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Ensinar alimentação a todas as crianças

  • 0:02 - 0:03
    Infelizmente,
  • 0:03 - 0:06
    durante os próximos 18 minutos
    enquanto temos esta conversa,
  • 0:06 - 0:09
    quatro americanos que estão vivos
  • 0:09 - 0:12
    morrerão devido à comida que comem.
  • 0:15 - 0:18
    Chamo-me Jamie Oliver. Tenho 34 anos.
  • 0:18 - 0:20
    Venho de Essex, Inglaterra
  • 0:20 - 0:23
    e durante os últimos sete anos
  • 0:23 - 0:26
    tenho trabalhado incansavelmente
  • 0:26 - 0:29
    para salvar vidas à minha maneira.
  • 0:29 - 0:31
    Não sou médico.
  • 0:31 - 0:32
    Sou cozinheiro.
  • 0:32 - 0:35
    Não tenho equipamento caro
  • 0:35 - 0:36
    nem medicamentos caros.
  • 0:36 - 0:39
    Uso a informação, a educação.
  • 0:39 - 0:42
    Acredito profundamente
    que o poder da comida
  • 0:42 - 0:46
    tem um lugar fundamental nas nossas casas
  • 0:46 - 0:50
    que nos une aos melhores momentos da vida.
  • 0:52 - 0:57
    Temos uma péssima realidade neste momento.
  • 0:59 - 1:02
    América, vocês estão no topo da tabela.
  • 1:03 - 1:05
    Este é um dos países
    menos saudáveis do mundo.
  • 1:05 - 1:08
    Importam-se de levantar a mão
  • 1:08 - 1:10
    os que têm filhos aqui nesta sala?
  • 1:10 - 1:12
    Levantem as mãos, por favor.
  • 1:12 - 1:16
    Tias, tios, também podem levantar a mão.
  • 1:16 - 1:18
    A maioria. Ok.
  • 1:18 - 1:21
    Nós, os adultos
    das últimas quatro gerações,
  • 1:21 - 1:27
    deixamos aos nossos filhos o legado
    de uma duração de vida
  • 1:27 - 1:29
    mais curta que a dos pais.
  • 1:30 - 1:35
    Os vossos filhos viverão
    menos dez anos do que vocês.
  • 1:35 - 1:38
    por causa da paisagem alimentar
    que construímos à volta deles.
  • 1:39 - 1:42
    Estatisticamente, hoje, nos EUA,
    dois terços desta sala,
  • 1:42 - 1:44
    estarão acima do peso ideal
    ou serão mesmo obesos.
  • 1:44 - 1:46
    Vocês aí, para já estão bem,
  • 1:46 - 1:48
    mas nós acabaremos por vos apanhar,
    não se preocupem.
  • 1:48 - 1:49
    (Risos)
  • 1:49 - 1:53
    As estatísticas de má saúde
    são muito claras,
  • 1:54 - 1:58
    Passamos a vida paranóicos com a morte,
    assassínios, homicídios, etc.
  • 1:58 - 2:01
    Vem na primeira página
    de todos os jornais, da CNN.
  • 2:01 - 2:04
    Vejam onde está o homicídio,
    ali em baixo, por amor de Deus.
  • 2:04 - 2:06
    (Risos)
  • 2:06 - 2:09
    (Aplausos)
  • 2:12 - 2:14
    Cada uma das assinaladas a vermelho
  • 2:14 - 2:16
    é uma doença ligada à alimentação.
  • 2:16 - 2:19
    Qualquer médico,
    qualquer especialista, dir-vos-á isso.
  • 2:19 - 2:23
    Facto: Doenças ligadas à alimentação
    são a principal causa de morte
  • 2:23 - 2:26
    nos EUA, agora, aqui, hoje.
  • 2:29 - 2:31
    Este é um problema mundial.
  • 2:30 - 2:32
    É uma catástrofe.
  • 2:32 - 2:34
    Está a varrer o mundo.
  • 2:34 - 2:37
    A Inglaterra está mesmo atrás de vós,
    como é costume.
  • 2:36 - 2:39
    (Risos)
  • 2:40 - 2:43
    Sei que vocês são amigos,
    mas nem tanto.
  • 2:43 - 2:45
    Precisamos de uma revolução.
  • 2:45 - 2:48
    O México, a Austrália,
    a Alemanha, a Índia, a China,
  • 2:48 - 2:51
    todos têm graves problemas
    de obesidade e de saúde.
  • 2:53 - 2:55
    Pensem no tabaco.
  • 2:55 - 2:58
    Custa muito menos
    do que a obesidade hoje em dia.
  • 2:58 - 3:00
    A obesidade custa aos norte-americanos
  • 3:00 - 3:03
    10% das despesas de saúde.
