ainda: quase advogada,
  • 1:21 - 1:23
    viajante do mundo, 11 países.
  • 1:23 - 1:28
    Meu nome é já declamei poesia
    em oito desses países.
  • 1:28 - 1:31
    (Vivas) (Aplausos)
  • 1:31 - 1:34
    Artista internacional de poesia falada,
  • 1:34 - 1:37
    mulher muçulmana sem remorsos.
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    Síria, americana, de véu na cabeça,
    ativista social, defensora da justiça.
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    Meu nome é escritora, professora,
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    nascida no Colorado, filha de "Mile High"!
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    (Risos)
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    (Aplausos)
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    Mas, no aeroporto,
    meu nome é busca aleatória.
  • 1:57 - 1:59
    (Risos)
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    E, nas ruas, é terrorista,
  • 2:04 - 2:08
    árabe maldita, de turbante, oprimida,
  • 2:08 - 2:11
    e, nos noticiários, Estado Islâmico,
  • 2:11 - 2:12
    jihadista,
  • 2:13 - 2:14
    suspeita,
  • 2:14 - 2:15
    radical.
  • 2:15 - 2:19
    Meu nome é: "Será que sua vizinha
    muçulmana não é uma extremista?"
  • 2:20 - 2:25
    Minha mãe, que usa o hijab,
    o lenço muçulmano de cabeça,
  • 2:25 - 2:28
    é chamada com frequência
    de: "Volte para o seu país",
  • 2:29 - 2:32
    mas ela é de Iowa!
  • 2:32 - 2:34
    (Risos)
  • 2:34 - 2:37
    E o apelido dela é Lisa Pizza.
  • 2:37 - 2:38
    (Risos)
  • 2:38 - 2:42
    E bastam algumas poucas perguntas
  • 2:42 - 2:44
    para se perceber que o país dela
  • 2:45 - 2:47
    são os campos de milho de Council Bluffs.
  • 2:47 - 2:48
    (Risos)
  • 2:48 - 2:52
    Mas como alguém vai saber
    isso se não perguntar?
  • 2:53 - 2:58
    Dizem que a distância mais curta
    entre duas pessoas é uma história.
  • 2:58 - 3:03
    Com base nisso, posso dizer que a maior
    distância possível de se percorrer,
  • 3:03 - 3:08
    no mais curto espaço de tempo,
    é perguntar o nome de uma pessoa.
  • 3:09 - 3:13
    A forma pela qual nos chamamos
    é um reflexo de quem somos,
  • 3:13 - 3:18
    nossas afirmações, histórias de família,
    aquilo em que acreditamos,
  • 3:18 - 3:23
    os valores morais que seguimos,
    nosso lar, cultura, transformações.
  • 3:23 - 3:29
    Como um Mohammed que se tornou Mo,
    ou uma Lisa Pizza que se tornou Iman.
  • 3:30 - 3:34
    E como chamamos os outros, e como, talvez,
  • 3:34 - 3:37
    permitimos que os outros sejam chamados
  • 3:37 - 3:40
    é um reflexo de nossas
    próprias afirmações,
  • 3:40 - 3:44
    da nossa coragem e de nosso medo.
  • 3:45 - 3:50
    A maleabilidade da história de uma pessoa
    deve ser determinada por ela própria,
  • 3:50 - 3:53
    deve sair da boca de quem conta
    a própria história,
  • 3:53 - 3:56
    não do apresentador do noticiário,
    não do megafone,
  • 3:56 - 4:00
    nem mesmo do lenço na cabeça,
    ou da melanina em sua pele,
  • 4:00 - 4:06
    porque não se pode dizer o nome
    de bilhões de pessoas em um fôlego só,
  • 4:06 - 4:08
    a menos que seja em uma prece,
  • 4:08 - 4:14
    e, normalmente, quando generalizamos,
    não é porque estamos em prece.
  • 4:15 - 4:20
    Se não perguntamos a uma pessoa seu nome,
    deixamos de perguntar da história dela.
