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Winter Solstice: Welcoming the New Wind | Dharma Talk by Dr. Larry Ward

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    (Sinos tocam quatro vezes)
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    Saudações, queridos,
    Espero que estejam tão bem quanto possível.
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    Estejam neste momento presente.
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    Sou Larry Ward, Dr. Larry Ward,
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    e é um prazer estar convosco,
    pela primeira vez ou novamente.
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    Este é um tempo mágico do ano
    no hemisfério norte,
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    celebrado há séculos
    em todo o mundo,
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    da China ao Japão, à Europa,
    e todos os países por lá.
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    O sol permanece imóvel.
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    Estou aqui em Querétaro,
    Santiago de Querétaro, México.
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    A Peggy já mencionou
    a história indígena deste lugar,
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    que é rica em povos viajantes.
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    Este é também um dos berços
    da revolução mexicana,
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    recentemente celebrada
    no Dia da Independência.
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    Um poema para vocês:
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    Está frio aqui agora.
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    Pode estar ainda mais frio onde estão,
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    mas estamos aqui juntos.
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    A escuridão fora das nossas janelas,
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    envolvendo os nossos ossos com vastidão,
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    que pode espelhar a escuridão interior.
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    A noite escura da alma, talvez.
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    A ausência de certezas.
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    Mas, talvez, a certeza
    já não seja um esforço necessário.
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    Habitar na bênção da confiança
    é o meu refúgio.
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    Encontro-a em todo o lado.
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    O sol está a regressar, sim,
    mas nunca partiu.
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    Mesmo no centro dos buracos negros
    encontramos luz.
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    O caminho está claro.
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    A Terra, o ritmo, é eterno.
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    Nos tempos antigos,
    era encorajado olhar para dentro,
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    para a iluminação
    que já vivia em nós.
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    Com a luz agora a brilhar, talvez, para ti,
    sobre este ano que passou, neste tempo precioso,
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    seja como for que tenha sido a tua vida
    como experiência neste último ano,
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    por mais triste, por mais dolorosa,
    por mais alegre,
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    é a tua vida preciosa a cantar a sua canção,
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    a sorrir-te, na escuridão,
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    uma luz radiante
    que se torna mais brilhante na quietude,
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    e na celebração,
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    e na reverência,
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    e, oh sim, na alegria
    que não nos desilude,
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    a alegria da libertação.
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    Continuemos, com o sol nascente,
    a irradiar a nossa própria luz, por todo o lado.
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    Uma das grandes qualidades da luz,
    e da escuridão, é que brilham de igual forma,
  • 4:07 - 4:09
    (Risos)
  • 4:09 - 4:10
    e não brilham de igual forma.
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    A escuridão está disponível
    para todos no nosso planeta,
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    e a luz também.
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    Está cheia de equanimidade,
    a escuridão e a luz.
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    Espelhos, dizem alguns, uma da outra.
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    Irmãs próximas, dizem outros.
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    Outros focam-se no paradoxo
    que representam,
  • 4:45 - 4:47
    tanto fora de nós,
    como dentro de nós.
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    Carl Jung defendia fortemente
    que o futuro da humanidade dependerá
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    de como lidamos com a escuridão
    dentro de nós mesmos.
  • 5:03 - 5:09
    Acho que não é fácil abraçar
  • 5:12 - 5:17
    todas as nossas capacidades,
    todas as nossas tendências.
  • 5:19 - 5:26
    Isso requer um nível de autoconsciência
    que pode ser, diariamente, excruciante.
  • 5:26 - 5:27
    (Risos)
  • 5:27 - 5:29
    É assim que o sinto,
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    mas também encontro dentro disso
    aquilo que era excruciante,
  • 5:37 - 5:41
    a derreter, a desvanecer-se,
  • 5:41 - 5:48
    na corrente de bondade ancestral
    da qual faço parte, convosco.
  • 5:52 - 5:58
    Este momento de escuridão,
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    na velha expressão,
  • 6:02 - 6:05
    não apagou a luz.
  • 6:07 - 6:11
    Esta é uma prática importante
    para lembrar dentro de nós,
  • 6:13 - 6:15
    bem como quando olhamos
    para fora de nós,
  • 6:15 - 6:18
    para o mundo em que vivemos agora.
  • 6:19 - 6:23
    O nosso sistema nervoso
    está programado pela evolução
  • 6:23 - 6:29
    para recordar o que é mais assustador,
    e mais negativo, mais intensamente,
  • 6:29 - 6:30
    (Risos)
  • 6:30 - 6:32
    e por boas razões: sobrevivência,
  • 6:34 - 6:40
    mas, por causa disso,
    tendemos a ignorar o que não é negativo.
  • 6:41 - 6:44
    Os meios de comunicação concentram-se no negativo.
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    Muitas das nossas conversas
    focam-se no que não está a funcionar,
  • 6:50 - 6:55
    e há muito que não está a funcionar,
    e há muito que é negativo.