  • 3:03 - 3:06
    150 mil milhões de dólares por ano.
  • 3:07 - 3:09
    Dentro de 10 anos, deverá duplicar.
  • 3:09 - 3:11
    300 mil milhões de dólares por ano.
  • 3:11 - 3:13
    E, sejamos honestos,
    vocês não têm esse dinheiro.
  • 3:14 - 3:16
    (Risos)
  • 3:17 - 3:20
    Vim aqui para iniciar
    uma revolução alimentar
  • 3:20 - 3:23
    em que acredito profundamente.
  • 3:23 - 3:26
    Precisamos dela. Agora é o momento.
  • 3:26 - 3:27
    Estamos num momento crítico.
  • 3:27 - 3:29
    Há sete anos que ando a fazer isto.
  • 3:29 - 3:31
    Tenho tentado,
    aqui nos EUA, há sete anos.
  • 3:31 - 3:35
    Agora é que é altura — altura de começar.
  • 3:35 - 3:37
    Fui ao centro da tempestade.
  • 3:37 - 3:40
    Fui a West Virginia, o estado
    menos saudável dos EUA.
  • 3:40 - 3:42
    Pelo menos, era no ano passado.
  • 3:42 - 3:44
    Este ano temos um novo,
    mas desse trataremos na próxima época.
  • 3:44 - 3:46
    (Risos)
  • 3:47 - 3:48
    Huntington, West Virginia,
    uma cidade linda.
  • 3:48 - 3:51
    Eu queria colocar o coração,
    a alma e as pessoas,
  • 3:51 - 3:53
    o vosso público,
  • 3:53 - 3:57
    à volta das estatísticas
    que nós tão bem conhecemos.
  • 3:57 - 4:00
    Quero apresentar-vos algumas
    das pessoas com que me preocupo.
  • 4:00 - 4:02
    O vosso público, os vossos filhos.
  • 4:02 - 4:05
    Quero mostrar-vos uma fotografia
    da minha amiga Brittany.
  • 4:05 - 4:07
    Ela tem 16 anos.
  • 4:07 - 4:10
    Tem só seis anos de vida
  • 4:10 - 4:14
    por causa da comida que tem comido.
  • 4:14 - 4:16
    Ela pertence à terceira geração
    de norte-americanos
  • 4:16 - 4:18
    que não cresceu num ambiente alimentar
  • 4:18 - 4:20
    em que a ensinaram a cozinhar,
    nem casa nem na escola,
  • 4:20 - 4:23
    nem a mãe dela, nem a avó.
  • 4:23 - 4:25
    Ela tem 6 anos de vida.
  • 4:25 - 4:28
    Está a comer o fígado dela até morrer.
  • 4:29 - 4:31
    Stacy, a família Edwards.
  • 4:31 - 4:33
    Esta é uma família normal.
  • 4:33 - 4:36
    A Stacy faz o seu melhor,
    mas também é da terceira geração.
  • 4:36 - 4:38
    Nunca aprendeu a cozinhar
    nem em casa nem na escola.
  • 4:38 - 4:40
    A família é obesa.
  • 4:40 - 4:42
    O Justin, aqui, 12 anos de idade,
    pesa 160 quilos.
  • 4:42 - 4:44
    Ele sofre de bullying, por amor de Deus.
  • 4:44 - 4:46
    A filha, Katie, tem 4 anos.
  • 4:46 - 4:49
    Já é obesa mesmo antes
    de entrar na escola primária.
  • 4:49 - 4:52
    Marissa. Ela está bem. É do vosso grupo.
  • 4:52 - 4:54
    Mas sabem que mais?
  • 4:54 - 4:56
    O pai dela, que era obeso,
    morreu nos braços dela.
  • 4:56 - 4:59
    E o segundo homem
    mais importante da vida dela,
  • 4:59 - 5:02
    o tio, morreu de obesidade.
  • 5:02 - 5:04
    Agora o padrasto é obeso.
  • 5:05 - 5:09
    O problema é que as doenças
    ligadas à dieta e à obesidade
  • 5:09 - 5:12
    não prejudicam apenas
    as pessoas que sofrem delas;
  • 5:12 - 5:15
    mas também os seus amigos, famílias,
    irmãos, irmãs.
  • 5:16 - 5:18
    O pastor Steve,
    um homem inspirador,
  • 5:18 - 5:21
    um dos meus primeiros aliados
    em Huntington, West Virginia.
  • 5:21 - 5:25
    Ele está no fio da navalha
    deste problema.
  • 5:25 - 5:27
    Ele tem de enterrar estas pessoas.
  • 5:28 - 5:30
    E está farto.
    Farto de enterrar os amigos,
  • 5:30 - 5:32
    a família, a comunidade.
