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Aubrey de Grey diz que podemos evitar envelhecer

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    18 minutos é um limite de tempo absolutamente brutal,
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    então vou mergulhar no assunto, indo direto ao ponto
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    onde eu coloco a coisa pra funcionar.
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    Vamos lá. Eu vou falar de cinco coisas diferentes.
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    Vou falar sobre porque vencer o envelhecimento é desejável.
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    Vou falar sobre porque temos que tomar vergonha na cara
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    e realmente discutir mais esse assunto.
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    Vou falar também da viabilidade, claro.
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    Vou falar sobre o porque somos tão fatalistas
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    em fazer algo sobre o envelhecimento.
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    E então, na segunda parte desta palestra, eu vou
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    falar sobre como é possivel provar que esse fatalismo é errado,
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    especificamente, se fizermos algo a respeito.
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    Vou fazer isso em duas partes.
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    Na primeira, falarei sobre
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    como passar de uma extensão de vida relativamente modesta –
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    que vou definir como 30 anos, aplicada às pessoas
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    que já estarão na meia-idade quando começarem –
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    até onde poderemos genuinamente chamar de derrota do envelhecimento.
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    Especificamente, em essência a eliminação da relação entre
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    a sua idade e a probabilidade da sua morte no ano que vem –
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    ou mesmo, de se ficar doente para começar.
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    E claro, a última coisa de que falarei
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    será como alcançar um meio-termo,
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    aqueles 30 anos de extensão da vida.
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    Bem, vou começar com por que devemos.
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    Agora, eu quero fazer uma pergunta.
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    Levante a mão, quem na platéia é a favor da malária?
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    OK. Essa foi fácil.
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    OK. Levante a mão, quem na platéia
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    não tem certeza se a malária é uma coisa boa ou ruim?
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    OK. Todos pensamos que a malária é ruim.
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    Isso é uma ótima notícia, pois eu achava que essa deveria ser a resposta.
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    Agora, quero colocar que,
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    a razão principal pela qual achamos que a malária é ruim,
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    é por causa de uma característica que ela tem em comum com envelhecimento
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    e aqui está a característica.
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    A única diferença real é que o envelhecimento mata muito mais gente que a malária.
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    Agora, o que eu gosto em uma platéia, na Britânia especificamente,
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    é de fazer um comparação com a caça da raposa,
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    que é algo que foi banido após um grande esforço
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    do governo, há pouco meses atrás.
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    Quero dizer, sei que tenho uma platéia simpatizante aqui,
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    mas, como sabemos, muitas pessoas não concordam inteiramente com essa lógica.
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    E esta é, na verdade, uma comparação muito boa, para mim.
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    Muita gente diz: "Quer saber,
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    o povo da cidade não deve se meter no que fazemos com o nosso tempo aqui no interior.
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    É uma parte tradicional da nossa vida,
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    e nós deveríamos poder continuar fazendo isso.
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    É ecologicamente correto, pois evita uma explosão na população das raposas."
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    Porém, no fim, o governo prevaleceu
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    porque a maioria do público bretão,
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    e, certamente, a maioria dos membros do Parlamento,
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    concluiu que era algo que realmente
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    não deveria ser tolerado em uma sociedade civilizada.
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    E eu acho que o envelhecimento humano tem em comum
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    todas essas características, sem sombra de dúvida.
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    Que parte disto as pessoas não entendem?
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    Não é apenas sobre a vida, é claro –
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    [Risos]
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    É sobre vida saudável, sabe –
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    tornar-se frágil, miserável e dependente não é divertido,
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    caso morrer seja divertido ou não.
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    Então realmente, eu gostaria de descrever da seguinte forma.
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    É um transe global.
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    Todas essas desculpas diferentes
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    que as pessoas dão ao envelhecimento.
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    E, quero dizer, OK, não estou afirmando que
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    essas desculpas não têm nenhum valor.
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    Alguns desses pontos são muito bons.
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    Temos que estar sempre pensando, planejando,
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    para que nada dê errado, para minimizarmos
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    a turbulência quando realmente conseguirmos curar o envelhecimento.
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    Mas, tudo isso é completamente maluco, quando você
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    se dá conta do seu senso de proporção.
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    Sabe, esses são argumentos, são coisas que
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    seriam preocupações legítimas.
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    Porém, a pergunta é: será que são tão perigosos –
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    esses riscos de se fazer algo sobre o envelhecimento –
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    que eles ultrapassam o aspecto negativo de se fazer o oposto,
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    ou seja, deixar o envelhecimento como é?
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    Será que eles são tão negativos que superam
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    condenarmos 100 mil pessoas por dia a uma morte desnecessariamente prematura?
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    Bem, se não tem um argumento muito bom,
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    então, te peço, não me faça perder tempo.
