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As janelas da percepção | Waldemar Falcão | TEDxVilaMadáSalon

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    Ele é músico, astrólogo, escritor,
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    mas eu o definiria como uma pessoa
    conectada com a luz.
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    Eu acho que ele é uma pessoa
    realmente dos novos tempos,
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    duma geração que experimentou tudo,
    que viveu tudo e que sintetizou tudo,
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    profundamente espiritualizado.
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    Tem um lado dele que eu conheci
    recentemente e que me emocionou muito,
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    que é o extremo carinho e orgulho
    que ele tem pelos filhos.
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    Ele é uma figura muito querida
    no Rio de Janeiro e no Brasil, e no mundo.
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    Ô, flautista de Merlin,
    Waldemar Falcão, vem cá.
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    Vem cá contar suas
    histórias pra gente, vem.
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    Waldemar Falcão: Uau, que "responsa".
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    Uns dias atrás, uma amiga minha
    publicou numa rede social
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    uma foto que tinha uma intenção de humor,
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    mas que me deu um gancho pra isso
    que a gente vai conversar aqui agora.
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    Era um rapaz sentado num banco de praça,
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    com aquele casaco que tem um capuz,
    assim com a cara muito triste, cabisbaixo,
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    e embaixo dizia assim:
    "Se você está se sentindo sozinho,
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    lembre-se de que há trilhões
    de bactérias dentro do seu corpo,
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    e que você representa o mundo pra elas".
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    A gente não se dá conta disso.
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    A gente não percebe a vida
    que está acontecendo ao nosso redor
  • 1:52 - 1:55
    porque a gente se limita a captar a vida
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    através dos nossos
    cinco sentidos habituais,
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    e ela vai muito além disso;
    muito, muito além.
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    Um dos exemplos que a gente pode ter disso
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    são frases de alguns
    dos maiores visionários
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    que a gente já conheceu nesse mundo.
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    O nosso William Shakespeare
    um dia virou e disse:
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    "Existem muito mais coisas
    entre o céu e a Terra
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    do que supõe a nossa vã filosofia".
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    Uma outra grande figura, William Blake,
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    poeta, visionário,
    artista gráfico, ilustrador,
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    e principalmente um grande visionário,
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    um dia disse: "Quando as portas
    da percepção forem abertas,
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    veremos tudo como realmente é, infinito".
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    E ele fez um poema lindo,
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    de que eu tive o privilégio de ter
    a tradução de um grande amigo meu,
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    daqui de São Paulo, Alberto Marsicano,
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    que, pouco tempo atrás,
    foi para o "andar de cima",
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    e que fez uma tradução primorosa
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    de um dos versos
    mais bonitos de William Blake:
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    "Num grão de areia, ver o mundo;
    na flor silvestre, a celeste amplidão.
  • 3:10 - 3:15
    Segure o infinito em tua mão
    e a eternidade em um segundo".
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    Eu, aí, fui procurar um outro nível
    de informação, não tão poético,
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    embora eu ainda vá ter
    alguns poetas me ajudando aqui,
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    que é a ilustração
    do espectro eletromagnético.
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    Reparem no quanto nós enxergamos
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    do espectro eletromagnético.
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    É uma fração microscópica.
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    Antes dele, nós temos as frequências
    de rádio, as micro-ondas.
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    Depois, temos os raios x,
    ultravioleta, o raio gama,
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    e nada disso a gente vê.
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    Neste momento, aqui, nós estamos
    cheios de ondas passando por nós,
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    ondas eletromagnéticas,
    ondas de neutrinos,
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    e nós não nos damos conta disso.
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    Então, o importante aí é a gente entender
  • 4:06 - 4:10
    que a vida está acontecendo ao nosso redor
    e a gente precisa prestar atenção nisso.
  • 4:10 - 4:15
    Não há como a gente não perceber
    o que está acontecendo.
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    Então, além das citações,
    como é que eu cheguei a essa conclusão?
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    Eu tive o privilégio,
    na minha vida, de conviver
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    - e ainda tenho esse privilégio,
    não com os mesmos -