  • 6:56 - 6:57
    O que estou a tentar dizer é que,
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    lembrarmo-nos do que damos atenção
    com a nossa mente, molda a nossa mente,
  • 7:07 - 7:09
    e do ponto de vista da neurociência,
  • 7:11 - 7:14
    acreditamos que é preciso cinco vezes mais
    atenção ao que é positivo,
  • 7:15 - 7:17
    para equilibrar um único negativo,
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    em termos da tua atenção
    e do impacto que tem na tua estrutura neural,
  • 7:25 - 7:28
    e na biologia do teu sistema nervoso.
  • 7:29 - 7:33
    É por isso que podes ter
    um dia ótimo no trabalho, ou em casa,
  • 7:34 - 7:38
    e depois sair para conduzir
    e uma pessoa pode arruinar-te o dia.
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    Um momento, uma expressão,
    um gesto, um comentário,
  • 7:44 - 7:48
    consciente ou inconsciente,
    não é esse o ponto que quero salientar.
  • 7:49 - 7:50
    O ponto que quero salientar é
  • 7:50 - 7:56
    o quanto precisamos de prestar atenção
    ao que nos nutre, ao que cuida de nós,
  • 7:57 - 8:02
    ao que mantém o nosso próprio fogo interior vivo.
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    Não chegaremos onde queremos estar
    neste mundo,
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    nem levaremos os nossos filhos ou as gerações futuras
    aonde queremos que estejam,
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    não só os humanos, mas todas as espécies,
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    sem darmos um passo evolutivo audacioso,
  • 8:27 - 8:32
    aprendendo a baixar as nossas defesas,
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    para que possamos realmente descobrir
    o que fazer juntos acerca da confusão em que estamos.
  • 8:42 - 8:45
    Para mim, esta é parte
    da mensagem do solstício.
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    Estamos muito no escuro
    uns sobre os outros,
  • 8:55 - 8:57
    porque, na maioria das vezes,
    tudo o que sabemos uns sobre os outros,
  • 8:57 - 9:00
    não sabemos, de facto,
    uns sobre os outros.
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    Sabemos histórias,
    uns sobre os outros,
  • 9:05 - 9:08
    mas muitas vezes, quase sempre, nunca nos encontramos,
  • 9:10 - 9:13
    como espécies únicas neste planeta.
  • 9:17 - 9:23
    A escuridão também representa aquilo que não está lá, o que está ausente.
  • 9:24 - 9:26
    Quando olhas para trás, para o teu último ano,
  • 9:27 - 9:30
    ou quase o teu último ano,
    neste enquadramento de calendário,
  • 9:32 - 9:34
    o que já não está mais presente na tua vida?
  • 9:36 - 9:38
    Sem culpas, sem julgamentos,
    apenas o que já não está?
  • 9:39 - 9:40
    O que está ausente?
  • 9:45 - 9:48
    O que se dissolveu no oceano do tempo?
  • 9:53 - 9:55
    O que já deixaste ir?
  • 9:56 - 9:59
    No melhor sentido de deixar ir:
    como não agarrar-se.
  • 10:06 - 10:12
    Essa é uma das práticas
    que tenho feito comigo próprio esta última semana
  • 10:12 - 10:15
    e que continuarei no novo ano.
  • 10:20 - 10:27
    Tenho um aniversário no próximo mês
    —não é para ser um anúncio—
  • 10:27 - 10:32
    mas tenho sentido
    que ainda tenho potencial.
  • 10:34 - 10:36
    Tenho potencial presente.
  • 10:37 - 10:41
    E por isso, uma das perguntas
    em que gostaria que meditasses para ti mesmo,
  • 10:41 - 10:46
    neste tempo em que estamos, é:
    quais são os teus potenciais presentes?
  • 10:48 - 10:51
    O que ainda tens
    capacidade de trazer a este mundo?
  • 10:52 - 10:55
    Por mais pequeno que seja, não importa,
  • 10:55 - 10:58
    porque aquilo que sabemos
    pela tradição Huayan do Budismo
  • 10:59 - 11:02
    é que dentro do muito pequeno
    existe o muito grande.
  • 11:04 - 11:14
    Como poderia um rapazinho camponês do Vietname
    tornar-se o Mestre Zen Thích Nhất Hạnh?
  • 11:16 - 11:20
    E dentro de cada pequena pessoa,
    cada ser humano,
  • 11:22 - 11:28
    cada planta, animal e mineral,
    está o muito grande: até num grão de pó.
  • 11:32 - 11:37
    Esta é a luz que está disponível,
    na escuridão,
  • 11:39 - 11:43
    onde podemos ver,
    onde podemos tocar,
  • 11:45 - 11:53
    janelas de iluminação para a nossa vida preciosa,
    para a nossa experiência,
  • 11:54 - 11:56
    mas também sei
  • 11:56 - 11:59
    que pensar no que está ausente
    na tua vida agora
  • 11:59 - 12:15
    pode trazer tristeza, mágoa, raiva,
    medo, alegria, gratidão, paz, entusiasmo:
  • 12:16 - 12:22
    todo o espectro da emoção humana
    flui através de todos nós, o tempo todo
  • 12:23 - 12:24
    —cada molécula disso—
  • 12:26 - 12:29
    e às vezes
    estas moléculas dançam juntas,
  • 12:29 - 12:33
    outras vezes dançam separadas
    e tornam-se muito dominantes,
  • 12:34 - 12:36
    na nossa experiência de ser humano,
  • 12:37 - 12:43
    mas é tudo parte da nossa experiência
    do milagre de uma vida preciosa.