  • 4:22 - 4:27
    No mundo da mídia de massas
    e das ferozes notícias falsas,
  • 4:28 - 4:31
    fica difícil para qualquer um,
    inclusive eu mesma,
  • 4:31 - 4:36
    desconstruir essas histórias terríveis
    que ouvimos por aí.
  • 4:36 - 4:42
    Muitas vezes, em vez de isolar
    e de individualizar a informação,
  • 4:42 - 4:46
    tendemos a colocar todo um grupo
    pessoas dentro de um mesmo saco,
  • 4:46 - 4:50
    até que qualquer pessoa usando um hijab
  • 4:50 - 4:53
    é alguém que precisa se libertar,
  • 4:53 - 4:57
    ou qualquer pessoa
    de pele branca é racista,
  • 4:58 - 5:01
    ou qualquer pessoa de pele negra
    é um crioulo bastardo,
  • 5:01 - 5:04
    ou qualquer um que se pareça
    com o meu pai irá explodir um avião,
  • 5:04 - 5:09
    ou, se o assassino tiver a pele clara,
    é só um esquisitão com problemas mentais.
  • 5:09 - 5:10
    E chegamos a esse ponto
  • 5:10 - 5:14
    em que nem precisamos
    perguntar o nome das pessoas,
  • 5:15 - 5:17
    pois já sabemos como chamá-las.
  • 5:19 - 5:23
    Na Europa, neste momento, ocorre
    uma monumental troca de nomes,
  • 5:23 - 5:28
    transformando completamente
    a responsabilidade da humanidade.
  • 5:29 - 5:33
    Os países estão deportando refugiados,
  • 5:34 - 5:36
    mas, quando se assiste aos noticiários,
  • 5:36 - 5:40
    esses refugiados
    são chamados de imigrantes.
  • 5:41 - 5:46
    Porque, convenhamos, deportar imigrantes
    parece muito mais aceitável
  • 5:46 - 5:51
    do que deportar indivíduos
    que foram obrigados a deixar seus países
  • 5:51 - 5:55
    em função de perseguição,
    guerra e violência,
  • 5:55 - 5:58
    que é a definição da ONU para refugiado.
  • 5:58 - 6:01
    (Aplausos)
  • 6:05 - 6:08
    E, ao chamá-los assim,
  • 6:09 - 6:12
    estamos atribuindo a essas pessoas
    uma escolha, em vez de uma circunstância,
  • 6:12 - 6:18
    um ganho econômico, em vez do desespero
    por fugir de uma zona de guerra.
  • 6:19 - 6:22
    Estas crianças são refugiadas,
  • 6:23 - 6:25
    não imigrantes.
  • 6:25 - 6:28
    Tirei esta foto no ano passado
    em um campo de refugiados
  • 6:28 - 6:33
    na fronteira da Síria com a Turquia,
    e, ao contrário do que se pensa,
  • 6:34 - 6:36
    eles não são venenosos.
  • 6:38 - 6:43
    Não vieram aqui roubar nossa democracia
    ou invadir nossa vizinhança.
  • 6:43 - 6:45
    São pessoas,
  • 6:46 - 6:50
    famílias que gostariam
    de poder voltar para casa,
  • 6:50 - 6:54
    mas tiveram de fazer
    seu lar em outro lugar.
  • 6:57 - 7:00
    E chegamos a esse ponto,
    em que a palavra "imigrante"
  • 7:00 - 7:05
    significa basicamente um monte de gente
    de pele escura que fala outra língua,
  • 7:05 - 7:07
    e acabamos nos esquecendo
  • 7:08 - 7:11
    de que houve um tempo
    em que algumas pessoas
  • 7:11 - 7:14
    consideravam que gente com esta aparência
  • 7:14 - 7:16
    era imigrante também.
  • 7:17 - 7:18
    (Aplausos)
  • 7:18 - 7:20
    Mas não é verdade?