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    (Risos)
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    Agora, existe um argumento
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    que algumas pessoas acham que é realmente muito bom.
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    As pessoas se preocupam com a superpopulação. Elas dizem:
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    "Bem, se curarmos o envelhecimento, e ninguém mais morrer,
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    ou pelo menos o índice de mortalidade for bem menor,
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    apenas de atravessar a rua distraído,
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    então não poderemos mais ter muitos filhos,
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    e crianças são importantes para a maioria."
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    Isso é verdade.
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    A maioria das pessoas que tenta evitar o assunto,
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    acabam dando respostas como essa.
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    Eu não concordo com essas respostas. Acho que elas simplesmente não funcionam.
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    Concordo que nós teremos que enfrentar um dilema a esse respeito.
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    Que teremos que escolher entre uma taxa de nascimento menor,
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    ou uma taxa de mortalidade maior.
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    Uma taxa de mortalidade maior deriva, é claro, da simples rejeição desses tratamentos,
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    em favor de continuarmos a ter muitos filhos.
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    E isso não é um problema –
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    o futuro da humanidade têm todo o direito de fazer essa escolha.
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    O que não esta certo é fazermos essa escolha em nome do futuro.
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    Se vacilarmos, hesitarmos,
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    e não desenvolvermos esses tratamentos,
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    estaremos, então, condenando um monte de gente –
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    que teriam sido jovens e saudáveis o bastante
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    para se beneficiarem dos tratamentos, mas não irão
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    porque não as desenvolvemos tão rápido quanto poderíamos –
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    nós estaremos negando a essas pessoas inúmeros anos de vida
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    e eu considero isso imoral.
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    Essa é a minha resposta pra questão da superpopulação.
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    Certo. Então o próximo item é,
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    por que deveríamos ir mais fundo nisto?
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    E a resposta fundamental é que
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    o transe pró-envelhecimento não é tão burro quanto parece.
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    Na verdade, é uma forma inteligente de lidar com a inevitabilidade do envelhecimento.
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    Envelhecer é um horror, porém inevitável, então
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    temos que encontrar um jeito de não pensar no assunto,
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    e é racional que façamos tudo o que quisermos para isso.
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    Como, por exemplo, inventar desculpas ridículas
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    de que envelhecer é uma coisa boa no fim das contas.
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    Mas é claro, isso só funciona quando temos ambos os componentes.
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    E tão logo a parte inevitável se torne um pouco incerta,
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    e estejamos perto de fazer algo sobre o envelhecimento,
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    este algo torna-se parte do problema.
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    Este estado de transe pró-envelhecimento é o que nos impede de discutir esse assunto.
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    E a razão pela qual realmente devemos discutí-lo –
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    diria até mesmo evangelizar –
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    é para chamarmos a atenção das pessoas e fazê-las entender
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    que elas estão num transe a esse respeito.
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    Então, isso é o que eu queria dizer sobre isso.
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    Agora vou falar sobre a viabilidade.
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    E a razão fundamental pela qual, eu acho, pensamos que envelhercer é inevitável
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    se resume na definição de envelhecimento que estou dando aqui.
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    Uma definição bem simples.
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    Envelhecer é um efeito colateral de se viver,
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    ou seja, do metabolismo.
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    Essa observação não é completamente redundante,
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    é uma observação razoável.
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    O envelhecimento é basicamente um processo que acontece a objetos inanimados, como carros,
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    e que também acontece com a gente,
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    apesar do fato de termos vários mecanismos inteligentes de auto-reparo,
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    pois esses mecanismos de auto-reparo não são perfeitos.
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    Então, o metabolismo, que é definido como
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    basicamente tudo que nos mantém vivos no dia-a-dia,
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    tem efeitos colaterais.
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    Esses efeitos colaterais se acumulam e eventualmente causam patologias.
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    Essa definição é boa. Então, podemos colocar desta forma:
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    podemos dizer que temos essa cadeia de eventos.
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    E há, de fato, duas opções em jogo,
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    de acordo com a maioria, em relação ao adiamento do envelhecimento.
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    Essas opções são o que eu chamo de abordagem gerontológica e abordagem geriátrica.
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    O geriatra vai intervir no final,
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    quando a patologia se tornar evidente,
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    e o gerontologista vai tentar minimizar o impacto,
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    e impedir que o acúmulo de efeitos colaterais
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    faça surgir a patologia tão cedo.
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    Claro que essa é uma estratégia de curto prazo, uma batalha perdida,
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    porque as causas da patologia
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    só aumetam com o passar do tempo.
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    A abordagem gerontológica parece muito mais promissora a princípio,
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    porque prevenção é melhor que cura.
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    Infelizmente, o problema é que ainda não entendemos muito bem o metabolismo.
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    Na verdade, temos uma compreensão lamentável de como organismos funcionam –
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    até mesmo em células ainda não somos muito bons.