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    com aquelas pessoas
    que são chamadas de paranormais,
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    pessoas que enxergam
    além do que a gente vê.
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    Um, por exemplo, era um cirurgião
    que nunca aprendeu medicina,
  • 4:40 - 4:46
    que operava as pessoas usando qualquer
    instrumento cortante que tivesse à mão.
  • 4:47 - 4:49
    E como é que ele fazia
    para as pessoas não sentirem dor?
  • 4:49 - 4:51
    Ele usava música.
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    Então, tinha sempre um músico tocando
    durante um procedimento como esse,
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    e o Lourival abria, fechava,
    costurava a pessoa;
  • 5:00 - 5:04
    abria com gilete, com faca de cozinha,
    com tesoura de unha.
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    A pessoa ficava acordada
    e não sentia nada.
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    Uma outra, falecida há uns seis anos,
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    com quem eu tive o privilégio
    de conviver durante 25 anos,
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    recebia mensagens, recados, de pessoas
    que já foram pra uma outra dimensão,
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    e recebia esses recados
    com um nível de precisão absurdo,
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    dando endereços, telefones,
    placas de automóveis,
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    números dos mais diversos,
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    e, nessa convivência, eu, que não tenho
    nenhuma capacidade clarividente,
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    comecei a conseguir enxergar tudo isso,
    sem ver com os olhos, necessariamente.
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    A tradição cabalista, por exemplo,
    diz que nós só enxergamos 1% da realidade,
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    que, se nós enxergássemos 2%,
    nós enlouqueceríamos.
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    Não estou propondo aqui
    que ninguém enlouqueça.
  • 5:57 - 5:58
    (Risos)
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    As tradições orientais, principalmente
    o hinduísmo e o budismo tibetano,
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    dizem que nós vivemos por trás de um véu
    que eles chamam de "maia",
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    o véu da ilusão da vida material.
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    Nós temos que rasgar esse véu.
  • 6:14 - 6:20
    Nós temos que tentar enxergar além
    do que a gente está captando no dia a dia,
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    porque aí os problemas de todo dia,
    as nossas dificuldades,
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    a questão do parente que está doente,
    do dinheiro que não chegou,
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    adquirem uma outra dimensão,
    adquirem uma outra proporção.
  • 6:32 - 6:36
    Aí, vocês vão me dizer:
    "Puxa, você está propondo uma utopia".
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    Eu digo: estou sim.
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    São as utopias que nos alimentam,
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    e eu vou me servir das palavras
    de um grande poeta gaúcho, Mario Quintana,
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    que escreveu um pequeno poema
    chamado "Das Utopias".
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    Ele diz apenas o seguinte:
  • 6:53 - 6:59
    "Se as coisas são inatingíveis...
    ora! Não é motivo para não querê-las...
  • 6:59 - 7:04
    Que tristes os caminhos, se não fora
    a mágica presença das estrelas".
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    Então, gente, eu estou propondo aqui
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    que a gente abra as janelas
    da nossa percepção,
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    que a gente faça sempre um esforço.
  • 7:14 - 7:18
    Não tem nada de paranormalidade nisso,
    é uma questão existencial.
  • 7:18 - 7:22
    Vamos enxergar a vida
    de uma perspectiva mais ampla.
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    Vamos abrir essas janelas.
  • 7:24 - 7:28
    Eu vou pedir a ajuda
    de mais um outro grande poeta,
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    o maior poeta da língua
    portuguesa, Fernando Pessoa,
  • 7:32 - 7:35
    nos escritos do seu
    heterônimo Alberto Caeiro,
  • 7:35 - 7:40
    no primeiro de seus "Poemas Inconjuntos",
    em que ele diz o seguinte:
  • 7:40 - 7:44
    "Não basta abrir a janela
    para ver os campos e o rio.
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    Não é bastante não ser cego
    para enxergar as árvores e as flores.
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    É preciso também não ter filosofia nenhuma
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    porque, com filosofia,
    não há árvores: há ideias apenas;
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    há só cada um de nós, como uma cave.
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    Há só uma janela fechada,
    e todo o mundo lá fora,
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    e um sonho do que se poderia ver
    se a janela se abrisse,
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    que nunca é o que se vê
    quando se abre a janela".
  • 8:11 - 8:12
    Muito obrigado.
  • 8:12 - 8:15
    (Aplausos)
Title:
As janelas da percepção | Waldemar Falcão | TEDxVilaMadáSalon
Description:

Esta palestra foi dada num evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite: http://ted.com/tedx

Nesta palestra, Waldemar Falcão fala sobre abrirmos as janelas da nossa percepção para enxergarmos uma realidade que normalmente nossa visão não nos permite perceber: "A gente não percebe a vida que está acontecendo ao nosso redor porque a gente se limita a captar a vida através dos nossos cinco sentidos habituais, e ela vai muito além disso; muito, muito além".

Waldemar Falcão é astrólogo, escritor e músico.

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Video Language:
Portuguese, Brazilian
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
08:28

Portuguese, Brazilian subtitles

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