  • 5:32 - 5:36
    Chegado o Inverno, morrerá
    o triplo das pessoas.
  • 5:36 - 5:37
    Ele está farto.
  • 5:37 - 5:40
    Estas são doenças evitáveis.
    Um desperdício de vida.
  • 5:40 - 5:42
    Já agora, é nisto que eles são enterrados.
  • 5:43 - 5:47
    Não estamos preparados para isto.
  • 5:47 - 5:49
    Não conseguimos tirá-los de casa,
    e estou a falar a sério.
  • 5:49 - 5:51
    Nem sequer os tiramos.
    Só com uma empilhadora.
  • 5:52 - 5:54
    Eu vejo isto como um triângulo,
  • 5:54 - 5:56
    Esta é a nossa paisagem alimentar.
  • 5:56 - 5:59
    Se calhar, já ouviram tudo isto,
    mas vamos rever isto mais uma vez.
  • 5:59 - 6:01
    Ao longo dos últimos 30 anos,
  • 6:01 - 6:03
    o que aconteceu
    que arrancou o coração a este país?
  • 6:03 - 6:05
    Sejamos francos e honestos.
  • 6:06 - 6:08
    Bem. A vida moderna.
  • 6:08 - 6:10
    Comecemos com as pessoas comuns.
  • 6:10 - 6:13
    O "fast food" dominou
    o país inteiro, já sabemos.
  • 6:13 - 6:16
    As principais marcas são
    dos poderes mais importantes,
  • 6:16 - 6:18
    dos poderes mais poderosos deste país.
  • 6:19 - 6:21
    Os supermercados também.
  • 6:21 - 6:23
    Grandes empresas.
  • 6:23 - 6:26
    Há 30 anos, a maior parte da comida
  • 6:26 - 6:29
    era, sobretudo, local
    e, sobretudo, fresca.
  • 6:29 - 6:33
    Agora é, em grande parte, processada
    e cheia de todo tipo de aditivos,
  • 6:33 - 6:35
    de ingredientes extra,
    e já sabem o resto da história.
  • 6:35 - 6:38
    O tamanho das doses é obviamente
    um problema enorme.
  • 6:40 - 6:42
    A rotulagem é um problema enorme.
  • 6:42 - 6:46
    A etiquetagem neste país é uma desgraça.
  • 6:46 - 6:50
    A indústria quer controlar-se a si própria.
  • 6:51 - 6:53
    O quê, neste clima? Eles não o merecem.
  • 6:53 - 6:56
    Como se pode afirmar
    que uma coisa é baixa em gordura
  • 6:56 - 6:58
    quando está carregada de açúcar?
  • 6:58 - 7:00
    A casa.
  • 7:01 - 7:03
    O principal problema com a casa
  • 7:03 - 7:09
    é que costumava ser o centro
    de transmissão da cultura alimentar,
  • 7:09 - 7:10
    que construiu a nossa sociedade.
  • 7:11 - 7:12
    Isso já não acontece.
  • 7:12 - 7:14
    Enquanto vamos trabalhar
    e enquanto a vida muda,
  • 7:14 - 7:17
    e como a vida evolui sempre,
  • 7:17 - 7:19
    temos de ver isto no seu conjunto
  • 7:19 - 7:21
    — dar um passo atrás
    e reajustar o equilíbrio.
  • 7:21 - 7:24
    Isto já não acontece há 30 anos.
  • 7:24 - 7:28
    Quero mostrar-vos uma situação
  • 7:28 - 7:31
    que é muito normal hoje em dia.
  • 7:31 - 7:32
    A família Edwards.
  • 7:32 - 7:34
    (Vídeo) Jamie Oliver: Vamos conversar.
  • 7:34 - 7:38
    Isto passa por ti e pela tua família
    todas as semanas.
  • 7:39 - 7:44
    É preciso que saibas que isto que vai matar
    os teus filhos antes do tempo.
  • 7:45 - 7:46
    Como te sentes?
  • 7:46 - 7:50
    Stacy: Agora, apenas
    muito triste e deprimida.
  • 7:51 - 7:54
    Mas quero que os meus filhos
    tenham sucesso na vida
  • 7:54 - 7:56
    e isto não vai levá-los lá.
  • 7:57 - 7:59
    Mas eu estou a matá-los.
  • 8:00 - 8:02
    JO: Sim, estás. Estás mesmo.
  • 8:02 - 8:05
    Mas podemos parar com isso.
  • 8:08 - 8:09
    Normal.
  • 8:10 - 8:12
    Vamos passar para as escolas,
  • 8:12 - 8:15
    uma coisa em que me tornei especialista.
  • 8:15 - 8:17
    Escola.
  • 8:17 - 8:21
    O que é a escola? Quem a inventou?
    Qual o objectivo da escola?
