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Como seu sistema imunológico luta por você | Julia Jellusova | TEDxFreiburg

  • 0:26 - 0:28
    Bom dia, Friburgo.
  • 0:28 - 0:32
    Não sei se vocês sabem,
    mas vivemos em um mundo perigoso.
  • 0:32 - 0:36
    Estamos cercados por milhões
    e milhões de bactérias e vírus.
  • 0:36 - 0:37
    Elas estão em todo lugar.
  • 0:37 - 0:39
    Estão no ar, na nossa pele,
  • 0:39 - 0:40
    na nossa comida.
  • 0:40 - 0:44
    E a única razão de não ficarmos
    doentes o tempo todo
  • 0:44 - 0:46
    é por causa do nosso sistema imunológico.
  • 0:46 - 0:48
    (Risos)
  • 0:48 - 0:52
    O sistema imunológico é constituído
    por diferentes tipos de células
  • 0:52 - 0:59
    que podem reconhecer e destruir bactérias,
    vírus, vermes e até células cancerígenas.
  • 0:59 - 1:01
    Essas células nadam no nosso sangue
  • 1:01 - 1:03
    e patrulham nosso corpo
    atrás de patógenos invasores.
  • 1:03 - 1:06
    Você deve achar que é
    uma tarefa fácil, certo?
  • 1:06 - 1:09
    Quão difícil pode ser dizer
    que estamos infectados?
  • 1:09 - 1:13
    Isso é claramente diferente
    do nosso próprio corpo, certo?
  • 1:13 - 1:16
    Mas, na verdade, é bem difícil
  • 1:16 - 1:21
    porque estas são as células
    do nosso sistema imunológico,
  • 1:21 - 1:24
    são os pequenos soldados
    lutando no nosso exército.
  • 1:24 - 1:27
    Elas não têm olhos nem mãos,
  • 1:27 - 1:29
    e mesmo se tivessem olhos,
  • 1:29 - 1:33
    não seria tão fácil diferenciar
    entre o que é bom ou mau.
  • 1:33 - 1:36
    Isto é algo que as células podem ver
    quando viajam pelo seu corpo.
  • 1:36 - 1:39
    Na sua opinião, o que é isso?
  • 1:39 - 1:42
    É uma célula normal
    ou será uma célula cancerígena?
  • 1:42 - 1:45
    Ou é uma célula que foi
    infectada por um vírus
  • 1:45 - 1:48
    e agora está espalhando
    milhões de partículas de vírus?
  • 1:48 - 1:50
    E esta coisa?
  • 1:50 - 1:53
    É uma bactéria que quer te deixar doente,
  • 1:53 - 1:56
    ou é uma bactéria que quer ajudar
    na digestão da sua comida?
  • 1:56 - 1:58
    Ou talvez seja só poeira?
  • 1:58 - 2:00
    Não é tão fácil dizer, é?
  • 2:00 - 2:03
    Então, como nosso sistema imunitário faz?
  • 2:03 - 2:04
    Para explicar,
  • 2:04 - 2:08
    deixe-me apresentar uma das células
    do sistema imunológico, a célula B.
  • 2:09 - 2:10
    Talvez você já as conheça.
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    Elas produzem os anticorpos
  • 2:12 - 2:16
    e trabalham para você
    quando você é vacinado.
  • 2:16 - 2:18
    É assim que elas se parecem.
  • 2:18 - 2:21
    Elas têm em sua superfície
    o chamado receptor célula B .
  • 2:21 - 2:25
    São proteínas que ajudam as células
    a se comunicarem com o ambiente.
  • 2:25 - 2:26
    São como mãozinhas
  • 2:26 - 2:29
    que ajudam a célula a sentir
    e descobrir o que há lá fora.
  • 2:29 - 2:31
    Mas, diferente das suas mãos,
  • 2:31 - 2:34
    esses receptores de célula B
    só podem reconhecer uma estrutura.
  • 2:34 - 2:37
    Por exemplo, essa célula B
    poderia reconhecer
  • 2:37 - 2:39
    essa proteína vermelha e pontiaguda,
  • 2:39 - 2:42
    mas não conseguiria reconhecer
    a proteína azul e saliente.
  • 2:43 - 2:44
    E isso é um problema, certo?