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    Só descobrimos coisas como, por exemplo,
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    a interferência do ARN há poucos anos,
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    e este é um componente fundamental do funcionamento das células.
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    Basicamente, a gerontologia é uma boa abordagem,
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    mas seu tempo ainda não chegou
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    quando falamos em intervenção.
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    Então, o que devemos fazer?
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    Quero dizer, a lógica é correta, parece convincente,
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    bem fundamentada, não?
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    Mas não é.
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    Antes de explicar porque não, vou falar um pouco sobre
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    o que chamo de segundo passo.
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    Vamos supor que, como eu disse, nós consigamos –
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    digamos que hoje pra exemplificar o argumento –
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    desenvolver a habilidade de extender a vida saudável por 30 anos
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    em pessoas que já estão na meia-idade, digamos, com 55 anos.
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    Vou chamar isso de Rejuvenescimento Humano Sadio, OK?
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    O que isso realmente significa é:
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    por quanto tempo pessoas de várias idades hoje --
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    ou o equivalente, de várias idades quando os tratamentos estiverem disponíveis --
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    viveriam de fato?
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    Para responder essa pergunta – você pode achar que é simples,
  • 8:03 - 8:04
    mas não é.
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    Não podemos simplesmente dizer, "Bem, se eles são jovens o suficiente para se beneficiar dos tratamentos,
  • 8:07 - 8:08
    então eles viverão 30 anos a mais."
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    Essa é a resposta errada.
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    E a razão desta reposta não ser correta é por causa do progresso.
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    Temos duas formas de progresso tecnológico,
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    para este fim.
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    Existem grandes descobertas fundamentais
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    e existem refinamentos adicionais a esses descobertas.
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    Agora, eles são bem diferentes
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    em termos da previsibilidade de duração.
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    Descobertas fundamentais:
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    é muito difícil prever quanto tempo levaremos
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    pra realizar uma descoberta fundamental.
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    Decidimos, há muito tempo atrás, que seria divertido voar,
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    e apenas em 1903 realmente entendemos como fazê-lo.
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    Mas logo após, as coisas progrediram de forma rápida e uniforme.
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    E acho que foi uma sequência razoável de eventos que sucederam
  • 8:44 - 8:48
    o progresso da tecnologia de vôo motorizado.
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    Podemos, de fato, imaginar que cada avanço estava
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    além da imaginação do inventor anterior, se você preferir.
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    Os avanços adicionais se devem a alguma coisa
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    que, então, não é mais adicional.
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    Este é o tipo de coisa que vemos depois de uma descoberta fundamental.
  • 9:04 - 9:06
    E vemos isso em todo tipo de tecnologia.
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    Computadores, você pode fazer uma comparação mais ou menos paralela,
  • 9:09 - 9:10
    aconteceram um pouco depois.
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    Podemos falar sobre tratamentos médicos. Quer dizer, higiene, vacinas, antibióticos –
  • 9:13 - 9:15
    também seguem esse mesmo padrão.
  • 9:15 - 9:19
    Então eu acho que, na verdade, o segundo passo, que mencionei há pouco,
  • 9:19 - 9:20
    não é bem um passo.
  • 9:20 - 9:23
    E que, de fato, as pessoas que são jovens o suficiente
  • 9:23 - 9:25
    para se beneficiar desses primeiros tratamentos
  • 9:25 - 9:27
    que resultam em uma extensão de vida moderada,
  • 9:27 - 9:31
    mesmo que essas pessoas estejam na meia-idade quando os tratamentos forem disponibilizados
  • 9:31 - 9:33
    elas terão alguma limitação.
  • 9:33 - 9:37
    Eles poderão sobreviver o suficiente para receber tratamentos mais eficazes
  • 9:37 - 9:39
    que lhes darão mais 30 ou talvez 50 anos.
  • 9:39 - 9:42
    Ou seja, eles estarão um passo a frente.
  • 9:42 - 9:45
    Esses tratamentos continuarão a melhorar mais rápido
  • 9:45 - 9:49
    do que suas imperfeições restantes são capazes de nos alcançar.
  • 9:49 - 9:51
    É importante que eu consigar explicar esse ponto.
  • 9:51 - 9:53
    Porque, sabe, a maioria das pessoas quando escutam
  • 9:53 - 9:58
    minha previsão de que muita gente viva hoje chegará a ter 1.000 anos ou mais,
  • 9:58 - 10:02
    elas acham que estou dizendo que, nas próximas décadas, inventaremos tratamentos
  • 10:02 - 10:05
    que vão eliminar tão completamente o envelhecimento
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    que nos permitirão viver 1.000 anos ou mais.
  • 10:08 - 10:10
    Não é isso que estou dizendo.
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    O que estou dizendo é que a taxa de melhoria desses tratamentos
  • 10:12 - 10:13
    será suficiente.