  • 8:21 - 8:23
    A escola foi inventada
    para nos armar com as ferramentas
  • 8:23 - 8:26
    que nos tornem criativos,
    para fazermos coisas maravilhosas,
  • 8:26 - 8:28
    para ganharmos a vida, etc, etc.
  • 8:28 - 8:32
    Tem sido assim há muito, muito tempo.
  • 8:33 - 8:35
    Mas não a temos evoluído
  • 8:35 - 8:38
    para lidar com as catástrofes
    de saúde dos EUA.
  • 8:38 - 8:42
    A comida de cantina é uma coisa
    que a maior parte das crianças
  • 8:42 - 8:44
    — 31 milhões por dia —
  • 8:44 - 8:47
    comem duas vezes por dia,
    a maior parte das vezes
  • 8:47 - 8:50
    — pequeno-almoço e almoço —
    180 dias por ano.
  • 8:51 - 8:54
    Portanto, podemos dizer que a comida
    de cantina é muito importante,
  • 8:54 - 8:56
    atendendo às circunstâncias.
  • 8:56 - 8:58
    (Risos)
  • 9:00 - 9:03
    Antes de começar o meu desabafo,
  • 9:03 - 9:05
    de que tenho a certeza
    de que estão à espera...
  • 9:05 - 9:07
    (Risos)
  • 9:08 - 9:11
    ... preciso de dizer uma coisa,
    e é muito importante
  • 9:11 - 9:13
    para a magia que vai ocorrer
  • 9:13 - 9:15
    nos próximos três meses.
  • 9:15 - 9:18
    As funcionárias, as cozinheiras
    das cantinas dos EUA...
  • 9:18 - 9:22
    Eu ofereço-me como embaixador delas,
  • 9:22 - 9:24
    não estou a implicar com elas.
  • 9:24 - 9:26
    Elas fazem o melhor que podem.
  • 9:28 - 9:30
    Elas fazem o seu melhor.
  • 9:30 - 9:32
    Mas estão a fazer o que lhes mandam,
  • 9:32 - 9:34
    e o que lhes mandam fazer está errado.
  • 9:34 - 9:38
    O sistema é gerido, em grande parte,
    por contabilistas.
  • 9:38 - 9:40
    Não há pessoas em número suficiente
    — ou ninguém —
  • 9:40 - 9:42
    que percebam de alimentação nesta área.
  • 9:42 - 9:43
    Aí há um problema.
  • 9:43 - 9:47
    Se não se percebe de alimentação,
    e se tem um orçamento limitado,
  • 9:47 - 9:48
    não se pode ser criativo,
  • 9:48 - 9:51
    não se pode andar a inventar
    e encontrar receitas novas.
  • 9:51 - 9:53
    Se se é contabilista, e burocrata,
  • 9:53 - 9:55
    a única coisa a fazer
    nestas circunstâncias
  • 9:55 - 9:58
    é comprar porcarias mais baratas.
  • 9:58 - 9:59
    Agora, a verdade é esta:
  • 9:59 - 10:03
    a comida que os vossos filhos obtêm
    todos os dias é "fast food",
  • 10:03 - 10:04
    é altamente processada,
  • 10:04 - 10:06
    não há alimentos frescos suficientes.
  • 10:06 - 10:10
    A quantidade de aditivos, de E's,
    de ingredientes que nem imaginam...
  • 10:10 - 10:14
    Não há vegetais suficientes, as batatas
    fritas são consideradas um vegetal.
  • 10:14 - 10:17
    Pizza ao pequeno-almoço.
    Nem sequer têm talheres.
  • 10:17 - 10:19
    Facas e garfos?
    Não, são demasiado perigosos.
  • 10:20 - 10:22
    Têm tesouras nas salas de aula
    mas facas e garfos? Não.
  • 10:22 - 10:25
    Do meu ponto de visto,
    se não há facas nem garfos na escola,
  • 10:25 - 10:30
    estamos a incentivar a "fast food",
    porque se come com a mão.
  • 10:31 - 10:33
    A propósito, é mesmo "fast food".
  • 10:33 - 10:36
    Carne moída, hambúrgueres, salsichas,
  • 10:36 - 10:39
    essa tralha toda.
  • 10:40 - 10:44
    10% do que gastamos em saúde,
    como já disse,
  • 10:44 - 10:47
    é em obesidade, e vai duplicar.
  • 10:47 - 10:49
    Não estamos a ensinar os nossos filhos.
  • 10:49 - 10:52
    Não existe nada que obrigue
    a ensinar alimentação às crianças,
  • 10:52 - 10:54
    nem no ensino básico, nem no secundário.
  • 10:54 - 10:56
    Não ensinamos alimentação às crianças.