  • 12:47 - 12:53
    Não sei quantos de vós já ouviram falar
    da obra sobre a noite escura da alma,
  • 12:54 - 12:56
    de João da Cruz.
  • 12:56 - 13:02
    Não quero tornar isto católico nem nada disso,
    mas é um texto que conheço bem,
  • 13:02 - 13:04
    que estudei e ensinei,
  • 13:04 - 13:05
    e que,
  • 13:06 - 13:12
    muitos de nós temos essa compreensão errada,
    de que a noite escura da alma
  • 13:13 - 13:14
    (Risos)
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    é porque estamos a aproximar-nos da luz.
  • 13:17 - 13:18
    (Risos)
  • 13:18 - 13:25
    Não é que a luz esteja a apagar-se,
    é que está tão brilhante que parece escura.
  • 13:28 - 13:32
    E por isso, qualquer sofrimento
    em que possas estar neste momento,
  • 13:33 - 13:40
    em que eu possa estar, e em que estamos juntos,
    é importante saber que é:
  • 13:42 - 13:45
    1) Impermanente
  • 13:49 - 13:57
    2) Está vazio de uma entidade de eu separado.
    Não existe por si só.
  • 14:00 - 14:04
    O meu sofrimento não existe por si só,
    nem a minha alegria.
  • 14:06 - 14:10
    E sabendo isto, consigo viver livremente,
  • 14:13 - 14:17
    sem ficar preso à comparação,
    embora note as diferenças,
  • 14:19 - 14:24
    sem ficar preso à aversão,
    sabendo que há coisas que prefiro.
  • 14:25 - 14:26
    (Risos)
  • 14:28 - 14:33
    sem ficar preso
    na prisão da ignorância,
  • 14:35 - 14:43
    significando que, em mim,
    há comunidade amada,
  • 14:44 - 14:46
    e porque há
    comunidade amada em mim,
  • 14:47 - 14:49
    há comunidade amada em ti,
  • 14:50 - 14:54
    há comunidade amada entre nós,
    e todos os seres.
  • 14:57 - 15:03
    Terra, céu, ar, água, luz do sol.
  • 15:05 - 15:08
    Ai, não conseguimos viver
    sem nenhuma destas coisas (Risos).
  • 15:09 - 15:18
    Como é que conseguimos esquecê-las? É tão fácil esquecer,
    neste "mundo moderno."
  • 15:18 - 15:28
    Estamos tão ocupados a ir a lado nenhum
    que esquecemos o quão preciosas são as nossas vidas,
  • 15:28 - 15:31
    e às vezes quase até ser tarde demais.
  • 15:33 - 15:40
    O solstício é um tempo para lembrar
    que não precisamos temer a escuridão,
  • 15:42 - 15:45
    assim que conseguimos reconhecer
    a escuridão em nós próprios.
  • 15:47 - 15:54
    Não precisamos temer a luz,
    assim que conseguimos reconhecer a luz em nós próprios,
  • 15:55 - 16:00
    é só que tantas vezes está escondida,
    e enterrada tão profundamente em nós,
  • 16:02 - 16:04
    que quando está acesa nem a reconhecemos.
  • 16:09 - 16:10
    Cuida bem da tua luz.
  • 16:12 - 16:15
    Uma das qualidades maravilhosas
    da luz em particular
  • 16:16 - 16:17
    —estou a pensar numa vela—
  • 16:20 - 16:24
    é que podes acender uma vela
    e depois acender outra vela
  • 16:25 - 16:30
    a partir da chama dessa primeira,
    e nenhuma das velas se diminui.
  • 16:34 - 16:41
    Podemos partilhar a nossa própria luz,
    e isso não diminui a luz.
  • 16:43 - 16:45
    Não diminui a nossa luz.
  • 16:46 - 16:49
    Se pudéssemos apenas aprender esta única coisa
    como humanidade...
  • 16:55 - 16:57
    Estou a pensar
  • 16:58 - 17:01
    —um dos livros do novo testamento vem-me à cabeça—
  • 17:01 - 17:02
    o Livro de João,
  • 17:03 - 17:07
    e todos os outros testamentos
    são histórias sobre Jesus
  • 17:07 - 17:12
    e os milagres e tudo isso
    —a crucificação, etc.—
  • 17:13 - 17:15
    mas o livro de João
    coloca uma pergunta diferente:
  • 17:16 - 17:20
    se todos os outros livros do novo testamento
    apontam para Jesus,
  • 17:21 - 17:23
    dizendo que é aquilo,
    é o caminho,
  • 17:23 - 17:26
    é aquele,
    como diria a minha mãe,
  • 17:26 - 17:27
    (Risos)
  • 17:27 - 17:30
    o livro de João diz: "Mas quem és tu?"
  • 17:33 - 17:37
    A questão não é
    que a luz está ali.
  • 17:39 - 17:41
    A questão é que a luz
    que estava ali
  • 17:41 - 17:43
    está a tentar dizer-te que a luz está aqui.