  • 10:13 - 10:16
    Nunca serão perfeitas, mas conseguiremos curar as coisas que
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    fazem pessoas de 200 anos morrer, antes que elas cheguem aos 200 anos.
  • 10:19 - 10:21
    E o mesmo para os 300 ou 400, etc.
  • 10:21 - 10:24
    Eu resolvi nomear isso como:
  • 10:24 - 10:25
    "velocidade de escape da longevidade"
  • 10:26 - 10:28
    (Risos)
  • 10:28 - 10:31
    Bem, parece que ajuda a explicar.
  • 10:31 - 10:36
    Então, essas trajetórias são basicamente como esperamos que as pessoas vivam
  • 10:36 - 10:38
    em termos de expectativa de vida,
  • 10:38 - 10:40
    medidas pela saúde de cada uma e
  • 10:40 - 10:43
    pelas suas respectivas idades quando os tratamentos surgirem.
  • 10:43 - 10:45
    Se você já tiver 100, ou até mesmo 80 –
  • 10:45 - 10:47
    e alguém em torno dos 80 anos de idade,
  • 10:47 - 10:49
    provavelmente não poderemos fazer muito por você com o tratamento,
  • 10:49 - 10:51
    porque sua hora já estará perto demais
  • 10:51 - 10:55
    para que as primeiras terapias experimentais façam efeito em você.
  • 10:55 - 10:56
    Você não será capaz de aguentá-las,
  • 10:56 - 10:58
    Mas se você tiver apenas 50, então há uma chance
  • 10:58 - 11:01
    de que você consiga arremeter, entende –
  • 11:01 - 11:02
    (Risos)
  • 11:02 - 11:05
    eventualmente sobreviver.
  • 11:05 - 11:08
    E comece a se tornar biologicamente mais jovem, de forma significativa
  • 11:08 - 11:10
    em termos da sua juventude, tanto física quanto mental,
  • 11:10 - 11:12
    e em termos de risco de morte por causas relacionadas à sua idade.
  • 11:12 - 11:14
    E, claro que se você for ainda mais jovem,
  • 11:14 - 11:16
    então você nunca chegará perto
  • 11:16 - 11:19
    desse estado de fragilidade que leva à morte por causas relacionadas a idade.
  • 11:19 - 11:24
    Então, chego a uma conclusão real de que a primeira pessoa de 150 anos –
  • 11:24 - 11:26
    ainda não sabemos que idade tem essa pessoa hoje,
  • 11:26 - 11:28
    porque não sabemos quanto tempo ainda vai demorar
  • 11:28 - 11:30
    até termos a primeira geração de tratamentos.
  • 11:30 - 11:32
    Mas, independente da idade,
  • 11:32 - 11:36
    eu digo que a primeira pessoa a viver até os 1.000 anos –
  • 11:36 - 11:39
    tirando, é claro, qualquer catástrofe global –
  • 11:39 - 11:43
    é, na verdade, provavelmete apenas 10 anos mais nova que a primeira a chegar aos 150 anos.
  • 11:43 - 11:45
    E esta é uma idéia e tanto.
  • 11:45 - 11:48
    Então, finalmente, eu vou passar o resto da palestra,
  • 11:48 - 11:51
    meus últimos sete minutos e meio, falando do primeiro passo,
  • 11:51 - 11:56
    ou seja, como realmente atingiremos essa extensão de vida moderada
  • 11:56 - 11:59
    que nos permitirá alcançar a velocidade de escape?
  • 11:59 - 12:03
    Para fazer isso, preciso falar um pouco sobre ratos.
  • 12:03 - 12:06
    Eu tenho um marco correspondente ao Rejuvenescimento Humano Sadio.
  • 12:06 - 12:09
    O que chamo de rejuvenescimento sadio dos ratos, não muito criativo,
  • 12:09 - 12:11
    e é o que o nome descreve.
  • 12:11 - 12:13
    Vamos pegar uma classe de ratos que vive muito,
  • 12:13 - 12:16
    ou seja, ratos que vivem cerca de três anos em média.
  • 12:16 - 12:19
    E faremos absolutamente nada com eles até atingirem dois anos de idade.
  • 12:19 - 12:21
    E, então, faremos um monte de coisas com eles,
  • 12:21 - 12:23
    e com esses tratamentos, faremos com que vivam,
  • 12:23 - 12:25
    em média, até o seu quinto aniversário.
  • 12:25 - 12:27
    Em outras palavras, adicionaremos dois anos –
  • 12:27 - 12:29
    nós triplicaremos a longevidade restante,
  • 12:29 - 12:31
    começando do ponto onde iniciamos os tratamentos.
  • 12:31 - 12:34
    A questão então será: o que isso significará em termos de tempo
  • 12:34 - 12:37
    até chegarmos ao marco, de que falei há pouco, para os humanos?