  • 10:56 - 10:59
    Isto é um pequeno clip
    de uma escola básica,
  • 10:59 - 11:00
    que é muito comum na Inglaterra.
  • 11:00 - 11:03
    Vídeo: Jamie Oliver:
    Quem sabe o que é isto?
  • 11:04 - 11:07
    Criança: Batatas.
    JO: Batatas? Achas que isto são batatas?
  • 11:07 - 11:09
    Sabem o que é isso?
  • 11:09 - 11:11
    Sabem o que é isso?
    Criança: Brócolos?
  • 11:11 - 11:13
    JO: E isto? O nosso velho amigo.
  • 11:13 - 11:15
    Criança: Aipo.
    JO: Não.
  • 11:15 - 11:17
    JO: E o que é isto?
    Criança: Cebola.
  • 11:17 - 11:19
    JO: Cebola? Não.
  • 11:19 - 11:20
    Conseguimos perceber claramente
  • 11:20 - 11:23
    se as crianças sabem
    de onde vêm os alimentos.
  • 11:24 - 11:26
    Vídeo: JO: Quem sabe o que é isso?
    Criança: Uma pera?
  • 11:26 - 11:28
    JO: O que achas que é isto?
    Criança: Não sei.
  • 11:28 - 11:32
    JO: Se as crianças não sabem
    o que é uma coisa, nunca a comerão.
  • 11:33 - 11:35
    (Risos)
  • 11:35 - 11:37
    JO: Normal.
  • 11:37 - 11:40
    A Inglaterra e os EUA.
  • 11:40 - 11:42
    Adivinhem como se resolveu isto.
  • 11:42 - 11:44
    Duas sessões de uma hora cada.
  • 11:46 - 11:47
    Temos de ensinar às nossas crianças
  • 11:47 - 11:49
    a comida nas escolas, ponto final.
  • 11:50 - 11:53
    (Aplausos)
  • 11:56 - 11:57
    Quero dizer-vos uma coisa,
  • 11:57 - 12:03
    que, de certa forma, resume o problema
    em que estamos.
  • 12:03 - 12:06
    Quero falar-vos duma coisa
    tão básica como o leite.
  • 12:07 - 12:10
    Todas as crianças
    têm direito a leite na escola.
  • 12:10 - 12:12
    Os vossos filhos bebem leite na escola,
    de manhã e ao almoço.
  • 12:12 - 12:14
    Bebem duas garrafas, não é?
  • 12:14 - 12:16
    A maior parte das crianças bebem.
  • 12:16 - 12:19
    Mas o leite hoje já não é
    suficientemente bom.
  • 12:19 - 12:21
    Não me interpretem mal,
    eu sou a favor do leite,
  • 12:21 - 12:23
    mas algum magnata do leite
  • 12:23 - 12:26
    provavelmente pagou muito dinheiro
    para chegar à conclusão que,
  • 12:26 - 12:29
    se se colocassem aromas,
    corantes e açúcar no leite,
  • 12:29 - 12:31
    haveria mais crianças a bebê-lo.
  • 12:31 - 12:33
    (Aplausos)
  • 12:34 - 12:36
    Obviamente, isso vai ter repercussões.
  • 12:36 - 12:37
    Os magnatas das maçãs vão concluir
  • 12:37 - 12:40
    que, se cobrirem as maçãs com caramelo,
    elas também vão comer mais.
  • 12:40 - 12:42
    Estão a perceber?
  • 12:42 - 12:44
    Para mim, não há necessidade
    de aromatizar o leite.
  • 12:44 - 12:46
    Há açúcar em tudo.
  • 12:46 - 12:48
    Eu conheço bem esses ingredientes.
  • 12:48 - 12:50
    Estão em tudo.
  • 12:50 - 12:53
    Nem o leite escapou
    a este tipo de problema moderno.
  • 12:53 - 12:55
    Aqui está o nosso leite. O nosso pacote.
  • 12:55 - 12:59
    Ali dentro há quase tanto açúcar
    como numa lata dum refrigerante preferido
  • 12:59 - 13:02
    e eles estão a beber dois por dia.
  • 13:02 - 13:03
    Então, vou mostrar-vos.
  • 13:03 - 13:07
    Temos aqui uma criança
  • 13:07 - 13:11
    que come oito colheres
    de sopa de açúcar por dia.
  • 13:13 - 13:15
    Isto é uma semana.
  • 13:16 - 13:18
    Aqui um mês.
  • 13:18 - 13:21
    E tomei a liberdade de colocar
  • 13:21 - 13:23
    o açúcar dos cinco anos
    da escola básica,
  • 13:27 - 13:29
    apenas no leite.