  • 17:43 - 17:44
    (Risos)
  • 17:45 - 17:46
    A luz está aqui em ti,
  • 17:48 - 17:51
    e tu personalizaste-a demais,
    perdeste a mensagem.
  • 17:56 - 18:00
    Por isso, não é um problema para mim
    como professor budista
  • 18:01 - 18:07
    reconhecer
    o meu mestre Thích Nhất Hạnh,
  • 18:08 - 18:10
    que faleceu recentemente,
  • 18:11 - 18:13
    mas é para eu me lembrar
  • 18:15 - 18:19
    —já me perguntaram, há muitos anos,
    o que pensa Thích Nhất Hạnh
  • 18:19 - 18:22
    sobre isto ou aquilo
    porque passei tanto tempo com ele—
  • 18:23 - 18:27
    e eu sempre dizia, e continuo a dizer:
    não sei, pergunta-lhe a ele.
  • 18:28 - 18:30
    Se quiseres saber o que eu penso
    sobre algo, pergunta-me a mim.
  • 18:33 - 18:38
    O meu ponto é este: nós somos a luz.
  • 18:43 - 18:48
    Se somos, ou fomos, praticantes
    da tradição de Thích Nhất Hạnh, maravilhoso,
  • 18:48 - 18:53
    noutra tradição, maravilhoso,
    sem tradição, maravilhoso,
  • 18:54 - 19:01
    de qualquer forma todos somos continuações
    da sua ênfase na sabedoria,
  • 19:01 - 19:05
    compaixão e ação no nosso mundo.
  • 19:11 - 19:14
    Nesta altura do ano,
    muitos de nós começamos a pensar,
  • 19:14 - 19:18
    bem, no que fizemos mal no último ano
    —onde falhámos—
  • 19:19 - 19:22
    onde a bola de bowling
    não foi para onde queríamos
  • 19:23 - 19:25
    quando a lançámos na pista.
  • 19:26 - 19:34
    Isso acontece, na vida humana.
    Sem justificação—simplesmente acontece.
  • 19:38 - 19:40
    Então, como começamos de novo?
  • 19:42 - 19:51
    Como deixamos ir os nossos erros
    e não os deixamos definir o nosso futuro?
  • 19:55 - 19:56
    Uma das formas que
  • 19:59 - 20:04
    —bem, há muitas formas em diferentes tradições espirituais
    de fazer isso simbolicamente—
  • 20:06 - 20:12
    mas aquilo que tenho aprendido a fazer
    —vem de várias fontes da história budista—
  • 20:12 - 20:13
    é
  • 20:15 - 20:18
    —não falo com o Larry
    sobre os erros que cometi
  • 20:20 - 20:23
    a menos que esteja na companhia
    de outros seres—
  • 20:26 - 20:29
    e refiro-me a isso energeticamente.
  • 20:30 - 20:33
    Então, quando quero falar
    sobre o quanto fui parvo
  • 20:34 - 20:35
    no último ano,
  • 20:36 - 20:38
    antes de fazer isso, antes de chegar lá,
  • 20:40 - 20:46
    tenho uma meditação onde chamo
    os meus avatares, os meus arquétipos, os meus mentores,
  • 20:47 - 20:50
    vivos ou mortos, fictícios ou reais,
  • 20:51 - 20:56
    e rodeio-me
    da sua energia e apoio
  • 20:57 - 21:01
    reconhecendo o meu potencial presente
    no momento
  • 21:03 - 21:08
    e só então
    sou capaz de reconhecer com verdade
  • 21:10 - 21:15
    que fui terrível este último ano
    em comunicar com pessoas individualmente,
  • 21:17 - 21:18
    isso é verdade,
  • 21:18 - 21:20
    (Risos)
  • 21:23 - 21:24
    mas agora, dito isto,
  • 21:24 - 21:27
    e sendo vocês os meus seres sagrados
    neste momento como minhas testemunhas,
  • 21:28 - 21:37
    sou capaz de ver a luz do meu caminho para a frente,
    passo a passo, pessoa a pessoa,
  • 21:37 - 21:42
    e não são assim tantas pessoas
    com quem preciso de me reencontrar, comunicar.
  • 21:45 - 21:48
    Talvez isso seja verdade para ti,
    talvez seja um familiar
  • 21:48 - 21:51
    com quem tens estado afastado,
    com quem precisas de te reconectar,
  • 21:53 - 21:55
    com quem precisas de partilhar a tua luz.
  • 21:59 - 22:02
    O objetivo todo
    do voto do bodhisattva no Budismo
  • 22:02 - 22:05
    é partilhar a nossa luz,
    gerar a nossa luz,
  • 22:05 - 22:06
    cuidar da nossa luz,
  • 22:08 - 22:09
    para que possamos partilhá-la com os outros,
  • 22:10 - 22:13
    e essa partilha
    não tem de ser verbal.
  • 22:15 - 22:18
    Isto é muito importante, para mim.
  • 22:19 - 22:26
    A partilha da luz é, antes de mais, energética,
    porque é isso que a luz é.