  • 2:44 - 2:47
    Porque há milhões
    de bactérias e vírus diferentes,
  • 2:47 - 2:50
    e, se tivéssemos somente
    um tipo de célula B,
  • 2:50 - 2:53
    seríamos capazes de reconhecer
    somente uma bactéria,
  • 2:53 - 2:55
    e todas as outras nos deixariam doentes.
  • 2:55 - 2:56
    Então, qual é a solução?
  • 2:56 - 3:00
    Claro, ter células B
    com diferentes receptores.
  • 3:00 - 3:02
    Na verdade, temos milhões de células B,
  • 3:02 - 3:05
    e cada uma carrega um receptor diferente
  • 3:05 - 3:08
    e pode reconhecer uma bactéria diferente.
  • 3:08 - 3:10
    Então, não importa o que nos infecte,
  • 3:10 - 3:12
    sempre há uma célula B que pode nos avisar
  • 3:12 - 3:15
    e dizer ao corpo
    que algo está acontecendo.
  • 3:15 - 3:16
    Mas como isso é possível?
  • 3:16 - 3:20
    Como é possível ter
    tantas células B diferentes?
  • 3:20 - 3:23
    Como é possível que possamos
    reconhecer todas as bactérias
  • 3:23 - 3:24
    que encontramos em casa,
  • 3:24 - 3:29
    e todas as bactérias que encontramos
    se viajamos para outros países?
  • 3:29 - 3:31
    Há muitas...
  • 3:31 - 3:33
    (Risos)
  • 3:33 - 3:35
    Há muitas bactérias lá fora.
  • 3:35 - 3:37
    Então, como as células fazem isso?
  • 3:38 - 3:40
    É assim que seu corpo funciona.
  • 3:40 - 3:45
    Se quiser produzir uma proteína,
    você precisa tê-la codificada no seu DNA.
  • 3:45 - 3:48
    Cada proteína no seu corpo está
    codificada por uma sequência do seu DNA
  • 3:48 - 3:49
    chamada de gene.
  • 3:49 - 3:53
    Imagine que o DNA seja um biblioteca
  • 3:53 - 3:56
    cheia de informação de como fazer
    um corpo humano funcional.
  • 3:57 - 4:00
    Então, cada proteína no seu corpo
    é codificada pelo seu DNA,
  • 4:00 - 4:04
    e cada célula no seu corpo
    carrega o mesmo DNA.
  • 4:04 - 4:05
    E agora, você pode pensar:
  • 4:05 - 4:06
    "Ah, isso soa estranho,
  • 4:06 - 4:08
    tenho todas essas células diferentes
  • 4:08 - 4:11
    que parecem diferentes
    e têm funções distintas,
  • 4:11 - 4:14
    como é possível que todas
    tenham o mesmo DNA?"
  • 4:14 - 4:17
    E embora elas tenham a mesma informação,
  • 4:17 - 4:18
    elas a usam de forma diferente.
  • 4:18 - 4:20
    Elas leem informações diferentes,
  • 4:20 - 4:23
    e somente leem o necessário
    para seus trabalhos.
  • 4:23 - 4:27
    É como se um padeiro e um mecânico
  • 4:27 - 4:28
    possuíssem a mesma biblioteca.
  • 4:28 - 4:31
    O padeiro leria os livros
    com receitas de bolos,
  • 4:31 - 4:34
    e o mecânico leria os livros
    sobre como consertar carros.
  • 4:34 - 4:36
    É o mesmo que acontece com as células.
  • 4:36 - 4:39
    As células do seu olho
    vão ler a informação
  • 4:39 - 4:42
    de como fazer proteína sensível à luz
    que te ajuda a enxergar,
  • 4:42 - 4:44
    e as células do seu fígado
  • 4:44 - 4:47
    vão ler a informação
    de como se livrar do álcool
  • 4:47 - 4:50
    com o qual você continua se envenenando.
  • 4:50 - 4:53
    (Risos)
  • 4:53 - 4:56
    Mas todas essas células têm o mesmo DNA,
  • 4:56 - 4:58
    elas apenas o usam de forma diferente.
  • 4:58 - 5:02
    Agora, voltando ao problema
    com as células B,
  • 5:02 - 5:06
    se você quisesse fazer um milhão
    de receptores de célula B diferentes,
  • 5:06 - 5:09
    seria necessário
    um milhão de genes diferentes.
  • 5:09 - 5:11
    E com certeza é muito.
