Como seu sistema imunológico luta por você | Julia Jellusova | TEDxFreiburg
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0:26 - 0:28Bom dia, Friburgo.
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0:28 - 0:32Não sei se vocês sabem,
mas vivemos em um mundo perigoso. -
0:32 - 0:36Estamos cercados por milhões
e milhões de bactérias e vírus. -
0:36 - 0:37Elas estão em todo lugar.
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0:37 - 0:39Estão no ar, na nossa pele,
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0:39 - 0:40na nossa comida.
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0:40 - 0:44E a única razão de não ficarmos
doentes o tempo todo -
0:44 - 0:46é por causa do nosso sistema imunológico.
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0:46 - 0:48(Risos)
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0:48 - 0:52O sistema imunológico é constituído
por diferentes tipos de células -
0:52 - 0:59que podem reconhecer e destruir bactérias,
vírus, vermes e até células cancerígenas. -
0:59 - 1:01Essas células nadam no nosso sangue
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1:01 - 1:03e patrulham nosso corpo
atrás de patógenos invasores. -
1:03 - 1:06Você deve achar que é
uma tarefa fácil, certo? -
1:06 - 1:09Quão difícil pode ser dizer
que estamos infectados? -
1:09 - 1:13Isso é claramente diferente
do nosso próprio corpo, certo? -
1:13 - 1:16Mas, na verdade, é bem difícil
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1:16 - 1:21porque estas são as células
do nosso sistema imunológico, -
1:21 - 1:24são os pequenos soldados
lutando no nosso exército. -
1:24 - 1:27Elas não têm olhos nem mãos,
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1:27 - 1:29e mesmo se tivessem olhos,
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1:29 - 1:33não seria tão fácil diferenciar
entre o que é bom ou mau. -
1:33 - 1:36Isto é algo que as células podem ver
quando viajam pelo seu corpo. -
1:36 - 1:39Na sua opinião, o que é isso?
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1:39 - 1:42É uma célula normal
ou será uma célula cancerígena? -
1:42 - 1:45Ou é uma célula que foi
infectada por um vírus -
1:45 - 1:48e agora está espalhando
milhões de partículas de vírus? -
1:48 - 1:50E esta coisa?
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1:50 - 1:53É uma bactéria que quer te deixar doente,
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1:53 - 1:56ou é uma bactéria que quer ajudar
na digestão da sua comida? -
1:56 - 1:58Ou talvez seja só poeira?
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1:58 - 2:00Não é tão fácil dizer, é?
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2:00 - 2:03Então, como nosso sistema imunitário faz?
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2:03 - 2:04Para explicar,
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2:04 - 2:08deixe-me apresentar uma das células
do sistema imunológico, a célula B. -
2:09 - 2:10Talvez você já as conheça.
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2:10 - 2:12Elas produzem os anticorpos
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2:12 - 2:16e trabalham para você
quando você é vacinado. -
2:16 - 2:18É assim que elas se parecem.
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2:18 - 2:21Elas têm em sua superfície
o chamado receptor célula B . -
2:21 - 2:25São proteínas que ajudam as células
a se comunicarem com o ambiente. -
2:25 - 2:26São como mãozinhas
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2:26 - 2:29que ajudam a célula a sentir
e descobrir o que há lá fora. -
2:29 - 2:31Mas, diferente das suas mãos,
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2:31 - 2:34esses receptores de célula B
só podem reconhecer uma estrutura. -
2:34 - 2:37Por exemplo, essa célula B
poderia reconhecer -
2:37 - 2:39essa proteína vermelha e pontiaguda,
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2:39 - 2:42mas não conseguiria reconhecer
a proteína azul e saliente. -
2:43 - 2:44E isso é um problema, certo?
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2:44 - 2:47Porque há milhões
de bactérias e vírus diferentes, -
2:47 - 2:50e, se tivéssemos somente
um tipo de célula B, -
2:50 - 2:53seríamos capazes de reconhecer
somente uma bactéria, -
2:53 - 2:55e todas as outras nos deixariam doentes.
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2:55 - 2:56Então, qual é a solução?
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2:56 - 3:00Claro, ter células B
com diferentes receptores. -
3:00 - 3:02Na verdade, temos milhões de células B,
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3:02 - 3:05e cada uma carrega um receptor diferente
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3:05 - 3:08e pode reconhecer uma bactéria diferente.
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3:08 - 3:10Então, não importa o que nos infecte,
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3:10 - 3:12sempre há uma célula B que pode nos avisar
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3:12 - 3:15e dizer ao corpo
que algo está acontecendo. -
3:15 - 3:16Mas como isso é possível?