  • 7:20 - 7:21
    (Aplausos)
  • 7:25 - 7:29
    E é por causa desse esquecimento
    que presumimos,
  • 7:30 - 7:34
    monopolizamos as histórias das pessoas,
    atribuímos raça, classe social,
  • 7:34 - 7:38
    religião, vestimentas aos nomes
    que escolhemos para elas.
  • 7:39 - 7:45
    Terrorismo é um ótimo
    exemplo moderno, infelizmente.
  • 7:45 - 7:47
    Nos últimos anos,
  • 7:48 - 7:53
    tanta violência se espalhou
    pelo nosso país,
  • 7:54 - 7:58
    mas, no noticiário,
    há sempre uma especificação
  • 7:58 - 8:01
    para dizer se o terrorismo
    está ou não envolvido,
  • 8:01 - 8:05
    o que, como sabemos, significa dizer
    que o assassino tem esta aparência.
  • 8:05 - 8:07
    [Árabe]
  • 8:07 - 8:08
    (Risos)
  • 8:08 - 8:10
    Ele é uma graça!
  • 8:10 - 8:11
    O que provavelmente significa...
  • 8:11 - 8:13
    (Risos)
  • 8:14 - 8:18
    que o assassino, obviamente,
    presta homenagem a isto.
  • 8:18 - 8:20
    [Estado Islâmico]
  • 8:20 - 8:26
    Mas, corrijam-me se estiver errada,
    o noticiário tende a ser diferente
  • 8:26 - 8:30
    se o terrorista tem esta aparência.
  • 8:30 - 8:32
    [Robert Dear, atirador
    de clínica pró-aborto]
  • 8:32 - 8:34
    (Aplausos)
  • 8:39 - 8:42
    E, acima de tudo, nos faz esquecer
    que o terrorismo,
  • 8:42 - 8:45
    pela sua própria definição,
  • 8:45 - 8:48
    sempre aconteceu sob todas as formas
  • 8:48 - 8:49
    [Ku Klux Klan]
  • 8:49 - 8:50
    e cores,
  • 8:50 - 8:52
    [Timothy McVeigh,
    homem-bomba de Oklahoma]
  • 8:52 - 8:54
    (Vivas) (Aplausos)
  • 8:56 - 9:01
    E o que acontece quando prendemos
    certos nomes a certas descrições,
  • 9:01 - 9:05
    injustamente excluindo alguns
    e incluindo outros,
  • 9:05 - 9:11
    acabamos encarcerando uma enorme
    massa de pessoas sob o nome de "perigoso",
  • 9:11 - 9:13
    mesmo que elas não sejam nada disso.
  • 9:13 - 9:17
    Como dizer "marginal"
    em vez de garoto negro de 17 anos.
  • 9:17 - 9:18
    [Trayvon Martin]
  • 9:18 - 9:21
    Como dizer "intruso",
    em vez de "imigrante".
  • 9:22 - 9:26
    Como dizer "pobres preguiçosos", em vez
    de "distribuição desigual de riqueza".
  • 9:26 - 9:29
    Como dizer "bomba" em vez de "relógio".
  • 9:29 - 9:31
    [Ahmed Mohammad, inventor de relógio]
  • 9:31 - 9:34
    (Aplausos) (Vivas)
  • 9:39 - 9:43
    O nome deste homem é Craig Hicks.
  • 9:44 - 9:47
    Normalmente chamado
    de disputa de estacionamento,
  • 9:47 - 9:51
    mas seu nome real é um homem que matou
  • 9:51 - 9:53
    três americanos dentro da casa deles,
  • 9:53 - 9:58
    em execuções a tiros na cabeça
    porque eram muçulmanos.
  • 9:59 - 10:02
    O nome dele é crime de ódio.
  • 10:03 - 10:06
    Os nomes deles são Deah, Yusor e Razan,
  • 10:06 - 10:11
    de 23, 21 e 19 anos.