  • 5:11 - 5:14
    Atualmente, uma célula
    humana tem 20 mil genes,
  • 5:14 - 5:17
    e se você adicionasse
    um milhão em cima disso,
  • 5:17 - 5:19
    sua célula estaria cheia de DNA,
  • 5:19 - 5:21
    estaria explodindo de tanto DNA.
  • 5:21 - 5:24
    Isso claramente é impossível de atingir,
  • 5:24 - 5:27
    porém, temos milhões
    de células B diferentes,
  • 5:27 - 5:29
    com receptores diferentes.
  • 5:29 - 5:31
    Então, como elas fazem?
  • 5:31 - 5:34
    Elas desenvolveram uma estratégia simples:
  • 5:34 - 5:37
    em vez de codificar o receptor
    da célula B com um gene,
  • 5:37 - 5:41
    o que elas fazem é juntá-lo
    com peças diferentes.
  • 5:41 - 5:44
    Essas peças são chamadas
    de segmentos V, D e J.
  • 5:44 - 5:46
    As células têm diferentes
    variações dessas peças,
  • 5:46 - 5:50
    então, elas as juntam aleatoriamente
    e fazem seu receptor de célula B.
  • 5:50 - 5:52
    E, por esse processo ser aleatório,
  • 5:52 - 5:55
    você sempre acaba
    com um receptor diferente.
  • 5:55 - 5:57
    Então, caso você esteja confuso
  • 5:57 - 6:00
    e não entenda como isso funciona,
  • 6:00 - 6:03
    não se preocupe, explicarei
    com outro exemplo.
  • 6:03 - 6:08
    Imagine-se no negócio
    de fabricação de brinquedos.
  • 6:08 - 6:12
    Seu chefe te entrega três desenhos
    de como fazer brinquedos.
  • 6:12 - 6:15
    Esses desenhos dizem como fazer a cabeça,
  • 6:15 - 6:16
    como fazer o corpo,
  • 6:16 - 6:17
    como fazer os pés,
  • 6:17 - 6:20
    você começa a trabalhar
    e faz um urso empresário,
  • 6:20 - 6:23
    uma boneca bailarina e uma borboleta.
  • 6:23 - 6:24
    Você está feliz consigo mesmo,
  • 6:24 - 6:27
    e quer continuar a fazer novos brinquedos.
  • 6:27 - 6:29
    Então, seu chefe diz:
  • 6:29 - 6:32
    "Desculpe, mas na estante
    para guardar os desenhos
  • 6:32 - 6:34
    só cabem três desenhos,
  • 6:34 - 6:35
    isso é tudo".
  • 6:36 - 6:37
    O que você poderia fazer?
  • 6:37 - 6:39
    O que fazer para fabricar mais?
  • 6:39 - 6:42
    Você poderia cortar
    os desenhos em pedaços,
  • 6:42 - 6:46
    e poderia pegar pedaços aleatórios
    para formar mais brinquedos.
  • 6:46 - 6:50
    Assim, você teria
    esse lindo urso borboleta,
  • 6:50 - 6:53
    teria uma boneca bailarina
    que também é empresária,
  • 6:53 - 6:56
    e teria uma borboleta
    vestindo calças largas,
  • 6:56 - 6:58
    e uma borboleta usando saia.
  • 6:58 - 7:02
    Você teria todos esses novos brinquedos,
    embora tenha somente três desenhos.
  • 7:02 - 7:05
    É exatamente o que as células B fazem.
  • 7:05 - 7:09
    Elas têm variações
    diferentes dessas partes,
  • 7:09 - 7:10
    e as combinam aleatoriamente.
  • 7:11 - 7:14
    E, se você recordar das aulas
    de matemática da escola,
  • 7:14 - 7:17
    se você tivesse três variações
    para todos esses três segmentos,
  • 7:17 - 7:20
    seria possível fazer 27
    receptores de célula B diferentes,
  • 7:20 - 7:23
    mas se você tivesse 100 variações
    de cada um desses segmentos,
  • 7:23 - 7:26
    seria possível fazer milhões
    de receptores diferentes.
  • 7:26 - 7:29
    Claramente economizaria muito espaço.
  • 7:29 - 7:31
    Você só precisaria
    de 100 sequências de DNA,
  • 7:31 - 7:33
    que poderiam ser combinadas aleatoriamente
  • 7:33 - 7:38
    e você teria milhões
    de diferentes receptores.