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3:16 - 3:20Como é possível ter
tantas células B diferentes? -
3:20 - 3:23Como é possível que possamos
reconhecer todas as bactérias -
3:23 - 3:24que encontramos em casa,
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3:24 - 3:29e todas as bactérias que encontramos
se viajamos para outros países? -
3:29 - 3:31Há muitas...
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3:31 - 3:33(Risos)
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3:33 - 3:35Há muitas bactérias lá fora.
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3:35 - 3:37Então, como as células fazem isso?
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3:38 - 3:40É assim que seu corpo funciona.
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3:40 - 3:45Se quiser produzir uma proteína,
você precisa tê-la codificada no seu DNA. -
3:45 - 3:48Cada proteína no seu corpo está
codificada por uma sequência do seu DNA -
3:48 - 3:49chamada de gene.
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3:49 - 3:53Imagine que o DNA seja um biblioteca
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3:53 - 3:56cheia de informação de como fazer
um corpo humano funcional. -
3:57 - 4:00Então, cada proteína no seu corpo
é codificada pelo seu DNA, -
4:00 - 4:04e cada célula no seu corpo
carrega o mesmo DNA. -
4:04 - 4:05E agora, você pode pensar:
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4:05 - 4:06"Ah, isso soa estranho,
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4:06 - 4:08tenho todas essas células diferentes
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4:08 - 4:11que parecem diferentes
e têm funções distintas, -
4:11 - 4:14como é possível que todas
tenham o mesmo DNA?" -
4:14 - 4:17E embora elas tenham a mesma informação,
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4:17 - 4:18elas a usam de forma diferente.
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4:18 - 4:20Elas leem informações diferentes,
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4:20 - 4:23e somente leem o necessário
para seus trabalhos. -
4:23 - 4:27É como se um padeiro e um mecânico
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4:27 - 4:28possuíssem a mesma biblioteca.
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4:28 - 4:31O padeiro leria os livros
com receitas de bolos, -
4:31 - 4:34e o mecânico leria os livros
sobre como consertar carros. -
4:34 - 4:36É o mesmo que acontece com as células.
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4:36 - 4:39As células do seu olho
vão ler a informação -
4:39 - 4:42de como fazer proteína sensível à luz
que te ajuda a enxergar, -
4:42 - 4:44e as células do seu fígado
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4:44 - 4:47vão ler a informação
de como se livrar do álcool -
4:47 - 4:50com o qual você continua se envenenando.
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4:50 - 4:53(Risos)
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4:53 - 4:56Mas todas essas células têm o mesmo DNA,
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4:56 - 4:58elas apenas o usam de forma diferente.
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4:58 - 5:02Agora, voltando ao problema
com as células B, -
5:02 - 5:06se você quisesse fazer um milhão
de receptores de célula B diferentes, -
5:06 - 5:09seria necessário
um milhão de genes diferentes. -
5:09 - 5:11E com certeza é muito.
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5:11 - 5:14Atualmente, uma célula
humana tem 20 mil genes, -
5:14 - 5:17e se você adicionasse
um milhão em cima disso, -
5:17 - 5:19sua célula estaria cheia de DNA,
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5:19 - 5:21estaria explodindo de tanto DNA.
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5:21 - 5:24Isso claramente é impossível de atingir,
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5:24 - 5:27porém, temos milhões
de células B diferentes, -
5:27 - 5:29com receptores diferentes.
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5:29 - 5:31Então, como elas fazem?
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5:31 - 5:34Elas desenvolveram uma estratégia simples:
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5:34 - 5:37em vez de codificar o receptor
da célula B com um gene, -
5:37 - 5:41o que elas fazem é juntá-lo
com peças diferentes. -
5:41 - 5:44Essas peças são chamadas
de segmentos V, D e J. -
5:44 - 5:46As células têm diferentes
variações dessas peças, -
5:46 - 5:50então, elas as juntam aleatoriamente
e fazem seu receptor de célula B. -
5:50 - 5:52E, por esse processo ser aleatório,
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5:52 - 5:55você sempre acaba
com um receptor diferente. -
5:55 - 5:57Então, caso você esteja confuso
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5:57 - 6:00e não entenda como isso funciona,
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6:00 - 6:03não se preocupe, explicarei
com outro exemplo. -
6:03 - 6:08Imagine-se no negócio
de fabricação de brinquedos. -
6:08 - 6:12Seu chefe te entrega três desenhos
de como fazer brinquedos. -
6:12 - 6:15Esses desenhos dizem como fazer a cabeça,
-
6:15 - 6:16como fazer o corpo,
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6:16 - 6:17como fazer os pés,
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6:17 - 6:20você começa a trabalhar
e faz um urso empresário, -
6:20 - 6:23uma boneca bailarina e uma borboleta.