  • 22:28 - 22:31
    E tu sabes disso, já o experienciaste,
  • 22:32 - 22:35
    já estiveste com pessoas,
    quando estavas com elas
  • 22:35 - 22:39
    sentiste entusiasmo, calma, clareza,
  • 22:40 - 22:48
    ou talvez haja pessoas com quem já estiveste
    e de repente sentes-te muito calmo, muito relaxado,
  • 22:49 - 22:52
    ou outras—pode ser tudo a mesma pessoa—
  • 22:52 - 22:56
    outras pessoas com quem estás
    e de repente consegues rir novamente.
  • 22:57 - 23:01
    De repente, a alegria começa
    lá no fundo do teu estômago
  • 23:01 - 23:03
    e sobe até à garganta.
  • 23:04 - 23:11
    Sabe quem são essas pessoas na tua vida,
    e cuida dessa relação.
  • 23:13 - 23:17
    Partilha a luz,
    mas também aprende a recebê-la.
  • 23:19 - 23:22
    Tantos de nós ficamos presos
    no complexo da autoestima,
  • 23:22 - 23:24
    de sermos "menos do que"
  • 23:26 - 23:30
    não conseguimos reconhecer,
    nem sequer ver, a nossa própria luz,
  • 23:32 - 23:41
    ou o poder da nossa própria luz
    de compaixão, sabedoria e ação.
  • 23:45 - 23:52
    A outra coisa que quero que repares
    sobre aquilo que esteve ausente no último ano
  • 23:53 - 23:56
    — isto é a um nível mais profundo, de certa forma —
  • 23:58 - 24:00
    quando pensas neste último ano,
  • 24:07 - 24:12
    consegues lembrar-te de momentos
    em que a tua mente não estava ocupada com ganância,
  • 24:16 - 24:18
    nem que fosse por um instante?
  • 24:19 - 24:25
    E se conseguires, deves regozijar-te,
    porque tudo o que tens de fazer é repetir isso.
  • 24:26 - 24:27
    (Risos)
  • 24:28 - 24:30
    Se tiveste um momento neste último ano,
  • 24:30 - 24:36
    em que não estavas preocupado
    com as energias do ódio ou da aversão,
  • 24:38 - 24:44
    nem que fosse só por um momento,
    volta lá atrás, lembra-te desses momentos,
  • 24:44 - 24:46
    como souberam,
    que cheiro tinham,
  • 24:46 - 24:48
    como era o aspeto,
    onde estavas,
  • 24:48 - 24:51
    que cores havia na sala,
    quem estava lá,
  • 24:51 - 24:53
    que atividades estavam a acontecer.
  • 24:53 - 24:56
    Saboreia esse momento e interioriza-o.
  • 24:57 - 24:59
    Cuida dele como de uma planta,
  • 25:00 - 25:04
    como de um pequeno pássaro
    que queres cuidar bem.
  • 25:05 - 25:09
    Alimenta essa não-ganância,
    alimenta essa não-aversão.
  • 25:13 - 25:19
    Veio-me agora à mente uma história sobre Martin Luther King
    nos seus últimos dias
  • 25:20 - 25:26
    e ouvi isto do Andrew Young
    — estávamos a jantar uma vez —
  • 25:26 - 25:35
    e na manhã em que o Martin foi assassinado
    ele tinha acordado antes de toda a gente,
  • 25:36 - 25:43
    pegou na sua almofada, porque todos dormiam na mesma sala
    por razões de segurança,
  • 25:43 - 25:47
    o Ralph Abernathy estava lá,
    o Andy Young também, etc.
  • 25:48 - 25:50
    E o Martin levantou-se, pegou na almofada,
  • 25:51 - 25:54
    foi até à cama do Ralph Abernathy,
    bateu-lhe com a almofada na cabeça e disse:
  • 25:54 - 25:55
    "Ralph, acorda!
  • 25:56 - 25:59
    Hoje não estou a odiar ninguém,
    não é maravilhoso?"
  • 26:00 - 26:03
    E depois foi até ao Andy,
    bateu-lhe também na cabeça
  • 26:03 - 26:05
    e foi à volta da sala
    dizendo a mesma coisa:
  • 26:06 - 26:10
    "Hoje não estou a odiar ninguém,
    não é maravilhoso?"
  • 26:12 - 26:14
    Lembra-te desses momentos na tua vida.
  • 26:15 - 26:19
    A atenção plena é reconhecer
    o que não está lá,
  • 26:20 - 26:21
    assim como aquilo que está,
  • 26:23 - 26:27
    e é isso que a escuridão e a luz
    nos ensinam a cada momento.
  • 26:31 - 26:40
    E neste último ano,
    quando é que saboreaste a alegria de uma comunidade querida?
  • 26:41 - 26:43
    Uma comunidade segura.
  • 26:47 - 26:50
    Relações milagrosas
    com o mundo natural.
  • 26:51 - 26:55
    Quando é que experimentaste estas vivências,
    neste último ano,
  • 26:56 - 26:58
    no ar,
    no vento,
  • 26:59 - 27:02
    ao tocar a Terra
    com os pés ou com as mãos no jardim?
  • 27:10 - 27:18
    Que maravilha que é ser humano
    e estar consciente da nossa humanidade.