  • 12:37 - 12:39
    O que chamamos, como expliquei,
  • 12:39 - 12:43
    de Rejuvenescimento Humano Sadio ou velocidade de escape da longevidade.
  • 12:43 - 12:46
    Em seguida, o que isso significa para a percepção pública,
  • 12:46 - 12:48
    de quanto tempo demorará para atingirmos essas coisas,
  • 12:48 - 12:50
    a partir do momento que iniciarmos com os ratos?
  • 12:50 - 12:52
    Por último, a questão é, o que isso fará
  • 12:52 - 12:53
    em relação a demanda das pessoas?
  • 12:54 - 12:56
    Me parece que a primeira pergunta
  • 12:56 - 12:57
    é uma pergunta inteiramente biológica,
  • 12:57 - 12:59
    e extremamente difícil de responder.
  • 12:59 - 13:01
    Dá espaço para muita especulação,
  • 13:01 - 13:04
    e muitos colegas meus diriam que não deveríamos especular,
  • 13:04 - 13:08
    que deveríamos simplesmente manter sigilo até sabermos mais.
  • 13:08 - 13:09
    Acho que isso é um disparate.
  • 13:09 - 13:12
    Na minha opinião, é muita irresponsabilidade se ficarmos quietos.
  • 13:12 - 13:15
    Devemos fazer o melhor que pudermos para definir um calendário,
  • 13:15 - 13:18
    para darmos às pessoas um senso de proporção
  • 13:18 - 13:20
    para que elas possam definir suas prioridades.
  • 13:20 - 13:23
    Então, digo que temos 50% de chance
  • 13:23 - 13:25
    de atingirmos o marco do RHS,
  • 13:25 - 13:28
    Rejuvenescimento Humano Sadio, dentro de 15 anos a partir do ponto
  • 13:28 - 13:30
    em que começarmos o rejuvenescimento sadio dos ratos.
  • 13:30 - 13:33
    Quinze anos a partir do rato sadio.
  • 13:33 - 13:36
    A percepção do público provavelmente será bem melhor.
  • 13:36 - 13:38
    O público tende a subestimar a dificuldade de estudos científicos.
  • 13:38 - 13:40
    Vai pensar que a espera será de uns cinco anos.
  • 13:40 - 13:42
    Será um erro, mas na verdade não fará tanta diferença.
  • 13:42 - 13:45
    E finalmente, claro, acho que vale dizer que
  • 13:45 - 13:49
    uma grande parte da razão pela qual o público é tão ambivalente em relação ao envelhecimento
  • 13:49 - 13:51
    tem a ver com o transe global de que falei há pouco.
  • 13:51 - 13:53
    Isso já será história quando chegarmos lá,
  • 13:53 - 13:56
    porque não será mais possível acreditar que o envelhecimento humano é inevitável,
  • 13:56 - 13:59
    porque o teremos adiado nos ratos de forma eficaz.
  • 13:59 - 14:03
    Então, é provável que acabemos com uma mudança radical na atitude das pessoas,
  • 14:03 - 14:05
    e claro que isso terá implicações enormes.
  • 14:06 - 14:08
    Para que possamos explicar como conseguiremos esses ratos,
  • 14:09 - 14:11
    eu tenho que falar mais um pouco sobre a minha descrição de envelhecimento.
  • 14:11 - 14:13
    Vou usar a palavra "danos"
  • 14:13 - 14:17
    para explicar essas coisas intermediárias que são causadas pelo metabolismo,
  • 14:17 - 14:19
    e que eventualmente causam uma patologia.
  • 14:19 - 14:21
    Porque o ponto mais crítico desse assunto
  • 14:21 - 14:23
    é que mesmo que os danos apenas eventualmente causem uma patologia,
  • 14:23 - 14:28
    esses danos são causados no decorrer de vida, começando antes de nascermos.
  • 14:28 - 14:31
    Porém, não fazem parte do metabolismo em si.
  • 14:31 - 14:32
    E isso, no final das contas, é útil.
  • 14:32 - 14:35
    Porque desta forma podemos redesenhar nosso diagrama original.
  • 14:35 - 14:38
    Podemos dizer que, fundamentalmente, a diferença entre gerontologia e geriatria
  • 14:38 - 14:40
    é que a gerontologia tenta inibir a taxa
  • 14:40 - 14:42
    com que o metabolismo causa o dano.
  • 14:42 - 14:44
    E eu já vou explicar exatamente o que esse dano é
  • 14:44 - 14:46
    biologicamente falando.
  • 14:47 - 14:49
    E geriatras tentam atrasar as areias do tempo
  • 14:49 - 14:51
    impedindo que o dano se converta em patologia.
  • 14:51 - 14:53
    E a razão pela qual é uma batalha perdida
  • 14:53 - 14:55
    é porque o dano vai acumulando continuamente.