  • 7:38 - 7:41
    E a segunda estratégia que a célula usa é
  • 7:41 - 7:45
    inserir pequenas mutações no DNA.
  • 7:45 - 7:47
    Ao introduzir mutações no DNA,
  • 7:47 - 7:49
    elas alteram levemente a proteína
  • 7:49 - 7:52
    e assim formam outro novo receptor.
  • 7:52 - 7:56
    É como se você rabiscasse no desenho
  • 7:56 - 7:57
    e mudasse poucas coisas.
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    Então, você iria de um urso a um porco.
  • 8:00 - 8:03
    Isso é o que as células
    também estão fazendo:
  • 8:03 - 8:05
    elas inserem pequenas mudanças
  • 8:05 - 8:08
    e acabam com um receptor
    de célula B levemente modificado.
  • 8:08 - 8:11
    Essas duas estratégias têm tanto sucesso
  • 8:11 - 8:14
    que temos milhões de células B
  • 8:14 - 8:17
    e cada uma carrega um receptor diferente.
  • 8:17 - 8:20
    Todas essas células têm o mesmo DNA,
  • 8:20 - 8:22
    têm a mesma informação,
  • 8:22 - 8:25
    mas, porque elas combinam
    seu receptor aleatoriamente,
  • 8:25 - 8:29
    e porque cada uma decide por si mesma,
  • 8:29 - 8:31
    todas acabam com um receptor diferente.
  • 8:31 - 8:35
    Dessa forma você tem células
    que podem reconhecer
  • 8:35 - 8:37
    qualquer tipo de patógeno no mundo.
  • 8:37 - 8:40
    Essa estratégia é tão bem-sucedida
    que você ainda tem células B
  • 8:40 - 8:43
    que podem reconhecer
    proteínas que não existem ainda.
  • 8:44 - 8:47
    Mesmo se formos invadidos
    por bactérias alienígenas,
  • 8:47 - 8:52
    ainda temos uma célula B que seria
    capaz de reconhecer essa bactéria
  • 8:52 - 8:53
    e nos alertar.
  • 8:54 - 8:56
    Talvez agora vocês possam
    ver o problema, certo?
  • 8:57 - 9:01
    Se você produzir algo apenas
    combinando partes aleatórias,
  • 9:01 - 9:03
    você pode acabar com algo que não quer.
  • 9:03 - 9:07
    Se você combinar partes de bonecas
    aleatórios, poderia resultar nisto.
  • 9:07 - 9:10
    É horrível, ninguém brincaria com isso.
  • 9:10 - 9:13
    (Risos)
  • 9:13 - 9:16
    É o mesmo para as células B.
  • 9:16 - 9:18
    Elas poderiam acabar
    com um receptor que não gostam.
  • 9:19 - 9:21
    Um receptor de célula B que não gostamos
  • 9:21 - 9:24
    é aquele que reconhece
    nossa própria proteína.
  • 9:24 - 9:27
    Como nossas células
    também são feitas de proteínas,
  • 9:27 - 9:31
    se uma célula B se liga
    a alguma dessas proteínas,
  • 9:31 - 9:33
    essa célula será seu alvo para destruição.
  • 9:34 - 9:36
    Ninguém quer um exército assim, certo?
  • 9:36 - 9:39
    Ninguém quer um exército
    que destrói todos os inimigos,
  • 9:39 - 9:43
    mas continua e destrói
    todos os amigos também.
  • 9:43 - 9:47
    Deve haver uma estratégia
  • 9:47 - 9:49
    para silenciar essas células,
  • 9:49 - 9:51
    para removê-las.
  • 9:51 - 9:54
    É aqui que as coisas ficam
    um pouco difíceis e complicadas.
  • 9:54 - 9:57
    O que as células do seu
    sistema imunológico fazem
  • 9:57 - 10:00
    é que, depois de reconhecer a proteína,
  • 10:00 - 10:04
    elas não atacam imediatamente,
    primeiro elas analisam a situação.
  • 10:04 - 10:06
    Elas fazem várias perguntas.
  • 10:06 - 10:07
    Perguntam, por exemplo:
  • 10:08 - 10:10
    Havia uma ferida quando vi essa proteína?
  • 10:10 - 10:11
    A pele estava machucada?
  • 10:11 - 10:14
    Vi muitas ou só algumas?