  • 27:21 - 27:23
    O nosso grande desafio agora, claro, é
  • 27:23 - 27:27
    como podemos ser esta consciência em conjunto,
  • 27:28 - 27:32
    no sentido da energia,
    não no sentido de dogma,
  • 27:35 - 27:40
    no sentido da luz,
    que nunca diminui quando partilhada,
  • 27:42 - 27:46
    não no sentido de organização social
    — é mais profundo do que isso.
  • 27:49 - 27:55
    Na verdade, o nosso dilema organizacional
    baseia-se em não termos ido suficientemente fundo
  • 27:58 - 28:04
    na compreensão da nossa própria humanidade,
    é só isso.
  • 28:05 - 28:07
    Nesse sentido, não é assim tão complicado
  • 28:07 - 28:08
    (Risos)
  • 28:08 - 28:09
    é uma espécie de piada.
  • 28:11 - 28:19
    Mas todas as sociedades na história
    que tiveram sequer um momento de bem-estar coletivo,
  • 28:20 - 28:22
    esse bem-estar coletivo social
  • 28:22 - 28:27
    reflete um bem-estar coletivo espiritual
    por baixo dessa sociabilidade.
  • 28:30 - 28:32
    Confirma por ti próprio.
  • 28:36 - 28:39
    A espiritualidade e a sociabilidade não estão separadas.
  • 28:40 - 28:42
    Estão profundamente ligadas,
  • 28:42 - 28:45
    assim como os nossos sistemas nervosos
    estão profundamente ligados
  • 28:45 - 28:48
    às nossas interações com e na sociedade.
  • 28:50 - 28:52
    O mesmo acontece com a nossa qualidade de consciência.
  • 28:56 - 29:05
    Assegura-te de ter música à tua volta
    que te ajude a estar calmo,
  • 29:05 - 29:12
    a estar alegre, a rejubilar,
    a respirar com facilidade, a tocar na beleza.
  • 29:13 - 29:16
    Assegura-te de ter arte à tua volta,
    mesmo que seja só uma imagem,
  • 29:18 - 29:24
    que, quando olhas para ela,
    sintas a profundidade de ser humano.
  • 29:26 - 29:31
    O teu próprio potencial presente,
    neste momento presente.
  • 29:36 - 29:40
    Aprende a fazer coisas no escuro
    que nunca fizeste antes.
  • 29:43 - 29:48
    Há anos, estávamos na Coreia, num mosteiro
  • 29:48 - 29:54
    conhecido por formar
    os abades mais bem-sucedidos
  • 29:54 - 29:56
    durante milhares de anos.
  • 29:56 - 29:57
    Era lá bem no alto das montanhas
  • 29:57 - 30:02
    e estava a menos de 20 graus negativos ou mais
    quase sempre,
  • 30:03 - 30:04
    na altura do ano em que lá estivemos,
  • 30:05 - 30:07
    e vivemos lá durante uma semana.
  • 30:08 - 30:13
    Mas quando chegámos, deram-nos uma visita guiada
    pelo mosteiro,
  • 30:14 - 30:19
    e o abade levou-nos a um edifício.
  • 30:19 - 30:22
    Dentro desse edifício havia uma sala.
  • 30:25 - 30:31
    Não tinha estátuas budistas,
    não tinha flores,
  • 30:34 - 30:36
    só tinha um objeto
    e esse objeto era um espelho.
  • 30:39 - 30:43
    E o abade olhou-nos a todos nos olhos
    e disse: "prática avançada."
  • 30:43 - 30:45
    (Risos)
  • 30:45 - 30:54
    Isto é aprender a olhar para nós próprios
    com compaixão, não só procurando críticas,
  • 30:55 - 30:56
    que é como fomos treinados:
  • 30:57 - 31:04
    para ver quais são as nossas falhas,
    para ver quais são as nossas limitações.
  • 31:07 - 31:09
    Pergunta-te sempre:
  • 31:09 - 31:16
    "de quem é a definição destas limitações,
    e de onde é que isto veio?"
  • 31:20 - 31:22
    senão vais acabar por te travar a ti próprio.
  • 31:27 - 31:32
    É maravilhoso ver o número de pessoas
    em todo o mundo, através das gerações,
  • 31:32 - 31:37
    que estão a fazer coisas
    que antes achávamos impossíveis.
  • 31:40 - 31:47
    Há vinte anos, quem poderia imaginar
    a querida Greta Thunberg?
  • 31:48 - 31:50
    Quem teria imaginado isso?
  • 31:52 - 31:59
    Podemos estar gratos por ela ter tido a coragem
    de sair da escuridão para a luz,
  • 32:01 - 32:04
    e de partilhar a sua luz connosco.
  • 32:05 - 32:09
    E há milhões de pessoas em todo o mundo
    todos os dias, como ela.
  • 32:10 - 32:14
    Não só na responsabilidade ecológica,
  • 32:15 - 32:19
    mas também noutras áreas sociais, económicas
    e políticas,
  • 32:20 - 32:25
    embora ainda não tenhamos tido os sistemas
    para elevar estas pessoas.
  • 32:28 - 32:34
    Pois, acho que é um pouco isso que estou a dizer.
  • 32:35 - 32:38
    Precisamos de contar boas histórias
    uns sobre os outros.
  • 32:39 - 32:41
    Sabes,
    somos criaturas que criam histórias.