  • 14:55 - 14:58
    Há uma terceira abordagem, se prestarmos atenção.
  • 14:58 - 15:00
    Podemos chamá-la de abordagem de engenharia,
  • 15:00 - 15:03
    e eu acho que está abordagem de engenharia está ao nosso alcance.
  • 15:03 - 15:06
    A abordagem de engenharia não intervém em nenhum processo.
  • 15:06 - 15:08
    Não intervém nesse processo, nem nesse outro.
  • 15:08 - 15:11
    E isso é bom porque significa que não é uma batalha perdida,
  • 15:11 - 15:14
    e é algo que está ao alcance do que somos capazes de fazer,
  • 15:14 - 15:17
    porque não involve melhorar a evolução.
  • 15:17 - 15:19
    A abordagem da engenharia simplesmente diz,
  • 15:19 - 15:23
    "Vamos, periodicamente, reparar esses danos diversos –
  • 15:23 - 15:27
    não temos que necessariamente repará-los completamente, mas o bastante,
  • 15:27 - 15:30
    para que possamos manter o nível do dano abaixo de um ponto
  • 15:30 - 15:33
    que deve existir e que faz com que seja patogênico."
  • 15:33 - 15:35
    Sabemos que este ponto existe,
  • 15:35 - 15:38
    porque não apresentamos nenhuma dessas doenças da idade até chegarmos a meia-idade,
  • 15:38 - 15:41
    apesar do dano vir se acumulando desde antes de nascermos.
  • 15:41 - 15:45
    Por que eu acho que estamos ao alcance? Bem, é basicamente isso.
  • 15:45 - 15:48
    O objetivo desse slide está, na verdade, na parte de baixo.
  • 15:48 - 15:51
    Se tentarmos dizer quais partes do metabolismo são importantes para o envelhecimento,
  • 15:51 - 15:54
    ficaremos aqui a noite inteira, porque basicamente todo o metabolismo
  • 15:54 - 15:56
    é importante para o envelhecimento de uma forma ou de outra.
  • 15:56 - 15:58
    Esta lista é uma ilustração apenas, e está incompleta.
  • 15:59 - 16:01
    A lista da direita também está incompleta.
  • 16:01 - 16:04
    É uma lista de tipos de patologias relacionadas à idade
  • 16:04 - 16:06
    e é uma lista incompleta.
  • 16:06 - 16:09
    Mas eu gostaria de lhes dizer que a lista do meio está completa,
  • 16:09 - 16:12
    esta é a lista dos tipos de coisas que se qualificam como dano,
  • 16:12 - 16:15
    efeitos colaterais do metabolismo que causam patologia no final,
  • 16:15 - 16:17
    ou que podem causar patologia.
  • 16:17 - 16:20
    E eles são apenas sete.
  • 16:20 - 16:23
    São categorias de coisas, claro, mas são apenas sete.
  • 16:23 - 16:28
    Perda celular, mutações em cromossomos, mutações na mitocondria e por ai vai.
  • 16:28 - 16:33
    Primeiramente, eu quero explicar porque a lista está completa.
  • 16:33 - 16:35
    Claro que alguém pode usar um argumento biológico.
  • 16:35 - 16:37
    Alguém pode dizer: "OK, do que somos feitos?"
  • 16:37 - 16:39
    Somos feitos de células e coisas entre as células.
  • 16:39 - 16:42
    Onde o dano pode acumular?
  • 16:42 - 16:44
    A resposta é: em moléculas duradouras,
  • 16:44 - 16:47
    porque se uma molécula que dura pouco sofre um dano, mas então é destruída –
  • 16:47 - 16:51
    como por uma proteína sendo destruída por proteólise – então o dano já passou.
  • 16:51 - 16:53
    Tem que ser moléculas duradouras.
  • 16:53 - 16:56
    Então, esses sete tópicos estavam em discussão pela gerontologia
  • 16:56 - 17:00
    há muito tempo, o que é uma ótima notícia, porque significa que,
  • 17:00 - 17:02
    percorremos um longo caminho na biologia nesses 20 anos,
  • 17:02 - 17:04
    e, então, o fato de não termos uma lista extensa
  • 17:04 - 17:07
    é um boa indicação que não há extensão a ser feita.
  • 17:08 - 17:10
    Porém, é melhor ainda, pois sabemos como consertar todos
  • 17:10 - 17:13
    em rato, em princípio – e o que eu quero dizer com isso é que
  • 17:13 - 17:16
    provavelmente podemos implementar de fato esses reparos em uma década.
  • 17:16 - 17:20
    Alguns deles já foram parcialmente implementados, os do topo da lista.