  • 10:14 - 10:17
    Ela estava apenas flutuando
    ou estava na superfície de algo?
  • 10:17 - 10:20
    Outras células a consideraram
    perigosa também?
  • 10:21 - 10:23
    É o que estudamos no meu laboratório,
  • 10:23 - 10:26
    e é o que vários laboratórios
    em Friburgo estudam também.
  • 10:26 - 10:29
    Estamos tentando entender de que forma
    as células B recebem informações,
  • 10:29 - 10:31
    como elas se comunicam com outras células,
  • 10:31 - 10:33
    como analisam essa informação,
  • 10:33 - 10:35
    e como tomam as decisões.
  • 10:36 - 10:39
    Entender a linguagem
    do seu sistema imunológico
  • 10:39 - 10:41
    será muito útil,
  • 10:41 - 10:44
    porque você pode responder
    ao seu sistema imunológico.
  • 10:44 - 10:46
    Você pode dizer a ele o que fazer.
  • 10:46 - 10:49
    Isso pode ser útil em muitos tipos
    diferentes de doenças.
  • 10:49 - 10:52
    Por exemplo, na autoimunidade,
  • 10:52 - 10:56
    se você estiver sofrendo
    com algum distúrbio autoimune,
  • 10:56 - 10:58
    como lúpus, artrite reumatoide,
  • 10:58 - 11:00
    ou esclerose múltipla,
  • 11:00 - 11:01
    o que acontece no seu corpo
  • 11:01 - 11:03
    é que seu sistema imunológico
    entendeu algo errado,
  • 11:03 - 11:06
    entendeu alguma informação errada,
  • 11:06 - 11:08
    e agora está atacando a próprias células.
  • 11:08 - 11:10
    Em alergias é parecido.
  • 11:11 - 11:12
    Se você tem alergia,
  • 11:12 - 11:14
    seu sistema imunológico
    entendeu mal alguma situação,
  • 11:14 - 11:18
    e pensa que coisas inofensivas,
    como poeira e pólen,
  • 11:18 - 11:19
    são, na verdade, perigosas.
  • 11:20 - 11:23
    Você quer dizer ao seu sistema imunológico
  • 11:23 - 11:24
    para se acalmar.
  • 11:24 - 11:28
    E é exatamente o que você faz
    quando toma um anti-inflamatório:
  • 11:28 - 11:31
    é o seu jeito de dizer
    ao seu sistema imunológico
  • 11:31 - 11:33
    para se calar, ficar quieto,
  • 11:33 - 11:36
    que não é tão perigoso
    como ele acha que é.
  • 11:37 - 11:39
    E, por outro lado,
  • 11:39 - 11:41
    há doenças nas quais você quer
  • 11:41 - 11:43
    que seu sistema imunológico
    seja mais ativo.
  • 11:43 - 11:45
    Toda vez que você pega uma infecção,
  • 11:45 - 11:47
    toda vez que, por exemplo, você se gripa,
  • 11:47 - 11:49
    seu sistema imunológico
  • 11:49 - 11:54
    ou não reconheceu o patógeno,
    ou decidiu que ele não é perigoso,
  • 11:54 - 11:56
    ou apenas foi muito lento em responder.
  • 11:56 - 11:58
    O que você quer é
  • 11:58 - 12:01
    dizer ao seu sistema imunológico
    que seja mais ativo.
  • 12:01 - 12:04
    E é exatamente o que você faz
    quando toma vacina.
  • 12:05 - 12:06
    Quando você é vacinado,
  • 12:06 - 12:08
    você recebe uma pequena parte de proteína,
  • 12:08 - 12:11
    basicamente um alerta
    ao seu sistema imunológico.
  • 12:11 - 12:12
    Diz ao seu sistema imunológico:
  • 12:12 - 12:16
    "Isso é perigoso, você pode ver isso
    no futuro, se prepare".
  • 12:16 - 12:20
    Então, mais tarde, quando o sistema
    se deparar com o patógeno real,
  • 12:20 - 12:23
    irá responder de forma
    mais rápida e mais intensa.
  • 12:24 - 12:29
    Então, vacinação é o tipo de tratamento
    mais elegante que existe.
  • 12:29 - 12:32
    Pense sobre isso, se você está tratando
    uma infecção com antibiótico,
  • 12:32 - 12:35
    você tem que tomar o antibiótico,
    talvez, duas vezes ao dia
  • 12:35 - 12:37
    durante várias semanas,
  • 12:37 - 12:40
    e assim que você para de tomar,
    não está mais protegido.