  • 32:42 - 32:48
    Claro que a publicidade já sabe disto há anos,
    com os seus departamentos de investigação,
  • 32:48 - 32:54
    mas nós somos criaturas que criam histórias,
    e as nossas histórias influenciam os nossos comportamentos,
  • 32:56 - 33:00
    por isso precisamos de contar muitas novas histórias,
    diferentes das histórias de desgraça e pessimismo,
  • 33:01 - 33:09
    de ganância, de ódio e de ignorância,
  • 33:09 - 33:13
    para histórias sobre a profunda ligação
    que todos temos neste planeta precioso.
  • 33:14 - 33:17
    Contem essas histórias,
    escrevam livros para crianças,
  • 33:18 - 33:24
    escrevam novas canções, pintem,
    dancem, rolem na lama,
  • 33:24 - 33:27
    façam o que fizerem
    para nos ajudar a todos a lembrar
  • 33:29 - 33:34
    quão preciosa é esta vida,
    quão preciosa é cada vida,
  • 33:37 - 33:43
    e quando nos lembramos,
    como os nossos antepassados se lembraram,
  • 33:44 - 33:51
    apesar dos horrores ou das dificuldades,
    —do sofrimento— a luz continua a brilhar.
  • 33:53 - 33:54
    Confia nela.
  • 33:57 - 33:59
    Mas cumprimenta-a em ti todos os dias.
  • 34:01 - 34:03
    Adicionei à minha meditação noturna
  • 34:03 - 34:12
    o imaginar que estou sentado bem no meio da minha cadeira,
    aqui no escritório, no escritório da Peggy ou no meu,
  • 34:13 - 34:21
    fecho os olhos e imagino um círculo à minha volta
    de amigos e pessoas queridas,
  • 34:23 - 34:28
    e depois imagino outro círculo
    de amigos e conhecidos,
  • 34:28 - 34:30
    e vai ficando cada vez maior, maior,
  • 34:31 - 34:35
    até ir além do reino humano
    e incluir os cães que amei antes
  • 34:36 - 34:37
    (Risos)
  • 34:37 - 34:42
    e também outros seres,
    e os patos com quem vivia perto,
  • 34:42 - 34:49
    e os veados,
    e de repente sei onde estou.
  • 34:52 - 34:57
    Por isso, aprende a criar
    um campo de mérito para ti próprio.
  • 34:58 - 35:00
    Isto é só um pequeno exemplo.
  • 35:01 - 35:03
    Um campo de bondade,
  • 35:05 - 35:07
    como as pessoas que são realmente boas jogadoras,
  • 35:08 - 35:13
    que eu aprendi que têm a capacidade
    de construir um palácio mental das cartas,
  • 35:14 - 35:18
    e enquanto as cartas mudam,
    vão desconstruindo esse palácio.
  • 35:19 - 35:20
    Nota as 52.
  • 35:21 - 35:23
    É uma grande capacidade cognitiva.
  • 35:25 - 35:30
    Temos de aprender a fazer o mesmo,
    com o palácio dos nossos corações,
  • 35:32 - 35:37
    para que a nossa luz nunca diminua,
    nunca seja retida,
  • 35:39 - 35:41
    porque, lembra-te:
  • 35:43 - 35:46
    partilhar a luz
    não a diminui de forma alguma,
  • 35:47 - 35:52
    nem a minha, nem a tua.
  • 35:53 - 35:59
    Quero terminar com um poema, outro poema,
  • 36:07 - 36:09
    sei que para alguns de vocês,
  • 36:10 - 36:12
    podem sentir que
    as vossas vidas estão em fragmentos.
  • 36:15 - 36:17
    Este poema é para vocês.
  • 36:18 - 36:20
    E claro,
    todas as nossas vidas estão em fragmentos
  • 36:20 - 36:21
    (Risos)
  • 36:21 - 36:24
    se olharmos dessa forma.
  • 36:25 - 36:31
    A lâmpada mais bonita que alguma vez vi
    foi feita de pedaços de vidro
  • 36:32 - 36:38
    deixados no chão ao final do dia
    no atelier do artista.
  • 36:39 - 36:42
    Os pedaços brilhavam mas permaneciam escondidos
  • 36:43 - 36:48
    até serem vistos como partes
    de uma dança de cores e luz.
  • 36:50 - 36:54
    Com mãos ternas e um coração pleno,
    reconstituídos,
  • 36:56 - 36:59
    cantando no esplendor
    de uma nova inteireza.
  • 37:01 - 37:08
    Ei, tu, neste dia, olha para baixo
    para o chão da tua vida, do teu coração,
  • 37:09 - 37:15
    vê os pedaços de dor e alegria
    ali no chão à tua espera,
  • 37:17 - 37:21
    mas não te desencorajes
    porque as coisas estão partidas.
  • 37:22 - 37:25
    Com ternura e paciência,
  • 37:26 - 37:29
    apanha esses pedaços,
    com as mãos de um coração pleno.
  • 37:31 - 37:36
    Pega nesses pedaços da tua vida preciosa
    e faz beleza.
  • 37:39 - 37:45
    Faz beleza para ti,
    e ao fazê-lo, faz beleza para todos nós.