  • 13:31 - 13:33
    Agora, quanto a vós não sei,
  • 13:33 - 13:36
    mas avaliando as circunstâncias,
  • 13:36 - 13:38
    qualquer juiz do mundo,
  • 13:38 - 13:41
    olharia para as estatísticas
    e para as provas,
  • 13:41 - 13:44
    e condenaria qualquer governo
    por abuso infantil.
  • 13:45 - 13:46
    Essa é a minha crença.
  • 13:46 - 13:49
    (Aplausos)
  • 13:55 - 13:57
    Se eu viesse aqui hoje
    — e em gostaria de vir aqui hoje —
  • 13:57 - 14:00
    com a cura para a SIDA ou para o cancro,
  • 14:00 - 14:03
    vocês estariam a lutar
    para tentar chegar ao pé de mim.
  • 14:04 - 14:07
    Mas todas estas más notícias
    são evitáveis.
  • 14:07 - 14:08
    Felizmente.
  • 14:09 - 14:11
    São muito evitáveis.
  • 14:11 - 14:14
    Portanto, vamos pensar nisso,
    temos aqui um problema,
  • 14:14 - 14:16
    precisamos de recomeçar.
  • 14:16 - 14:19
    No meu mundo, o que é preciso fazer?
  • 14:19 - 14:21
    O problema é este.
  • 14:21 - 14:23
    Não pode vir apenas de uma fonte.
  • 14:23 - 14:26
    Para recomeçar e fazer
    uma mudança apreciável,
  • 14:26 - 14:30
    uma mudança real, para que vos possa
    olhar olhos nos olhos e dizer:
  • 14:30 - 14:31
    "Dentro de 10 anos,
  • 14:31 - 14:34
    "a história da vida dos vossos filhos,
    a felicidade..."
  • 14:34 - 14:37
    — e não se esqueçam,
    somos mais inteligente se comermos bem,
  • 14:37 - 14:39
    sabemos que vamos viver mais tempo —
  • 14:39 - 14:42
    "tudo isso, parecerá diferente."
  • 14:42 - 14:43
    Então, supermercados.
  • 14:43 - 14:46
    Onde mais comprar tão religiosamente?
  • 14:46 - 14:47
    Semana sim, semana não.
  • 14:47 - 14:50
    Quanto dinheiro gastam num supermercado,
    ao longo da vossa vida?
  • 14:50 - 14:52
    Adoro-os. Vendem-nos
    o que queremos. Tudo bem.
  • 14:52 - 14:55
    Têm o dever de pôr
    um embaixador de alimentação
  • 14:55 - 14:58
    em todos os grandes supermercados.
  • 14:58 - 15:00
    Precisam de nos ajudar a comprar,
  • 15:00 - 15:01
    de nos mostrar como cozinhar
  • 15:01 - 15:03
    refeições rápidas, saborosas e sazonais
  • 15:03 - 15:05
    para pessoas que são atarefadas.
  • 15:05 - 15:07
    Isto não é caro.
  • 15:07 - 15:10
    Já se faz isso nalguns e é preciso
    fazer-se a grande escala
  • 15:10 - 15:12
    nos EUA, e rapidamente.
  • 15:12 - 15:15
    As grandes marcas, as marcas de comida,
  • 15:15 - 15:18
    precisam de colocar a educação alimentar
    no centro do seu negócio.
  • 15:19 - 15:21
    Eu sei, é mais fácil dizer do que fazer.
  • 15:21 - 15:23
    É o futuro. É a única forma.
  • 15:23 - 15:25
    "Fast food".
  • 15:25 - 15:28
    A indústria de "fast food"
    é muito competitiva.
  • 15:28 - 15:32
    Eu tenho carradas
    de papéis secretos e negociatas
  • 15:32 - 15:33
    com restaurantes de "fast food".
  • 15:33 - 15:35
    Eu sei como o fazem.
  • 15:35 - 15:37
    Basicamente, eles viciaram-nos
  • 15:37 - 15:40
    nestas doses de açúcar,
    de sal e gordura, e de x, y e z.
  • 15:40 - 15:42
    E toda a gente os adora.
  • 15:42 - 15:44
    Então, esses tipos
    vão fazer parte da solução.
  • 15:44 - 15:47
    Mas precisamos de pôr
    o governo a trabalhar
  • 15:47 - 15:50
    com esses fornecedores de "fast food"
    e com a indústria da restauração,
  • 15:50 - 15:53
    para, num período de cinco,
    seis, sete anos
  • 15:53 - 15:55
    nos desabituarmos das doses extremas
  • 15:55 - 15:58
    de gordura, açúcar, e todos os outros
    ingredientes não-alimentares.
  • 15:58 - 16:01
    Voltando às grandes marcas,
  • 16:01 - 16:03
    os rótulos, já disse antes,
    são uma farsa total
  • 16:03 - 16:05
    e têm de ser clarificados.
  • 16:07 - 16:08
    A escola.