  • 10:12 - 10:17
    Deah e Yusor acabavam de ser declarados
    marido e mulher, recém-casados,
  • 10:18 - 10:21
    e os três eram conhecidos
    pelas pessoas queridas
  • 10:21 - 10:25
    como filhos e filhas, irmãos,
    irmãs, alunos e ativistas,
  • 10:25 - 10:28
    "instagrammers",
    contribuintes, americanos.
  • 10:29 - 10:35
    Mas agora os nomes deles
    são jovens demais para terem partido,
  • 10:36 - 10:40
    os nomes deles são
    descansem em paz, Allah Yerhamo.
  • 10:41 - 10:45
    Hicks não quis saber os nomes deles.
  • 10:46 - 10:49
    Ele próprio os nomeou
    ao atribuir a cada um deles uma bala,
  • 10:49 - 10:55
    deu a eles o nome de ameaça aos EUA,
    e, assim, tirou-lhes a vida.
  • 10:58 - 11:01
    Esta é uma foto do dia
    do casamento de Deah e Yusor.
  • 11:02 - 11:04
    É tão linda.
  • 11:05 - 11:09
    Eles foram mortos antes mesmo
    de poder ver esta foto.
  • 11:10 - 11:14
    Estudos mostram que, na transmissão
    de notícias em primeira mão,
  • 11:14 - 11:18
    as primeiras informações são as que ficam,
    mesmo que não sejam verdadeiras.
  • 11:19 - 11:21
    Como aconteceu nos ataques de Paris,
  • 11:21 - 11:23
    quando se falou
    que refugiados eram perigosos
  • 11:23 - 11:25
    porque haviam achado um passaporte,
  • 11:25 - 11:30
    mas depois ficou confirmado que não havia
    sírios ou refugiados envolvidos.
  • 11:31 - 11:34
    Mas quando há esse enorme costume
    de chamar as pessoas pelo nome errado,
  • 11:34 - 11:37
    é fácil cometer erros desse tipo.
  • 11:37 - 11:42
    E isto é um exemplo
    do que acontece numa cultura do medo.
  • 11:43 - 11:46
    Em uma sociedade que não pergunta nomes,
  • 11:47 - 11:49
    acaba-se na boca de um apresentador de TV
  • 11:49 - 11:51
    ou na boca de uma arma,
    que fala por conta própria.
  • 11:53 - 11:55
    Em 11 de setembro de 2001,
  • 11:56 - 12:00
    eu estava em uma escola islâmica
    particular de ensino fundamental,
  • 12:02 - 12:04
    e, nas primeiras horas da tragédia,
  • 12:04 - 12:07
    a escola recebeu duas ameaças de bomba.
  • 12:08 - 12:12
    A palavra "terrorista" não fazia parte
    da minha lista do ditado,
  • 12:13 - 12:16
    mas todos nós aprendemos a escrevê-la
    bem rápido, depois disso.
  • 12:17 - 12:20
    E chamar-nos de terroristas
    em meio àquela tragédia
  • 12:20 - 12:24
    que afetou a nós também como americanos,
  • 12:24 - 12:26
    nas palavras de Dalia Mogahed,
  • 12:26 - 12:29
    não só estávamos em luto,
    mas também éramos suspeitos.
  • 12:30 - 12:33
    Porém, alguns meses atrás,
  • 12:33 - 12:38
    eu e meu irmão lindo, com cara
    de garoto branco, chamado Usama,
  • 12:38 - 12:43
    estávamos no museu,
    comprando ingressos para o planetário,
  • 12:43 - 12:46
    e um senhor idoso branco
    se aproximou e disse:
  • 12:47 - 12:50
    "Sinto muito por tudo o que devem
    estar passando neste momento.
  • 12:51 - 12:57
    Quero que saibam que nem todos americanos
    acreditam no que esses bufões dizem".
  • 12:57 - 12:58
    (Aplausos)
  • 12:58 - 13:00
    Sim, ele usou a palavra "bufões"!
  • 13:00 - 13:02
    (Aplausos)
  • 13:04 - 13:08
    E continuou: "Quero que saibam
    que estamos do seu lado".