  • 17:20 - 17:23
    Não terei tempo de mencionar um por um, mas
  • 17:23 - 17:27
    minha conclusão é de que, se pudermos realmente angariar fundos para isso,
  • 17:27 - 17:31
    poderemos então desenvolver o rejuvenescimento em massa em apenas 10 anos,
  • 17:31 - 17:34
    mas não precisamos ser tão sérios.
  • 17:34 - 17:35
    O que realmente precisamos é começar a tentar.
  • 17:36 - 17:39
    Então é claro, há alguns biólogos na platéia,
  • 17:39 - 17:42
    e eu quero respodender algumas das perguntas que vocês possam ter.
  • 17:42 - 17:44
    Você pode estar insatisfeito com essa palestra,
  • 17:44 - 17:46
    mas, fundamentalmente, você tem que ler sobre esse assunto.
  • 17:46 - 17:48
    Eu já publiquei vários artigos sobre isso.
  • 17:48 - 17:51
    Eu cito um trabalho experimental no qual baseio o meu otimismo,
  • 17:51 - 17:53
    e tem muitos detalhes nesse estudo.
  • 17:53 - 17:55
    O detalhe é o que me faz confiante
  • 17:55 - 17:57
    no calendário agressivo que estou prevendo aqui.
  • 17:57 - 17:59
    Então se você acha que estou errado,
  • 17:59 - 18:02
    é melhor que você descubra porque você acha isso.
  • 18:03 - 18:06
    E claro, o mais importante é que você não deveria acreditar nas pessoas
  • 18:06 - 18:08
    que se dizem gerontologistas porque,
  • 18:08 - 18:12
    assim como qualquer partida de uma linha de pensamento dentro de um campo particular
  • 18:12 - 18:16
    esperamos que pessoas convencionais sejam um tanto resistentes
  • 18:16 - 18:18
    e não levem isso muito a sério.
  • 18:18 - 18:20
    Mas, sabe, você realmente tem que fazer o dever de casa,
  • 18:20 - 18:21
    para que possa entender se isso é verdade.
  • 18:21 - 18:23
    E vamos terminar com apenas mais algumas coisas.
  • 18:23 - 18:26
    Uma delas é, bem, que você irá ouvir do cara na próxima palestra
  • 18:26 - 18:30
    que disse há algum tempo que sequenciaria o genoma humano em pouco tempo,
  • 18:30 - 18:32
    e todo mundo disse: "Bem, obviamente é impossivel."
  • 18:32 - 18:33
    E todo mundo sabe o que aconteceu.
  • 18:33 - 18:37
    Então, você sabe que é possível.
  • 18:37 - 18:39
    Temos muitas estratégias – o prêmio "Methuselah Mouse",
  • 18:39 - 18:42
    que basicamente é um incentivo à inovação,
  • 18:42 - 18:45
    a fazer o que você acha que vai funcionar,
  • 18:45 - 18:47
    e você recebe, em dinheiro, se ganhar.
  • 18:48 - 18:51
    Há uma proposta de organização de um instituto.
  • 18:51 - 18:53
    Isto é o que vai ser um pouco caro.
  • 18:53 - 18:56
    Mas, veja bem – quanto tempo demoramos para gastar o mesmo valor na guerra do Iraque?
  • 18:56 - 18:57
    Não muito. OK.
  • 18:57 - 18:58
    (Risos)
  • 18:58 - 19:01
    Tem que ser filantrópico, pois lucros desviam o foco da biotecnologia,
  • 19:01 - 19:05
    mas, basicamente, temos 90% de chance, eu acho, de sermos bem sucedidos.
  • 19:05 - 19:08
    E acho que sabemos como fazê-lo. E vou parando por aqui.
  • 19:08 - 19:09
    Obrigado.
  • 19:09 - 19:14
    (Aplauso)
  • 19:14 - 19:17
    Chris Anderson: OK. Não sei se teremos perguntas
  • 19:17 - 19:19
    mas, acho que devemos dar oportunidade as pessoas.
  • 19:19 - 19:23
    Platéia: Já que você vem falando sobre envelhecimento e como vencê-lo,
  • 19:23 - 19:27
    por que você se faz parecer como um velho?
  • 19:27 - 19:31
    (Risos)
  • 19:31 - 19:34
    AG: Porque eu sou um velho. Na verdade tenho 158 anos.
  • 19:34 - 19:35
    (Risos)
  • 19:35 - 19:38
    (Aplauso)
  • 19:38 - 19:42
    Platéia: Espécies nesse planeta evoluiram com sistemas imunológicos,
  • 19:42 - 19:46
    para combater todas as doenças para que indivíduos vivam o suficiente para procriar.
  • 19:46 - 19:51
    Entretanto, até onde eu sei, todas as espécies evoluiram pra morrer,
  • 19:51 - 19:56
    então, quando as células se dividem a telomerase diminui e, eventualmente, a espécie morre.
