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Querido Thầy, querida Sangha,
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Saudações, queridos.
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Obrigado pela vossa prática e pela vossa presença aqui na quinta sessão desta nossa breve jornada,
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de explorar, verdadeiramente, a Sangha interior.
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O propósito de todo este processo
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é enriquecer a nossa consciência da nossa Sangha interior.
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Ajudar-nos a reconhecer a possibilidade de oferecer gratidão e apreciação à nossa Sangha interior,
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e a cultivar as nossas relações com a nossa Sangha interior, em nós mesmos, com a nobre comunidade dentro de nós.
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Temos uma belíssima canção no nosso livro de cânticos de Plum Village
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Um cântico, na verdade, sobre os Três Refúgios e, realmente, toda esta série é sobre isso.
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Esta canção, especialmente, refere-se ao refúgio na Sangha.
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Por isso, vou ler algumas linhas deste lindo cântico para vocês.
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Habitar no refúgio da Sangha.
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Luz brilhante que me apoia.
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Mantendo a minha prática livre de obstruções.
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Aqui, a prática consiste em trazer a nossa Sangha interior para a consciência,
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focar na nossa comunidade interior e perceber que a nossa Sangha interior pode estar ligada à nossa comunidade maior,
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de que podemos estar conscientes na nossa vida interior.
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Mas quero focar a vossa atenção na Sangha, a nobre comunidade interior.
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Onde podem encontrar refúgio e descobrir as energias e memórias.
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E pensamentos e palavras de
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compaixão,
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sabedoria,
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e paz.
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Para mim, trata-se, sobretudo, de quem está na minha vida interior e me oferece este alimento.
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E se há alguém na minha comunidade interior,
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de outra forma podemos dizer,
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se há alguém na minha comunidade interior que reconheço,
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mas que não convido a fazer parte da minha Sangha interior, estão apenas na comunidade em geral,
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o que é maravilhoso.
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Colegas de trabalho, amigos, vizinhos, pessoas da infância, etc..
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Mas é realmente importante saber quem é o núcleo da tua comunidade interior.
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A vida, como sabem, não é tão fácil.
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É bela e maravilhosa, mas também difícil.
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E por isso, o melhor é rodearmo-nos,
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tal como fazemos externamente com a Sangha nesta nobre comunidade de energia e apoio,
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fazer o mesmo dentro dos nossos próprios corações e mentes.
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Preenchê-los com as energias das pessoas que te ajudam a praticar
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compaixão,
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sabedoria,
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e uma vida nobre.
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Uma vida sem causar dano.
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Por isso, dá uma vista de olhos na lista que tens vindo a construir ao longo destas últimas sessões.
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E o que mais aprecio no que aprendi até agora, ao trabalhar com a minha Sangha interior,
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é que ela pode mudar dependendo do que está a acontecer na minha vida.
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Quando estava nas ruas, em diferentes cidades dos EUA,
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durante o movimento dos direitos civis, tinha uma Sangha interior diferente daquela que tenho agora.
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A minha Sangha interior naquela época
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era composta por Martin Luther King, que ainda está presente na minha vida, Stokely Carmichael, Brad Brown,
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e muitas, muitas outras pessoas.
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Fannie Mae.
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Lembro-me de algumas pessoas, Rosa Parks, que ainda está comigo,
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mas naquela altura, elas eram vozes proeminentes que me alimentavam.
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É isso que estou a tentar dizer.
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Não o disse muito bem, mas é isso que estou a tentar transmitir.
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Então, estás à procura dessas vozes.
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Dessas memórias, dessas expressões que te alimentam no caminho.
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Mas porque o caminho está vivo, a tua comunidade interior também deve estar viva.
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Pode haver diferentes pessoas que precisas de ouvir.
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Dependendo do que está a acontecer nas condições da tua vida, do que estás a experienciar,
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das mudanças pelas quais estás a passar, da idade que tens.
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Tudo isso é impermanente e está em fluxo,
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e por isso a tua comunidade interior também deve ser entendida como um fluxo de consciência,
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um fluxo de relação, um fluxo de conexão, mas não uma instituição permanente.
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Se identificaste algumas pessoas dessa lista,
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usa o teu entendimento dos cinco skandhas para refletir sobre a qualidade das tuas relações.
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E podes escolher uma só pessoa para aprenderes como fazer isso.
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Escolhe uma pessoa.
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Eu fiz isso com muitas pessoas.
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E fiz isso, mais obviamente e mais recentemente, com Thầy na minha vida.
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Mas o que quero dizer é:
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Observa como o teu corpo se sente por dentro quando estás em contato com essa pessoa,
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em contato com essa memória, em contato com essa voz.
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Segue isso.
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Descobre onde está no teu corpo.
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Onde se localiza?
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Será que se rompe?
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Será que abre uma cápsula de alegria?
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Será que abre esperança?
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Será que abre desespero ou medo?
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Toma consciência do que se abre no teu corpo, no teu sistema nervoso.
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Será que te conduz a um estado de calma e paz, mas ainda alerta para a vida?
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Como é?
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Como qualquer uma dessas vozes ou memórias impacta os teus sentimentos no sentido de...
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agradável, desagradável ou neutro.
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Reconhece isso...
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essa informação que vem das tuas conexões com a tua Sangha interior.
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As tuas perceções, como vês as coisas, as tuas visões, o teu entendimento do mundo e da vida em si.
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As tuas energias habituais, as tuas formações mentais.
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Como alguma dessas, se quiseres mudar uma energia
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mental...
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ou um hábito.
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Tens?
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Estás rodeado pelas energias certas, pelas pessoas certas, pelas memórias certas para fazer isso bem?
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E então a própria consciência, que é o que tudo isto trata em termos do armazém.
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E todos os níveis de consciência que vêm à mente e voltam a analisar este corpo, sensação, etc.
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olho, ouvido, nariz, língua, corpo, mente, toda essa sabedoria.
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Traz isso para a tua vida interior.
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Que eu sei que já estás a fazer, mas neste momento no mundo.
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Precisamos de intensificar tudo o que estamos a fazer.
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Para salvar o nosso planeta.
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E para nos salvarmos a nós mesmos.
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E essa intensificação vem de dentro para fora.
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Em Plum Village, temos um grande programa chamado "o caminho para fora é para dentro".
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É disso que estamos a falar durante estas sessões.
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Por isso, tira algumas notas.
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Faz aquilo que te for fácil fazer.
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Neste processo de qualquer uma destas etapas.
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Não te sintas intimidado.
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Se não for fácil para ti,
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podes parar.
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Faz o que consegues e volta mais tarde.
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Então, isto é como uma paleta de pintura de cinco sessões.
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Vê-te como um artista aqui, não como um matemático.
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E vais divertir-te mais.
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Obrigado.
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[SINO]