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6:23 - 6:24Você está feliz consigo mesmo,
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6:24 - 6:27e quer continuar a fazer novos brinquedos.
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6:27 - 6:29Então, seu chefe diz:
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6:29 - 6:32"Desculpe, mas na estante
para guardar os desenhos -
6:32 - 6:34só cabem três desenhos,
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6:34 - 6:35isso é tudo".
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6:36 - 6:37O que você poderia fazer?
-
6:37 - 6:39O que fazer para fabricar mais?
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6:39 - 6:42Você poderia cortar
os desenhos em pedaços, -
6:42 - 6:46e poderia pegar pedaços aleatórios
para formar mais brinquedos. -
6:46 - 6:50Assim, você teria
esse lindo urso borboleta, -
6:50 - 6:53teria uma boneca bailarina
que também é empresária, -
6:53 - 6:56e teria uma borboleta
vestindo calças largas, -
6:56 - 6:58e uma borboleta usando saia.
-
6:58 - 7:02Você teria todos esses novos brinquedos,
embora tenha somente três desenhos. -
7:02 - 7:05É exatamente o que as células B fazem.
-
7:05 - 7:09Elas têm variações
diferentes dessas partes, -
7:09 - 7:10e as combinam aleatoriamente.
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7:11 - 7:14E, se você recordar das aulas
de matemática da escola, -
7:14 - 7:17se você tivesse três variações
para todos esses três segmentos, -
7:17 - 7:20seria possível fazer 27
receptores de célula B diferentes, -
7:20 - 7:23mas se você tivesse 100 variações
de cada um desses segmentos, -
7:23 - 7:26seria possível fazer milhões
de receptores diferentes. -
7:26 - 7:29Claramente economizaria muito espaço.
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7:29 - 7:31Você só precisaria
de 100 sequências de DNA, -
7:31 - 7:33que poderiam ser combinadas aleatoriamente
-
7:33 - 7:38e você teria milhões
de diferentes receptores. -
7:38 - 7:41E a segunda estratégia que a célula usa é
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7:41 - 7:45inserir pequenas mutações no DNA.
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7:45 - 7:47Ao introduzir mutações no DNA,
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7:47 - 7:49elas alteram levemente a proteína
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7:49 - 7:52e assim formam outro novo receptor.
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7:52 - 7:56É como se você rabiscasse no desenho
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7:56 - 7:57e mudasse poucas coisas.
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7:57 - 8:00Então, você iria de um urso a um porco.
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8:00 - 8:03Isso é o que as células
também estão fazendo: -
8:03 - 8:05elas inserem pequenas mudanças
-
8:05 - 8:08e acabam com um receptor
de célula B levemente modificado. -
8:08 - 8:11Essas duas estratégias têm tanto sucesso
-
8:11 - 8:14que temos milhões de células B
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8:14 - 8:17e cada uma carrega um receptor diferente.
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8:17 - 8:20Todas essas células têm o mesmo DNA,
-
8:20 - 8:22têm a mesma informação,
-
8:22 - 8:25mas, porque elas combinam
seu receptor aleatoriamente, -
8:25 - 8:29e porque cada uma decide por si mesma,
-
8:29 - 8:31todas acabam com um receptor diferente.
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8:31 - 8:35Dessa forma você tem células
que podem reconhecer -
8:35 - 8:37qualquer tipo de patógeno no mundo.
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8:37 - 8:40Essa estratégia é tão bem-sucedida
que você ainda tem células B -
8:40 - 8:43que podem reconhecer
proteínas que não existem ainda. -
8:44 - 8:47Mesmo se formos invadidos
por bactérias alienígenas, -
8:47 - 8:52ainda temos uma célula B que seria
capaz de reconhecer essa bactéria -
8:52 - 8:53e nos alertar.
-
8:54 - 8:56Talvez agora vocês possam
ver o problema, certo? -
8:57 - 9:01Se você produzir algo apenas
combinando partes aleatórias, -
9:01 - 9:03você pode acabar com algo que não quer.
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9:03 - 9:07Se você combinar partes de bonecas
aleatórios, poderia resultar nisto. -
9:07 - 9:10É horrível, ninguém brincaria com isso.
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9:10 - 9:13(Risos)
-
9:13 - 9:16É o mesmo para as células B.
