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Estamos num tempo
de tripla emergência
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que muitos de nós, em várias
partes do mundo, estamos a viver
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de formas muito desafiantes.
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Enfrentamos uma emergência climática,
uma emergência ecológica ou de biodiversidade,
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e Thay partilha que também enfrentamos
uma emergência social enquanto família humana.
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Se olharmos profundamente, podemos ver que
a causa desta crise
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vem da ilusão de um eu separado.
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Como humanos, desconectámo-nos da nossa
verdadeira natureza, que é sermos parte da Terra.
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Se olharmos um pouco mais fundo, podemos
ver que o cálcio
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nos nossos ossos e dentes é o mesmo cálcio
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que está no calcário
bem debaixo dos meus pés neste momento.
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Dizem-nos que somos 70% água,
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e esta água está num ciclo que vai
das nuvens à terra,
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dos riachos aos rios e aos oceanos...
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Esta é a nossa verdadeira realidade:
somos parte da Terra.
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Não estamos separados dela,
a Terra não é matéria inanimada,
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mas sim um planeta vivo e pulsante,
e é a Mãe de todos os seres.
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Queríamos oferecer
um remédio,
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para que todos possam ter
experiências diretas e vividas
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dos ensinamentos do Buda
e de Thay, Thich Nhat Hanh,
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e da comunidade de prática
em Plum Village,
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levando a nossa prática para fora,
para a natureza, para o mundo natural,
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para que, no reflexo da cura,
da transformação e da regeneração da terra
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que estamos a reverter ao seu estado selvagem,
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na cura, transformação e regeneração
das terras que cultivamos,
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possamos ver refletidos
nesses processos naturais
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o potencial de cura, transformação
e regeneração para nós mesmos,
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enquanto família humana.
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Para mim, agora, penso — ou pensava —
que já tinha essa ligação profunda
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com a natureza,
mas, na verdade, depois do retiro,
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senti que algo aconteceu
no meu coração,
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e muitas coisas chegaram
a outro nível de compreensão para mim.
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Acho que ganhei uma compreensão mais profunda
de que
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não somos esses indivíduos isolados,
autossuficientes,
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que percorrem a vida
de uma forma muito isolada,
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mas sim parte de uma teia de vida
interconectada.
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O retiro "Voltar para Casa à Mãe Terra"
será realizado
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pela comunidade do Upper Hamlet
em Plum Village,
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mas teremos atividades especiais
nas nossas agendas diárias.
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De manhã, passaremos tempo
nas terras em regeneração,
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explorando alguns dos ensinamentos
do Buda e de Thay,
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observando a cura, a regeneração
e a transformação da terra,
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e à tarde, passaremos tempo
na Happy Farm,
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um projeto de agroecologia e práticas
regenerativas de produção alimentar,
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trazendo também a nossa prática
da atenção plena
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para a jardinagem, para a agricultura,
fazendo isto juntos como uma família,
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em comunidade, em contato com a Terra.
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Para mim,
destas duas semanas,
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a parte favorita foi estar
na Happy Farm,
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trabalhar com os agricultores,
colocar as mãos na terra,
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e fazer isto com atenção plena,
realmente parando,
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não trabalhando
para alcançar algo,
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mas para viver este sentimento
de união com todos os outros no retiro.
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O principal que levo daqui
e que quero levar para casa
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é a mensagem de que, se pararmos
e se simplesmente tirarmos tempo
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para desfrutar da beleza à nossa volta
e sermos gratos por isso,
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começaremos a sentir-nos muito mais
conectados com tudo o resto
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e descobriremos uma paz
dentro de nós mesmos,
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e então a vida torna-se mais brilhante.
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Thay oferece estas palavras para nos ajudar
a reconectar com
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a nossa verdadeira realidade:
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ele disse que somos a Terra
que nos carrega,
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por isso, não estamos separados
dos nossos ambientes,
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mas somos parte integral da Terra.
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Ele também nos disse que
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podemos encontrar refúgio
ao ar livre, no mundo natural,
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e que devemos voltar para casa, para a natureza,
e deixar que a natureza nos cure.
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Volta para casa, para a natureza,
deixa que a natureza te cure.
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["Estou apaixonado
pela Mãe Terra"]