  • 16:08 - 16:11
    Obviamente nas escolas, devemos assegurar
  • 16:11 - 16:13
    que nesses 180 dias por ano,
  • 16:13 - 16:15
    desde a preciosa idade de quatro anos,
  • 16:15 - 16:18
    até aos 18, 20, 24, seja o que for,
  • 16:18 - 16:21
    eles tenham direito
    a comida fresca decente
  • 16:21 - 16:23
    de produção local.
  • 16:23 - 16:27
    É preciso haver um novo padrão
    de comida fresca decente
  • 16:27 - 16:28
    para os vossos filhos.
  • 16:29 - 16:31
    (Aplausos)
  • 16:33 - 16:36
    Nestas circunstâncias,
    é profundamente importante
  • 16:36 - 16:38
    que todas as crianças americanas
  • 16:38 - 16:40
    saiam da escola
    a saber cozinhar 10 receitas
  • 16:40 - 16:42
    que salvarão a vida delas.
  • 16:43 - 16:45
    Competências de vida.
  • 16:45 - 16:46
    (Aplausos)
  • 16:46 - 16:49
    Isso significa que podem ser
    estudantes, jovens pais,
  • 16:49 - 16:52
    e serão capazes de manobrarem
  • 16:52 - 16:54
    em volta das coisas básicas da cozinha,
  • 16:54 - 16:56
    seja qual for a crise
    que os atinja.
  • 16:56 - 16:58
    Se souberem cozinhar
    o dinheiro da recessão não interessa.
  • 16:58 - 17:01
    Se souberem cozinhar,
    o tempo não interessa.
  • 17:02 - 17:04
    O local de trabalho.
    Ainda não falámos nisso.
  • 17:05 - 17:08
    Chegou a altura
    de responsabilizar as empresas
  • 17:08 - 17:10
    para olharem a sério
    para o que dão a comer
  • 17:10 - 17:13
    ou disponibilizam aos seus trabalhadores.
  • 17:13 - 17:15
    Os trabalhadores são as mães e os pais
    das crianças dos EUA.
  • 17:15 - 17:18
    O pai da Marissa morreu nos braços dela.
  • 17:18 - 17:20
    Acho que ela gostaria se sentiria feliz
  • 17:20 - 17:23
    se as empresas dos EUA alimentassem
    os seus trabalhadores decentemente.
  • 17:23 - 17:25
    Eles não podem ser deixados de fora.
  • 17:25 - 17:27
    Vamos voltar a casa.
  • 17:27 - 17:30
    Se fizermos tudo isto
    — e somos capazes disso, é tão fácil —
  • 17:30 - 17:32
    podemos preocupar-nos
    e fazer negócio na mesma.
  • 17:32 - 17:34
    Sem dúvida alguma.
  • 17:34 - 17:37
    Mas é preciso que o lar comece
    de novo a ensinar a cozinhar.
  • 17:37 - 17:40
    De certeza, transmiti-lo
    como uma filosofia.
  • 17:40 - 17:43
    Para mim é muito romântico,
  • 17:43 - 17:45
    Se uma pessoa ensina três pessoas
  • 17:45 - 17:46
    a cozinhar uma coisa qualquer
  • 17:46 - 17:49
    e esses três ensinarem
    três dos seus amigos,
  • 17:49 - 17:51
    isto só precisa de se repetir 25 vezes,
  • 17:51 - 17:52
    e é toda a população dos EUA.
  • 17:52 - 17:56
    Romântico, sim, mas, o mais importante,
  • 17:57 - 17:59
    é tentar fazer com que
    as pessoas percebam
  • 17:59 - 18:03
    que cada um dos nossos esforços
    individuais faz a diferença.
  • 18:03 - 18:05
    Temos de repor o que se perdeu.
  • 18:05 - 18:07
    Huntington's Kitchen.
  • 18:07 - 18:09
    Em Huntington,
    onde eu realizei este programa,
  • 18:09 - 18:11
    temos este programa em horário nobre
  • 18:11 - 18:14
    e espero que ele inspire as pessoas
    a adotar esta mudança.
  • 18:14 - 18:16
    Acredito que a mudança vai acontecer.
  • 18:16 - 18:18
    Huntington's Kitchen.
    Eu trabalho com uma comunidade.
  • 18:18 - 18:22
    Trabalhei nas escolas.
    Arranjei financiamento local sustentável
  • 18:22 - 18:24
    para passar cada escola da área
  • 18:24 - 18:27
    de porcarias para comida fresca.
  • 18:27 - 18:29
    Seis mil e quinhentos dólares por escola.
  • 18:29 - 18:31
    (Aplausos)
  • 18:31 - 18:32
    É isso que custa.
    6500 dólares por escola.