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9:16 - 9:18Elas poderiam acabar
com um receptor que não gostam. -
9:19 - 9:21Um receptor de célula B que não gostamos
-
9:21 - 9:24é aquele que reconhece
nossa própria proteína. -
9:24 - 9:27Como nossas células
também são feitas de proteínas, -
9:27 - 9:31se uma célula B se liga
a alguma dessas proteínas, -
9:31 - 9:33essa célula será seu alvo para destruição.
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9:34 - 9:36Ninguém quer um exército assim, certo?
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9:36 - 9:39Ninguém quer um exército
que destrói todos os inimigos, -
9:39 - 9:43mas continua e destrói
todos os amigos também. -
9:43 - 9:47Deve haver uma estratégia
-
9:47 - 9:49para silenciar essas células,
-
9:49 - 9:51para removê-las.
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9:51 - 9:54É aqui que as coisas ficam
um pouco difíceis e complicadas. -
9:54 - 9:57O que as células do seu
sistema imunológico fazem -
9:57 - 10:00é que, depois de reconhecer a proteína,
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10:00 - 10:04elas não atacam imediatamente,
primeiro elas analisam a situação. -
10:04 - 10:06Elas fazem várias perguntas.
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10:06 - 10:07Perguntam, por exemplo:
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10:08 - 10:10Havia uma ferida quando vi essa proteína?
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10:10 - 10:11A pele estava machucada?
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10:11 - 10:14Vi muitas ou só algumas?
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10:14 - 10:17Ela estava apenas flutuando
ou estava na superfície de algo? -
10:17 - 10:20Outras células a consideraram
perigosa também? -
10:21 - 10:23É o que estudamos no meu laboratório,
-
10:23 - 10:26e é o que vários laboratórios
em Friburgo estudam também. -
10:26 - 10:29Estamos tentando entender de que forma
as células B recebem informações, -
10:29 - 10:31como elas se comunicam com outras células,
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10:31 - 10:33como analisam essa informação,
-
10:33 - 10:35e como tomam as decisões.
-
10:36 - 10:39Entender a linguagem
do seu sistema imunológico -
10:39 - 10:41será muito útil,
-
10:41 - 10:44porque você pode responder
ao seu sistema imunológico. -
10:44 - 10:46Você pode dizer a ele o que fazer.
-
10:46 - 10:49Isso pode ser útil em muitos tipos
diferentes de doenças. -
10:49 - 10:52Por exemplo, na autoimunidade,
-
10:52 - 10:56se você estiver sofrendo
com algum distúrbio autoimune, -
10:56 - 10:58como lúpus, artrite reumatoide,
-
10:58 - 11:00ou esclerose múltipla,
-
11:00 - 11:01o que acontece no seu corpo
-
11:01 - 11:03é que seu sistema imunológico
entendeu algo errado, -
11:03 - 11:06entendeu alguma informação errada,
-
11:06 - 11:08e agora está atacando a próprias células.
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11:08 - 11:10Em alergias é parecido.
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11:11 - 11:12Se você tem alergia,
-
11:12 - 11:14seu sistema imunológico
entendeu mal alguma situação, -
11:14 - 11:18e pensa que coisas inofensivas,
como poeira e pólen, -
11:18 - 11:19são, na verdade, perigosas.
-
11:20 - 11:23Você quer dizer ao seu sistema imunológico
-
11:23 - 11:24para se acalmar.
-
11:24 - 11:28E é exatamente o que você faz
quando toma um anti-inflamatório: -
11:28 - 11:31é o seu jeito de dizer
ao seu sistema imunológico -
11:31 - 11:33para se calar, ficar quieto,
-
11:33 - 11:36que não é tão perigoso
como ele acha que é. -
11:37 - 11:39E, por outro lado,
-
11:39 - 11:41há doenças nas quais você quer
-
11:41 - 11:43que seu sistema imunológico
seja mais ativo. -
11:43 - 11:45Toda vez que você pega uma infecção,
-
11:45 - 11:47toda vez que, por exemplo, você se gripa,
-
11:47 - 11:49seu sistema imunológico
-
11:49 - 11:54ou não reconheceu o patógeno,
ou decidiu que ele não é perigoso, -
11:54 - 11:56ou apenas foi muito lento em responder.