  • 12:40 - 12:43
    A vacinação é completamente diferente.
  • 12:43 - 12:46
    Na maioria das vezes,
    ser vacinado uma vez é suficiente,
  • 12:46 - 12:49
    e, então, estará protegido por anos.
  • 12:49 - 12:51
    Não há necessidade de tomar novamente;
  • 12:51 - 12:54
    não precisa se encher de químicos;
  • 12:54 - 12:55
    e ainda estará protegido.
  • 12:56 - 13:00
    O melhor é que você está protegido
  • 13:00 - 13:04
    não importa qual a frequência ou quando
    você encontra essa bactéria perigosa.
  • 13:04 - 13:07
    E esse tipo maravilhoso de tratamento
  • 13:07 - 13:09
    só é possível porque entendemos
  • 13:09 - 13:12
    o que o sistema imunológico
    vê como perigoso,
  • 13:12 - 13:15
    porque sabemos como falar com ele.
  • 13:16 - 13:19
    Por último, seu sistema imunológico
    também pode combater o câncer.
  • 13:20 - 13:24
    Também pode dizer que as células
    cancerígenas parecem estranhas,
  • 13:24 - 13:26
    que estão se comportando estranhamente,
  • 13:26 - 13:27
    e é capaz de destruí-las.
  • 13:28 - 13:29
    Mas às vezes isso não funciona.
  • 13:29 - 13:32
    Às vezes, essas células cancerígenas
  • 13:32 - 13:34
    mostram basicamente placas
    de pare ao nosso sistema.
  • 13:34 - 13:36
    Elas aprenderam a falar com nosso sistema,
  • 13:36 - 13:39
    e tentam fazê-lo acreditar
  • 13:39 - 13:41
    que não são prejudiciais.
  • 13:41 - 13:43
    Há novos tipos de tratamentos
  • 13:43 - 13:46
    que estão sendo desenvolvidos
    e usados atualmente
  • 13:46 - 13:49
    nos quais podemos destruir
    esses sinais de pare,
  • 13:49 - 13:52
    podemos evitar que as células cancerígenas
    falem com o sistema imunológico.
  • 13:52 - 13:56
    Então, o sistema fica ativo
    e destrói essas células.
  • 13:57 - 14:02
    Esse tratamento foi
    tão revolucionário e maravilhoso,
  • 14:02 - 14:06
    que os dois pesquisadores
    James Allison e Tasuku Honjo,
  • 14:06 - 14:07
    que foram pioneiros na área,
  • 14:07 - 14:10
    vão ganhar o prêmio Nobel de Medicina
  • 14:10 - 14:12
    por essa descoberta daqui a dois dias.
  • 14:13 - 14:18
    Então, seu sistema imunológico
    é um grande amigo.
  • 14:18 - 14:20
    Pode te proteger de infecções,
  • 14:20 - 14:22
    pode te ajudar a combater o câncer,
  • 14:23 - 14:25
    pode te proteger nesse mundo perigoso.
  • 14:25 - 14:29
    E, às vezes, você só precisa convencê-lo
    a não fazer coisas estúpidas.
  • 14:29 - 14:30
    Obrigada.
  • 14:31 - 14:34
    (Aplausos)
Title:
Como seu sistema imunológico luta por você | Julia Jellusova | TEDxFreiburg
Description:

Você sabia que vivemos em um mundo perigoso? Estamos cercados por vírus e bactérias, e a única razão da nossa sobrevivência é o nosso sistema imunológico! Em sua palestra humorística, Julia Jellusiva, uma bióloga cujo foco é a Imunologia, explica o papel das células B, e o que a produção de brinquedos tem a ver com nosso sistema imunológico. Ao usar exemplos interessantes, ela explica a importância de mais pesquisas em células B, e como nosso corpo pode até combater o câncer. Julia Jellusova é cientista em um dos Grupos de Excelência da Universidade de Friburgo: O Centro de Estudos Integrativos de Sinalização Biológica (CIBSS). Seu grupo de pesquisa foca em como o metabolismo das células imunes controla suas funções e sua habilidade de combater infecções e o câncer. Ela também explora como as falhas no sistema imunológico podem levar à doenças autoimunes.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
14:43

Portuguese, Brazilian subtitles

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