  • 18:33 - 18:35
    The Kitchen gasta 25 mil por mês.
  • 18:35 - 18:38
    Isto consegue formar 5000 pessoas por ano,
  • 18:38 - 18:41
    que constituem 10% da sua população.
  • 18:41 - 18:42
    É pessoa a pessoa.
  • 18:42 - 18:45
    São cozinheiros locais
    a ensinar pessoas locais.
  • 18:45 - 18:48
    São aulas de cozinha grátis, pessoal,
    de gente comum.
  • 18:48 - 18:52
    Isto é uma mudança real e tangível.
  • 18:52 - 18:55
    Pelos EUA fora, se olharmos agora,
  • 18:55 - 18:58
    acontecem muitas coisas maravilhosas.
  • 18:59 - 19:01
    Há muitas coisas maravilhosas
    a acontecerem.
  • 19:01 - 19:04
    Há anjos pelos EUA fora
    a fazer coisas importantes
  • 19:04 - 19:07
    nas escolas — parcerias quintas-escolas,
  • 19:07 - 19:09
    a manterem hortas, educação —
  • 19:09 - 19:12
    Já há pessoas fantásticas a fazerem isso.
  • 19:12 - 19:14
    O problema é que todos
    querem alargar o que fazem
  • 19:14 - 19:16
    para as outras escolas todas,
  • 19:16 - 19:18
    mas não há dinheiro.
  • 19:18 - 19:22
    Precisamos de reconhecer os peritos
    e os anjos rapidamente,
  • 19:22 - 19:25
    identificá-los e permitir
    que encontrem os recursos facilmente
  • 19:25 - 19:28
    para alargarem o que já estão a fazer,
    e a fazer bem.
  • 19:29 - 19:31
    É preciso que as empresas dos EUA apoiem
  • 19:31 - 19:34
    a Sra. Obama a fazer as coisas
    que ela quer fazer.
  • 19:35 - 19:37
    (Aplausos)
  • 19:40 - 19:42
    Eu sei que é estranho
  • 19:42 - 19:45
    ter um inglês aqui diante de vós
  • 19:45 - 19:47
    a falar nisto tudo.
  • 19:47 - 19:49
    Tudo o que posso dizer
    é que me importo.
  • 19:49 - 19:51
    Sou pai e adoro este país.
  • 19:52 - 19:54
    E acredito piamente
  • 19:54 - 19:57
    que, se ocorrer uma mudança neste país,
  • 19:57 - 19:59
    vão acontecer coisas maravilhosas
    em todo o mundo fora.
  • 19:59 - 20:02
    Se os EUA o fizerem, acredito
    que outros se seguirão.
  • 20:02 - 20:04
    É incrivelmente importante.
  • 20:04 - 20:07
    (Aplausos)
  • 20:10 - 20:13
    Em Huntington, quando tentava
    pôr a funcionar algumas coisas,
  • 20:13 - 20:15
    e elas não funcionavam, pensava:
  • 20:15 - 20:19
    "Se eu tivesse uma varinha mágica,
    o que faria?"
  • 20:19 - 20:22
    E pensei: "Sabem que mais?
  • 20:22 - 20:24
    "Adoraria ser posto em frente
    de algumas das pessoas
  • 20:24 - 20:26
    "mais fantásticas,
    mais influentes dos EUA".
  • 20:27 - 20:31
    Um mês depois, o TED ligou-me
    e deu-me este prémio.
  • 20:32 - 20:34
    Aqui estou.
  • 20:36 - 20:37
    Então, o meu desejo...
  • 20:42 - 20:45
    Sou disléxico, por isso
    sou um bocado lento.
  • 20:49 - 20:51
    O meu desejo
  • 20:51 - 20:55
    é que vocês ajudem um forte
    e sustentável movimento
  • 20:55 - 20:58
    para educar todas as crianças
  • 20:59 - 21:01
    sobre comida,
  • 21:01 - 21:05
    para inspirar as famílias
    a cozinharem de novo,
  • 21:05 - 21:08
    e para capacitar pessoas por todo o lado
  • 21:08 - 21:10
    para lutar contra a obesidade.
  • 21:10 - 21:13
    (Aplausos)
  • 21:20 - 21:21
    Obrigado.
  • 21:21 - 21:24
    (Aplausos)
Title:
Ensinar alimentação a todas as crianças
Speaker:
Jamie Oliver
Description:

Partilhando histórias profundas do seu projecto anti-obesidade em Huntington, West Virginia, o vencedor do prémio TED, Jamie Oliver, argumenta a favor de um ataque em todas as frentes contra a nossa ignorância acerca da comida.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
21:37
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Teach every child about food
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Teach every child about food
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Teach every child about food
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Teach every child about food
Geraldo Quintas added a translation

Portuguese subtitles

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