-
11:56 - 11:58O que você quer é
-
11:58 - 12:01dizer ao seu sistema imunológico
que seja mais ativo. -
12:01 - 12:04E é exatamente o que você faz
quando toma vacina. -
12:05 - 12:06Quando você é vacinado,
-
12:06 - 12:08você recebe uma pequena parte de proteína,
-
12:08 - 12:11basicamente um alerta
ao seu sistema imunológico. -
12:11 - 12:12Diz ao seu sistema imunológico:
-
12:12 - 12:16"Isso é perigoso, você pode ver isso
no futuro, se prepare". -
12:16 - 12:20Então, mais tarde, quando o sistema
se deparar com o patógeno real, -
12:20 - 12:23irá responder de forma
mais rápida e mais intensa. -
12:24 - 12:29Então, vacinação é o tipo de tratamento
mais elegante que existe. -
12:29 - 12:32Pense sobre isso, se você está tratando
uma infecção com antibiótico, -
12:32 - 12:35você tem que tomar o antibiótico,
talvez, duas vezes ao dia -
12:35 - 12:37durante várias semanas,
-
12:37 - 12:40e assim que você para de tomar,
não está mais protegido. -
12:40 - 12:43A vacinação é completamente diferente.
-
12:43 - 12:46Na maioria das vezes,
ser vacinado uma vez é suficiente, -
12:46 - 12:49e, então, estará protegido por anos.
-
12:49 - 12:51Não há necessidade de tomar novamente;
-
12:51 - 12:54não precisa se encher de químicos;
-
12:54 - 12:55e ainda estará protegido.
-
12:56 - 13:00O melhor é que você está protegido
-
13:00 - 13:04não importa qual a frequência ou quando
você encontra essa bactéria perigosa. -
13:04 - 13:07E esse tipo maravilhoso de tratamento
-
13:07 - 13:09só é possível porque entendemos
-
13:09 - 13:12o que o sistema imunológico
vê como perigoso, -
13:12 - 13:15porque sabemos como falar com ele.
-
13:16 - 13:19Por último, seu sistema imunológico
também pode combater o câncer. -
13:20 - 13:24Também pode dizer que as células
cancerígenas parecem estranhas, -
13:24 - 13:26que estão se comportando estranhamente,
-
13:26 - 13:27e é capaz de destruí-las.
-
13:28 - 13:29Mas às vezes isso não funciona.
-
13:29 - 13:32Às vezes, essas células cancerígenas
-
13:32 - 13:34mostram basicamente placas
de pare ao nosso sistema. -
13:34 - 13:36Elas aprenderam a falar com nosso sistema,
-
13:36 - 13:39e tentam fazê-lo acreditar
-
13:39 - 13:41que não são prejudiciais.
-
13:41 - 13:43Há novos tipos de tratamentos
-
13:43 - 13:46que estão sendo desenvolvidos
e usados atualmente -
13:46 - 13:49nos quais podemos destruir
esses sinais de pare, -
13:49 - 13:52podemos evitar que as células cancerígenas
falem com o sistema imunológico. -
13:52 - 13:56Então, o sistema fica ativo
e destrói essas células. -
13:57 - 14:02Esse tratamento foi
tão revolucionário e maravilhoso, -
14:02 - 14:06que os dois pesquisadores
James Allison e Tasuku Honjo, -
14:06 - 14:07que foram pioneiros na área,
-
14:07 - 14:10vão ganhar o prêmio Nobel de Medicina
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14:10 - 14:12por essa descoberta daqui a dois dias.
-
14:13 - 14:18Então, seu sistema imunológico
é um grande amigo. -
14:18 - 14:20Pode te proteger de infecções,
-
14:20 - 14:22pode te ajudar a combater o câncer,
-
14:23 - 14:25pode te proteger nesse mundo perigoso.
-
14:25 - 14:29E, às vezes, você só precisa convencê-lo
a não fazer coisas estúpidas. -
14:29 - 14:30Obrigada.
-
14:31 - 14:34(Aplausos)
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- Como seu sistema imunológico luta por você | Julia Jellusova | TEDxFreiburg
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Você sabia que vivemos em um mundo perigoso? Estamos cercados por vírus e bactérias, e a única razão da nossa sobrevivência é o nosso sistema imunológico! Em sua palestra humorística, Julia Jellusiva, uma bióloga cujo foco é a Imunologia, explica o papel das células B, e o que a produção de brinquedos tem a ver com nosso sistema imunológico. Ao usar exemplos interessantes, ela explica a importância de mais pesquisas em células B, e como nosso corpo pode até combater o câncer. Julia Jellusova é cientista em um dos Grupos de Excelência da Universidade de Friburgo: O Centro de Estudos Integrativos de Sinalização Biológica (CIBSS). Seu grupo de pesquisa foca em como o metabolismo das células imunes controla suas funções e sua habilidade de combater infecções e o câncer. Ela também explora como as falhas no sistema imunológico podem levar à doenças autoimunes.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 14:43