  • 19:56 - 20:01
    Então porque – a evolução – parece ter selecionado contra a imortalidade,
  • 20:01 - 20:05
    quando é tão vantajoso? Ou a evolução é incompleta?
  • 20:05 - 20:07
    AG: Brilhante. Obrigado por fazer uma pergunta
  • 20:07 - 20:09
    que posso responder de forma não-controversa.
  • 20:09 - 20:12
    Vou dar a verdadeira resposta convencional para sua pergunta,
  • 20:12 - 20:14
    com a qual eu até concordo.
  • 20:14 - 20:17
    Que é: não, o envelhecimento não é um produto da seleção.
  • 20:17 - 20:19
    A evolução é simplesmente o produto de negligência evolucionaria.
  • 20:20 - 20:25
    Em outras palavras, nós envelhecemos porque é mais difícil não envelhecer.
  • 20:25 - 20:27
    Precisamos de mais caminhos genéticos, de genes mais sofisticados
  • 20:27 - 20:29
    para envelhercermos mais devagar,
  • 20:29 - 20:32
    e isso acaba sendo verdade, quanto mais forçamos isso.
  • 20:32 - 20:37
    Então, o período que dura a evolução não importa.
  • 20:37 - 20:39
    Ela não se importa se os genes são passados por indivíduos
  • 20:39 - 20:41
    através de uma vida longa ou de procriação.
  • 20:42 - 20:44
    Há um certo nível de modulação nisto,
  • 20:44 - 20:47
    que é a razão da duração da vida diferente entre as espécies,
  • 20:47 - 20:49
    mas é por isso que não existem espécies imortais.
  • 20:50 - 20:52
    CA: Os genes não se importam, mas nós sim?
  • 20:52 - 20:53
    AG: Isso mesmo.
  • 20:54 - 20:59
    Platéia: Oi. Eu li em algum lugar que nos últimos 20 anos,
  • 20:59 - 21:04
    a média de vida de todo mundo no planeta aumentou em 10 anos.
  • 21:04 - 21:07
    Se eu projetar isso, concluirei que
  • 21:07 - 21:11
    eu viveria até uns 120 anos se não bater com a minha moto.
  • 21:12 - 21:17
    O que significa que sou um dos casos que poderá chegar aos 1000 anos?
  • 21:17 - 21:18
    AG: Se você emagrecer um pouquinho.
  • 21:19 - 21:22
    (Risos)
  • 21:22 - 21:25
    Seus números estão um pouco errados.
  • 21:25 - 21:28
    Os números aceitos são de que o nível de vida
  • 21:28 - 21:31
    vem crescendo em média um ou dois anos a cada década.
  • 21:31 - 21:34
    Então, não é tão bom quanto você pensa – mas você pode ter esperança.
  • 21:35 - 21:37
    A minha intenção é de mover um ano a cada ano o mais rápido possível.
  • 21:38 - 21:41
    Platéia: Me falaram que muitas das células cerebrais que temos como adultos
  • 21:41 - 21:42
    formam-se no embrião humano,
  • 21:43 - 21:45
    e que as células cerebrais duram mais ou menos 80 anos.
  • 21:45 - 21:47
    Se isso é realmente verdade,
  • 21:47 - 21:50
    biologicamente, existem implicações no âmbito do rejuvenescimento?
  • 21:50 - 21:53
    Se há células no meu corpo que vivem 80 anos,
  • 21:53 - 21:55
    ao contrário do normal, digo, um ou dois meses?
  • 21:55 - 21:57
    AG: Existem implicações técnicas, certamente.
  • 21:57 - 22:00
    Basicamente o que precisamos é repôr células
  • 22:01 - 22:04
    naquelas áreas do cérebro que perdem células rapidamente,
  • 22:04 - 22:07
    especialmente neurônios, mas não queremos repô-los
  • 22:07 - 22:09
    mais rápido do que isso – ou não muito mais rápido.
  • 22:09 - 22:13
    porque uma reposição demasiado rápida iria degradar a função cognitiva.
  • 22:13 - 22:16
    O que eu disse antes sobre a inexistência de espécies que não envelhecem
  • 22:16 - 22:18
    foi um pouco simplificado demais.
  • 22:18 - 22:22
    Existem espécies que não envelhecem – Hidra por exemplo –
  • 22:22 - 22:24
    mas elas o fazem por não possuirem sistema nervoso –
  • 22:24 - 22:26
    e não possuirem tecidos e de fato confiarem as suas funções
  • 22:26 - 22:28
    às células de vida longa.
Title:
Aubrey de Grey diz que podemos evitar envelhecer
Speaker:
Aubrey de Grey
Description:

O pesquisador de Cambridge, Aubrey de Grey, argumenta que o envelhecimento é uma mera doença – e ainda por cima curável. Os humanos envelhecem de sete maneiras diferentes, ele diz, e todas podem ser evitadas.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
22:28
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