  • 13:09 - 13:14
    Mas se eu não estivesse usando
    um pedaço da minha identidade na cabeça,
  • 13:14 - 13:16
    ele não teria como me dizer aquilo.
  • 13:17 - 13:20
    E, apesar de não me perguntar o meu nome,
  • 13:20 - 13:22
    ele me disse o dele.
  • 13:23 - 13:25
    Aprendi, por experiência própria,
  • 13:26 - 13:29
    que se alguém quiser mesmo saber,
  • 13:29 - 13:33
    vai estar disposto a cruzar
    aquela fronteira do medo
  • 13:33 - 13:36
    e descobrir que o meu nome
    significa esperança.
  • 13:36 - 13:42
    E, então, terá a coragem de me fazer
    as perguntas que realmente importam
  • 13:42 - 13:45
    e que só eu posso responder,
  • 13:46 - 13:48
    como: "O que é isso na sua cabeça?
  • 13:49 - 13:51
    Você foi mesmo obrigada a usar isso?
  • 13:52 - 13:54
    Os muçulmanos são todos violentos?
  • 13:54 - 13:57
    O Alcorão realmente diz
    que vocês devem nos matar?
  • 13:57 - 14:01
    Você pode me explicar
    qual o problema do Estado Islâmico?"
  • 14:01 - 14:04
    E todas essas questões,
    embora pareçam inconvenientes,
  • 14:05 - 14:09
    fazem com que eu perceba
    que fui humanizada,
  • 14:10 - 14:14
    e fazem com que o bravo curioso
    saiba que, na verdade,
  • 14:14 - 14:17
    eu sou apenas tão assustadora,
    quanto o medo silencioso que se instala.
  • 14:18 - 14:23
    Quando conhecemos alguém novo,
    perguntamos o nome dele.
  • 14:23 - 14:25
    Não o atribuímos a ele.
  • 14:26 - 14:29
    E, com esse nome, ganhamos um passado,
  • 14:29 - 14:32
    linhagens e dialetos, livros e poemas,
  • 14:32 - 14:36
    perspectivas, guerras, lutas
    e histórias de sobrevivência.
  • 14:37 - 14:41
    "Qual o seu nome?" é uma pequena
    distância a se percorrer,
  • 14:41 - 14:44
    mas se você me perguntar, ah, meu amigo!
  • 14:44 - 14:48
    Eu vou levar você de Kuala Lumpur
    a Barcelona, a Beirute.
  • 14:48 - 14:53
    Iremos a Damasco,
    Sidney, Trinidade e Tobago.
  • 14:53 - 14:54
    Vou lhe mostrar Meca,
  • 14:54 - 14:58
    meu armário com mais
    de 70 lenços internacionais,
  • 14:58 - 15:02
    os túmulos dos meus 31 familiares
    mortos na Síria,
  • 15:02 - 15:06
    a cafeteria que eu costumava
    frequentar e onde fazia a lição de casa.
  • 15:07 - 15:11
    Mas é preciso ter coragem
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    de ir atrás da nossa curiosidade,
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    de ir além daquilo que já conhecemos,
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    e do que já sentimos medo.
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    Mas são necessários dois:
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    o elefante que oferece a pastilha
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    e o outro que aceita.
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    (Aplausos)
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    (Vivas)
Title:
A muçulmana no avião | Amal Kassir | TEDxMileHighWomen
Description:

No noticiário, a divisão étnica parece cada vez mais profunda. Mas como resolver esses complicados problemas, se cada um dos lados vive com medo do outro? A resposta é simples, argumenta a poeta sírio-americana Amal Kassir, e começa com uma pergunta: "Qual o seu nome?"
Amal, uma jovem americana muçulmana nascida no Colorado, encontrou uma plataforma para a própria voz, enquanto crescia trabalhando no restaurante da família. Ela escreve poesia desde criança, e já se apresentou em oito países, compartilhando seus versos em lugares que vão de prisões a orfanatos e campos de refugiados.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:59

Portuguese, Brazilian subtitles

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