  • 37:53 - 37:57
    Agora, se puderes novamente
    ficar o mais confortável possível,
  • 37:58 - 38:03
    vou guiar uma breve meditação
    sobre a criação de um campo de mérito,
  • 38:03 - 38:07
    que é como seria chamado
    em alguns círculos budistas.
  • 38:08 - 38:15
    Isto é como o palácio do jogador,
    embora não esteja a sugerir isso,
  • 38:16 - 38:21
    isto é aprender a construir,
    na tua própria mente, um refúgio,
  • 38:23 - 38:27
    para que, quando entras nele,
    o teu coração e a tua mente encontrem calma,
  • 38:28 - 38:35
    encontrem paz,
    encontrem alimento e potencial.
  • 38:37 - 38:42
    Por isso, começa por entrar em contacto
    com a sensação da tua respiração.
  • 38:47 - 38:48
    Nota a inspiração,
  • 38:54 - 38:55
    nota a expiração,
  • 39:00 - 39:03
    e nota o espaço entre a inspiração e a expiração.
  • 39:16 - 39:26
    E agora veja se consegue relaxar um pouco mais
    neste sopro, círculo, ciclo da vida.
  • 39:37 - 39:39
    Certifique-se de que os seus ombros estão relaxados,
  • 39:43 - 39:46
    que o seu pescoço não está tenso nem preso
    — está fluido —
  • 39:51 - 39:55
    e pode literalmente sentir
    a subida e descida do seu abdómen.
  • 40:12 - 40:21
    E então imagine que aparece à sua volta
    um círculo de bondade amorosa.
  • 40:26 - 40:30
    Pessoas, plantas, animais,
  • 40:33 - 40:36
    que lhe podem ter oferecido
    bondade amorosa
  • 40:39 - 40:42
    na sua experiência com eles.
  • 40:47 - 40:51
    Deixe que os rostos humanos e as formas dos corpos
    se tornem mais proeminentes,
  • 40:52 - 40:54
    para que lhes possa oferecer um sorriso.
  • 41:02 - 41:09
    Depois, à volta desse círculo,
    mentores, professores, guias,
  • 41:11 - 41:16
    pastores, pregadores,
    líderes religiosos, líderes sociais,
  • 41:22 - 41:34
    líderes ecológicos, à sua volta,
    levantando o seu próprio bom coração,
  • 41:39 - 41:47
    lembrando-lhe do seu potencial,
    da sua possibilidade,
  • 41:48 - 41:51
    permanecendo em silêncio
    em cada momento da sua vida.
  • 41:57 - 42:05
    E mais afastados no círculo, ?, bodhisattvas,
    e budistas à sua volta.
  • 42:07 - 42:08
    Seres místicos,
  • 42:08 - 42:10
    e um círculo ainda mais afastado,
  • 42:13 - 42:19
    sinta-se apoiado por todo
    o espectro de energia da consciência,
  • 42:22 - 42:29
    e deixe a luz dessa reunião
    brilhar dentro de si e sobre si.
  • 42:47 - 42:50
    Deixe a luz penetrar dentro de si,
  • 42:56 - 43:06
    todos os seus órgãos, ossos, tecidos,
  • 43:15 - 43:25
    neurónios, músculos, dedos dos pés, corpo inteiro.
  • 43:30 - 43:38
    E agora relaxe na luz,
    sem esforço,
  • 43:47 - 43:51
    reconhecendo a sensação de segurança
    que sente neste momento.
  • 44:08 - 44:10
    Agora siga cada respiração,
  • 44:11 - 44:14
    cada inspiração, cada expiração,
  • 44:15 - 44:20
    de volta à plena consciência de onde o seu corpo está
    neste momento, neste tempo.
  • 44:23 - 44:26
    Movimente-se lentamente enquanto olha à sua volta no seu espaço.
  • 44:27 - 44:30
    As paredes e janelas
    e tectos e pisos.
  • 44:35 - 44:40
    Repare que a sua respiração continua fácil e calma.
  • 44:47 - 44:53
    Este é apenas um exemplo
    de um tipo de contemplação.
  • 44:55 - 44:59
    Experimente e invente
    tantos quanto conseguir para si mesmo,
  • 45:00 - 45:03
    de forma a que tenha sempre uma sensação de acesso
  • 45:06 - 45:18
    àquilo que chamaria acesso a um andar de um edifício
    que é o penthouse e não o virtual.
  • 45:20 - 45:23
    Embora vivamos
    em todos estes andares da consciência,
  • 45:25 - 45:32
    aprender a aceder ao penthouse
    dá-nos perspetiva sobre todos os outros andares
  • 45:34 - 45:36
    à medida que praticamos a nossa libertação.
  • 45:39 - 45:41
    Obrigado.
  • 45:45 - 46:11
    (O som do sino toca três vezes)
  • 46:13 - 46:23
    Que o mérito desta prática
    beneficie todos os seres e traga paz.
  • 46:24 - 46:28
    (O som do sino toca uma vez)
Title:
Winter Solstice: Welcoming the New Wind | Dharma Talk by Dr. Larry Ward
Description:

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Video Language:
English
Duration:
46:36

Portuguese subtitles

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